Cada um tem sua opinião. Mas qual é a certa?

Suponhamos que você está numa discussão sobre política. Você tem uma opinião sobre determinado assunto. Seu interlocutor tem outra. Cada um a expõe e nada muda. Nenhum dos dois dá o braço a torcer e tudo continua na mesma. Você certamente já deve ter passado por isso, seja na vida real ou nas redes sociais.

Por que isso acontece?

A psicologia pode ajudar a entender. O primeiro passo é saber que, independente das inclinações de cada um, as pessoas estão muito motivadas a proteger suas opiniões. O Journal of Cognitive Psychology, uma publicação europeia sobre psicologia, testou a capacidade das pessoas de avaliar a lógica dos argumentos formais, os silogismos.

Mas peraí. O que são os silogismos?

Basicamente, silogismo é o raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições (premissas), das quais se obtém por inferência uma terceira (conclusão). Exemplo:

Premissa 1: Todo homem é mortal;
Premissa 2: Sócrates foi um homem;
Conclusão: Logo, Sócrates era mortal.

Voltando: o Journal of Cognitive Psychology testou a capacidade das pessoas de avaliar a lógica dos silogismos que confirmavam ou rejeitavam suas opiniões sobre o aborto, um tema delicado e polêmico. No entanto, as pessoas deveriam avaliar somente a lógica. Suas opiniões a favor ou contra o aborto deveriam ser deixadas de lado.

O desafio era determinar se a conclusão do silogismo sobre aborto seguia logicamente as duas primeiras afirmações. Como era de se esperar, o raciocínio lógico dos participantes foi afetado pelas suas opiniões pessoais sobre o aborto. Participantes pró-aborto não conseguiam aceitar logicamente silogismos contra o aborto e vice-versa.

Ou seja: mesmo com argumentos lógicos, tendemos a nos agarrar aos nossos próprios pontos de vista. Como dito no início do texto, estamos muito motivados a defender nossas ideias, independente de argumentos pertinentes ou não.

Mas isso é positivo? Provavelmente, não. O ideal é que haja uma discussão saudável e que as pessoas escutem umas às outras para chegar a um consenso. Lembre-se: dar o braço a torcer não é uma derrota. Pelo contrário, é louvável aceitar um argumento. Mudar de opinião, mais ainda! E o que é melhor: você sai ganhando conhecimento.

Já ouviu críticas por ser cabeça-dura ou intransigente?

Eu posso lhe ajudar a se abrir mais à opiniões externas. Entre em contato comigo. O Coaching ou a Psicoterapia podem ser um diferencial para você neste aspecto.