Como é feito o diagnóstico de transtornos mentais

Diferente de outras áreas da medicina, a piscologia e psiquiatria não trata doenças e sim transtornos, pois os transtornos mentais e as alterações de comportamento não possuem um fator etiológico único. O diagnóstico em si é feito, principalmente, com base em dois manuais, o CID 10 (Classificação Internacional de Doenças – 10ª edição) e o DSM V (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais – 5ª edição).

Entendendo um pouco a CID 10

Publicado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a CID é um dos principais manuais da medicina e é usada mundialmente para apresentar estatísticas de mortalidade e morbidade, dando suporte nas decisões da medicina em geral.

Este manual é revisto de forma periódica e hoje já está em sua edição de número 10.

A CID foi desenvolvida em 1993 e desde então traz atualizações que acontecem anualmente (de forma menor) e a cada três anos (trazendo mudanças maiores), com a chancela e publicação da OMS.

O transtorno mental e o DSM V

O DSM (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais) foi criado em 1952 com o objetivo de definir como deve ser feito o diagnóstico dos transtornos mentais e de comportamento de forma universal.

Desde essa época o manual tem sido um dos mais usados no mundo no que diz respeito a diagnósticos de saúde mental.

Em sua versão mais atualizada (DSM V), publicada em 2013, o manual trouxe algumas mudanças importantes, além da inserção de novos diagnósticos como:

⦁ Transtorno de acumulação

⦁ Transtorno de compulsão alimentar periódica

⦁ Transtorno de escoriação (skin-picking)

⦁ Transtorno de hipersexualidade

⦁ Adicção a internet

Esse último diagnóstico é um distúrbio atual, caracterizado pelo uso da internet de forma compulsiva, onde o indivíduo chega ao ponto de prejudicar seriamente várias áreas da sua vida, tanto profissional, quanto social. Essas mudanças e adições no DSM V também nos mostra o quanto ele é atualizado e sofre revisões frequentes. Não à toa é usado por psicólogos, médicos e terapeutas renomados em todo mundo, pois contém informações úteis para todos os profissionais que atuam na área da saúde mental.

O DSM V (a mais nova versão do manual) traz outra atualização que merece destaque. Trata-se da seção de Transtornos de Uso de Substância, que agora conta com alguns padrões para diagnóstico de novas abstinências, como no caso da cafeína, por exemplo. Com tantas alterações e revisões, o manual é indispensável para os profissionais da área de saúde mental.