Ainda falando sobre traição, vamos abordar uma outra forma que não é a conjugal, mas sim a interpessoal, como traição de um colega de trabalho e até do chefe! Já passou por isso no seu ambiente de trabalho? Como lidar com essa situação?
Esse tema é ainda mais delicado, enquanto em nossos relacionamentos pessoais podemos escolher as pessoas com quem vamos nos relacionar no mundo corporativo, não temos essa liberdade de escolha, mas independente de ter ou não afinidade com os nossos colegas de trabalho, precisamos interagir com eles e buscar uma convivência harmônica.
Trabalhar em equipe e de forma transparente são comportamentos cada vez mais cobrados dentro das organizações. Mesmo assim, os golpes baixos e as puxadas de tapete continuam a ocorrer em relacionamentos profissionais. Descobrir que um amigo/colega “confiável” fala mal de você é o jogo sujo mais comum no ambiente de trabalho.
Uma trapaça típica do profissional desatualizado é roubar ideias como uma ferramenta de competição. No mundo corporativo existe uma disputa de poder constante, o que leva algumas pessoas a crer que abusar de atitudes antiéticas em prol do próprio sucesso é um comportamento aceitável. Tal ideia é ultrapassada e está ligada à concepção de que o mundo é dos espertos!
Os motivos que levam a essa conduta variam da insegurança à desonestidade, passando pela leviandade dos envolvidos. Os golpes podem vir de colegas competitivos e inseguros ou de chefes arrogantes… sim chefes, alguns gestores acham que somente eles podem aparecer, atingir resultados e propor ideias. Uma situação muito comum é ser demitido para que o chefe coloque uma pessoa da confiança dele no lugar. Esse tipo de politicagem desleal ainda ocorre nas organizações, apesar de toda a evolução na gestão corporativa.
Em geral, isso ocorre quando um gestor inseguro ou desleal prefere ter a seu lado alguém que possa controlar, ou quando deseja deliberadamente beneficiar um amigo. A insegurança do chefe também aparece como estopim para uma traição.
Quando um funcionário começa a apresentar metas elevadas o chefe ou um colega de trabalho, ao invés de ficar satisfeito e feliz, pode se sentir ameaçado. Nesse momento, surgem outras formas de puxadas de tapete, como excluir o profissional de um projeto sem maiores explicações e impedi-lo de exibir seu trabalho ou fazer com que ele não tenha acesso aos níveis superiores. Um sintoma desse tipo de atitude é a exclusão. Marginalizar um subordinado é uma das armas tradicionais.
Você faz todo o trabalho e seu chefe não lhe dá crédito pelo resultado.
Pare e reflita: isso acontece só com você ou com outras pessoas também? Se é apenas com você, tem de conversar com o chefe. De maneira aberta e direta, discuta sua contribuição individual em relação aos resultados da área. Se possível, atrele a conversa a seu plano de desenvolvimento pessoal e busque apoio do RH.
Descobriu que um colega está falando mal de você?
Analise com calma a situação e indague pessoalmente, em tom de conciliação, o suposto detrator. Verifique se há mal-entendidos. Se a conversa não for suficiente, procure também o gestor. Com o chefe, seja claro e direto, citando dados, fatos e exemplos para ilustrar o quanto o comportamento da pessoa prejudica seu trabalho.
Você é excluído de um projeto sem justificativa.
Pergunte ao chefe o motivo de sua exclusão. Deixe claro que sua intenção é continuar fazendo parte do time nos próximos projetos, mas tenha em mente que podem existir muitas razões para a exclusão.
Como superar essas situações
Acima de tudo, evite entrar no jogo desleal, principalmente quando for provocado ou agredido. Não diga sim para tudo, imponha limites morais e éticos.
Manter a pontualidade no dia a dia, não se atrasar para reuniões e cumprir prazos em projetos. Se apresentar sempre de forma positiva e confiante. Manter a boa imagem profissional. Mostrar equilíbrio e liderança. Ser proativo em suas atividades, metas e, principalmente, vender suas ideias em reuniões de forma clara e convicta.
Apresente-se para seu novo gestor como profissional (histórico, experiências, passagens por outras companhias) e, o mais importante: não seja bajulador e não acredite em tudo que transita na rádio-peão, pois em momentos de mudanças o que não falta são informações desprovidas de fontes. Portanto, seja você mesmo e siga seu instinto.
Caso seja muito difícil encontrar uma solução, é possível fazer terapia para descobrir a opção menos agressiva para a sua saúde mental.
Sou Joana Santiago – Psicóloga