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Cada passo emocional é uma conquista — e reconhecer isso é parte do processo de cura.

Às vezes, nos cobramos tanto para “chegar lá” que esquecemos de olhar para os passos que já demos. Cada gesto, por menor que pareça, carrega aprendizado, crescimento e cuidado consigo mesma. Reconhecer essas pequenas vitórias é uma maneira de fortalecer a autoestima e tornar a jornada mais leve e significativa.

Nem sempre o crescimento emocional acontece em grandes saltos. Ele se revela nas pequenas mudanças do cotidiano: respirar antes de reagir, dizer “não” sem culpa, ou se permitir descansar sem sentir que está falhando. Celebrar essas vitórias é entender que amadurecer emocionalmente não é sobre ser perfeito, mas sobre se tornar mais consciente, gentil e verdadeiro consigo mesma.

Por muito tempo, fomos ensinadas a olhar apenas para resultados: a nota mais alta, o corpo ideal, a promoção no trabalho. Mas o que sustenta o crescimento real é o processo — o esforço silencioso de continuar tentando mesmo quando ninguém está vendo.

Eu acredito que a autocompaixão nasce desse olhar. Quando reconhecemos as pequenas conquistas, abrimos espaço para gratidão, leveza e amor próprio.

  • Conseguir dizer “não” sem se sentir culpada.
  • Fazer uma pausa em um dia cheio, apenas para respirar.
  • Pedir ajuda quando antes você se calava.
  • Dormir melhor porque aprendeu a se desligar do que não controla.
  • Escolher se acolher em vez de se criticar.

Esses pequenos gestos emocionais constroem algo muito maior: autonomia, consciência e amor-próprio.

Como reconhecer e celebrar suas pequenas vitórias

Reconhecer o próprio progresso é um exercício de presença. Escrever sobre o que já conquistou, celebrar com algo simples, dividir alegrias com pessoas próximas ou apenas observar como você lida melhor com situações que antes te afetavam, tudo isso ajuda a perceber que há crescimento acontecendo.

Esses momentos de consciência são o que alimentam uma mentalidade de crescimento: a compreensão de que mudar é possível quando há paciência, persistência e gentileza consigo.

Por que celebrar o progresso é tão importante?

Reconhecer as pequenas vitórias não é sobre conformismo, e sim sobre respeitar o processo.
Cada passo dado, mesmo que lento, ativa a sensação de satisfação e estimula a liberação de dopamina, o chamado hormônio do bem-estar.
Isso cria um ciclo positivo: quanto mais você reconhece seu avanço, mais motivada se sente para continuar.

Além disso, celebrar o progresso ajuda a:

  • Reduzir a autocobrança e o perfeccionismo.
  • Reforçar a autoconfiança e a motivação.
  • Tornar o caminho mais prazeroso e possível.
  • Criar uma relação mais leve com suas próprias metas.

Celebrar pequenas vitórias é um exercício de presença. É uma forma de lembrar que, mesmo entre altos e baixos, seguimos construindo uma versão mais inteira de nós mesmas, com coragem, gentileza e verdade.

Se você quiser, pode começar hoje: perceba uma pequena conquista e reconheça o quanto ela é importante. Cada passo dado é um motivo para celebrar.

A terapia pode ser um espaço seguro para enxergar e celebrar essas conquistas, aprendendo a respeitar o seu tempo, acolher as pausas e valorizar o que já floresceu em você.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A forma como nos percebemos não nasce sozinha. Ela é moldada por diversos fatores externos, sem que a gente perceba.

Muitas vezes, usamos as duas expressões como se fossem sinônimos, mas há uma diferença importante entre elas.

A autoestima diz respeito ao valor que damos a nós mesmas como um todo — o quanto acreditamos no nosso merecimento, nas nossas capacidades e no nosso valor pessoal.
Já a imagem corporal é a maneira como percebemos, sentimos e pensamos sobre o nosso corpo — o quanto estamos (ou não) em paz com ele.

Quando a imagem corporal é distorcida, ela pode abalar a autoestima.
E quando a autoestima está fragilizada, o olhar sobre o corpo tende a se tornar mais duro e crítico.
Por isso, uma alimenta a outra — e ambas florescem quando aprendemos a nos olhar com gentileza.

“A imagem corporal é o espelho.
A autoestima é o olhar que você escolhe ter diante dele

O que influencia nossa imagem corporal

A forma como nos percebemos não nasce sozinha. Ela é moldada por diversos fatores externos — e, muitas vezes, sem que a gente perceba:

  • Internet e redes sociais: filtros, ângulos e comparações constantes criam um padrão inalcançável, onde o “comum” parece nunca ser suficiente.
  • Mídia e publicidade: desde cedo, somos expostas a corpos idealizados que associam beleza a valor, sucesso e aceitação.
  • Comunidades esportivas e de performance: em alguns espaços, o corpo vira troféu, e a busca por desempenho pode se transformar em autocrítica.
  • Consumo e indústria estética: o mercado do “autoaperfeiçoamento” reforça a ideia de que sempre falta algo — um novo produto, dieta ou procedimento — para, enfim, nos sentirmos bem.

Esses fatores criam armadilhas sutis, gatilhos que alimentam a insatisfação e o sentimento de inadequação.
Reconhecer isso é o primeiro passo para sair desse ciclo.

Como não cair nessas armadilhas

O caminho é de consciência e reconexão.
Não se trata de negar a importância do cuidado com a aparência, mas de entender que o autocuidado verdadeiro vem acompanhado de respeito e presença — não de culpa.

Reveja o que consome: siga pessoas reais, que compartilhem autenticidade e diversidade.
Questione padrões: nem tudo o que é mostrado como ideal é saudável, possível ou verdadeiro.
Escute o corpo: pergunte-se o que ele precisa hoje — pausa, descanso, movimento?
Fale consigo com ternura: troque a crítica por acolhimento. “O que estou sentindo?” em vez de “por que ainda não mudei?”.

O olhar gentil não é algo que nasce de um dia para o outro.
Ele é cultivado — como quem rega uma planta todos os dias até vê-la florescer.
E quando floresce, muda tudo: o corpo deixa de ser inimigo e volta a ser casa.
Uma casa onde é possível viver com leveza, imperfeição e verdade.

Olhar-se com gentileza é um ato de coragem.
É escolher ser sua própria aliada — não sua maior crítica.

Sou Joana Santiago | Psicóloga