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Ciúme, controle e possessividade são indicadores do problema.

A dependência emocional costuma ter sinais claros, mas quem está na situação nem sempre consegue enxergá-los. Ciúme, controle e possessividade são indicadores dessa dependência que, em geral, acomete relacionamentos conjugais. Mas também pode acontecer entre amizades e familiares: aquele amigo que quer atenção integral ou uma mãe que acredita que precisa dar atenção total a um único filho, podem indicar o problema.


A dependência emocional é um transtorno psicológico que gera um apego excessivo a alguém. Quem sofre de dependência emocional não consegue estabelecer relações saudáveis e equilibradas. Devido ao medo de abandono e rejeição, a pessoa se anula completamente. Ela vive para satisfazer os desejos do outro, que pode ser um amigo, um familiar ou um parceiro amoroso.

A dependência emocional é um comportamento viciante no qual o indivíduo acredita necessitar da presença de determinada pessoa para sentir-se completa e feliz.

Geralmente este distúrbio surge entre um casal, mas também há as exceções de quem depende de algum amigo ou parente. Torna-se algo muito difícil e de grande sofrimento tomar decisões sozinho, é como se não houvesse capacidade, e é preciso o auxílio de alguém que considere mais esperto ou que a pessoa julgue mais inteligente e confiável.


Quando há o controle ou manipulação de um dos envolvidos com o parceiro, caracteriza-se esse problema como patológico, onde será necessário um tratamento. Ele é denominado como Transtorno de Personalidade Dependente.

Entendendo a dependência emocional


As bases dos nossos alicerces emocionais estão cravadas na nossa infância. Ou seja, o modo como vamos encarar as relações sociais e amorosas na vida adulta é, em grande parte, reflexo das experiências que tivemos nos primeiros anos de vida. Falo sobre isso agora porque, em geral, a dependência emocional tem origem nesse período.


Dado certo momento, a pessoa afetada perde a capacidade de agir, tomar decisão sozinha e assumir responsabilidade por suas ações. Ao ser emocionalmente dependente, a autoestima depende somente da opinião ou reconhecimento de terceiros.


A dependência emocional não é considerada uma desordem mental, porém, alguns pacientes com outros tipos de distúrbios, como depressão e ansiedade, podem apresentar dependência emocional.

Quem sofre com a dependência emocional tende a querer exclusividade e, para isso, pode se valer de persuasão e chantagem. Nada do que o outro faça longe dele, ou seja, outros contatos e situações, tem valor.

O dependente costuma criticar tudo que o outro faz ou conquista que ele (o dependente) não esteja presente, como se qualquer ação sem a sua participação fosse problemática.


A proposta é manter um isolamento, como se a atenção do outro devesse ser exclusiva ao dependente. Essa situação pode ser muito presente entre mãe e filho que desenvolve algum tipo de dependência química, como se a genitora lhe devesse total atenção para superar o problema. E ela, por se sentir responsável e até culpada pela situação, acaba dedicando-se integralmente ao filho doente.


A dependência emocional em seu início parece banal e até aceitável, mas ela pode evoluir para situações de total controle e violência. Isso costuma ser muito recorrente em relacionamentos conjugais que, mesmo trazendo dores e sofrimento, acabam se perpetuando com um convívio doentio.

Quais são os sintomas da dependência emocional?


Conseguiu entender mais ou menos como essa situação funciona? Talvez fique mais claro agora que vou apresentar os sintomas da dependência emocional.


De modo geral, a pessoa tem dificuldade de manter a concentração no trabalho, dá pouca atenção às relações com familiares e amigos e pode deixar de lado os cuidados com os filhos, pois se preocupa em excesso com o parceiro amoroso. Isso gera o desequilíbrio nas demais relações. A codependência pode ocorrer em outros relacionamentos, não necessariamente românticos. Veja só os sinais mais comuns dessa condição:

  • exigência de atenção
  • submissão ao outro
  • baixa autoestima
  • excesso de ciúme
  • sentimentos de culpa e impotência;
  • oscilações de humor.
  • incapacidade de se sentir bem sozinha/o
  • dificuldade de tomar decisões sozinha/o
  • insegurança no relacionamento
  • inexistência de planos que não envolvam a outra pessoa
  • tendência a dizer sim a tudo por medo da rejeição
  • tendência a estar em segundo plano, porque precisa ter a outra pessoa sempre por perto para alimentar a dependência

Como superar a dependência emocional


Reconheça seu valor ao trabalhar sua autoestima: concentrando pensamentos positivos sobre si mesmo, percebendo suas realizações, bem como suas limitações. A terapia é uma forte aliada nesse processo.


Aceite suas decisões e enfrente as consequências, perceba que você é capaz de fazer o que é melhor para sua vida. Lembre-se que somente você está no controle de seus sentimentos, emoções e ações.


Planeje sua vida para você e não em torno dos outros; perceba que suas necessidades são importantes e você precisa assumir o controle de sua vida e ser independente. Em algum ponto, mesmo quando as coisas não estiverem indo muito bem, será possível dizer a si mesmo: “Eu sou feliz não por causa disso ou daquilo, apesar desse e daquele fator”.


Desenvolver esse tipo de atitude positiva leva tempo e muita prática. O acompanhamento psicológico é quase sempre um requisito para elevar a autoestima da pessoa dependente emocionalmente, além de ajudá-la a desapegar de traumas e lembranças prejudiciais para a sua saúde mental.

Sou Joana Santiago – Psicóloga