
Muitas vezes, usamos as duas expressões como se fossem sinônimos, mas há uma diferença importante entre elas.
A autoestima diz respeito ao valor que damos a nós mesmas como um todo — o quanto acreditamos no nosso merecimento, nas nossas capacidades e no nosso valor pessoal.
Já a imagem corporal é a maneira como percebemos, sentimos e pensamos sobre o nosso corpo — o quanto estamos (ou não) em paz com ele.
Quando a imagem corporal é distorcida, ela pode abalar a autoestima.
E quando a autoestima está fragilizada, o olhar sobre o corpo tende a se tornar mais duro e crítico.
Por isso, uma alimenta a outra — e ambas florescem quando aprendemos a nos olhar com gentileza.
“A imagem corporal é o espelho.
A autoestima é o olhar que você escolhe ter diante dele
O que influencia nossa imagem corporal
A forma como nos percebemos não nasce sozinha. Ela é moldada por diversos fatores externos — e, muitas vezes, sem que a gente perceba:
- Internet e redes sociais: filtros, ângulos e comparações constantes criam um padrão inalcançável, onde o “comum” parece nunca ser suficiente.
- Mídia e publicidade: desde cedo, somos expostas a corpos idealizados que associam beleza a valor, sucesso e aceitação.
- Comunidades esportivas e de performance: em alguns espaços, o corpo vira troféu, e a busca por desempenho pode se transformar em autocrítica.
- Consumo e indústria estética: o mercado do “autoaperfeiçoamento” reforça a ideia de que sempre falta algo — um novo produto, dieta ou procedimento — para, enfim, nos sentirmos bem.
Esses fatores criam armadilhas sutis, gatilhos que alimentam a insatisfação e o sentimento de inadequação.
Reconhecer isso é o primeiro passo para sair desse ciclo.
Como não cair nessas armadilhas
O caminho é de consciência e reconexão.
Não se trata de negar a importância do cuidado com a aparência, mas de entender que o autocuidado verdadeiro vem acompanhado de respeito e presença — não de culpa.
Reveja o que consome: siga pessoas reais, que compartilhem autenticidade e diversidade.
Questione padrões: nem tudo o que é mostrado como ideal é saudável, possível ou verdadeiro.
Escute o corpo: pergunte-se o que ele precisa hoje — pausa, descanso, movimento?
Fale consigo com ternura: troque a crítica por acolhimento. “O que estou sentindo?” em vez de “por que ainda não mudei?”.
O olhar gentil não é algo que nasce de um dia para o outro.
Ele é cultivado — como quem rega uma planta todos os dias até vê-la florescer.
E quando floresce, muda tudo: o corpo deixa de ser inimigo e volta a ser casa.
Uma casa onde é possível viver com leveza, imperfeição e verdade.
Olhar-se com gentileza é um ato de coragem.
É escolher ser sua própria aliada — não sua maior crítica.
Sou Joana Santiago | Psicóloga
