O transtorno bipolar é uma condição séria e complexa, porém, infelizmente, muitas pessoas tratam o assunto com pouca importância. É comum encontrar músicas, memes e até mesmo termos pejorativos relacionados a essa condição. No entanto, devemos lembrar que estamos lidando com um transtorno que aprisiona milhares de pessoas em todo o mundo em suas próprias mentes. É importante reconhecer a gravidade do transtorno bipolar e promover um ambiente de compreensão e respeito para aqueles que vivenciam essa realidade.
Sua característica mais marcante é a alternância, às vezes súbita, de episódios de depressão com os de euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles. As crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e duração.
As flutuações de humor têm reflexos negativos sobre o comportamento e atitudes dos pacientes, e a reação que provocam é sempre desproporcional aos fatos que serviram de gatilho ou, até mesmo, independem deles.
Em geral, essa perturbação do humor se manifesta tanto nos homens quanto nas mulheres, entre os 15 e os 25 anos, mas pode afetar também as crianças e pessoas mais velhas.
O Transtorno Bipolar pode ser classificado nos seguintes tipos:
Transtorno bipolar tipo I: predominância de episódios fortes e rápidos de mania, seguidos por alterações do tipo depressivas ou mistas (com depressão e mania) que duram várias semanas;
Transtorno bipolar tipo II: forma caracterizada pela presença de episódios maníacos mais amenos;Transtorno bipolar ciclotímico: é uma forma de bipolaridade caracterizada por ciclos maiores entre os estados. Sendo assim, aqui, os períodos depressivos duram anos, sendo seguidos por vários episódios de mania.
O que é um episódio de mania ou depressão?
Já falamos sobre o que é transtorno bipolar e sua classificação com base em seus sintomas, duração dos ciclos. Mas o que são episódios maníacos ou depressivos, quando tratamos de saúde mental?
Os episódios depressivos, como o nome já diz, são caracterizados pela presença de sentimentos como a tristeza, a desesperança, a agonia e muitos outros que têm em comum a baixa vitalidade do indivíduo. Aqui, por vezes, o paciente também pode ter ideações suicidas, ou seja, o desejo de terminar a própria vida.
Os episódios maníacos, por sua vez, são aqueles em que o paciente tem picos de energia e alto astral. Nesses períodos, em muitos casos, estão presentes comportamentos de risco, como o engajamento em sexo sem proteção, compras desenfreadas e tomada de atitudes precipitadas.
Quais são os sintomas do transtorno bipolar?
Alguns detalhes sobre os principais sintomas do transtorno bipolar:
Irritabilidade
Um dos sintomas mais frequentes do transtorno bipolar é a irritabilidade, gerada pelas alterações de humor vividas pelo paciente.
Esquecimentos
Outro sinal de alerta é a presença de esquecimentos, que também podem estar associados a muitos outros problemas.
Fala compulsiva
Episódios de mania são caracterizados por vários fatores, dentre eles, a fala compulsiva, ou seja, quando a pessoa não consegue parar de falar rapidamente.
Ideias suicidas
Os picos de depressão costumam ser bem fortes nos pacientes bipolares que não estão passando por tratamento. Assim, ideações suicidas são frequentes.
Falta de energia
Na depressão, é comum que o indivíduo fique prostrado e sem vontade de realizar atividades corriqueiras.
Picos de energia
Na mania, por sua vez, é frequente a presença de grandes picos de energia.
Gastos compulsivos
Também associados aos episódios maníacos, é comum que os pacientes gastem muito, sem medir as consequências dos seus atos.
Alterações no sono
O paciente com bipolaridade pode vivenciar momentos em que dorme muito (depressão) ou quase nada (mania).
Alternação entre os estados de humor
Por fim, temos o principal sintoma do transtorno bipolar: a instabilidade de humor. Aqui, o paciente passa por períodos de grande depressão e de grande animação, intercalando os polos ao longo dos meses ou semanas.
Como saber se uma pessoa tem transtorno bipolar?
O diagnóstico deve ser feito por um psiquiatra, requer uma boa anamnese, uma história clínica bem detalhada e exame psíquico também muito detalhado. Além de alguns exames clínicos laboratoriais, como exame de sangue, e de imagem para afastar outras patologias que poderiam gerar dúvidas.
Para uma pessoa leiga, o que pode chamar atenção é a alternância entre períodos de sintomas depressivos e períodos de impulsividade, com muitos desejos sexuais, gastos excessivos e necessidade de sono reduzida.
Tratamentos e Terapias
O paciente, no entanto, não deve se manter apenas com as medicações e a terapia. É necessário, também, fazer alterações no estilo de vida. Bons exemplos são:
- Prática de atividades físicas;
- Busca por um hobby;
- Investimento em interações sociais benéficas, sem amizades ou relacionamentos tóxicos, entre outros.
Hábitos saudáveis e um estilo de vida agradável ajudam na manutenção do tratamento, fazendo com que as crises fiquem controladas e a qualidade de vida do paciente melhore consideravelmente.
Viu como o transtorno bipolar é um assunto sério? Se você está vivenciando esses sintomas ou conhece alguém que os apresenta no dia a dia, é hora de buscar ajuda médica. Afinal, esse problema tem tratamento e o paciente afetado pode viver uma vida plena, feliz e completamente normal.
Sou Joana Santiago – Psicóloga