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Para evitar constrangimentos, recomendo pensar antes de falar, respirar e prestar atenção aos sinais não verbais do ouvinte.

Todos nós conhecemos uma pessoa que fala demais. Uma pessoa que fala tanto e que não dá espaço para outras pessoas falarem e participarem do assunto. Essas pessoas tagarelas geralmente têm dificuldade de ouvir o outro, sempre têm um caso para contar e com frequência repetem suas histórias. Elas misturam todos os assuntos, muitas vezes abordam temas que constrangem e dificultam a conversa ao impedir que outros falem. Estar em um mesmo ambiente com indivíduos assim pode ser enfadonho, por isso é preciso aprender a lidar com pessoas que falam demais.

E quando o ambiente é o trabalho, a convivência pode complicar ainda mais. Pessoas tagarelas podem afetar diretamente a concentração de colaboradores próximos e isso pode impactar na produtividade. Além disso, é preciso muita paciência para evitar conflitos, já que o humor nem sempre resiste a uma atitude desagradável.

É preciso avaliar também que o ato de falar demais é um escudo poderoso para pessoas com certa fobia social. Com medo da interação com o colega, o indivíduo fala sem parar evitando a empatia, emendando um assunto no outro, o que, com o passar do tempo acaba virando um escudo social. Então, são pessoas que provavelmente estão passando ou que desenvolveram uma desestrutura emocional, que tem provocado reações em seu comportamento.

Veja algumas das características de pessoas que falam demais

  • Sujeito repetitivo:  a pessoa tagarela se torna repetitiva e até utiliza o mesmo argumento em várias situações diferentes;
  • Mania de interromper: esta é uma característica presente na pessoa que fala muito, que acaba não permitindo a conclusão do raciocínio da outra parte;
  • Falta de empatia: pessoas assim não se preocupam com a voz e o argumento de terceiros, fazendo com que a interação e a empatia sejam inviáveis, afetando o relacionamento;
  • Isolamento: quem fala demais tem a tendência a desgastar os relacionamentos ao seu redor, pois são indivíduos que acabam se tornando inconvenientes e afastam as pessoas do seu círculo de convivência.

5 passos para conviver com quem fala demais

Para não tornar o ambiente ainda mais constrangedor, é possível adotar algumas técnicas para lidar com colegas de trabalho que falam demais:

  1. Corte o assunto: pessoas que falam demais geralmente estão em busca de atenção. Portanto, não tenha peso na consciência e corte o assunto sinalizando para o tagarela, de maneira gentil e educada, que você precisa fazer outra coisa;
  2. Faça questão de falar: se você esperar que o tagarela lhe dê espaço para falar, muito provavelmente você não vai conseguir. Então a dica é peça para falar e se for interrompido insista para concluir o assunto.
  3. Seja monossilábico: caso também não deseje estender o papo, faça mão das expressões da nossa língua portuguesa para diminuir o assunto. Responda apenas o básico para não ser mal educado. Não prolongue a discussão e aos poucos o tema vai se esvaindo.
  4. Mude o seu foco: não é porque a pessoa é inconveniente ao falar que ela só tem defeitos. Então tente enxergar as qualidades do amigo tagarela e desvie o foco para essas características.
  5. Afaste-se para ajudar: quando nos afastamos de alguém e esta pessoa percebe o afastamento ela se mostra mais aberta a entender os motivos e então é possível colocar nossa percepção de forma clara e educada levando a pessoa a uma reflexão.

Quando o tagarela é você

De repente, ao ler esta matéria, você acaba se deparando com o fato de que você talvez seja o colega inconveniente que fala demais. E como é possível reverter isso?

Além de receber com humildade o feedback dos colegas mais próximos, o mais importante é buscar o autoconhecimento. O que está te levando a ter um comportamento excessivo? O que pode estar por trás dessa necessidade de falar o tempo todo? Uma das maneiras de descobrir é através de treinamentos de competências emocionais.

Estar atento às reações de desconforto ou desinteresse das outras pessoas quando fala demais também pode ajudar, bem como pedir a alguém próximo para lhe dar algum sinal quando já se está a exceder na conversa.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Distúrbio que envolve impulsos recorrentes e irresistíveis de retirar pelos do corpo.

A tricotilomania é um tipo de transtorno compulsivo crônico, bem como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), caracterizado pelo hábito de arrancar cabelos. Cerca de 2% da população tem essa condição, sendo que 90% dos pacientes são mulheres.

É um transtorno psicológico que tem como característica a mania incontrolável de arrancar fios de cabelo ou pêlos do corpo, como cílios, barba e sobrancelhas. O paciente com o problema, ao puxar os fios, é tomado por uma sensação de alívio e prazer imediatos. Ou seja, é uma ação feita por impulso que serve como uma libertação emocional.  

A doença pode ser motivada por diversos fatores, tanto emocionais quanto biológicos, e geralmente está associada à falta de controle dos impulsos, à ansiedade, estresse e ao transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Em alguns casos, o transtorno pode evoluir para a Tricofagia, quando a pessoa, além de arrancar os fios, passa a comê-los.

O transtorno pode começar tanto na infância e adolescência quanto na fase adulta, e assim que for percebido é indicada a busca por tratamento. Apesar de não parecer uma condição debilitante à primeira vista, o hábito crônico de arrancar os cabelos pode levar as pessoas a se ausentarem do trabalho, cessarem interações sociais e desgostarem da aparência. 

Causas

Não existe uma causa única para a TTM. As pesquisas mostram que fatores genéticos, neurobiológicos e comportamentais podem estar envolvidos no aparecimento da desordem. O ligeiro aumento do número de casos observado numa mesma família sugere que possa ter caráter hereditário.

Estudos recentes levantam a possibilidade de que a tricotilomania ocorre por deficiência de alguns neurotransmissores relacionados com a impulsividade, entre eles, a serotonina, a noradrenalina e a dopamina.

Sintomas

O paciente com tricotilomania pode apresentar sintomas físicos, psicológicos e até comportamentais. Estar atento aos sintomas e sua intensidade são importantes para entender o problema e buscar por tratamento.

Veja alguns dos sintomas:

  • Falhas no couro cabeludo
  • Falha nas sobrancelhas, cílios ou outra parte do corpo com pelos
  • Se sentir aliviado ao arrancar um fio
  • Comportamento automático de arrancar os fios
  • Dificuldade de conseguir parar por completo de arrancar os fios
  • Ingerir os fios
  • Esconder a cabeça com lenços ou chapéus
  • Obstrução intestinal
  • Estresse
  • Ansiedade
  • Comportamento impulsivo

Embora a necessidade de arrancar os fios de cabelo resulte em alívio e em uma sensação de prazer, a pessoa passa a ter vergonha de suas ações quando os indicativos que possui essa condição (áreas no couro cabeludo sem cabelo) ficam claros. Ela teme ser descoberta e ser rotulada como “louca” ou “estranha”. 

No fundo, sabe que esse comportamento não é comum, mas não consegue combater a compulsão de puxar os fios. 

A variação de emoções é tamanha que a pessoa com esse transtorno vai ficando ansiosa, deprimida ou em pânico à medida que os sintomas se agravam. Ela trava uma luta frequente entre o desejo de arrancar os fios, o alívio após satisfazê-lo e o temor das consequências desse ato.

Sendo assim, essa condição também pode ocasionar a alopecia, condição de saúde de origem emocional que causa a queda de cabelo e o aparecimento de regiões calvas no couro cabeludo. Lesões e infecções de pele nas áreas afetadas são igualmente comuns. 

Diagnóstico

Tudo leva a crer que a tricotilomania seja um transtorno subdiagnosticado. Primeiro porque, por vergonha, culpa ou constrangimento, os pacientes demoram para procurar atendimento médico e, feito o diagnóstico, muitos nem sequer retornam para conversar sobre as possibilidades de tratamento. Segundo porque, até mesmo entre os profissionais de saúde, falta a informação necessária sobre a doença e suas características.

O diagnóstico baseia-se especialmente na avaliação clínica do paciente, considerando alguns critérios que levam em conta os sinais e sintomas da doença, tais como:

  • Comportamento recorrente de arrancar os cabelos, que resulta em perda capilar perceptível;
  • Sensação de tensão crescente, imediatamente antes de arrancar os cabelos ou quando o paciente tenta resistir ao impulso;
  • Prazer, satisfação ou alívio depois de arrancar os cabelos.

É importante também estabelecer o diagnóstico diferencial com outros transtornos mentais ou com possíveis moléstias dermatológicas que justifiquem as áreas de perda de cabelos que, em geral, são irregulares e ocorrem mais do lado da mão com lateralidade dominante.

Tricotilomania tem cura?

Quando o paciente reconhece o problema e procura por um tratamento especializado, as chances de cura aumentam. O tratamento é multidisciplinar, ou seja, envolve profissionais de diferentes especialidades (dermatologistas, psicólogos, psiquiatras, clínicos, por exemplo).

Embora o assunto ainda demande estudos clínicos e epidemiológicos, a combinação da terapia cognitivo-comportamental (TCC) com alguns medicamentos antidepressivos e estabilizadores do humor tem sido utilizada para controle do impulso e alívio dos sintomas da TTM.

A Terapia consiste em ajudar o paciente com os seguintes benefícios:

  1. Identificar disparadores do ato de arrancar os pelos;
  2. Compreender sua ansiedade
  3. Administrar os gatilhos para a ansiedade
  4. Administrar sentimentos que levam à arrancar os pelos ou cabelo
  5. Técnicas de autocontrole
  6. Estratégias para lidar com o impulso
  7. Desenvolvimento de novo repertório comportamental
  8. Diminuição dos sintomas

Basicamente, a proposta da terapia cognitivo-comportamental é ensinar o paciente a reconhecer pensamentos e sentimentos distorcidos e negativos (cognição) que funcionam como gatilhos e induzem o comportamento compulsivo e indesejável de arrancar os cabelos, a fim de substituí-los por hábitos novos e inofensivos. Essa técnica recebe o nome especial de “treinamento para a reversão de hábitos” (HRT, do inglês habit reversal training). Paralelamente, o paciente é estimulado a realizar exercícios de relaxamento que ajudam a reduzir a tensão e favorecem o controle dos impulsos e a modificação do comportamento.

Embora a ocorrência desse transtorno não pareça ser significativa, ele é, de fato, muito comum em graus variados. Por exemplo, adolescentes costumam experimentar sintomas mais leves, os quais podem ser tratados com a mudança de hábitos. Compartilhe-o com quem você acredita que pode se beneficiar desse conhecimento, especialmente pessoas próximas com ansiedade e/ou que vivenciam situações estressantes.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

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Você sabia que a compulsão por compras é uma doença?

Quando essa compulsão se apresenta de forma severa, ela se torna uma doença psicológica chamada Oniomania. Uma vontade incontrolável de comprar, sem absoluto critério e consciência da sua verdadeira necessidade e condição financeira.

Cerca de 3% da população sofrem deste transtorno, caracterizado pelo descontrole dos impulsos.

Alguns dos sintomas do transtorno são:

  • Usar como pretexto que está triste ou frustrado para comprar algo;
  • preocupação excessiva em comprar: a dívida é contraída para satisfazer impulso, sempre gasta mais dinheiro e mais tempo do que o planejado;
  • problemas familiares e desgaste em relações sociais por conta dos gastos excessivos criam dívidas que superam o valor que pode pagar;
  • busca contínua por dinheiro para cobrir o rombo da conta bancária;
  • compra de itens desnecessários ou em quantidades exageradas;
  • arrependimento e frustração logo após as compras;
  • mentiras e/ou omissões para esconder as compras excessivas e também as dívidas.

Infelizmente, a maioria dos portadores deste transtorno só costumam procurar ajuda quando as dívidas estão grandes e os gastos exagerados já acarretam problemas familiares, nos relacionamentos, em situações legais, ou até quando dão origem a episódios depressivos de intensidade importante. Existem tratamentos para este transtorno que podem obter resultados positivos para os pacientes. Terapias como psicoterapia individual e em grupo psicodinâmica, e a terapia cognitivo-comportamental ajudam de maneira significativa a diminuir o transtorno.