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A Ayahuasca, uma bebida psicoativa feita a partir de plantas da região amazônica, tem sido usada como uma ferramenta para explorar questões espirituais e existenciais.

O chá de ayahuasca, também conhecido como Santo Daime, é uma bebida feita a partir da infusão de duas plantas amazônicas: o cipó-jagube e o arbusto-chacrona. A palavra ayahuasca tem origem indígena e pode ser traduzida como “vinho dos mortos”.

Conhecida também como “Hoasca” ou “Daime”, a ayahuasca contém DMT, harmalina e harmina, substâncias que agem no sistema nervoso central, e causam euforia e visões psicodélicas. É por isso que muitos usuários acreditam que o uso da droga proporciona experiências místicas e transcendentais.

O uso da ayahuasca pode causar alguns efeitos colaterais, como vômitos, náuseas e diarreia. Além disso, a ayahuasca não é recomendada em algumas situações, como esquizofrenia e bipolaridade e, por isso, deve ser usada somente de forma controlada, em ambientes médicos ou religiosos regulamentados.

Efeitos da ayahuasca

Os efeitos da ayahuasca no organismo variam de pessoa para pessoa e podem incluir visões, como divindades, paisagens e pessoas, que podem ser observadas com olhos abertos ou fechados e estarem relacionadas com emoções e experiências individuais, por exemplo.

Na parte física incluir vômitos, náuseas, sensação de frio ou calor e diarreia, são reações físicas que podem surgir logo após beber o chá ou algumas horas depois. Outros efeitos relatados incluem ainda suores excessivos, tremores, aumento da pressão arterial e aumento dos batimentos cardíacos.

Por possuir efeitos enteógenos, a ayahuasca também promove alterações no estado de consciência, atuando como um instrumento espiritual. Por isso, a ayahuasca é usada principalmente para fins religiosos, permitindo a conexão com o divino.

Quando não é indicada

A ayahuasca não deve ser usada juntamente com bebidas alcoólicas, assim como esse chá não é recomendado para pessoas que estejam usando remédios inibidores da monoamina oxidase, como isocarboxazida, moclobemida, fenelzina, selegilina e tranilcipromina.

Além disso, a ayahuasca também é contraindicada para pessoas com transtorno bipolar, Parkinson, psicose ou esquizofrenia. Por isso, o uso da ayahuasca deve ser feito somente de forma controlada, em ambientes médicos ou religiosos regulamentados.

Existem mais riscos do que benefícios

Tenho muita preocupação com o uso indiscriminado da ayahuasca e, que, apesar de haver algumas pesquisas associando a bebida à melhora de casos de depressão resistente à medicação, ela tem mais riscos que benefícios, pois pode provocar reações não só no cérebro, mas também reflexos em todo organismo.

É uma substância que tem grande ação central, difunde em várias áreas cerebrais vinculadas a sintomas psiquiátricos, mas também pelo corpo mexendo com toda a função metabólica e isso tem uma consequência no estado clínico, por isso algumas pessoas passam mal, vomitam, podem ter parada cardiorrespiratória, entre outros sintomas.

Além do fato de ser uma substância alucinógena, o perigo do consumo da bebida, são as variáveis que isso envolve, que vão desde não ter controle de quais substâncias são usadas na sua composição, a quantidade de cada uma delas, até a segurança do local onde ela vai ser consumida.

Outra reação pouco comentada sobre quem consome a ayahuasca, que pode vir a longo prazo, chamamos de transtorno de percepção persistente ou flashback, e pode ocorrer meses após o consumo da bebida, mesmo que tenha sido apenas uma vez.

É importante notar que o uso da Ayahuasca pode ser controverso. Além disso, as experiências com Ayahuasca podem variar significativamente entre indivíduos, e os efeitos psicológicos nem sempre são previsíveis. Portanto, qualquer pesquisa ou uso da Ayahuasca deve ser conduzida com cuidado e sob a supervisão adequada de profissionais qualificados.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

As causas que levam alguém a se tornar um dependente químico são diversas e nunca aparecem isoladamente. Desde um ambiente familiar frágil até a influência de amigos podem ser fatores determinantes na condição do indivíduo.

A dependência química é caracterizada pela necessidade e dependência de substâncias psicoativas, que podem incluir álcool, maconha, cocaína, medicamentos e calmantes. Essa condição é considerada um transtorno mental resultante do uso constante dessas drogas. Infelizmente, muitas vezes, os dependentes químicos são estigmatizados pela sociedade, sendo vistos como pessoas sem força de vontade, fracas e incapazes de abandonar o vício.

No entanto, é crucial compreender que a dependência química leva o indivíduo a perder o controle sobre o uso dessas substâncias, resultando em um declínio gradual de sua saúde emocional, física e psicológica. Diante dessa situação, é fundamental buscar ajuda profissional e apoio adequado para iniciar o processo de recuperação.

O que é a dependência química?

A dependência química foi demarcada e catalogada na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) da seguinte forma:

Segundo o DMS-V (Manual Diagnóstico e Estatístico De Transtornos Mentais), a dependência se baseia em um padrão de uso de uma substância que provoca sofrimento ou prejuízo clínico e que impede o usuário de realizar atividades cotidianas e antes prazerosas, em detrimento do seu uso.

Esse padrão passa pelas fases de tolerância e abstinência, caracterizando um ciclo vicioso em que, apesar do malefício evidente da substância, o usuário acaba se tornando escravo de seus efeitos.

O uso das substâncias não é mais uma questão a ser decidida pelo usuário, ele é um mero fantoche de seu vício. Existem fatores bioquímicos envolvidos, que fazem com que a droga seja o principal combustível para a existência do indivíduo.

Prevenir é a melhor escolha

Evitar entrar no ciclo de tentativa de usar drogas é o melhor a ser feito.
Se estamos falando sobre uma pessoa que se encontra no quadro de dependência química e quer prevenir novas recaídas, sugere-se que o paciente mantenha o acompanhamento de profissionais especializados e o apoio de pessoas queridas, que podem ser amigos, familiares.

Como conviver com o prognóstico?

A dependência química geralmente representa um impacto profundo em diversos aspectos da vida do indivíduo e também daqueles que estão ao seu redor.
Dada a sua complexidade, é interessante que os programas de tratamento sejam realmente múltiplos, para atender às diversas necessidades do paciente (aspectos sociais, psicológicos, profissionais), sendo mais eficaz na alteração dos padrões de comportamentos que o levam ao uso da substância, assim como seus processos cognitivos e seu funcionamento social.

Para manter-se livre das drogas, o indivíduo terá que realizar uma série de mudanças em seu estilo de vida.
É recomendado que a pessoa evite locais e situações que sejam associados ao uso da droga, para reaprender sobre outras fontes de prazer (que não as que estejam relacionadas ao consumo).

Geralmente, pessoas com problemas de dependência afastam-se de todas as formas de lazer que tinham antes, hobbies, relacionamentos, etc. É importante retornar à vida anterior ou desenvolver novas formas de lazer. Essa pode ser uma das tarefas mais difíceis no processo de recuperação, mas é possível realizá-la.

Se você é dependente químico ou conhece alguém que está passando pelo processo de superação do vício, convide a pessoa para participar de atividades sociais divertidas e saudáveis, para que ele realmente perceba que pode ser feliz sem o uso da substância!

Qual é a real importância de buscar ajuda de um psicólogo na dependência química?

É importante que o indivíduo com dependência química procure ajuda de psicólogos quando ocorrem situações nas quais a substância está influenciando negativamente a saúde física e/ou rotina, funções acadêmicas e/ou profissionais e as relações interpessoais.

Os critérios do “Manual Estatístico e Mental de Transtornos Mentais”, da Associação Americana de Psiquiatria, e “Classificação Internacional de Doenças”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), são os mais comumente empregados para o diagnóstico dos transtornos relacionados ao uso de substâncias, e esse diagnóstico, primeiramente, só pode ser feito por um conjunto de laudos de profissionais qualificados (médico, psiquiatra, psicólogo).

Vários questionários de autopreenchimento (tais como ASSIST, CAGE, AUDIT) e testes sanguíneos também têm sido empregados, em contexto clínico, com tais fins, mas não podem ser considerados como substitutos de uma cuidadosa entrevista clínica.

Falar sobre o assunto é importante e fazer isso em um ambiente seguro e profissional é de extrema importância.

Tratamento específico para dependência química

O tipo de ajuda mais adequado para cada pessoa depende de suas características pessoais, da quantidade e padrão de uso de substâncias e se o mesmo apresenta problemas de ordem emocional, física ou interpessoal decorrentes desse uso, o que, como mencionado, é muito comum de acontecer.

A avaliação do paciente pode envolver diversos profissionais da saúde, como médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros.

Quando diagnosticada, a dependência química deve contar com acompanhamento a médio-longo prazo para assegurar o sucesso do tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da doença.

Uma das indicações é da Terapia Cognitivo Comportamental, por ser uma abordagem terapêutica estruturada, diretiva, com metas claras e definidas pelo psicólogo e paciente, focada no momento presente e utilizada para tratar diversos comportamentos disfuncionais.

Dependência química tem cura?

Não podemos afirmar que há uma cura para a dependência química. A dependência química é uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão. Porém, essa doença é totalmente passível de tratamento.

Vale ressaltar que além de cessar o consumo, um tratamento eficaz é aquele que consegue auxiliar o indivíduo a retomar o funcionamento produtivo na família, no trabalho, na sociedade e no trabalho.

Sou Joana Santiago – Psicóloga