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Ser mãe é uma mudança radical na vida da mulher, pois mudamos fisicamente, psicologicamente e emocionalmente.

Não é exagero dizer que a relação mãe e filho é uma das mais importantes da vida de todo indivíduo. Por ser o primeiro vínculo estabelecido pela criança, é ela que serve de base e, muitas vezes, que acaba determinando a maneira como vamos lidar com as pessoas em todas as áreas: no trabalho, no amor e nas amizades.

Você já deve ter ouvido inúmeras vezes sobre a importância do relacionamento com as mães. Filmes, novelas, livros e séries retratam isso com diferentes abordagens e a psicologia comprova essa máxima popular. Mas, por que será que devemos nos atentar tanto a esse vínculo? Porque, de fato, ele é determinante. A maneira como estabelecemos essa relação influencia diretamente a pessoa que seremos na vida adulta.

“A atenção materna é de extrema importância para o desenvolvimento psicológico. A mãe é quem oferece o cuidado, o carinho, o aconchego, o acolhimento e a atenção às necessidades do bebê”.

Tendo uma mãe cuidadosa o adulto se torna mais cuidadoso com sua saúde física e mental. São pessoas que se valorizam, pois foram valorizados, conseguem amar, pois foram amados. Os benefícios de manter uma boa relação mãe e filho são importantíssimos para o bem estar psíquico do indivíduo.

É muito comum encontrarmos mulheres que se questionam se são boas mães e esta é uma dúvida que traz consigo alguma dose de angústia e de sofrimento. O desempenho de vários papéis em simultâneo por parte da mulher, tais como de mãe, esposa, profissional, filha, dona de casa, pode trazer uma pressão psicológica excessiva que acaba por gerar sentimentos de falha e culpa.

Ser mãe é ser uma pessoa, uma mulher e como tal importa a sua realização pessoal e a busca do prazer em outras esferas da vida que vão para além da maternidade e que contribuem para a mudança, para a auto-descoberta e em última instância para o crescimento contínuo e renovador da mulher. A maternidade será tanto mais vivida na sua plenitude quanto mais feliz e realizada em outras áreas da sua vida. O investimento que a mãe faz em si enquanto mulher irá servir de modelo para a criança mais tarde, orientando-a na sua forma de relacionar-se consigo, com os outros e com o mundo.

Aspirar a ser a super-mulher e a super-mãe lá de casa que tudo faz e tudo resolve não passam de metas inatingíveis condenadas ao fracasso que apenas geram estresse e angústia. O bom funcionamento da dinâmica familiar não depende exclusivamente da mãe, mas também do pai (tutores envolvidos), mas dos próprios filhos e das condições e circunstâncias de vida. Entenda que quando falo de mãe e pai, não estou atribuindo somente ao casal, mulher e homem, falo dos pais responsáveis pela criação dos filhos.

Ideais de perfeição são conceções irrealistas e inimigas do  bem estar emocional, pois resvalam inevitavelmente em situações de frustração e desilusão. As crianças não precisam de mães perfeitas para as amarem, mas sim de mães suficientemente boas, capazes de aceitar e de amar não só as qualidades pessoais, mas também as limitações e as fragilidades, ensinando os seus filhos a fazerem o mesmo, sem caírem na autocrítica permanente.

O que eu posso dizer para as mães:

Proteja seus filhos com conselhos, com argumentos, guiando, educando com valores, delimitando o bem do mal. Mas deixe que eles tomem decisões, caiam e se levantem. Não proteja demais. Não será uma mãe melhor se tirar o perigo da frente deles. Os problemas sempre vão estar aí, esteja você com eles ou não. Não dá para tirar as pedras do caminho deles, só dá para ensiná-los a evitá-las. Não se sinta responsável por seus fracassos. Eles precisam se equivocar, tomar decisões e lidar com a frustração. Muitas mães tentam ajudar para evitar que seus filhos se sintam frustrados. Terminam os trabalhos do colégio para eles, limpam seus quartos, levam a roupa esportiva que esqueceram em casa… Com isso, educam na irresponsabilidade, a não assumir as consequências de serem esquecidos, pouco organizados ou preguiçosos. Não fique amargurada se seu filho passa por maus momentos, eles vão aprender.

Tente evitar compensar o tempo que não pode passar com eles comprando coisas. Não há nada para compensar. Trabalhar e ter hobbies faz parte da plenitude de uma pessoa e você é mãe, mas também é uma pessoa. Só tente estar presente quando dedicar tempo a seus filhos. Isso significa comunicação, escutar, não pegar o celular enquanto está brincando, comendo e vendo um filme com eles. Deve desfrutar plenamente o que, neste momento, está vivendo com eles. 

Faça com que respeitem seu tempo. Não é uma péssima mãe por ter um tempo para você mesma. Usar o banheiro sozinha e com trinco, ler um tempo sem ser interrompida por vozes do outro quarto, praticar seu esporte ou manter uma conversa privada com quem quiser sem ter seu filho perseguindo-a pela casa. Se educamos os filhos estando sempre disponíveis cada vez que nos procurarem, entenderão que eles merecem sempre nossa atenção e suas necessidades se transformarão em exigências. Eduque-os a ter paciência, saber esperar, que existem outras pessoas que também exigem nossa atenção.

Lembre-se de se valorizar não apenas pela relação que mantém com seus filhos. Você tem valor por muitas outras coisas. É grande, brilhante, imperfeita, engraçada, carinhosa, organizada, leitora, boa amiga, paciente e muitas outras virtudes que podem ter a ver ou não com a ideia de ser mãe.

Lembre-se: há espaço em nossas vidas para todos os tipos de sentimentos, nós apenas precisamos estar dispostas a perceber cada um e como eles nos afetam. Você pode hoje apenas sentir-se bem por vivenciar a felicidade de outras pessoas de forma estimulante para a sua vida. Do jeito que for, eu desejo a você um Feliz Dia das Mães.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

mãe segurando seu bebê recém nascido

Para a maioria das mulheres a gravidez e a maternidade são uma alegria – pelo menos em parte do tempo. Mas a maioria das mães também sente preocupação, decepção, culpa, competição, frustração e até mesmo raiva e medo.

Tornar-se mãe é uma mudança de identidade que além das mudanças físicas, são as psicológicas as mais significativas que uma mulher irá experimentar.

O processo de se tornar mãe, que os antropólogos chamam de “matrescência”, não tem sido explorado de forma ampla na comunidade médica. Em vez de se concentrar na transição de identidade da mulher, a maior parte das pesquisas são focadas no bebê. Mas a história de uma mulher, além de como seu psicológico é afetado, é merecedora de um olhar mais cuidadoso e profissional. É claro que essa transição também é significativa para os pais e parceiros, mas as mulheres que passam pelas mudanças hormonais da gravidez podem ter uma experiência neurobiológica específica.

Quando as pessoas têm mais conhecimento sobre suas emoções, elas podem ter mais controle sobre seus comportamentos. Assim, mesmo quando o foco permanece na criança, compreender a psicologia das mulheres grávidas e as puérperas (período logo após o parto, onde o corpo da mulher passa por uma série de modificações físicas e psicológicas) pode ajudar a promover uma educação mais saudável. Mães com maior consciência de seu estado psicológico podem ser mais empáticas com as emoções de seus filhos.

Conhecer os desafios da maternidade, irá normalizar e validar como as novas mães podem estar se sentindo. Estas são as quatro principais coisas a serem observadas:

Dinâmica da Família em Mudança:

Ter um bebê é um ato de criação. A gravidez é mais do que criar um novo humano, também está criando uma nova família. O bebê é o catalisador que abrirá novas possibilidades para conexões mais íntimas, bem como novas tensões no relacionamento mais próximo de uma mulher com seu parceiro, irmãos e amigos.

Ambivalência:

A psicoterapeuta britânica Rozsika Parker escreveu em “Dividido em dois: a experiência da ambivalência materna” sobre a atração e o desejo de ter uma criança próxima, e também de desejar o espaço (física e emocionalmente) como um fato normal da maternidade. A ambivalência é um sentimento que surge nos papéis e relacionamentos em que a pessoa mais investiu, porque eles são sempre um ato de malabarismo entre dar e receber. A maternidade não é exceção. Parte do motivo pelo qual as pessoas têm dificuldade em lidar com a ambivalência é que é desconfortável sentir duas coisas opostas ao mesmo tempo.

Na maioria das vezes, a experiência da maternidade não é boa nem ruim, é boa e ruim. É importante aprender a tolerar e até se sentir confortável com o desconforto da ambivalência.

Fantasia x Realidade:

Quando chega o bebê, uma mulher já desenvolveu sentimentos sobre seu bebê fantasioso. Conforme a gravidez progride, uma mulher cria uma história sobre seu filho fictício e se torna emocionalmente envolvida nessa história.

As fantasias de gravidez e maternidade de uma mulher são informadas pelas suas observações das experiências da sua própria mãe e de outras parentes e amigas e de sua comunidade e cultura. Elas podem ser poderosas o suficiente para que a realidade desapareça se não se alinhar com sua visão.

Culpa, vergonha e “a mãe boa o suficiente”:

Há também a mãe ideal na mente de uma mulher. Ela é sempre alegre e feliz e sempre coloca as necessidades da criança em primeiro lugar. Ela tem poucas necessidades próprias. Ela não toma decisões que ela lamenta. A maioria das mulheres se compara a essa mãe, mas elas nunca se medem porque ela é uma fantasia. Algumas mulheres acham que “bom o suficiente” não é aceitável, porque soa como se não tivessem realmente dando conta da situação. Mas lutar pela perfeição faz com que as mulheres sintam vergonha e culpa.

As mães se sentirão culpadas porque estão sempre fazendo escolhas desafiadoras e às vezes impossíveis. Às vezes elas são obrigadas a colocar suas próprias necessidades sobre as de seus filhos. A maioria das mulheres não fala sobre se sentir envergonhada porque geralmente é algo que elas não querem que mais ninguém saiba. Vergonha é a sensação de que há algo errado comigo. Isso geralmente é o resultado de se comparar a um padrão irrealista e inatingível.

Quando as mulheres se sentem perdidas em algum lugar entre quem eram antes da maternidade e quem elas acham que deveriam ser agora, muitas se preocupam que algo esteja terrivelmente errado, quando na verdade esse desconforto é absolutamente normal.

Muitas mulheres têm vergonha de falar abertamente sobre suas experiências complicadas por medo de serem julgadas. Esse tipo de isolamento social pode até mesmo desencadear uma depressão pós-parto.

Dar à luz uma nova identidade pode ser tão exigente quanto dar à luz  um bebê. Com a mãe nasce um universo inteiro, de descobertas e presentes singelos que se fazem únicos. Em cada olhar, gesto ou forma de agir diante de situações novas, tudo é primeiro, tudo é curioso. 

Num artigo intitulado “A mãe dedicada comum”, escrito em 1966, o pediatra e psicanalista Donald Winnicott descreveu um estado psicológico especial, um modo típico que acomete as mulheres gestantes no final da gestação e nas semanas que sucedem o parto.

Trata-se, de uma condição psicológica muito especial, de sensibilidade aumentada, que Winnicott chega a comparar a uma doença, que, no entanto, é considerado normal durante esse período. Ele observa também que não é raro um surto psicótico típico nesse período, o que se denomina psicose puerperal.

Esse período inicial da maternidade vai interferir nas suas emoções, no seu corpo, nas suas interações sociais, mas vai passar. Se você tiver com um prejuízo muito grande em sua vida, procure ajuda, vá a sua ginecologista, converse com uma psicóloga, e não deixe de se apoiar nas pessoas de sua confiança.

Se estiver passando por esse turbilhão de emoções, vamos juntas encontrar as respostas?

O que passa na cabeça do homem ao descobrir que será pai.

Descobrir que você vai ser pai pode ser um momento incrivelmente feliz e emocionante, mas pode ser assustador também.

Muitos futuros pais descobrem que estão confusos e preocupados. Você pode estar preocupado em como vai dar conta dessa nova família, como você vai equilibrar seu trabalho, vida social e um bebê, e como se tornar o melhor pai que você pode ser – especialmente se você gostaria de fazer coisas diferentemente do seu próprio pai.

Pensando nessas questões, no post de hoje, vou falar mais sobre os pensamentos compartilhados por muitos homens que acabam de descobrir que serão pais. Vamos lá!

A importância dos pais

As crianças têm um relacionamento único com seus pais. Os pais hoje em dia geralmente fazem muito mais do que os homens nas gerações anteriores. Estar envolvido desde cedo é melhor para o seu relacionamento e para o seu bebê.

As crianças precisam de relacionamentos próximos e estáveis com ambos os pais. Eles se saem melhor quando os pais passam tempo com eles e interagem de uma maneira positiva. Os pais podem ajudar o desenvolvimento de seus filhos através do brincar, sendo um bom modelo e sendo calorosos, amorosos e dedicados.

Mesmo se você não for o pai biológico de uma criança, ser uma figura paterna que lhes dê amor, apoio e envolvimento irá garantir que eles cresçam melhor.

Como será minha vida daqui para frente?

Homens despreparados em lidar com frustrações podem sentir certa angústia com as mudanças ao pensarem em questões como “o futebol de domingo” e “os finais de semana”. Outros possuem uma postura mais segura e veem a situação com alegria e otimismo.

Independente do momento da chegada de um filho (se foi planejado ou não, se o casal é novo demais para constituir família, se estão juntos ou não), ele deve ser encarado com maturidade e o pai deve se preparar para rever seus valores e assumir uma postura que será promissora e responsável para a situação.

Como ficará nossa vida sexual?

Com a chegada de um bebê o corpo da mulher passa por diversas variações, uma delas está relacionada ao interesse sexual durante a gestação. Algumas não sofrem alterações, outras veem sua libido aumentar, e também existem as que perdem esse desejo. Para lidar bem com esse último caso é preciso ter em mente que você não é o responsável pela mudança e não deve se sentir menosprezado ou inseguro.

Após o parto, principalmente durante a quarentena, também é comum que o apetite sexual da sua esposa não esteja nas alturas. O corpo ainda está voltando ao normal, a rotina da casa está se reconfigurando e provavelmente já faz algumas noites que ela não está dormindo bem. Portanto, tenha calma! Deixe sua mulher confortável e mostre a ela que você a ama de qualquer forma. Após alguns dias, o apetite sexual tende a voltar ao normal.

Será que vou ser um bom pai?

Como vou conseguir ter um relacionamento saudável com meu filho? Ele vai gostar de mim? Serei um bom pai? O que fazer para educar meu filho adequadamente?

Esses questionamentos são comuns em todos os pais. Todavia, são dúvidas saudáveis e importantes durante este momento de transição, segundo a psicóloga Margarida. Por isso, repensar atitudes durante os próximos meses pode ser bastante útil para aprimorar suas habilidades como pai. É importante que você:

– Comece a estabelecer prioridades para uma paternidade saudável;
– Mantenha, junto com a mãe do bebê, um relacionamento benéfico a dois, mesmo que não venham a criá-lo como um casal.

Enfim, descobrir que será pai envolve um mix de sentimentos. A paternidade, porém, é momento único na vida de um homem e, se bem vivenciada, proporcionará muitas alegrias e êxitos em sua vida. Assim, aprecie bastante essa etapa e seja um verdadeiro pai para seu filho!

E você, já passou por essa situação de descobrir que será pai? Quais outras questões surgiram na sua cabeça? Compartilhe aqui nos comentários e neste domingo aproveite para curtir seu pai e pegar algumas dicas com ele.