A saúde mental, que já era um dos principais temas debatidos na sociedade moderna, se tornou um tópico ainda mais destacado em meio à pandemia do novo coronavírus e ganha mais força neste mês de prevenção ao suicídio.
Problemas decorrentes da Covid-19, como mortes causadas pela doença, afastamento social, desemprego e incertezas, potencializam sensações de medo, pânico, tristeza, insegurança, ansiedade e depressão.
Quem luta contra os vários fatores que podem levar ao suicídio precisa, antes de tudo, riscar do dicionário verbos como “julgar”, “moralizar” e “reprimir”. A compreensão, o diálogo e a capacidade de ouvir, principalmente ao jovem e ao idoso, podem representar um divisor de águas, não só na relação entre quem tenta ajudar e quem precisa de ajuda, mas também no autoconhecimento daquele que vivencia transtornos, como ansiedade, depressão, síndrome do pânico, entre outros.
É possível prevenir
Suicídio é o ato de tirar a própria vida intencionalmente. Também fazem parte deste comportamento os pensamentos suicidas, planos e tentativas de morte, assim como os transtornos relacionados ao problema.
O suicídio pode ser evitado em mais de 90% dos casos. O Setembro Amarelo é uma campanha criada com o intuito de informar as pessoas sobre o suicídio, uma prática normalmente motivada pela depressão e que deve ter destaque nas mídias durante o ano todo.
É preciso falar sempre!
É comum que os pais evitem falar sobre suicídio com os filhos, na tentativa de minimizar a importância percebida pelo adolescente de um determinado problema que observam, ou mesmo pelo fato de os filhos não darem abertura suficiente para que o assunto seja discutido.
E não são só as crianças e adolescentes que não conversam sobre o assunto: pessoas de qualquer idade podem ter um bloqueio de falar sobre algo tão importante, como se abordar o assunto fosse deixá-lo em evidência na cabeça de quem está depressivo.
Porém, a conversa pode abrir novas perspectivas e até alertar a outra pessoa para tomar medidas mais drásticas para solucionar a situação.
Por isso é tão fundamental que a sociedade como um todo, mantenha as relações e conexões, ainda que virtuais. Perceber nas conversas com outras pessoas, se alguém ao seu redor pode estar sofrendo e/ou em risco para tentativas de suicídio. Esteja atenta aos menores sinais, disposta e preparada para discutir o tema e encaminhar a pessoa para um tratamento que trará um novo olhar sobre a vida e a vontade de prosseguir.
Somente compreendendo a magnitude da campanha, conseguiremos, de fato, mudar vidas todos os dias.
Sou Joana Santiago – Psicóloga