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Quando se trata de relacionamento a dois, conhecer dicas para melhorar a comunicação no relacionamento é como um farol, iluminando o caminho para uma conexão mais profunda e duradoura com seu par.

No texto anterior, falei de como os relacionamentos são a essência da nossa existência, e que para ter um relacionamento saudável requer um compromisso contínuo com o crescimento e a evolução pessoal e interpessoal, mas que para isso é importante ter uma comunicação saudável com o outro.

Em meio ao turbilhão da vida cotidiana, compreender como se comunicar eficazmente e resolver conflitos de forma saudável pode fazer toda a diferença na qualidade do relacionamento. Aqui estão algumas dicas para melhorar a comunicação e lidar com conflitos de forma construtiva:

1. Pratique a Escuta Ativa: Preste atenção total ao que seu parceiro está dizendo, sem interromper ou pensar em sua resposta enquanto ele fala. Isso demonstra respeito e ajuda a evitar mal-entendidos.

2. Comunique-se de forma clara e direta: Evite suposições e ambiguidades. Seja claro sobre seus sentimentos, necessidades e expectativas, de modo que seu parceiro possa compreendê-lo melhor.

3. Use “Eu” em vez de “Você”: Em vez de culpar ou acusar, fale sobre seus próprios sentimentos e experiências usando declarações como “eu me sinto…” em vez de “você sempre…” Isso reduz a defensividade e promove uma comunicação mais aberta.

4. Resolva problemas juntos: Em vez de encarar o conflito como uma competição para ver quem está certo ou errado, trabalhe em equipe para encontrar soluções que satisfaçam ambos os lados.

5. Mantenha o controle emocional: Respire fundo e mantenha a calma durante uma discussão. Se você se sentir muito emotivo, tire um tempo para se acalmar antes de continuar a conversa.

4. Pratique a empatia: Tente entender os sentimentos e perspectivas do seu parceiro. Isso ajuda a construir conexões mais fortes e a resolver os conflitos de maneira mais eficaz.

6. Escolha o momento adequado: Evite discutir assuntos importantes quando um ou ambos estiverem estressados, cansados ou com fome. Escolha um momento em que ambos estejam calmos e disponíveis para uma conversa significativa.

7. Seja flexível: Esteja aberto a compromissos e soluções alternativas. Nem sempre é possível alcançar uma solução que satisfaça completamente as duas partes, então esteja disposto a ceder em alguns pontos.

8. Reconheça e aprecie: Reconheça os esforços do seu parceiro para se comunicar e resolver problemas. Apreciar as qualidades e ações positivas fortalece o relacionamento e cria um ambiente de apoio mútuo.

9. Busque ajuda profissional se necessário: Se vocês estão tendo dificuldades persistentes em se comunicar ou resolver conflitos, considerem procurar aconselhamento de um terapeuta de casal. Um profissional pode fornecer ferramentas e técnicas adicionais para melhorar a comunicação e fortalecer o relacionamento.

Lembre-se de que a prática constante é fundamental para melhorar a comunicação e resolver conflitos de forma saudável. Esteja disposto a investir tempo e esforço em seu relacionamento para colher os benefícios de uma conexão mais profunda e satisfatória com seu parceiro.

Sou Joana Santiago Psicóloga

Os relacionamentos são a essência da nossa existência. Um relacionamento saudável, estimula o bem-estar
e habilidades interpessoais, promovendo amor e convívio agradável.

Os relacionamentos são a essência da nossa existência. Desde os laços familiares até as amizades mais profundas e os romances apaixonados, as conexões interpessoais desempenham um papel fundamental em nossas vidas. No entanto, nem todos os relacionamentos são iguais. Alguns são nutritivos e fortalecedores, enquanto outros podem ser tóxicos e desgastantes. Do ponto de vista da psicologia, um relacionamento saudável é aquele que promove o bem-estar emocional, a autoestima e o crescimento pessoal para todos os envolvidos.

Tudo isso não significa que uma relação boa não tenha problemas. É natural que aconteçam desentendimentos e ciúmes, porém, essas situações costumam ser resolvidas com diálogo e muita compreensão, que são características resultantes de uma boa conexão entre o casal.

Segredos para um relacionamento amoroso saudável

Um dos grandes aspectos que garantem uma relação sadia não está ligado, diretamente, ao casal. Na verdade, ele tem a ver com o autoconhecimento. Ter plena consciência de quem você é e reconhecer suas virtudes, fragilidades e sentimentos é importante para conseguir se relacionar com outra pessoa.

Além disso, é necessário respeitar as individualidades e reconhecer o outro pelo que ele é e não pelo que desejamos que ele seja. Encontrar liberdade para ser verdadeiro dentro de um envolvimento amoroso é primordial.

Ouvir e ser ouvido também são indispensáveis, afinal, o diálogo faz com que todos os sentimentos sejam esclarecidos e o parceiro entenda o que o outro pensa para conseguir se colocar em seu lugar e sentir empatia.

5 sinais de que um relacionamento é saudável

  1. Vocês se comunicam: a comunicação é uma das importantes bases para um relacionamento e, por isso, precisa acontecer com frequência e de maneira respeitosa para manter a conexão entre o casal;
  2. Existe respeito: para existir um relacionamento, são necessárias pelo menos duas pessoas que, em grande maioria, são diferentes. E respeitar essas diferenças é primordial para que a relação seja saudável;
  3. Os problemas são resolvidos: é comum que, a longo prazo, os relacionamentos comecem a passar por problemas, mas resolvê-los de maneira respeitosa e sincera são características de boas relações;
  4. Tem limites: todo relacionamento saudável precisa respeitar os limites que distinguem uma pessoa de outra, garantir sua privacidade e respeitar as diferentes opiniões, perspectivas e sentimentos;
  5. Faz despertar o melhor do outro: de maneira natural, a dinâmica dentro da relação faz com que o “lado bom” de cada pessoa seja aflorado. Juntos, tiram o melhor “eu” de cada um e, assim, crescem juntos.

Relacionamento saudável e a terapia de casal

Por fim, um relacionamento saudável requer um compromisso contínuo com o crescimento e a evolução pessoal e interpessoal. Isso envolve estar aberto ao aprendizado, à mudança e ao perdão. Reconhecer e aceitar as imperfeições do parceiro, assim como as próprias – autoconhecimento, é fundamental para nutrir um vínculo duradouro e significativo.
A terapia de casal é uma ótima alternativa para manter a relação sadia, desenvolvendo as habilidades de boa comunicação, escuta efetiva e administração de conflitos.

Sou Joana Santiago Psicóloga

No relacionamento abusivo não há respeito e compartilhamento da vida, há uma tentativa de controle através da manipulação emocional.

Mais uma vez o programa de televisão BBB 23 da Globo levanta a discussão de um assunto polêmico que afeta as pessoas, e que as partes envolvidas não percebem o que realmente está acontecendo.

Relacionamentos abusivos. Quando esse assunto surge em conversas, em geral, é através de especulações para desvendar a motivação do cônjuge que não consegue deixar o parceiro abusivo.

Afinal, não é uma situação agradável, então qual é a razão para as pessoas continuarem em relacionamentos abusivos?

A pessoa em um relacionamento abusivo pode não compreender as suas próprias razões para permanecer ao lado do cônjuge. Ela tem consciência de que não está sendo bem tratada, mas não consegue terminar a relação, mesmo quando outras pessoas tentam convencê-la a deixar o parceiro.

Assim, quem está de fora tende a achar a situação um absurdo e conclui que a pessoa gosta daquele tipo de relacionamento ou de parceiro. Esse pensamento infelizmente acaba corroborando para a estigmatização de vítimas de relações tóxicas, dificultando ainda mais a sua saída desses relacionamentos.

Um relacionamento abusivo pode acontecer com qualquer pessoa. Pessoas lindas, divertidas, de bem com a vida, instruídas, saudáveis… Mulheres fortes e bem resolvidas. Sim, você poderá encontrar todos esses atributos em uma vítima de relação abusiva.

Começamos com esse ponto porque a quebra do estereótipo é a premissa dessa conversa. Precisamos dissociar a violência doméstica de cenários e ações quase pejorativas.

1. Excesso de “amor”

Pode parecer paradoxal, mas é algo comum nos relatos de relacionamentos abusivos. O abusador tem um certo padrão de comportamento. E, nesse padrão, a capacidade de sedução aparece em destaque.

O abusador pode ser um sujeito extremamente romântico, gentil, vorazmente apaixonado. Ele é capaz de erguer um impressionante pedestal e colocar sua escolhida no topo, alimentando a autoestima feminina de modo singular.

Manifestações exageradas, “provas de amor” e grandes declarações são lindas, todos sabemos disso! Mas saiba enxergar quando elas são espontâneas e quando estão ali para desviar nossa atenção.

2. Ele quer que você mude

Outra característica de um relacionamento abusivo é a imposição, sutil ou não, de mudanças no comportamento.

Não estamos falando de críticas construtivas, que emergem em diálogos francos. É claro que a pessoa que vive com você pode lhe sugerir novos hábitos, lhe instigar a explorar novos gostos. Isso é aprendizado, crescimento, evolução!

Diante de uma proposta de mudança, pergunte-se, sempre, o que ela/ele faria por você. O quanto ela/ele reflete seus valores, suas buscas, sua identidade. Não se encaixa no ideal do outro a qualquer custo. Se você precisa mudar tanto, a ponto de se anular, é porque você não é a pessoa que seu parceiro procura. Nem ele é a pessoa que você poderá chamar de parceiro.

3. O relacionamento abusivo é uma teia

Essa é uma das metáforas mais recorrentes em relatos de relacionamentos abusivos. É interessante pensarmos sobre ela, pois, de fato, a compreensão da teia nos aproxima da experiência de quem se vê enredada por laços quase invisíveis, mas que paralisam.

Tudo isso para assumirmos que, sim, teias são difíceis de serem detectadas. Perdoe-se, se cair na armadilha e lembre-se de que você é humano. E, se cair, peça ajuda para se levantar.

4. Superproteção pode ser sinal de relacionamento abusivo

Essa é uma das linhas da teia. A superproteção pode parecer um cuidado bonito, generoso. No início soará como um zelo, que reflete carinho e preocupação.

É com o tempo que a superproteção mostra seu lado nefasto. A atitude solícita se transforma numa arma de chantagem ou depreciação. De repente, o préstimo é usado pelo abusador como prova da incapacidade da vítima, demonstração de sua inépcia em realizar tarefas simples ou saber desviar de perigos.

É importante manter independência financeira, não abandonar preferências e amizades por juízo alheio. Quem cuida, respeita. E quem ama, admira.

5. Agressão verbal e violência psicológica

O relacionamento abusivo é uma gangorra. Ora o agressor é gentil, encantador, um apaixonado. Essa face positiva é que torna o jogo emocional complexo. Afinal, quando a humilhação parte daquele que tanto ama, ela ganha ares de razão.

As agressões e violência moral de um relacionamento abusivo podem surgir em forma de xingamentos. Mas nem sempre elas são tão claras. Comentários sutis são ainda mais poderosos, porque minam as defesas e perturbam a interpretação objetiva.

Portanto, fique alerta se notar que o parceiro:
. faz pouco caso de suas conquistas;
. ridiculariza suas opiniões e gostos;
. afirma que apenas ele pode lhe amar e aceitar, do jeito que é;
. pede que você se afaste de amigos ou familiares;
. faz você se sentir culpada pelas reações agressivas dele;
. grita ou desconta a raiva em objetos;
. alega que teve uma atitude desequilibrada porque estava estressado ou bêbado;
. manifesta ciúmes com muita frequência e por bobagens;
. vigia seus hábitos, conversas e redes sociais;
. controla sua vida financeira;
. proíbe que use alguma roupa ou ande com determinada companhia;
. vive pedindo desculpas, dizendo que vai mudar, mas não altera o padrão de comportamento;
. faz você acreditar que é responsável por ele (sua “salvadora”);
. diz que você está “louca” quando o coloca em xeque ou o contraria, fazendo com que você questione a própria sanidade e capacidade de analisar as situações;
. consegue impor suas vontades, inclusive forçando o sexo;
. lhe deixa insegura, com medo, constantemente infeliz e com a autoestima ferida.

6. Ameaças e chantagens

As ameaças no relacionamento abusivo são parte da violência física ou emocional. As insinuações de danos à vítima podem ser de ordem psicológica, apelando para a culpa, vergonha, abandono. Chantagens emocionais são extremamente perigosas e paralisantes. Mas a ameaça pode ser física, chegando ao cúmulo de frases como “se não for minha, não será de mais ninguém”.

Quanto mais frágil a identidade da vítima, mais o relacionamento abusivo conquista território. A violência física pode ser o ápice, a evidência incontestável, mesmo não sendo a única que machuca e traumatiza.

Busque ajuda

Se você se identificou com alguns dos sinais, está na hora de repensar a sua relação. É preciso entender onde o relacionamento começa e onde você começa, ou seja, dê valor a sua saúde psicológica, emocional e física. 

Procure tratamento psicológico para entender melhor o que fazer e como lidar com as circunstâncias. É possível aprender a gerenciar a situação e entender os padrões e gatilhos, além de lidar com os traumas deixados pelo relacionamento tóxico.


Há casos em que a terapia de casal pode ser eficiente para as partes aprenderem a lidar com a situação. Porém, na relação abusiva, é comum que o agressor não queira ceder seu “poder” sobre o outro, e, nesses casos, a solução é manter distância emocional e fisicamente.

Não tenha receio de procurar ajuda. É um ato de coragem.
Sou Joana Santiago – Psicóloga

A psicoterapia de casal é um recurso terapêutico que os casais podem buscar quando identificam que precisam de auxílio para lidar com questões que estão interferindo negativamente em seu relacionamento afetivo.

Muitas vezes, a rotina e os problemas em família (filhos, finanças, trabalho…), somados à falta de compreensão e de respeito pela individualidade do outro, fazem com que os companheiros percam a capacidade de diálogo. Divergências de pensamento e diferentes visões de mundo, quando muito acentuadas, podem acabar levando uma relação à crise.

A psicoterapia de casal pode ser considerada uma forma de acolhimento, num ambiente neutro, onde o casal pode expor suas questões, desabafar e construir saídas para as dificuldades e impasses.

Aquelas longas conversas, que comumente acabam em brigas e acusações, são facilitadas através da psicoterapia. O psicólogo, então, passa a fazer o papel de mediador, e de forma cuidadosa, elabora questionamentos e induz à reflexão, permitindo que o casal saia da zona de conflito e parta para a busca de soluções.

As sessões costumam ocorrer semanalmente, mas dependendo do caso e das limitações do casal – sejam elas financeiras, profissionais ou familiares – , também pode ser que os encontros ocorram quinzenalmente. 

– Mas, e quando o casal já atingiu um nível de desentendimento que não cessa nem durante a psicoterapia?

Nesse caso, o terapeuta pode sugerir que algumas sessões sejam realizadas individualmente, para tratar questões pontuais e, só depois, voltar a reunir o casal para dar continuidade à psicoterapia em conjunto. De todo modo, a psicoterapia de casal é uma oportunidade de perceber que, diferente do que se pensa, nem sempre há falta de comunicação, mas um jeito equivocado de se comunicar.

Psicoterapia de casal e suas técnicas

Este é um ponto importante sobre a dinâmica da psicoterapia a dois: a tentativa de desenvolvimento de um diálogo construtivo, com uma linguagem clara e respeitosa, com a percepção de escolha do melhor momento e lugar para a conversa, do tom de voz certo e, principalmente, com uma escuta atenta e jamais deslegitimando o sentimento e as falas do outro.

Infelizmente, o conceito de comunicação não-violenta ainda não está plenamente desenvolvido e, sequer, sua prática. E é muito comum entre casais essa violência verbal, que é onde, geralmente, todo o conflito se inicia. Por isso, a psicoterapia se faz necessária para mostrar que é possível comunicar-se positivamente, já que este é um dos alicerces mais importantes do relacionamento.

A psicoterapia só serve para casados?

A psicoterapia serve tanto para casais em união estável, namorados que moram juntos, ou, de fato, casados. Não é necessário ter uma formalização civil para fazer o acompanhamento. Trata-se de uma forma saudável e madura de tentar lidar com as diferenças e buscar um maior companheirismo na relação, ou mesmo trabalhar com um possível processo de separação/divórcio de forma amigável.

Casais separados que têm filhos podem fazer psicoterapia em conjunto. Contudo, nesses casos, o objetivo não será mais trabalhar as insatisfações e questões do relacionamento a dois. Mas sim, será uma psicoterapia parental ou familiar, onde os objetivos se voltam mais para a orientação dos pais em relação à educação dos filhos.

Como saber quando é hora de procurar ajuda?

A psicoterapia de casal é recomendada quando o relacionamento conjugal está passando por conflitos, em que ambos os parceiros não estão conseguindo administrar sozinhos e que, por conta disso, outros setores da vida vêm sendo afetados significativamente, prejudicando o bem estar e a qualidade de vida dos envolvidos.

O ideal é que o casal procure pela psicoterapia ainda no início do conflito. Quando os dois percebem que os problemas vêm se tornando repetitivos, assim como quando buscamos a psicoterapia individual. A psicoterapia de casal evita agravantes como a mágoa e o ressentimento, além de sintomas e doenças nos próprios parceiros e até nos filhos.

A psicoterapia de casal oferece acolhimento e ambiente propício para o casal desabafar, colocar as questões que afligem cada um e buscar, juntos, saídas para os seus problemas e sofrimentos.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Apesar de ser pouco falado, pesquisas indicam que a traição é mais recorrente nos relacionamentos do que se imagina.

A traição acontece quando alguém nos decepciona, quebrando uma expectativa ou regra estabelecida em relacionamentos amorosos. Além de prejudicar a relação, essa quebra de confiança pode trazer sentimentos negativos como raiva, tristeza, culpa e baixa autoestima.

A traição é uma perda. E, assim como o luto, há um processo psicológico de pesar que todos precisam passar para seguir em frente.

As experiências traumáticas de separação, traição e culpa são diferentes para cada pessoa. Seja como for, no momento em que há uma ruptura brusca da confiança, projetos, expectativas e sonhos são violentamente alterados. Isso faz com que o equilíbrio emocional e psicológico fique vulnerável a danos de médio a longo prazo.

A mente de quem é traído

Quando a traição acontece (e todos nós estamos sujeitos ou propensos a isso), tendemos a nos sentir TRAÍDOS, mas no sentido amplo da palavra, não só pela questão sexual, mas, principalmente, pela confiança e potencial destruição de projetos de vida elaborados em conjunto. Ou seja, por todos os bons momentos vividos ao longo da relação. Os estudos têm apontado (e tenho verificado isso diariamente no meu consultório) que quem é traído fica muito mais magoado pela descoberta da capacidade que o outro teve de arriscar todo um projeto de vida feito a “dois” por uma aventura qualquer. Mais ainda, por subestimar suas habilidades ao ponto de achar que nada daquilo seria descoberto. A pessoa traída costuma se sentir um lixo. Isso afeta toda sua vida, pois desconstrói todo um passado vivido. Detona toda a expectativa de futuro e dias melhores, mesmo que a relação siga em frente. Toda essa desconstrução causada pela traição dói exacerbadamente. Isso ocorre, pois, devido a decepção você passa a perceber que não conhecia seu companheiro tão bem como pensava. A partir daí você passa a sentir raiva não só de quem lhe traiu, mas também passa a sentir raiva de si e pode até considerar que – de alguma forma – você também é responsável por isso.

“A pessoa traída pode responder à traição de diversas maneiras. A sua forma de enxergar a situação depende do sentimento nutrido pelo parceiro e do estado do relacionamento. No entanto, mesmo que esteja péssimo, saber que foi traído nunca é fácil.”

A traição simboliza quebra de confiança e ausência de respeito com o próximo. Afinal, existem maneiras de melhorar o relacionamento e de terminá-lo sem causar tamanho sofrimento emocional ao próximo. Então, por que o parceiro escolheu machucá-lo dessa forma?

Quando a infidelidade acontece, o traído passa por um período de luto. Como algo muito importante é perdido, o pesar é semelhante ao de quando alguém amado morre. As emoções são tão intensas que podem causar um trauma emocional. 

Além disso, as crenças da pessoa traída em relação aos relacionamentos podem sofrer mudanças radicais. Ela pode passar a desacreditar no amor, não ver mais sentido no casamento ou em relacionamentos longos, ou crer que é impossível confiar em alguém de verdade. Seus sonhos, planos para o futuro e expectativas também são danificadas bruscamente. 

A mente de quem trai

A infidelidade geralmente é vista como coisa de pessoas imorais, más, insensíveis. Mas estudos têm mostrado que a verdade por trás de traições é mais complexa do que pode parecer. Para começar, traição não envolve só sexo. Quando se trata de infidelidade puramente sexual, a ocorrência média observada em estudos é de cerca de 20% dos casais. No entanto, a taxa aumenta para cerca de um terço dos casais quando se inclui infidelidade emocional. Muitos infiéis usam o sexo para satisfazer suas necessidades emocionais que não são atendidas. É por isso que se refugiam em uma situação onde acreditam que irão resolver essa necessidade, quando, na verdade, isso não acontece. Só aumentam a frustração e o desconforto.

Por sentirem desejo por outras pessoas, por monotonia ou por falta de paixão no próprio relacionamento, essas pessoas procuram por novas sensações. Elas decidem trapacear sem expressar essa necessidade aos seus parceiros. Porém, há algumas características que se encaixam na maioria dos casos de infidelidade:

Ciúme frequente:  É uma contradição, mas isto ocorre. Os infiéis sentem que cometeram um erro e que o comportamento deles não foi correto. Eles mentem para os seus parceiros, e isso produz neles uma espécie de medo de que seu parceiro faça o mesmo, o que pode levar a um ciúme doentio. Algo que só existe na imaginação dos infiéis pela consciência culpada que os atormenta.

Emoções instáveis:  As emoções passam a ser instáveis, muito extremas. O infiel facilmente se torna agressivo, controlador, inventa coisas que não existem. Isso só mostra o conflito mental que o infiel tem em sua cabeça e acaba por expressar emocionalmente.

Necessidade de dependência:  O infiel, de repente, passa a depender de que sua parceira lhe diga o quanto ela precisa dele, o quanto ela o ama. Isto cria uma grande dificuldade na relação, causando estranheza. A parceira ou parceiro poderá começar a se sentir oprimido e desconfiado.

Ideias contraditórias sobre o amor: A infidelidade tende a mudar o conceito do que era, até então, estabelecido como amor. A pessoa começa a ter ideias para reviver a paixão sexual com seu parceiro, talvez experimentar coisas novas. O infiel começará, provavelmente, a mudar a maneira de ver as relações e começa a considerar a possibilidade de um relacionamento aberto ou de alguma outra forma. Preste atenção a estes sinais!

Apego e busca de companhia: Se a relação é quebrada pela infidelidade, o infiel, fervorosamente, sai à procura de outro parceiro. Há pessoas que precisam ter uma companhia para poderem ser infiéis.

Essas pessoas não procuram relações liberais. As consequências, novamente, serão o ciúme, a traição e o mesmo círculo vicioso de antes. Este tipo de relação não é nada saudável.

É possível perdoar um parceiro infiel? 

O processo de superação da traição tende a ser longo para a maioria das pessoas. Dependendo das reações da pessoa traída, pode ser menos dolorido e demorado. Porém, dificilmente é feito sem, pelo menos, um pouco de dor emocional. 

Como  mencionei, são várias as razões que motivam as pessoas a serem infiéis. Apesar de termos o desejo de ver quem trai com maus olhos, é preciso lembrar que todos nós somos passíveis de cometer erros. Nem sempre a pessoa que trai quer arruinar a vida do parceiro ou fazê-lo sofrer. 

São muitas as perguntas que rodeiam a infidelidade nos relacionamentos. 

A verdade é que não existe uma resposta universal, capaz de satisfazer todas as pessoas que já foram traídas. Aceitar ou não que foi traído bem como perdoar ou não o parceiro são decisões que devem ser analisadas com calma, levando em consideração as emoções e os planos para a relação. 

Perdoar não é o mesmo que conceder permissão ao parceiro para trair ou aceitá-lo de volta em sua vida. O perdão beneficia quem foi traído porque promove a libertação de emoções e de sentimentos desagradáveis, os quais fortalecem o apego da pessoa à situação dolorosa.

Além disso, quem perdoa o parceiro infiel tem todo o direito de expressar as suas preocupações e fazer mudanças (sensatas) na dinâmica do relacionamento até que a ferida seja curada. 

Apenas não é legal aceitar o parceiro de volta e torturá-lo emocionalmente, fazendo-o sofrer por ter escolhido trair. É preciso ser honesto tanto consigo mesmo quanto com o outro ao perdoar. A vingança pode soar atraente na hora, mas não é o caminho certo para reconstruir a confiança perdida.

Se ambos os parceiros não têm essa intenção, a melhor decisão pode ser terminar o relacionamento. Ser traído certamente não diminui as oportunidades de reencontrar o amor de ninguém.

Agora, se quem traiu foi você, pedir perdão por ter causado sofrimento e conversar com sinceridade com o parceiro ou a parceira é a atitude mais honrosa nessa situação.

Caso seja muito difícil encontrar uma solução, é possível fazer terapia para descobrir a opção menos agressiva para a sua saúde mental. Conversar com um psicólogo também pode fazê-lo se sentir melhor, seja você o traído ou quem traiu.

O que você pensa sobre a infidelidade? Você pode acrescentar algo mais a este artigo sobre infidelidade? Esperamos as suas respostas e as suas opiniões sobre o tema.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Para manter um grande amor ou vivenciar um relacionamento de maneira mais profunda, é preciso compreender,  sem tabus, como as trocas afetivas funcionam.

Dia dos namorados chegando, nossas expectativas no parceiro aumentando, ansiedade para surpresas lá no alto… mas, como a vida real não é como os contos de fadas, em que a história termina antes dos problemas, das brigas e do desgaste do relacionamento a dois. Em contos de fadas, não dá para saber o que acontece depois do famigerado “felizes para sempre”.

Na verdade, não existe apenas uma data ou maneiras de manter um namoro ou casamento feliz, já que cada pessoa é única, com suas características e personalidade, e também espera e cobra coisas diferentes em um relacionamento.

Na vida a dois, existe excesso de trabalho, preocupações domésticas, educação dos filhos e pouco tempo disponível para o diálogo. E manter a saúde do relacionamento a dois, em meio a tantos desafios, é um exercício diário de paciência.

Lidar com a rotina não é fácil. Combater os efeitos da monotonia no relacionamento é um trabalho que exige dedicação e esforço de ambas as partes. No entanto, nada está perdido quando existe amor.

Por isso, separei aqui algumas dicas de como melhorar o relacionamento amoroso, mesmo em meio às turbulências da vida moderna. Confira!

Confie no outro

A confiança é a base de um relacionamento sólido. Se você escolher namorar ou casar com aquela pessoa, precisa confiar em sua conduta.

Quem confia, não precisa ficar tirando provas e conferindo tudo o que o outro diz, pois simplesmente aceita como verdade.

A confiança evita brigas por motivos de ciúmes, que vão desgastando o relacionamento com o passar do tempo.

Não guarde mágoas

Sabe aquela resposta que seu parceiro te deu e você não gostou? Pois então, não feche a cara e fique magoado sem dizer nada. A solução é dialogar! Isso vale para pequenas e grandes insatisfações.

Em um relacionamento, os dois precisam se sentir confortável para conversar abertamente sobre coisas que estão desagradando e precisam melhorar. Guardar um sentimento de tristeza e decepção não fará nada bem para os dois!

Nesse sentido, um psicólogo pode ajudar muito. Às vezes, as pessoas têm dificuldades para falar sobre seus sentimentos e expor suas opiniões dentro de um relacionamento. Se esse é o caso, a Terapia de Casal é uma boa opção.

Por meio dela, o papel do psicólogo é auxiliar o casal a ter um diálogo saudável, resolver seus problemas e estabelecer regras de convivência que melhoram muito o relacionamento.

Mantenham momentos individuais

Ficar junto de quem se ama é muito bom, mas também é preciso manter um tempo para as individualidades. Estabeleça, pelo menos, um momento na semana para cada fazer algo que goste sozinho, sem a companhia do parceiro. Vale sair com os amigos, praticar um esporte, fazer compras ou assistir um filme específico.

Muitas vezes, em relacionamentos, tendemos a deixar de lado nossos prazeres individuais. E isso não é nada bom, pois começamos a cobrar dos nossos parceiros essa satisfação que perdemos por conta própria. Lembre-se: para fazer alguém feliz, é preciso conseguir se fazer feliz!

Não idealize o seu par ou seu relacionamento

Pessoas têm defeitos e isso é um fato com que todos devem aprender a lidar. Muitas vezes, as pessoas idealizam um modelo e querem que seu parceiro, ou até mesmo seu relacionamento, se encaixe perfeitamente nele.

É importante dedicar um tempo para observar as qualidades do outro. Não compare seu relacionamento com o dos outros, pois a grama do vizinho quase sempre parecerá mais verde, exceto para o próprio vizinho.

Em vez de criticar as imperfeições, procure beleza nas ações de seu parceiro. Se ele é um pouco bagunceiro e se atrapalha na cozinha, que tal achar essa inaptidão fofa, em vez de incômoda?

Quanto mais você conhece uma pessoa, mais defeitos serão descobertos, mas também aparecerão mais qualidades. Só depende de você prestar a atenção nas coisas certas e, claro, conversar quando algo realmente não lhe agradar (como falei na primeira dica).

Saia da rotina

Relacionamentos longos costumam entrar em um ciclo de estabilidade, rotina e programas repetidos. Com isso, o namoro ou casamento vai se tornando algo chato e monótono. Saia fora dessa! Invente programas diferentes para fazer em casal e tenha noites ou finais de semanas divertidíssimos.

Boas opções são jantares em restaurantes diferentes, cozinhar algo exótico juntos em casa, sair para um passeio em um lugar que nenhum dois tenham ido, fazer um acampamento, iniciar um curso ou atividade juntos, ou fazer breves viagens.

O importante não é fazer alguma atividade cara e sim o momento diferente que vocês vão passar juntos!

Expresse seus sentimentos

Agrados, carinhos, declarações. As expressões dos sentimentos sempre são bem-vindas e renovam o amor entre o casal. Mesmo depois de muito tempo juntos, reserve um tempinho e escreva um cartão dizendo o porquê você o ama e tudo que admira em seu parceiro.

Pode ser em uma data especial ou, simplesmente, em um dia qualquer.

A pessoa que se sente amada e valorizada é mais feliz. Por isso, demonstre seus sentimentos, fale o quanto você ama, elogie a sua aparência e as suas atitudes. Autoestima dentro de um relacionamento é muito importante para o bem-estar de cada um.

Desejo um Feliz Dia dos Namorados para todos os casais!

Sou Joana Santiago – Psicóloga