Transtorno alimentar é uma condição de saúde mental que afeta os hábitos alimentares e a autoimagem.

Transtornos alimentares ou distúrbios alimentares são alterações nos hábitos alimentares associados a conflitos emocionais. Embora nem todos os casos sejam graves, essas condições podem afetar o funcionamento físico, psicológico e social na ausência de tratamento adequado.

Junto aos transtornos alimentares, ainda há a associação de pensamentos e emoções de angústia.

Se contabilizarmos todos os tipos de transtornos alimentares, é possível concluir que uma grande parcela da população convive com eles.

Um estudo científico publicado no International Journal of Eating Disorders, constatou que houve um aumento de 48% nas internações por conta dos transtornos alimentares na pandemia. 

Existe uma incidência maior em pessoas do sexo feminino, mas isso não quer dizer que homens também não sofrem com essa condição. 

Geralmente, os TAs são associados com preocupações acerca da comida, peso e forma do corpo.

Tudo isso pode ser intensificado com o padrão de corpo perfeito que é imposto nos dias atuais. Vale destacar que há algum tipo de preocupação das marcas em desconstruir esse padrão, mas nada ainda é definitivo.

Alguns dos principais sintomas dos transtornos alimentares são:

  • ansiedade;
  • baixa autoestima;
  • compulsão alimentar;
  • purgação por vômito;
  • uso de laxantes;
  • exercícios físicos compulsivos;
  • comer com restrição.

Tipos de distúrbios alimentares

Entre os principais tipos de distúrbios alimentares podemos encontrar:

  • Anorexia nervosa;
  • Bulimia;
  • Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA);
  • Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP);
  • Vigorexia.

Causas dos transtornos alimentares

Comer compulsivamente ou perder a fome a ponto desse comportamento comprometer seriamente a saúde pode ter uma série de causas.

A comida é refúgio para aquelas pessoas que apresentam dificuldade de verbalizar seus problemas, seja por medo ou por timidez. Problemas como depressão, ansiedade e situações de violência também podem desencadear quadros de transtorno alimentar.

Fortes impactos emocionais, como falecimento de um ente querido, separação, decepções amorosas ou perda de emprego, também podem desencadear problemas relacionados com transtornos alimentares.


O Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM) incluiu os transtornos alimentares em sua lista em 1994. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 4,7% da população brasileira apresenta algum tipo de transtorno deste tipo, como anorexia, bulimia e compulsão. Este problema atinge mais os jovens com idades entre 14 e 18 anos.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico dos transtornos alimentares é feito pelo psicólogo ou médico psiquiatra.

São analisados os hábitos alimentares, as crenças pessoais e o impacto dos hábitos na saúde física do indivíduo.

No caso de crianças e adolescentes, as observações dos pais são fundamentais para chegar a uma conclusão. Pacientes nessas faixas etárias possuem dificuldade para compreender o significado de seus comportamentos e relatar o que está incomodando ao profissional.

A perda significativa e rápida de peso em crianças e adolescentes pode trazer graves consequências para a saúde. Por essa razão, assim que os pais identificarem algo atípico nos hábitos alimentares e na maneira como os filhos se referem a si mesmos, já podem consultar um profissional.

O diagnóstico precoce favorece o tratamento e reduz os riscos à saúde como um todo.

O tratamento

O tratamento é multidisciplinar, envolve Nutricionista, Endocrinologista, Psicólogo e Psiquiatra. A equipe precisa acompanhar o paciente e sua evolução constantemente.

Embora os sintomas dos transtornos alimentares sejam físicos, muitos deles são causados por problemas psicológicos, a partir de traumas e pensamentos negativos sobre o próprio corpo.

Por esse motivo, além do acompanhamento com médicos e nutricionistas, a psicoterapia é fundamental para a melhora de uma pessoa nessas condições.

O psicólogo é capaz de entender quais são os motivos pelos quais essas pessoas possuem baixa autoestima e, então, busca trabalhar essas questões, a fim de ressignificar esse sentimento e estimular a autoaceitação.


Sou Joana Santiago – Psicóloga