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Não é assunto só de adulto: infelizmente, o transtorno alimentar infantil também é uma realidade.

Os transtornos alimentares em crianças e adolescentes representam um desafio significativo para profissionais de saúde e familiares, pois podem afetar não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e psicológico desses jovens. 

Muitas vezes associada a problemas de autoestima e ansiedade, a compulsão alimentar pode aparecer ainda na infância. As principais características são o consumo de grandes quantidades de alimento em pouco tempo (principalmente doces e carboidratos simples), o sentimento de culpa em relação à comida e o costume de comer escondido. Depois de comer muito, é comum que a criança ou adolescente se sinta estufada, desconfortável. Além disso, ela pode manifestar tristeza ou vergonha depois de ter comido tanto.

Um dos transtornos mais comuns nessa faixa etária é a anorexia nervosa, caracterizada por uma preocupação excessiva com o peso e uma restrição extrema de alimentos. Esse comportamento pode levar à sérias complicações de saúde, como desnutrição, comprometimento do crescimento e distúrbios hormonais.

Além disso, é outra condição preocupante. Nesse transtorno, os jovens alternam períodos de compulsão alimentar, em que consomem grandes quantidades de comida em um curto espaço de tempo, com episódios de purgação, como vômitos ou uso excessivo de laxantes. Esses comportamentos podem resultar em problemas gastrointestinais, desequilíbrios eletrolíticos e danos ao esmalte dentário. É crucial que os profissionais de saúde estejam atentos a sinais precoces desses transtornos para intervir rapidamente e fornecer o suporte necessário.

Distúrbio alimentar infantil é diferente de transtorno alimentar:
Apesar de muitas vezes serem usados como sinônimos, os distúrbios alimentares estão mais ligados a questões fisiológicas do que psicológicas. Ou seja, podem estar associados a questões do sistema nervoso central – como a hipersensibilidade, comum em pessoas com autismo.

Os fatores que contribuem para o desenvolvimento de transtornos alimentares em crianças e adolescentes são complexos e multifacetados. Pressões socioculturais, padrões irrealistas de beleza, bullying e questões familiares podem desempenhar papéis significativos. Promover uma imagem corporal positiva, incentivar hábitos alimentares saudáveis e manter uma comunicação aberta com os jovens são estratégias importantes na prevenção desses transtornos. O envolvimento ativo dos pais e educadores na promoção de uma cultura de aceitação e respeito pelas diferenças individuais também desempenha um papel crucial na prevenção e tratamento dessas condições.

Como tratar o transtorno alimentar infantil?

O tratamento dos transtornos alimentares em crianças e adolescentes geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, com a colaboração de médicos, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais de saúde mental. A terapia cognitivo-comportamental é frequentemente empregada para modificar padrões de pensamento disfuncionais relacionados à alimentação e à imagem corporal. Além disso, o apoio emocional e a educação dos pais são fundamentais para fortalecer o suporte social e familiar, contribuindo para a recuperação desses jovens e a promoção de um relacionamento saudável com a alimentação e o corpo.

Sou Joana Santiago Psicóloga

Transtorno alimentar é uma condição de saúde mental que afeta os hábitos alimentares e a autoimagem.

Transtornos alimentares ou distúrbios alimentares são alterações nos hábitos alimentares associados a conflitos emocionais. Embora nem todos os casos sejam graves, essas condições podem afetar o funcionamento físico, psicológico e social na ausência de tratamento adequado.

Junto aos transtornos alimentares, ainda há a associação de pensamentos e emoções de angústia.

Se contabilizarmos todos os tipos de transtornos alimentares, é possível concluir que uma grande parcela da população convive com eles.

Um estudo científico publicado no International Journal of Eating Disorders, constatou que houve um aumento de 48% nas internações por conta dos transtornos alimentares na pandemia. 

Existe uma incidência maior em pessoas do sexo feminino, mas isso não quer dizer que homens também não sofrem com essa condição. 

Geralmente, os TAs são associados com preocupações acerca da comida, peso e forma do corpo.

Tudo isso pode ser intensificado com o padrão de corpo perfeito que é imposto nos dias atuais. Vale destacar que há algum tipo de preocupação das marcas em desconstruir esse padrão, mas nada ainda é definitivo.

Alguns dos principais sintomas dos transtornos alimentares são:

  • ansiedade;
  • baixa autoestima;
  • compulsão alimentar;
  • purgação por vômito;
  • uso de laxantes;
  • exercícios físicos compulsivos;
  • comer com restrição.

Tipos de distúrbios alimentares

Entre os principais tipos de distúrbios alimentares podemos encontrar:

  • Anorexia nervosa;
  • Bulimia;
  • Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA);
  • Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP);
  • Vigorexia.

Causas dos transtornos alimentares

Comer compulsivamente ou perder a fome a ponto desse comportamento comprometer seriamente a saúde pode ter uma série de causas.

A comida é refúgio para aquelas pessoas que apresentam dificuldade de verbalizar seus problemas, seja por medo ou por timidez. Problemas como depressão, ansiedade e situações de violência também podem desencadear quadros de transtorno alimentar.

Fortes impactos emocionais, como falecimento de um ente querido, separação, decepções amorosas ou perda de emprego, também podem desencadear problemas relacionados com transtornos alimentares.


O Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM) incluiu os transtornos alimentares em sua lista em 1994. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 4,7% da população brasileira apresenta algum tipo de transtorno deste tipo, como anorexia, bulimia e compulsão. Este problema atinge mais os jovens com idades entre 14 e 18 anos.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico dos transtornos alimentares é feito pelo psicólogo ou médico psiquiatra.

São analisados os hábitos alimentares, as crenças pessoais e o impacto dos hábitos na saúde física do indivíduo.

No caso de crianças e adolescentes, as observações dos pais são fundamentais para chegar a uma conclusão. Pacientes nessas faixas etárias possuem dificuldade para compreender o significado de seus comportamentos e relatar o que está incomodando ao profissional.

A perda significativa e rápida de peso em crianças e adolescentes pode trazer graves consequências para a saúde. Por essa razão, assim que os pais identificarem algo atípico nos hábitos alimentares e na maneira como os filhos se referem a si mesmos, já podem consultar um profissional.

O diagnóstico precoce favorece o tratamento e reduz os riscos à saúde como um todo.

O tratamento

O tratamento é multidisciplinar, envolve Nutricionista, Endocrinologista, Psicólogo e Psiquiatra. A equipe precisa acompanhar o paciente e sua evolução constantemente.

Embora os sintomas dos transtornos alimentares sejam físicos, muitos deles são causados por problemas psicológicos, a partir de traumas e pensamentos negativos sobre o próprio corpo.

Por esse motivo, além do acompanhamento com médicos e nutricionistas, a psicoterapia é fundamental para a melhora de uma pessoa nessas condições.

O psicólogo é capaz de entender quais são os motivos pelos quais essas pessoas possuem baixa autoestima e, então, busca trabalhar essas questões, a fim de ressignificar esse sentimento e estimular a autoaceitação.


Sou Joana Santiago – Psicóloga