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A vacinação em massa é a materialização da esperança, de que a vida possa voltar parcialmente ao que era antes.

A humanidade já passou no decorrer da história vários períodos em que surtos de novas doenças causaram uma quantidade enorme de vítimas. Desde a primeira grande pandemia que temos registro, a peste negra, que ocorreu no período de 1347 a 1351 e que matou em torno de 75 milhões de pessoas, até a epidemia da AIDS, com outros milhões de mortes. De forma geral, nestes momentos temos um quadro de eventos que normalmente a sociedade e governos não estão preparados para tratar, e normalmente a resposta a estas epidemias são lentas, causando pânico entre a população.

No Brasil todos os municípios já reportaram casos. A grande presença do vírus, aliado às dificuldades logísticas de uma vacinação em massa e até mesmo problemas civilizatórios (como a existência de pessoas contrárias às vacinas), exigirá a manutenção dos cuidados pela população e governo, mesmo após o início da vacinação em massa.

As primeiras semanas de vacinação ficaram marcadas por um misto de emoções. Acompanhar as matérias de  imunização e presenciar a celebração das pessoas com os filhos e netos, encheram meus olhos de lágrimas e coração aliviado. Defino esse momento como sinônimo de liberdade e de esperança por dias melhores. 

Entre os desejos para o fim da pandemia, reunir a família e abraçar sem medo são unânimes. O retorno para as atividades de lazer e ocupações também entraram na lista, além da vontade de viajar para reencontrar amigos  e parentes e conhecer outros países. Tudo isso será colocado em prática com todos devidamente imunizados e quando a crise sanitária estiver contida. Enquanto isso, comemorem a pequena picada de agulha e aguardem mais alegres a segunda dose da vacina. 

Muitos profissionais, governos e empresas em todo mundo vêm buscando uma solução eficaz no combate ao coronavírus, que com um número de perdas lastimável modificou a relação de vivência no planeta. O desenvolvimento tecnológico em saúde também teve que rapidamente se adequar às novas realidades. O mundo não será o mesmo e espera-se na ciência a resposta para amenizar essa dor. Mesmo havendo interesse econômico na produção dos imunobiológicos, hoje, além de medidas de distanciamento social e modificação do comportamento humano, vacinas são a única esperança para que a vida possa voltar parcialmente ao que era antes. Por isso, desejamos que a ciência vença essa batalha e que rapidamente possamos, com segurança, desfrutar do velho e bom contato com as pessoas que amamos.

Daqui por diante começa uma nova fase. Diversos especialistas já confirmaram que, independentemente do percentual de eficácia da vacina, o indivíduo vacinado dificilmente será atingido pelo coronavírus e, se o for, não evoluirá para um quadro grave, que exige internação e intubação e pode levar à morte. Isso já representa um verdadeiro alívio a todos nós e uma injeção de ânimo para continuarmos por mais algum tempo, até que haja a baixa na circulação do vírus, usando máscara, lavando as mãos, mantendo distanciamento pessoal e evitando aglomerações. Importante destacar que, após a aplicação, a vacina leva algumas semanas para fazer o efeito imunizante, sendo imprescindível a aplicação da segunda dose para a imunização completa.

Vamos todos seguir as orientações sanitárias para, com isso, diminuir a possibilidade de infecção e reinfecção nesse período em que o vírus continua circulando. Vamos também esperar que, com o resultado da vacinação, logo diminua a identificação de novos casos, número de internações e, principalmente, de mortes. No dia em que isso for percebido, poderemos começar a festejar o fim de um tempo que todos gostariam de esquecer ou de não ter vivido. 

Tempos melhores se aproximam!!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Em tempos de pandemia, o Enem é um desafio ainda maior!


Em um contexto incomum, muitos estudantes tiveram que aprender a conviver com as limitações impostas pela pandemia. Pais que ficaram desempregados, família toda em casa, trabalho remoto, aulas on-line, enfim, mudanças que mexeram drasticamente com a rotina e cabeça das pessoas. Com muitas distrações nesse novo contexto, tem como se preparar para o ENEM? E como fica o ENEM em meio a pandemia? Quais as mudanças para a realização presencial da prova?

Adaptar-se a uma nova rotina não é tão simples para muitos alunos, que relatam problemas com ansiedade e sono desregulado e até a distribuição das tarefas em casa. A situação e o contexto do ensino remoto há um ano fazem com que os estudantes se sintam ligados o tempo todo. Mas, para evitar que pensamentos negativos invadam ainda mais a cabeça neste período de isolamento, é importante que os estudantes cuidem da sua saúde mental, aprendendo a lidar com adversidades e reconhecendo seus limites e potencialidades. A ansiedade e a insegurança ganharam mais força. E o meu conselho é que mantenham o foco, organizem um ambiente favorável, cultivem momentos de descanso e muita calma na hora da prova.

MUDANÇAS NO ENEM

Pelo novo cronograma as provas impressas serão realizadas domingo, dia 17 e 24 de janeiro, para 5,7 milhões de inscritos. A prova digital acontece no dia 31 de janeiro e em 7 de fevereiro, para 96 mil inscritos. A reaplicação da prova ocorre nos dias 24 e 25 de fevereiro, para quem for afetado por eventuais problemas de estrutura. O resultado sai a partir do dia 29 de fevereiro.

A novidade é a prova digital, que será realizada pela primeira vez. O MEC pretende que até 2026 a prova seja somente desse jeito. Se por um lado ela é atrativa, a prova em papel já é tradicional e os estudantes estão acostumados a fazê-la. 

Buscando garantir a segurança, em virtude do coronavírus, serão alugadas mais salas para dar distância maior entre os alunos; os aplicadores irão usar máscaras e materiais de segurança, haverá álcool em gel disponível a todos e serão utilizados novos protocolos de segurança e identificação para os participantes.

A edição 2020 do Enem não traz nenhuma alteração de conteúdo ou formato em relação a anos anteriores, mas certamente será uma experiência diferente para os estudantes. Além da mudança na data, o uso da máscara é obrigatório e a quantidade de alunos por sala será menor para evitar a aglomeração. Espera-se que sejam usadas 205 salas em 14 mil pontos de aplicação. Em 2019, segundo o Ministério da Educação, foram 145 mil salas em 10 mil pontos. 

DESAFIOS

A maior dificuldade foi manter o foco nas aulas remotas em 2020, mas a retomada do ensino presencial intensificado, é uma oportunidade de tentar recuperar o que não foi aprendido da forma mais eficaz nos encontros on-line.

O uso de máscara é obrigatório e o não cumprimento implica na desclassificação do candidato. Além de precisar apresentar um documento oficial original com foto e de ter uma caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

Muitos candidatos vão fazer a prova distantes de casa, devido aos cuidados adotados para conter a propagação do vírus, o número de candidatos por sala foi reduzido, então a dica é, fiquem atentos ao tempo de chegada até o local da prova.

Os candidatos que forem diagnosticados com Covid-19 ou alguma outra doença infectocontagiosa e, portanto, não puderem comparecer ao teste, terão uma nova chance.

O ENEM é porta de entrada para as universidades públicas, e com isso a ansiedade e o estresse aumentam. Você precisa estar descansado para conseguir combater melhor o nervosismo na hora da prova. Por isso, na véspera, durma mais cedo!

Minha sugestão no dia, é uma técnica de respiração que pode ser utilizada nos minutos que antecedem a prova, ou até durante a prova, caso necessite recuperar a concentração e se tranquilizar:

Feche os olhos e respire fundo. Inspire pelo nariz e expire pela boca lentamente contando até 10. Repita isso de 3 a 5 vezes.

Confie nos seus conhecimentos, mantenha a calma e comece pelo assunto que você tenha mais facilidade. 

Respire e boa prova 😉

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Certamente a virada do ano 2019 para 2020 foi mais promissora do que esta. Afinal, com a pandemia do novo coronavírus em curso (e em ritmo acelerado!), é difícil celebrar e acreditar que 2021 será diferente, quiçá melhor.

A verdade é que a nossa esperança, que o ditado diz ser a última que morre, parece ter se esvaído um pouco com as vítimas da Covid-19. Enfraqueceu, também, todas as vezes que o fim do distanciamento social foi adiado, adiando planos e sonhos.

Mas há motivos para crer que o próximo ano será menos amargo. Você conhece o poder do otimismo? Sabe que é papel do psicólogo te ajudar? Continue lendo e veja todos os benefícios que os pensamentos e atitudes otimistas podem trazer para a sua vida!

Pensamentos bons nos fazem sentir bem

Para entender o poder do pensamento positivo e a força do otimismo é só fazer a seguinte experiência: Pense em algo muito bacana, que você tem vontade de fazer. Por exemplo, uma viagem para um lugar paradisíaco. Logo que você começa a imaginar a cena já te vem uma sensação de satisfação, um anseio bom, por ver uma situação prazerosa em sua mente. Ao contrário disso, quando pensamos em algo ruim e começamos a imaginar o pior, nosso coração dispara, nossa adrenalina aumenta e vem o estresse, prejudicando nossa saúde.

Conclusão: o otimismo faz bem para a mente, o coração, a respiração, as emoções e para a saúde.

Pensar positivo e ter otimismo é bom, mas é preciso ter atitude

Logicamente, só pensar positivo e acreditar em coisas boas não é construtivo para nosso crescimento, pois sem atitude e proatividade, vamos ficar pensando no melhor, sem fazer o que precisa ser feito para torná-lo realidade. Pessoas otimistas e positivas que tornaram realidade seus objetivos agiram para isso.

Motivos para ter um olhar mais positivo em 2021

A vacina contra o corona vírus não é mais um sonho distante. A imunização começou em diversos países do mundo, como Inglaterra e Estados Unidos. No Brasil, a expectativa é de que as primeiras doses sejam distribuídas logo nos primeiros meses de 2021. Você pode até não ter a oportunidade de tomar a vacina em 2021, haja visto que existem grupos prioritários. No entanto, todos nós dormiremos mais tranquilos ao saber que familiares e amigos da categoria de risco estão imunizados, diminuindo a intensidade da transmissão do vírus.

Após um ano extremamente difícil e atípico (trabalho em casa, isolamento social, normas de higiene…), estamos todos mais adaptáveis e, portanto, mais capazes de lidar com adversidades. Essa habilidade adquirida ao longo de 2020 tem potencial para tornar a nossa caminhada em 2021 menos penosa.

A pandemia nos ensinou que quem não está doente, não tem ninguém da família hospitalizado e está empregado tem motivos de sobra para comemorar. Aprendemos a dar valor aquilo que nos traz nutrição emocional e propósito, além de reconhecermos mais o valor do autocuidado em suas mais diversas formas. Esses ensinamentos são capazes de tornar a vida de todos mais leve emocionalmente, não apenas neste ano de 2021.

Desejo que neste ano que se inicia, a gente continue cultivando bons sentimentos e perseguindo os sonhos que ainda não foram alcançados com uma dose extra de motivação!

Feliz 2021!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Pesquisa mostra que ansiedade e pensamentos suicidas são comuns durante a pandemia.

Uma pesquisa realizada e publicada pelo Pine Rest Christian Mental Health Services, um hospital psiquiátrico e de saúde comportamental, localizado em Michigan, nos Estados Unidos, revelou que o número de suicídios aumentou em 32% durante a quarentena pela pandemia de coronavírus.

Segundo Organização Mundial da Saúde, cerca de 800 mil pessoas anualmente em todo o mundo cometem suicídio. Porém, durante o ano de 2020, provavelmente esse número será maior nas estatísticas. Esse provável aumento é explicado pela insegurança e sentimento de vulnerabilidade vividos durante a pandemia, somados a instabilidade econômica, que aumentou o número de casos de depressão no mundo.

No Brasil, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a partir de um estudo com 1.460 pessoas em 23 estados do país, apontou um crescimento de 90,5% de casos de depressão, além de um crescimento em casos de ansiedade, de 8,7% para 14,9% e estresse de 6,9% para 9,7%.

Vários fatores podem predispor à depressão e, em última instância, ao suicídio. A começar pelo medo disseminado, tanto nas mídias quanto nas conversas casuais do dia-a-dia. É normal do ser humano sentir medo, principalmente diante de uma situação jamais vivida antes. Soma-se a isso o fato de não existir um tratamento preconizado ou uma vacina, sendo a única forma de prevenção o isolamento social. Além disso, podem surgir estigmas sociais, de vizinhos, amigos ou até mesmo familiares. Por isso, é esperado que ocorram maiores taxas de suicídio durante esse período em que vivemos agora.

Procure ajuda

É preciso buscar ajuda psicológica logo no início de algum transtorno, ao invés de esperar chegar a uma situação crítica. Porém, normalmente o paciente por estar fragilizado, muitas vezes não se dá conta da gravidade do que está sentindo e isso pode requerer a atenção e ajuda dos familiares que estão ao redor.

Estamos apenas começando a ver esses danos psicológicos se desenvolverem na pandemia, mas a necessidade de cuidados de saúde mental provavelmente se estenderá por muito tempo no futuro.  Isso reflete a importância de conversarmos sobre o tema não somente no mês de setembro, mas em todos os momentos do ano. 

Sou Joana Santiago – Psicóloga


Diante da ameaça do contágio, instabilidade financeira e privação da liberdade, restou uma sensação de perda, que está ligada com o processo de luto.

Com a mesma velocidade que o novo coronavírus se espalhou pelo mundo, o número de infectados e de mortes também acompanha esse crescimento. Infelizmente, o sentimento de vulnerabilidade toma conta de todos nós e mesmo que não seja com uma pessoa próxima, nos perguntamos: como vou encarar a dor pela perda de um ente querido nesse momento de quarentena?

O luto nada mais é do que uma resposta a algum vínculo que se rompe, deixa de existir e gera um estado de desamparo. Independentemente do tipo de perda, cada indivíduo vivencia essa condição dentro de seus próprios recursos e limitações.

A verdade é que podemos nos esforçar para definir o que é luto, mas nenhuma definição será perfeita, porque ele é extremamente particular e individual. Cada um elabora o sofrimento, a desestrutura, a ideia de fim, de modo singular.

A importância do apoio emocional

Sempre insistimos na importância dos rituais de despedida e de estar presente na vida do enlutado. As barreiras que vivemos agora, com o distanciamento físico imposto pela Covid-19, nos fizeram pensar – e agora?

Tudo é absolutamente novo mas, ao mesmo tempo, há coisas que não mudam: os rituais de despedida são essenciais, ainda que tenhamos de criar novos para esse momento de exceção. Estar presente fisicamente na vida do enlutado talvez não seja possível, mas o carinho, a atenção e a presença podem acontecer de outras formas. Mesmo que à distância, manifeste sua presença: ligar, enviar mensagens, mandar e-mails, serviços de entrega de comida (nas duas primeiras semanas é muito importante) e conversar por vídeo podem ser alternativas interessantes.

Na perda de alguém querido os sentimentos recorrentes são: ansiedade, confusão mental, sensação de impotência, altos e baixos de humor e sentir-se perdido. É muito importante nesse processo você acolher os sentimentos, não se culpar por senti-los e dar a atenção que eles precisam, expressar o que sente com pessoas próximas, buscar prazer nas pequenas coisas e procurar focar no presente (praticar meditação, dançar, brincar com as crianças, etc), controlar o que você pode controlar (lavei as mãos? passei álcool? coloquei a máscara?), organizar uma rotina diária que inclua atividades produtivas, de auto-cuidado e de relaxamento e praticar a compaixão.

Ser flexível é importante já que cada um vivencia e lida com esses sentimentos de forma diferente e, com isso, varia o tempo que cada um passa por este processo. Praticar a tolerância com quem compartilha a quarentena com você é essencial. Tenhamos esperança, sabemos que o mundo virou do avesso de repente, mas assim como no luto, acredito que um dia sairemos da tormenta, diferentes do que entramos e inevitavelmente transformados.

Em muitos casos é necessário ajuda profissional para promover a memória saudável – como uma saudade que não encerra o luto, mas o transforma numa compreensão superior – e para acolher a pessoa neste momento difícil. 

Fique bem, fique em casa!

Joana Santiago – psicóloga

Doenças psicossomáticas e sua relação com a quarentena
Como seu estresse pode realmente deixá-lo doente, principalmente nessa quarentena.

O termo psicossomático refere-se a sintomas físicos reais que surgem ou são influenciados pela mente e emoções, em vez de uma causa orgânica específica no corpo, como uma lesão ou infecção. 

Uma doença psicossomática se origina ou é agravada pelo estresse emocional e se manifesta no corpo como dor física e outros sintomas. A depressão também pode contribuir para doenças psicossomáticas, especialmente quando o sistema imunológico do corpo foi enfraquecido pelo estresse severo e/ou crônico que afeta algumas pessoas na quarentena.

É comum, no entanto, parecer que algumas situações são minimizadas quando ouvimos frases como “isso é psicológico” ou que é “apenas algo da sua cabeça”. Mas não é justamente na cabeça que reside o cérebro, responsável pelas funções do corpo?

É possível somatizar o estresse, o que começou como um conflito emocional pode virar doença ou sintoma. É o caso de problemas de estômago ou dores de cabeça que resultam de ansiedade. Há, ainda, casos de queda de cabelo.

Nesses casos, é preciso identificar a causa do problema, pois apenas a medicação não resolve, já que o fator que desencadeou a doença psicossomática continuará acontecendo. Isso se dá graças à ação do hipotálamo.

Essa glândula produz hormônios que controlam funções orgânicas. Quando alteradas pelas emoções e pelos sentimentos, elas acabam reagindo e acarretando doenças, entre elas problemas respiratórios, gastrointestinais, de pele ou mesmo circulatórios. É por isso que, muitas vezes, as pessoas tremem, têm dores de barriga ou rangem os dentes.

Como tratar doenças psicossomáticas

Ficar confinado pode afetar não só o emocional, como também o campo físico de uma pessoa. O contato social interfere na liberação de neurotransmissores como endorfinas, dopamina, serotonina e ocitocina, responsáveis pela sensação de bem-estar, de amor e empatia.

Pode parecer clichê, mas tentar ver o lado positivo ou ao menos evitar pensamentos ruins nesse momento são práticas fundamentais para enfrentar a quarentena de maneira saudável. Além de adotar uma rotina e hábitos novos, como mencionei no texto anterior – Cuide da sua saúde mental.

O diagnóstico muitas vezes é complicado devido à dificuldade de admitir que o problema pode não ser físico. Para prevenir uma doença psicossomática, autoconhecimento e vida saudável ajudam.

Ao identificar algum dos sintomas citados ou qualquer situação de estresse acima do normal, o ideal é procurar ajuda de um psicólogo para o tratamento começar logo. Em geral, a terapia é associada a hábitos que devem ser seguidos pela vida toda, tais como afastar-se ou mudar a postura em relação ao que desencadeia o problema.

E se você precisar de mais orientações, entre em contato comigo.

Joana Santiago — psicóloga

Saúde mental e quarentena
O descontrole emocional provoca descargas de hormônios que alteram o funcionamento do corpo e afetam a nossa imunidade.

À medida que a pandemia de coronavírus (COVID-19) varre o mundo, ela causa preocupação, medo e estresse generalizados, reações naturais e normais às mudanças e incertezas em que todos se encontram. A questão é, como cada um de nós enfrenta é como gerenciamos e reagimos à situação estressante que se desenvolve tão rapidamente em nossas vidas e comunidades.

A saúde emocional pede atenção em momentos de crise, principalmente, àqueles que já apresentavam um quadro emocional instável, que podem desencadear ansiedade e depressão. O stress pós-traumático pode acometer com qualquer pessoa, quando submetidos a uma situação como a que vivemos agora, e principalmente os profissionais da saúde que estão diretamente ligados a doença. Quem tem perfil obsessivo-compulsivo pode exacerbar os pensamentos e os rituais característicos. Além disso, agressividade, irritabilidade, insônia, uso abusivo de bebidas alcóolicas, inapetência ou comer compulsivamente são alguns dos quadros que também podem ocorrer.

Infelizmente essas são as respostas de nossa mente para a tão temida pandemia que se desenha no cenário mundial. Como estamos recebendo uma enxurrada de notícias, as pessoas se sentem inseguras e sem ter muita certeza do que pode realmente ser real, a sensação mais comum é a falta de controle, incerteza com os dias futuros e uma instabilidade relativa a tudo e a todos. Pessoas infectadas ou com suspeita podem, pelo desespero, apresentar comportamentos impulsivos e até evidenciar tendências suicidas.

Cuide da sua saúde mental

Divulgar nossos sentimentos nos ajuda a gerenciá-los, pois falar em voz alta diminui seu impacto sobre nós. Essa atitude também nos ajuda a nos conectar a compartilhar com outras pessoas que estão se sentindo da mesma maneira. Isso normaliza nossos sentimentos e nos ajuda a ter mais apoio. Neste momento, precisamos ser autênticos e gerenciar nossas próprias emoções. 

Enquanto pessoas infectadas estão de quarentena, muitos de nós, estamos em distanciamento social e ficaremos sozinhos mais do que estamos acostumados. Esse é um bom momento para conversar com parentes e aquele amigo com quem você não conversa há muito tempo. WhatsApp, ou melhor ainda, ligar e ouvir a voz das pessoas. Isso ajuda a quebrar a sensação de isolamento e de estar sozinho. Outras atividades, como ler um livro, escrever ou aprender um idioma podem ajudar. Além disso, considere a meditação para liberar a tensão. Nosso sistema imunológico agradece.

É certo que, vencemos o medo e a insegurança quando trabalhamos a nossa inteligência emocional a favor da razão. Esta fará com que você ultrapasse os obstáculos. Se estiver consciente dos cuidados e precauções, municiado de informações corretas, com toda certeza, você poderá encarar essa situação da maneira mais tranquila, sem pânico e sem desespero. E, o mais importante: sem contribuir para a disseminação das falsas notícias que só trazem angústia e alimentam os transtornos psíquicos de toda uma população.

Precisando de ajuda, entre em contato.

Empatia e solidariedade em tempos de quarentena
As iniciativas de pessoas que fizeram da ameaça do Coronavírus uma oportunidade de solidariedade e empatia. Exemplos inspiradores.

Os efeitos da empatia e solidariedade na quarentena

O COVID-19 é uma realidade para nós agora e nosso País parece estar deslizando rapidamente para um daqueles roteiros de filmes distópicos com ruas vazias, máscaras faciais, luvas cirúrgicas e auto-isolamento, o novo “normal”. Quarentena passou a fazer parte do nosso vocabulário cotidiano nessa última semana. Como tudo que é novo, experimentar o distanciamento e o isolamento social provocado pela pandemia da COVID-19, o novo coronavírus, nos fez aprender.

Reaprendemos, assim, a viver como sociedade. E compreendemos que, por sermos interdependentes, nossas ações pelo planeta, bem como pelo nosso vizinho, invariavelmente refletem em nós.

Quem entendeu a gravidade do momento logo despertou para a importância ainda maior da empatia e solidariedade. Conforme os índices alarmantes trazidos pela mídia, o poder devastador do vírus faz crescer o medo a cada dia, torna mais urgente a necessidade de ajudar os mais fragilizados: no caso, o chamado grupo de risco. O momento dramático despertou em inúmeras pessoas a vontade e a urgência de minimizar o drama alheio, prestando favores aparentemente corriqueiros, mas cuja diferença talvez só possa ser mensurada por gerações que ainda nem nasceram. Ir à farmácia, à padaria e ao supermercado é um risco muito grande para os idosos. E na onda solidária da pandemia, viralizaram nas redes sociais imagens de bilhetes deixados em elevadores de prédios, por vizinhos dispostos a fazer as compras para os velhinhos, a fim destes evitarem o deslocamento.

Como recriar vínculos, rever valores e despertar para a coletividade

O principal de uma pandemia como o novo coronavírus é que ela não discrimina. Ricos e pobres ficam nivelados diante da iminência da morte. E isso nos humaniza. A dor sentida e reconhecida no outro nos devolve para a nossa realidade: somos, sim, seres humanos vulneráveis e, portanto, somos iguais.
O coronavÍrus está acelerando o processo de resgate dos valores humanos e de um senso marcante de coletividade, onde para que eu sobreviva terei de cuidar de mim e do outro também. Vivemos nos últimos tempos com a defesa psicológica ataque/fuga. O COVID-19 não nos dá esse tempo de disputa. Vamos nos tornar mais empáticos por necessidade.
Cada pessoa reage conforme suas condições psíquicas. Há aquele grupo que estoca alimentos, por exemplo, o que evidencia um comportamento paranoico, provavelmente desenvolvido por uma espécie de histeria coletiva. Não se trata de julgar essas pessoas, mas considerar que a sociedade é heterogênea, o que se reflete nos comportamentos.

Neste momento temos que mirar em exemplos de cooperação e a quebra do individualismo, que infelizmente permeia a sociedade. Hoje a humanidade está se igualando, aprendendo que não importa raça, credo ou classe social. Um dos aprendizados que vamos extrair dessa pandemia é essa reavaliação de valores e a necessidade de doação em prol do outro.