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São diversas identidades na mesma pessoa, que numa simples conversa pode apresentar vozes diferentes, comportamentos variados, mudar de identidade ou de idade.

O Transtorno Dissociativo de Identidade é uma condição psiquiátrica em que um indivíduo apresenta traços de duas ou mais personalidades. As diferentes identidades dessa pessoa podem assumir o controle e reagir de maneiras completamente distintas nas mesmas situações. De forma geral, uma pessoa com esse transtorno tem lapsos profundos de memória, ou seja, momentos que lhe escapam e em que não sabe onde esteve; com quem e nem o que estava fazendo.

O programa do Fantástico entrevistou Giovanna Blasi, que mostrou pelo menos três diferentes identidades, uma delas, a Dandara, foi contra a gravação da entrevista: “Eu fui totalmente contra ela se expor, mas eu entendo o propósito dela”.

Não se tem uma resposta definitiva para a origem do problema, mas acredita-se que as múltiplas personalidades podem ser desencadeadas por situações traumáticas na infância, como abuso físico, sexual ou emocional. O transtorno pode ser uma forma de defesa do indivíduo para lidar com o trauma, separando as experiências e memórias dolorosas em diferentes identidades. Outros fatores, como vulnerabilidade genética, também podem desempenhar um papel na predisposição para o desenvolvimento do transtorno dissociativo de identidade.

O tratamento do transtorno dissociativo de identidade envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de profissionais de saúde mental experientes. O objetivo principal do tratamento é promover a integração e a cooperação entre as diferentes identidades, reduzindo a fragmentação da personalidade e fortalecendo a capacidade do indivíduo de lidar com o trauma subjacente.

É importante ressaltar que o tratamento deve ser individualizado, adaptado às necessidades específicas de cada pessoa. O apoio contínuo da equipe de tratamento, o suporte social e o autocuidado são elementos essenciais para ajudar a pessoa a lidar com os desafios do transtorno dissociativo de identidade ao longo do tempo.

Veja a matéria completa no: https://globoplay.globo.com/v/11880016/

Depois de dois anos dentro de casa por conta da pandemia, é natural que os jovens não estejam com a saúde mental em dia.

Depois de dois anos de uma pandemia intensa e de reclusão social, todos nós estamos retornando aos ambientes escolares e de trabalho. E voltam todos enfrentando as consequências do isolamento nas relações sociais e na saúde emocional nesse período, e com questões que precisam ser avaliadas e superadas, além da atenção às novas formas de ensino e trabalho que surgiram nos últimos anos.

O Brasil foi o país que manteve escolas fechadas por mais tempo durante a pandemia. E além de trazer mudanças significativas para a rotina de crianças, adolescentes e suas famílias, esse fato também chamou atenção para a importância de se falar sobre saúde mental dos mais novos. Tristeza, medo, angústia, crises de choro: mais da metade dos jovens brasileiros disse ter sentido um ou vários desses sintomas ao longo dos últimos 18 meses.

Os casos de transtornos mentais nesse período subiram, de acordo com um levantamento feito pela Unicef, e as sequelas nesses grupos podem reverberar por muitos anos. Por isso, a entidade faz um apelo para que governos, educadores e familiares criem uma cultura de escutá-los com mais empatia. 

Os mais novos foram prejudicados pelo tempo que ficaram longe da escola e dos espaços de convivência, e, no Brasil, muitos não tiveram nem a tecnologia como aliada para manter os estudos e a troca social em dia.

Crianças e adolescentes viram a renda familiar sendo diminuída, sentiram insegurança alimentar e o luto de perder alguém próximo. Passaram, então, a ter dificuldade de planejar o futuro.

Como acolher crianças e adolescentes

Vale dizer que a saúde mental dos jovens já era um problema global antes da pandemia. O suicídio é uma das principais causas de morte na adolescência no mundo. O isolamento só deixou essas questões mais a mostra.

Somos uma sociedade centrada no adulto, que dá pouco valor à fala da criança e do adolescente. Precisamos ouvi-las de forma mais empática e sem julgamentos. Precisamos mais do que nunca de acolhê-los.

Ansiedade e mudanças de comportamento

Entre os principais transtornos mentais, estudos apontam que a ansiedade tem sido mais recorrente entre crianças nesse período de pandemia.

Os principais sintomas das crianças ansiosas são, ainda, preocupações excessivas e expectativas descoladas da realidade, fixação em ideias negativas e dificuldade de memória e atenção.

Se os sintomas são persistentes e atrapalham a qualidade de vida da criança, o ideal é procurar ajuda.

Falar é difícil, mas ajuda

Muitos pais classificam certos comportamentos como naturais e decorrentes de fases da vida da criança ou jovem. Os desafios que os jovens encaram quando sentem necessidade de entender sua personalidade e individualidade para além da estrutura familiar, levam a uma internalização e a busca por mais contato com o grupo e menos com a família. Porém, o alerta para os pais deve soar quando há prejuízos grandes na interação, no sono, na alimentação ou um abuso de substâncias. 

Saber se doar e escutar a criança e o adolescente, é essencial para o equilíbrio de uma vida familiar mais saudável.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A forma como você faz pequenas escolhas diárias pode fazer toda a diferença.

Você já se pegou em dúvida, pensando dali, pensando daqui, com dificuldade em fazer escolhas, perguntando a opinião de várias pessoas e só resolve mesmo no último minuto? E até culpa seu signo por isso? Se você se identificou, comece a ler o texto, ele é para você!

O medo de errar, de não conseguir arcar com as consequências da escolha e se sentir culpado por isso, podem nos paralisar, nos deixar ansiosos e com uma sensação de incapacidade, não é mesmo? No entanto, vale lembrar que a não decisão também é uma decisão e não isenta ninguém de sua responsabilidade, pelo contrário. Há males imensos que decorrem da falta de decisão.

Mas não é só de decisões importantes que a vida é feita. Muitas são rotineiras como a roupa que vamos vestir, a comida que faremos no jantar, ler um livro ou ver uma série na televisão, sair ou ficar em casa no fim de semana. Embora a maioria de nós tire de letra essas pequenas escolhas do dia a dia, há quem se sinta dividido entre elas. Existem alguns motivos para isso: insegurança, excesso de perfeccionismo e hábito de procrastinar.

Nem sempre existe certo e errado na hora de tomar uma decisão. Muitas vezes são apenas possibilidades que podem nos levar para diferentes caminhos. Ainda assim, errar é o maior temor de muitas pessoas e por esse motivo elas relutam em arriscar. Mas não deveriam porque essa é uma das melhores formas de vencer a indefinição. Arriscar pode ser um modo de enfrentar o medo da escolha. Não é fácil porque significa ganhar ou perder, acertar ou errar. Mas é importante aprender lidar com os erros. Nessas horas vale fazer psicoterapia, ouvir a opinião de especialistas e pedir conselhos para pessoas próximas, mesmo sabendo que a decisão final será sua. 

Nem todas as decisões requerem uma divagação aprofundada. Na verdade, a maioria das escolhas é simples e pontual, necessárias somente para nos ajudar a progredir de uma situação para outra.

Para ajudá-lo a determinar quão indeciso você é, confira mais alguns comportamentos de pessoas que não conseguem se decidir:

  • Pedir a opinião de pessoas queridas ou de conhecidos antes de tomar uma decisão;
  • Refletir longamente sobre os prós e contras de uma situação, mesmo que não apresentem grandes consequências;
  • Passar o dia remoendo a dúvida sobre ter tomado a decisão correta ou não;
  • Ficar ansioso a cada nova decisão ou enquanto espera as consequências das mesmas;
  • Não conseguir se decidir quando recebe muitas opções;
  • Ter medo de desagradar os outros com suas escolhas;
  • Sentir-se incomodado quando é obrigado a fazer uma escolha, permitindo que outra pessoa faça;
  • Falar “pra mim tanto faz” ou “pra mim pode ser” com muita frequência;
  • Imaginar o cenário que se desenrolaria se você tivesse tomado outra decisão; e
  • Sentir-se desanimado e frustrado consigo mesmo após demorar para se decidir.

Algumas técnicas para te ajudar a decidir com mais facilidade

Decida com um propósito

Quais são as metas de longo prazo que eu estou almejando? Muitas vezes tendemos a ignorar nossas metas de longo prazo, nossos valores e tomamos decisões que evitarão um desconforto em curto prazo.

Não existem decisões perfeitas

Às vezes nos sentimos paralisados pelo desejo de decidir certo. Queremos tomar decisões perfeitas que tenham resultados perfeitos, sem incertezas e que não representem uma possibilidade de arrependimento.

Rejeite a certeza como um objetivo

Às vezes não precisamos da certeza perfeita ou de resultados perfeitos, precisamos dar tempo ao tempo. Ter dúvidas, não ter perfeição, conviver com a incerteza – todos esses são ingredientes da vida.

Quanta informação é suficiente?

É importante que você saiba quantas informações suficientes são satisfatórias, pois por muitas vezes colhemos tantas informações que só ficamos mais indecisos e negativos.

Encare as decisões como experimentos

Às vezes encaramos nossas decisões como exame final em que poderíamos passar ou ser reprovados. Ao começar a encarar o processo de tomada de decisão como um experimento, estamos colhendo informações e aprendendo com os resultados.

Através da psicoterapia, é possível conquistar segurança para decidir por sua vontade própria e benefício individual. A escolha de uma faculdade, decisões sobre relacionamentos, mudanças de cidade ou início de projetos são temas que podem ser levados à psicoterapia e discutidos em conjunto com o psicólogo, por exemplo.

Ele te ajudará a perceber todas as questões que envolvem sua escolha, as consequências, seus desejos e também a compatibilidade da ideia com os seus planos de vida e personalidade. Vale a pena!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A pressão pela realização de multitarefas pode ter grande impacto na saúde mental das mulheres.

A multitarefa tem sido tradicionalmente percebida como uma habilidade feminina. Uma mulher, especialmente uma mulher com filhos, está cotidianamente fazendo um malabarismo entre o emprego e a administração da casa, uma mistura frenética de lanches escolares, tarefas domésticas e organização de compromissos e reuniões sociais.

De acordo com um estudo publicado recentemente na revista Proceedings da National Academy of Sciences, a multitarefa está afetando gravemente nossas células cerebrais.

O estudo testou se mulheres eram melhores em alternar entre tarefas e performar múltiplas atividades ao mesmo tempo. Os resultados mostraram que os cérebros femininos não são mais eficientes em nenhuma dessas atividades do que os masculinos.

Usar evidências robustas para desafiar esse tipo de mito é importante, especialmente considerando que mulheres continuam a ser bombardeadas com obrigações relacionadas a trabalho, família, e tarefas domésticas.

Talvez isso seja resultado da cultura, de costume, educação, já que a sociedade rotula a mulher como multitarefa e crescemos pensando que é um orgulho poder fazer mil coisas ao mesmo tempo. Quantas mulheres não se identificam com a história daquela que, pela manhã, pensou: “vou levar o lixo pra rua”, e no caminho catou as roupas das crianças no chão, atendeu o entregador de gás, respondeu dois e-mails de trabalho, guardou na geladeira o queijo que tinha ficado sobre a mesa e viu que a jarra de água estava vazia; foi encher e aproveitou para preencher a lista de compras, quando viu que tinha que fazer o almoço, cozinhou, serviu o almoço, limpou a mesa, limpou os filhos, conferiu se tinham feito as tarefas… e o lixo continua ali.

Mulheres, substituam a analogia acima pela rotina de vocês e verão que, mesmo que as histórias não sejam semelhantes, a carga de tarefas simultâneas é. E não precisa ser uma rotina de casa, pode ser o seu dia no trabalho, respondendo e-mails, mensagens no WhatsAPP que não têm mais hora para chegar (e exigem resposta imediata!), atendendo uma demanda urgente, e no final do dia aquele UM relatório importante que você precisava entregar continua ali, aberto, preenchido pela metade, pois com todas as tarefas que surgiram, não foi possível finalizá-lo.

Não me orgulho de precisar e tentar multitarefas. Sei que quando me dedico 100% para uma coisa, a tranquilidade disso reflete no resultado final. Aliás, dados de uma pesquisa da Universidade de Utah, nos EUA, mostram que somente 2,5% das pessoas (independente do gênero) conseguem fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo.

Como perder o hábito de ser multitarefas

Tente classificar suas atividades em um quadro entre:

  • Urgente;
  • Importante;
  • Circunstancial

Dividindo as tarefas dessa forma fica mais fácil saber por onde começar, quais tarefas me dedicar primeiro, o que precisa de atenção imediata e o que pode ser deixado para mais tarde, de forma que, ainda assim, sejam executadas com a atenção e o foco merecidos.

Esse quadro pode ser feito para o dia a dia da casa, do trabalho e até das atividades sociais. E não precisa ser impresso, desenhado na parede: vai depender do seu perfil. 

Outra sugestão é desativar a maioria das notificações do seu celular. Deixe só as mensagens individuais ou de grupos importantes de WhatsAPP (e mesmo assim, só como vibração, sem barulho), evitando perder o foco e a linha de raciocínio a cada nova notificação do aparelho.

É um desafio diário, constante (a vontade de checar o e-mail a cada cinco minutos ou conferir a tela do celular é grande), mas a satisfação e tranquilidade de finalizar um trabalho sem tantas interrupções é maior.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Coragem não é ausência de medo. É fazer o que você quer apesar do medo.

Você já se perguntou quantas oportunidades perdeu na vida por ter medo? Já pensou nas situações em que não agiu como gostaria porque não conseguiu superar temores que te impediam de avançar? Apesar de ser absolutamente normal, para ser livre e de fato evoluir na vida pessoal e profissional é fundamental saber como superar os medos e inseguranças.

Pela minha experiência vejo que o ser humano tem a capacidade de criar uma condição de coragem interna fantástica, que o impulsiona a enfrentar esse sentimento que, muitas vezes, pode ser um impedimento para fazer o que realmente precisa ser feito.

Mas como superar os medos?

Medo saudável x Medo incontrolável

“Ter coragem” não é exatamente “não ter medo”. A sensação de temor é importante para que estejamos sempre em estado de alerta e preparados para aquilo que pode não dar certo em nossas vidas.

Dessa forma, o medo é positivo e tem o papel de “protetor”, o que é saudável e faz bem. É o caso, por exemplo, de quando você toma atitudes preventivas, como rever a sua apresentação antes de uma reunião de trabalho para evitar que algo dê errado durante o encontro.

Só que o medo se torna um problema quando, em uma situação profissional como essa, você fica travado e não consegue expor uma ideia. Pode acontecer, inclusive, que outra pessoa se destaque sugerindo o que você tinha pensado, mas que, por receio, você não falou.

Esse medo patológico e incontrolável pode impedir a sua evolução. Se você não apresenta o seu negócio a um possível parceiro ou não tem coragem de sair de um relacionamento que não te faz bem ou simplesmente não consegue falar com aquela pessoa que se interessou por temor de ser rejeitado, você está sendo dominado por ele. E o medo se torna uma espécie de “carcereiro”.

Só depende de você superar seus medos

Quando você não consegue fazer o que é necessário para melhorar a sua vida, é sinal de que precisa agir para superar os medos que se tornaram obstáculos em seu caminho. Para isso, é fundamental entender que o medo é uma criação da sua mente.

Todos sentimos medo de que algo não saia como o planejado e nos cause sofrimento, mas não podemos nos deixar dominar por esse estado. Superar os medos é um grande desafio, mas não é impossível. Veja como começar a enfrentá-los.

Foque no que depende de você

A manifestação do medo é baseada em projeções de cenários criados pela nossa mente. O medo está relacionado, na maioria dos casos, a um futuro cenário negativo criado por você e que não condiz com a realidade.

A superação desse medo exige a distinção entre o que depende de você e aquilo que não está ao seu alcance. As pessoas que conseguem dominar o medo incapacitante se concentram nas coisas que dependem exclusivamente delas. Focar-se nas situações externas é uma forma de alimentá-lo.

Prepare-se minimamente

Preparar-se antes de fazer algo ou de tomar uma decisão é outro modo de superar os medos. Nesse sentido, é útil usar o conceito do “suficientemente bom”.

Isso significa que você não pode ficar a vida inteira se preparando: se você se preparou minimamente, já é suficiente para ir em frente. Caso contrário, vai achar que nunca estará pronto e não sairá do lugar.

Controle o seu discurso interno

A mania de controlar tudo é um fator gerador de medo. As pessoas viciadas em controle agem como se fosse possível garantir que tudo vai dar certo. E essa tentativa de controle é uma grande ilusão.

Existe, contudo, outro tipo de controle que é um grande aliado para superar os medos: o controle do seu discurso interno, que te dá a oportunidade de realizar seus objetivos sem que o medo funcione como um mecanismo de bloqueio em sua vida. É preciso domar os pensamentos, por exemplo, por meio de estratégias da Neurociência que possibilitem a você assumir o domínio sobre sua mente.

A superação dos medos traz benefícios para a saúde, para o convívio familiar e também para a evolução profissional e dos negócios. 

Comece a exercitá-la hoje mesmo!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Volta às aulas presenciais exigirá cuidado com emocional de alunos e professores.

Ainda que o Brasil, num cenário otimista, supere logo a crise do coronavírus, teremos desafios a serem superados após o encerramento do distanciamento social.

Ansiedade, depressão, medo, angústia sobre a volta às aulas e a ruptura de relacionamentos seja por luto ou desemprego são algumas das cicatrizes que deverão ser superadas no dia a dia.

A incerteza sobre as idas e vindas do risco de contágio pela Covid-19, uma sensação que na H1N1 só foi minimizada com a vacina, e o receio com o colapso no sistema de saúde devem manter parte da população em um estado de quarentena permanente.

Entre as dificuldades no retorno escolar apontadas pela pesquisa do observatório PrEpidemi estão as preocupações com as medidas de proteção; insegurança com o retorno às aulas no atual cenário; desafios em utilizar adequadamente o ensino a distância; conexão adequada à internet como forma de acessar conteúdos; exposição dos estudantes ao vírus no trajeto de casa para a escola; suscetibilidade das famílias que moram na mesma casa ao vírus, entre outras.

A pesquisa foi realizada por meio de enquete pelas redes sociais. As perguntas analisaram o quadro de confiança e incertezas dos pais ou responsáveis pelas crianças e jovens envolvidos no processo. O questionário obteve 40.169 respostas em quatro dias. O momento de enfrentamento da pandemia é um processo delicado por envolver medidas que afetam significativamente a vida da população, aponta a pesquisa.

O estudo revela ainda que, na opinião dos pais, a preocupação das escolas não deve se restringir à aprendizagem do conteúdo específico de cada matéria em si: as instituições de ensino também devem valorizar a adoção adequada de medidas de proteção e atenção às emoções dos alunos desencadeadas pela pandemia. Esse é o momento de acolhimento para alunos, pais e professores!

É preciso trabalhar com calma, resgatando os aprendizados vividos pelo distanciamento físico e priorizando o material humano, para que essa reinauguração do ano letivo possa acontecer de maneira orgânica e plena.

Devido às incertezas sobre a vacina contra o coronavírus e ao medo de uma segunda onda da doença, como tem ocorrido na Europa, as instituições particulares vão manter o ensino híbrido. Ou seja, respeitarão a vontade dos pais. Quem quiser o ensino presencial para o filho, terá essa possibilidade. Os que desejaram a manutenção das aulas remotas, terão o suporte.

Os protocolos de segurança para a volta às aulas, que vem sendo discutido apontam medidas já adotadas em outras instituições e bastante conhecidas de todos, como o uso do álcool gel, a alternância de lugares para os alunos ocuparem nas salas de aula, o revezamento dos alunos que assistirão às aulas presenciais em dias alternados, entre outras medidas.

Segundo dados da Unesco, a primeira onda da pandemia interrompeu as atividades escolares em mais de 190 países, afetando 1,57 bilhão de pessoas, o equivalente a 90% dos estudantes do mundo. Mas, ao contrário do que aconteceu no Brasil, a maioria das nações retomou o ensino presencial até a metade de 2020, ainda que mantendo parte das atividades on-line e adotando protocolos restritivos. A experiência foi repleta de sobressaltos, mas mostrou que, com respeito a medidas de higiene, distanciamento social e controle de casos novos, a escola não produz surtos da doença como se temia. O rigor no cumprimento dos protocolos é essencial.

Em favor da volta às aulas, há a constatação óbvia de que os estudantes estão sofrendo prejuízos no processo de aprendizagem, sem mencionar os efeitos das restrições sociais na saúde mental de crianças e adolescentes. Manter escolas fechadas tem altos custos diretos e indiretos, que afetam tanto alunos e suas famílias quanto a sociedade como um todo, longe das escolas, as crianças e jovens se protegem da doença, mas não estão imunes a riscos associados à violência doméstica e até à falta de alimentação regular.

Embora haja uma divergência de opiniões em relação à retomada das aulas presenciais, uma coisa é certa: é necessário planejar esse retorno, preparar o professor e, também, o incluir como protagonista nesse processo. Portanto, quanto antes as escolas começarem a dialogar e preparar seu corpo docente (e toda a equipe escolar), mais tranquilo e seguro será o retorno para todos, porque é preciso tempo para a reestruturação ser empreendida. E por reestruturação não falo apenas da questão física, dos novos espaços e ambientes, refiro-me, especialmente, ao âmbito emocional, já que todos estiveram diante de uma situação completamente inesperada.

E você, como está se sentindo nessa retomada das aulas presenciais?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Angústia da separação no 1o dia de aula
Não é fácil levar o seu filho à escola no primeiro dia de aula. Quando chega este momento fica a pergunta: quem sofrerá mais?

A angústia da separação no primeiro dia de aula

Quem não gostaria de ter o filho sempre pequenino no colo? Levá-lo consigo para todo lugar? As mães (e pais também) compreendem que chega uma fase na vida dos pequenos em que eles precisam ser inseridos no ambiente escolar. A maioria que trabalha fora de casa tem a necessidade de introduzir a criança desde recém-nascida nas conhecidas creches.

Mas o coração sempre fica apertado. O fato de não ter certeza se ele ficará bem ou se acontecerá algo com a criança é o que nos deixa com sentimento de culpa. Então, a grande dica é procurar uma escola da confiança de vocês e que possam estabelecer um bom vínculo. Quanto mais certos estiverem sobre a decisão, mais seguros se sentirão e esse sentimento de confiança será transmitido aos filhos, tornando a adaptação mais fácil.

“Procure uma escola de sua confiança e estabeleça um bom vínculo.”

Não é fácil para nenhuma mãe levar o seu filho à escola no primeiro dia de aula. Quando chega este momento fica a pergunta: quem sofrerá mais, o filho ou a mãe? Sabemos que para a criança pode ser um período de insegurança, medo, receio, mas trata-se de algo natural, pois está acostumado a ficar grande parte do tempo com pessoas conhecidas.

Um mundo de descobertas

Juntamente com o medo surge também o interesse por algo desconhecido. Tanto os pais quanto a própria escola estimulam as crianças incitando a curiosidade, para que tenham interesse em descobrir o que há de novidade, embora a maior novidade é ter que lidar com a dor da separação. Um momento difícil e doloroso que tanto a criança como os pais vivenciam, ainda mais para quem é mãe ou pai de primeira viagem.

São lágrimas, choros, birras e uma mistura de sentimentos que envolvem estes dois corações, mas que com o passar dos dias vão diminuindo por conta da adaptação que ambos irão desenvolvendo.

Portanto, é muito importante a explicar que terá que ir, mas que depois se reencontrarão. Outro ponto pertinente é ser firme, mesmo que o seu filho esteja fazendo a maior birra. Não se culpe, assim que ele entrar na escola, encontrar os coleguinhas e começar as atividades, ele esquece. A criança utiliza o seu poder de persuasão junto aos pais, pois existem aqueles que fortalecem esse tipo de comportamento do filho, permitindo que a criança domine a situação.

Não deixe a culpa te dominar

Por se sentirem culpados ao deixarem os filhos na escola desde muito cedo e terem que trabalhar, alguns pais acabam sendo coniventes com as birras e, com isso, permitem que os filhos façam o que quiserem como forma de compensação, quando na realidade a criança precisa de firmeza, amor e atenção.

Algumas vezes, a dor da separação acaba sendo muito mais por parte da mãe, pois não aceita que o filho está crescendo e que daqui a um tempo já estará fazendo as coisas sozinho. Isso causa angústia. Existem algumas mães que não se adequam ao que estou mencionando e, na verdade, não veem a hora de ver o filho crescer e se tornar mais autônomo. Tudo isso tem a ver com a história de vida que cada mãe carrega consigo.

Gostou desse texto? Como estamos no período de volta às aulas, semana que vem, vou dar dicas de como ajudar a controlar a ansiedade do seu filho no novo ano letivo. Até lá 😉

As 7 emoções básicas e seu efeito no comportamento humano

 

Às vezes nos sentimos tristes, melancólicos, e apesar de não sabermos o motivo, acabamos deixando o nosso dia cinzento. Outras vezes, acordamos estressados e tudo parece dar errado. Por outro lado, quando estamos apaixonados, cheios de energia e felizes, tudo parece fluir na maior harmonia.

Não é fácil, né? As emoções parecem dominar nossas vidas diárias! E para não ser controlado por elas, é preciso conhecer e entender como cada emoção se manifesta no seu corpo e na sua mente.

Emoções Básicas:

Durante a década de 1970, o psicólogo Paul Eckman constatou em suas pesquisas que seis emoções básicas eram as mesmas a toda espécie humana, independente da cultura: alegria, tristeza, medo, nojo, surpresa e raiva. Apenas nos anos 80 Ekman adicionou a emoção desprezo à lista das emoções básicas e universais.

Vamos dar uma olhada nos sete tipos básicos de emoções e explorar o impacto que eles têm no comportamento humano:

1. Alegria

A alegria é, de todas as emoções básicas, talvez a mais positiva: está associada de forma direta com o prazer e a felicidade. Ela aparece, por exemplo, em resposta à conquista de alguma meta pessoal ou frente à atenuação de um estado de mal-estar.

Enquanto alegria é considerada uma das emoções humanas básicas, as coisas que acreditamos trazer felicidade tendem a ser fortemente influenciadas pela cultura. Por exemplo, as influências da cultura pop tendem a enfatizar que a obtenção de certas coisas, como comprar uma casa ou ter um emprego bem remunerado, resultará em felicidade. Na realidade, os fatores que contribuem para a felicidade são muito mais complexos e altamente individuais.

2. Tristeza

Essa emoção caracteriza-se por uma queda de ânimo e uma redução significativa no nível de atividade cognitiva e de conduta. Apesar da má fama que essa emoção tem, ela cumpre funções iguais ou mais importantes que as demais emoções básicas. Em alguns casos, as pessoas podem experimentar períodos prolongados e graves de tristeza que podem se transformar em depressão.

A função da tristeza é atuar em situações onde o indivíduo se encontra impotente ou não pode dar continuidade a nenhuma ação direta para solucionar o que lhe traz sofrimento, como o falecimento de uma pessoa querida. Além disso, e o mais importante, instiga a busca do apoio social que facilite a fuga de uma situação depressora.

3. Medo

É a emoção mais estudada nos animais e no ser humano. O medo é um estado emocional negativo ou aversivo com uma ativação muito elevada que incita o ato de evitar e de escapar de situações perigosas. A vivência dessa emoção provoca uma sensação de grande tensão em paralelo a uma preocupação pela própria segurança e saúde.

O medo é a resposta emocional a uma ameaça imediata e, é claro que nem todos experimentam o medo da mesma maneira. Algumas pessoas podem ser mais sensíveis ao medo e certas situações ou objetos podem ser mais propensos a desencadear essa emoção, como no caso de pessoas que sentem medo de altura e outras que gostam de praticar esportes radicais.

4. Nojo

O nojo é uma das emoções básicas conhecidas desde os trabalhos de Darwin sobre a emoção animal. A função adaptadora que o nojo cumpre é rejeitar todos os estímulos que podem provocar uma intoxicação. As náuseas e o mal-estar contribuem para evitar qualquer ingestão danosa para o corpo. Além disso, com o tempo, essa emoção tem ganhado um caráter social de rejeitar os estímulos sociais tóxicos para nós.

Essa sensação de repulsa pode se originar de várias coisas, incluindo um sabor desagradável, visão ou cheiro. Pesquisadores acreditam que essa emoção evoluiu como uma reação a alimentos que podem ser prejudiciais ou fatais. As pessoas também podem experimentar nojo moral, quando observam os outros envolvidos em comportamentos que eles consideram desagradáveis, imorais ou ruins.

5. Surpresa

A surpresa pode ser definida como uma reação causada por algo imprevisto, inédito ou estranho. Ou seja, quando aparece um estímulo que o sujeito não contemplava em suas previsões ou esquemas. A vivência subjetiva que a acompanha é uma sensação de incerteza junto a sensação de ter a mente em branco.

Esse tipo de emoção pode ser positivo, negativo ou neutro. Uma surpresa desagradável, por exemplo, pode ser alguém pulando de trás de uma árvore e assustando você enquanto caminha numa rua escura. Um exemplo de surpresa agradável seria chegar em casa e descobrir que seus amigos mais queridos organizaram uma festa surpresa no seu aniversário.

6. Raiva

Enquanto a raiva é frequentemente vista como uma emoção negativa, às vezes pode ser uma coisa boa. Pode ser construtivo e te ajudar a esclarecer suas necessidades em um relacionamento, e também pode motivá-lo a agir e encontrar soluções para as coisas que estão incomodando.

A raiva pode se tornar um problema, no entanto, quando ela é excessiva ou expressa de maneiras que não sejam saudáveis, perigosas ou prejudiciais para si e os outros. A raiva descontrolada pode se transformar rapidamente em agressão, abuso ou violência e também dificultar a tomada de decisões racionais, podendo até impactar a saúde física e mental.

7. Desprezo

O desprezo é a emoção mais recente considerada pela comunidade científica como a sétima emoção básica humana, passando a pertencer ao grupo de sentimentos que descrevi anteriormente.

A função do desprezo é afirmar status, prioridade e autoridade, por isso, é comum que pessoas inseguras experimentem sentimentos decorrentes dessa emoção. Devido à essas características é considerada uma emoção negativa. Quem sente desprezo pelo outro, desconsidera todas as capacidades e sentimentos desta outra pessoa, e na maioria das vezes, nem sequer se esforça em voltar-se contra ela. No entanto, algo ainda mais intenso pode ocorrer quando sentimos desprezo ou nojo de uma pessoa: a desumanização.

Como a psicoterapia pode ajudar?

As emoções básicas têm como função a defesa de nossa sobrevivência física e emocional. Ou seja, são absolutamente necessárias. O que pode acontecer e fazer tudo dar errado é o acúmulo energético que a emoção (algo que dura apenas alguns minutos) produz em nosso corpo físico e emocional, criando os bloqueios que se transformam em problemas do nosso dia a dia, inclusive, doenças crônicas.

A ciência e a psicologia têm criado métodos e terapias muito eficazes como as terapias para liberar emoções negativas, traumas, compulsões e medos. E essas técnicas também podem atuar, positivamente, melhorando o desempenho nos esportes, concentração, autoconfiança, prosperidade. E também na busca do autoconhecimento e desenvolvimento emocional!

Você consegue lembrar de alguma situação com você ou com alguém que tem dificuldades em lidar com as emoções? Que tal compartilhar esse artigo com essa pessoa? Técnicas de psicoterapia podem ajudá-la!

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A agorafobia é um transtorno de ansiedade que está associada a uma perturbação antecipatória, trazendo uma sensação de mal-estar tão intensa que pode originar um episódio de pânico. A pessoa agorafóbica sente medo de ter medo, podendo causar até isolamento social. Situações comuns que causam medo em uma pessoa com Agorafobia incluem: lugares lotados como shoppings, metrô, ônibus, elevadores, eventos e aeroportos; e lugares muito distantes ou remotos.

Muitas vezes as pessoas com Agorafobia conseguem enfrentar o receio e o medo apenas se estiverem acompanhas com alguém de confiança. A agorafobia é geralmente baseada numa preocupação persistente sobre qualquer possibilidade de vir a ter ataques de pânico ou perder o controle em público.

Os sinais e sintomas se manifestam por combinações de medos, sentimentos e sintomas físicos e podem incluir:

● Medo que ficar sozinho;

● Sintomas físicos como falta de ar, náuseas, tontura, sudorese, aumento dos batimentos cardíacos nas situações descritas anteriormente;

● Medo de ir a lugares muito cheios;

● Sentir-se extremamente ansioso por saber que situações que causam fobias podem estar prestes a ocorrem novamente;

● Medo de lugares muito amplos;

● Sentir-se ansioso por estar longe de lugares considerados seguros, como sua própria casa;

● Perda da confiança e baixa autoestima

Os fatores que causam Agorafobia são desconhecidos, mas normalmente as pessoas desenvolvem depois de terem passado por uma situação que gerou um ataque de pânico, como lugares lotados ou lugares considerados como ‘não seguros’, e esses espaços passam a ser evitados pela pessoa. Esse transtorno em específico abrange uma grande faixa etária, entre 16 e 60 anos.

Diferentemente da maior parte das pessoas, que sequer se preocupam com esse tipo de coisa, o agorafóbico não consegue desvincular-se dessas crenças irracionais, o que pode levar a comportamentos de fuga em relação a situações potencialmente ameaçadoras (ir a cinemas, concertos, centros comerciais etc.), limitando cada vez mais a sua qualidade de vida. O agravamento da situação condiciona de forma brutal o cotidiano dessas pessoas e atividades simples como ir ao supermercado, ao cabeleireiro ou ao ginásio deixarão de ser realizadas sem acompanhamento, visto que o agorafóbico pode pensar “E se eu me sentir mal, quem é que vai estar lá para me ajudar?”.

O isolamento progressivo faz com que alguns casos de agorafobia se confundam com situações de fobia social, mas tais perturbações são diferentes. Por exemplo, uma pessoa que sofre de fobia social teme entrar num local público porque receia que todos fiquem olhando para si (medo do julgamento das pessoas). Assim, até pode conseguir frequentar esses espaços, mas fará grande esforço para passar despercebida, sem ser notada.

Pelo contrário, o agorafóbico não teme ser avaliado pelas pessoas que frequentam aquele espaço, mas teme não ter a quem recorrer caso se sinta mal. Do mesmo modo, tais pessoas podem desenvolver o medo de andar de elevador, dando vazão à claustrofobia, que é outra manifestação possível da agorafobia.

O tratamento típico para agorafobia, com ou sem transtorno do pânico consiste em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e terapia com drogas antidepressivas. É importante notar que os medicamentos oferecem proteção apenas enquanto estão sendo tomados, com sintomas retornando uma vez que eles são interrompidos. Portanto, o acompanhamento tanto do psicólogo como do psiquiatra em um trabalho conjunto são cruciais para um melhor resultado.