Piscar repetidamente, fazer caretas, balançar a cabeça, gritar ou falar palavras inadequadas e ofensivas, esses são todos sintomas da Síndrome de Tourette, que acontecem involuntariamente. Trata-se de um distúrbio neuropsiquiátrico, caracterizado por tiques múltiplos, motores e vocais.
Presente em 0,6% da população mundial, a Síndrome de Tourette se inicia antes dos 18 anos de idade (normalmente entre os quatro e os seis anos) e os tiques devem permanecer por mais de um ano para o diagnóstico. E essa é a situação da cantora Billie Eilish e do youtuber Dilera.
Os sintomas são divididos entre motores e vocais e entre simples e complexos, sendo os simples mais frequentes.
Outras manifestações do transtorno:
Tiques motores
- Piscar os olhos;
- Inclinar a cabeça;
- Encolher os ombros;
- Tocar no nariz;
- Fazer caretas;
- Movimentar os dedos das mãos;
- Fazer gestos obscenos;
- Chutes;
- Sacudir o pescoço;
- Bater no peito.
Tiques vocais
- Xingamentos;
- Soluçar;
- Gritar;
- Cuspir;
- Cacarejar;
- Gemer;
- Uivar;
- Limpar a garganta;
- Repetir palavras ou frases;
- Usar diferentes tons de voz.
Os tiques aumentam sua gravidade ao redor dos 10 a 12 anos de idade e pioram com o estresse. Por causa do constrangimento causado em meios sociais é recorrente que o portador da Síndrome de Tourette tenha sentimentos de fobia social, ansiedade e irritabilidade.
Entretanto, as causas da Síndrome de Tourette ainda são desconhecidas pela ciência, embora estejam relacionadas à hereditariedade comum em outros transtornos: déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos de aprendizagem e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Apesar de não ter cura, a Síndrome de Tourette pode ser controlada com o acompanhamento de um neuropediatra ou psiquiatra especializado. São esses profissionais que podem diagnosticar o transtorno e orientar para a medicação adequada.
Os tiques também têm tendência a desaparecer quando a pessoa está dormindo, com o consumo de bebidas alcoólicas ou numa atividade que exige grande concentração e pioram diante de situações de estresse, cansaço, ansiedade e excitação.
Para chegar ao diagnóstico desta síndrome o médico pode ter que observar o padrão dos movimentos, que geralmente acontecem várias vezes ao dia e praticamente todos os dias por, pelo menos, um ano.
Sou Joana Santiago – psicóloga