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Nesta Páscoa, procure algo que te motive e não desista de querer ser feliz!

Nesta data comemoramos a Páscoa, um dia com um simbolismo muito especial, que vem revelar a ressurreição, a oportunidade de renovação pessoal de cada um.

É o momento de abrir os olhos e enxergar a vida de um novo ângulo. É compartilhar o auxílio desejado, a oportunidade de descobrir e ser descoberto, de oferecer e receber sorrisos, de reconquistar a paz e renovar as energias. É a chance de ter empatia, de troca de olhares e gentilezas. É a data que tanto desejamos receber e ofertar os tão esperados deliciosos ovos de Páscoa.

Na situação em que vivemos atualmente precisamos olhar além daquilo que estamos vendo. É um momento de passagem, assim como o significado da expressão “Páscoa”. É uma ocasião em que precisamos nos adaptar, ser solidários, ter fé e esperança.

Dentro de cada um de nós existe um grande poder de ressignificação. Nesta Páscoa venho propor que pare um pouco e dedique-se a você, se escute e cuide-se.

A Páscoa é o momento de reflexão, de renovação e paz.

Boa Páscoa!

Joana Santiago — Psicóloga

A internet e seus recursos afetam nosso humor e comportamento na atualidade
A internet é um recurso de grande importância na atualidade e que remodelou ações,  estilo de vida e comportamentos.

A presença das redes sociais é cada vez mais crescente em nossas vidas. Naturalmente, essa influência repercute em nossos comportamentos e até em mudanças de humor acentuadas.

O imediatismo, as questões do feedback e aceitação, entre “amigos” virtuais, bem como a problemática da privacidade online, faz com que as redes sociais possam afetar negativamente ou até positivamente seu dia-a-dia. Mas até que ponto essa influência é positiva e até recomendada?

Agora, vamos ser sinceros, ver seu post cheio de likes é muito legal. Muita gente sente o mesmo. Quando recebemos uma curtida, nosso cérebro gera uma descarga de dopamina, mesmo neurotransmissor produzido quando comemos chocolate, fazemos sexo ou ganhamos dinheiro, guardadas as devidas proporções. Na prática, Facebook e Instagram nos dão prazer. E, ao que parece, estamos ficando “viciados”.

De maneira geral, o que significa receber um like em uma foto ou conteúdo postado? O like atribui uma reação positiva do outro mediante uma expressão minha. Ou seja, pode ir ao encontro das necessidades de afeto, empatia, proteção, validação, compreensão, aceitação social. Ao olharmos sob esse prisma, seria errado ficarmos felizes quando recebemos likes? Não! Se sentir bem representa que as nossas necessidades estão sendo atendidas. E até aí corresponde a uma forma saudável de interagir com o mundo. 

Muitos casos de dependência começam pela ânsia de aceitação...

Os likes então podem ser saudáveis? Sim! Saia um pouco do mundo virtual e venha para a realidade. Não é mesmo muito bom nos sentirmos compreendidos quando estamos expressando uma ideia? E que tal recebermos elogios? Apesar de algumas pessoas ficarem constrangidas, a verdade é que receber uma afirmação positiva a nosso respeito faz um bem danado! É por isso que nós, psicólogos, estimulamos relacionamentos de troca e afeição – são importantes e saudáveis. 

Um contraponto é a “necessidade de likes” e de feedback positivo, esses poderão ter uma influência direta no seu humor, tornando-se aos poucos um viciado das redes sociais, mesmo que o negue ou então que não passe muitas horas nas redes sociais. Muitos casos de dependência começam por esta ânsia de aceitação. Conforme as pessoas se refugiam nas redes, elas perdem a habilidade de se relacionar com os outros. Você vê jovens que não se relacionam ao vivo, mas estão nos smartphones. Isso gera a incapacidade de ler a emoção dos outros e faz a pessoa se refugiar dentro da vida online, porque lá temos mais controle.

Se você é afetado por likes olhe para isso como uma forma de se conhecer. Olhe mais profundamente agora…Parece haver uma dependência disso aí no seu mundo interno? Ou seja, se você não receber tantos likes você fica mal? Ou, para se sentir bem, você parece precisar dos likes? Talvez caiba aí uma reflexão aberta e honesta de você com você mesmo: tem aí uma necessidade emocional não satisfeita em você. De onde vem isso? Você já se sentiu assim outras vezes? Quais as formas que você pode se atender além dos likes?

Antes de se julgar, entenda essa relação com os likes como a ponta de um iceberg… tem coisa aí embaixo que precisa ser vista. E, quando detectada, fica bem mais fácil de saber os caminhos necessários para você reparar. Talvez, você esteja achando que é só através dos likes que você será satisfeito. E eu quero te dizer que não! Os likes podem trazer satisfação a curto prazo, mas por ser um movimento superficial e virtual, não preenche direito aquilo que precisamos. Os movimentos de internet são rápidos e passageiros. Amanhã já tem um milhão de novos conteúdos e parece que você já ficou esquecido no meio de tanta coisa.

Talvez você esteja mesmo precisando ligar para aquele amigo, companheiro e olhar no olho. Ou uma conversa franca com seus pais…ou então, quem sabe você pode ser a sua companhia e aprovação? Existe também um acolhimento seguro num consultório terapêutico. Os estudos cada vez mais demonstram que uma reparação emocional ocorre com o olho no olho, toque, conexão. Não tem nada de errado com a internet, mas há outros meios de você buscar sua satisfação emocional. Meu conselho pra você hoje: Vai lá, experimenta e depois me conta aqui?!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Empatia e solidariedade em tempos de quarentena
As iniciativas de pessoas que fizeram da ameaça do Coronavírus uma oportunidade de solidariedade e empatia. Exemplos inspiradores.

Os efeitos da empatia e solidariedade na quarentena

O COVID-19 é uma realidade para nós agora e nosso País parece estar deslizando rapidamente para um daqueles roteiros de filmes distópicos com ruas vazias, máscaras faciais, luvas cirúrgicas e auto-isolamento, o novo “normal”. Quarentena passou a fazer parte do nosso vocabulário cotidiano nessa última semana. Como tudo que é novo, experimentar o distanciamento e o isolamento social provocado pela pandemia da COVID-19, o novo coronavírus, nos fez aprender.

Reaprendemos, assim, a viver como sociedade. E compreendemos que, por sermos interdependentes, nossas ações pelo planeta, bem como pelo nosso vizinho, invariavelmente refletem em nós.

Quem entendeu a gravidade do momento logo despertou para a importância ainda maior da empatia e solidariedade. Conforme os índices alarmantes trazidos pela mídia, o poder devastador do vírus faz crescer o medo a cada dia, torna mais urgente a necessidade de ajudar os mais fragilizados: no caso, o chamado grupo de risco. O momento dramático despertou em inúmeras pessoas a vontade e a urgência de minimizar o drama alheio, prestando favores aparentemente corriqueiros, mas cuja diferença talvez só possa ser mensurada por gerações que ainda nem nasceram. Ir à farmácia, à padaria e ao supermercado é um risco muito grande para os idosos. E na onda solidária da pandemia, viralizaram nas redes sociais imagens de bilhetes deixados em elevadores de prédios, por vizinhos dispostos a fazer as compras para os velhinhos, a fim destes evitarem o deslocamento.

Como recriar vínculos, rever valores e despertar para a coletividade

O principal de uma pandemia como o novo coronavírus é que ela não discrimina. Ricos e pobres ficam nivelados diante da iminência da morte. E isso nos humaniza. A dor sentida e reconhecida no outro nos devolve para a nossa realidade: somos, sim, seres humanos vulneráveis e, portanto, somos iguais.
O coronavÍrus está acelerando o processo de resgate dos valores humanos e de um senso marcante de coletividade, onde para que eu sobreviva terei de cuidar de mim e do outro também. Vivemos nos últimos tempos com a defesa psicológica ataque/fuga. O COVID-19 não nos dá esse tempo de disputa. Vamos nos tornar mais empáticos por necessidade.
Cada pessoa reage conforme suas condições psíquicas. Há aquele grupo que estoca alimentos, por exemplo, o que evidencia um comportamento paranoico, provavelmente desenvolvido por uma espécie de histeria coletiva. Não se trata de julgar essas pessoas, mas considerar que a sociedade é heterogênea, o que se reflete nos comportamentos.

Neste momento temos que mirar em exemplos de cooperação e a quebra do individualismo, que infelizmente permeia a sociedade. Hoje a humanidade está se igualando, aprendendo que não importa raça, credo ou classe social. Um dos aprendizados que vamos extrair dessa pandemia é essa reavaliação de valores e a necessidade de doação em prol do outro.

O que a psicologia diz sobre o comportamento dos trolls

 

Os valentões sempre estiveram entre nós. Costumávamos ser capazes de detectar esse tipo a quarteirões de distância. A arrogância, zoação, insultos, olhares de desprezo e agressões eram assistidos por todos e, muitas vezes, o agressor podia ser evitado tomando um caminho diferente para casa ou saindo por outra porta da escola. O prazer que tinham em envergonhar e intimidar os outros deixava evidente sua falta de empatia. O olho roxo da vítima ou o nariz quebrado davam evidências da agressão. Medo e gritos podiam ser vistos e ouvidos, e só assim o bullying parava.

Mas os tempos mudaram e os agressores também. Na era digital, um palco imenso e invisível para o bullying permitiu que o cyberbullying crescesse como uma epidemia. Hoje, quase metade de todos os usuários da internet relatam ter sido alvo de algum tipo de maus tratos on-line. A internet facilitou muito para os agressores atacarem e se esconderem num teatro anônimo que garante ao troll nenhuma preocupação com a punição.

Porque os trolls da Internet desumanizam os outros?

Quando ataques são feitos online, a capacidade de ver as consequências da agressão não é ativada no cérebro de quem o faz. Estudos mostram que os trolls tendem a não enxergar suas vítimas como pessoas reais. Eles desumanizam os outros, o que significa que a pessoa do outro lado do ataque é considerada mais como um objeto e menos como um indivíduo com sentimentos. Mesmo que seu assédio possa arruinar vidas e até mesmo levar seus alvos ao suicídio, os agressores da internet parecem não se importar. O bullying tende a conceder uma sensação imediata de poder aos impotentes.

Mas quem são esses trolls?

Por estudos, sabemos que a grande maioria dos trolls da internet são homens e muitos têm menos de 30 anos. Eles tendem a ser antissociais por natureza e muitas vezes não possuem habilidades sociais e emocionais para resolver conflitos interpessoais, tanto online quanto offline.

Pesquisadores canadenses fizeram a referência cruzada de testes de personalidade online e descobriram uma relação no comportamento troll com a chamada “tétrade obscura”. Um agrupamento de quatro transtornos de personalidade: psicopatia (falta de remorso e empatia), sadismo (sentir prazer com o sofrimento dos outros), narcisismo (egoísmo e auto-obsessão) e maquiavelismo (tendência a manipular os outros).

O estudo, publicado no final do ano passado, define trollagem on-line como “a prática de se comportar de forma enganosa, desordenada ou destrutiva num local social da internet por um único motivo: prazer próprio”.

Sabemos que as vítimas de assédio online muitas vezes se sentem deprimidas, ansiosas e derrotadas pela experiência abusiva. Os trolls, porém, também parecem pagar um preço psicológico. Se pensarmos nesses sentimentos como um espelho do que esse indivíduo sofre internamente, podemos ter o vislumbre de uma pessoa que se sente impotente, ansiosa e deprimida e que não conhece outra saída a não ser provocar tais sentimentos nos outros. Mas, em vez de buscar uma saída para a frustração reprimida, o troll parece aumentar a depressão, a solidão e o isolamento.

E o que pode ser feito?

É necessária mais interação humana “cara-a-cara” para construir habilidades interpessoais, antes de perdermos (todos nós) o contato humano. Os trolls que estão causando dor, também podem precisar de um ser humano carinhoso ou psicoterapeuta para compreender seus próprios sentimentos de isolamento e rejeição. Porém, devemos ter cuidado para não categorizá-los e generalizá-los como psicopatas.

Se você é vítima de trolls na internet, a primeira e mais importante opção é não ficar calado e denunciar. Caso tenha dúvidas sobre como proceder, também vale contar com a equipe do projeto SaferNet. Com o apoio de organismos importantes, este site ajuda a orientar ações para quem foi vítima de um crime digital, explicando como fazer cartas solicitando a remoção de uma injúria ou difamação, por exemplo. Outra dica nesses casos é ignorar. Quando as vítimas do cyberbullying conseguem ignorar a violência sofrida, podem provocar frustração nos trolls e isso pode motivá-lo a desistir e ir embora.

Precisamos ficar atentos para que a experiência humana real e viva não seja substituída. Para completar o círculo de empatia e entender a psicologia dos trolls da internet, é importante reconhecer que eles também são seres humanos que precisam de ajuda. Nossa sociedade não pode se dar ao luxo de julgar sem buscar soluções para os efeitos colaterais da era digital.

Se você já foi alvo de algum tipo de abuso online, denuncie. Se, por outro lado, você conhece alguém que passou por problema semelhante, ofereça apoio, use as dicas que mostrei aqui. Se for necessário apoio psicológico, saiba que estou sempre a disposição para ajudar.

Empatia - Colocando-se no lugar do outro

A empatia é, em termos simples, a habilidade de colocar-se no lugar do outro. Por exemplo, se você escuta uma história sobre uma criança que perdeu os pais em uma comunidade que foi devastada pelo desmoronamento de uma barragem e se comove, é possível ter dois tipos de reação: sentir dó, que representa a simpatia; ou se colocar no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas.

Ser empático não se restringe às pessoas que conhecemos, mas principalmente com os desconhecidos ou mesmo com pessoas com características opostas às nossas. Este é um grande esforço que demanda sensibilidade, inteligência emocional e vontade de experimentar uma nova perspectiva. Esta é uma habilidade que pode ser aprendida, mas que precisa ser cultivada diariamente.

“A capacidade de se colocar no lugar do outro é uma das funções mais importantes da inteligência. Demonstra o grau de maturidade do Ser Humano.” (Augusto Cury)

No entanto, apesar de toda a ênfase e valor que nossa cultura atribui à empatia – especialmente como um antídoto contra o bullying e outros comportamentos antissociais – há uma grande confusão sobre o que é, e o que não é. Aqui está o que a ciência sabe sobre a empatia:

1. Empatia e simpatia não são sinônimos.

Algumas pessoas costumam substituir uma pela outra, mas na verdade, são processos diferentes. Quando você sente simpatia por alguém, você se identifica com a situação que a pessoa vivencia. Isso pode ser um sentimento puro e verdadeiro; você pode sentir simpatia por pessoas que você nunca conheceu ou por um problema que você pessoalmente nunca experimentou, assim como por pessoas que conhece e cenários que são familiares à você.

Mas sentir simpatia não conecta você necessariamente com a pessoa ou com o que ela está sentindo. Você pode ser solidário com a situação de alguém, e ao mesmo tempo ignorar completamente seus sentimentos e pensamentos.

O processo emocional chamado empatia é outra coisa; envolve realmente ouvir e compreender o ponto de vista e/ou a situação do outro, podendo, ou não, se identificar e sentir os mesmos sentimentos. A simpatia é o sentimento por alguém; empatia envolve o sentimento com alguém.

2. A empatia é um comportamento aprendido.

A pesquisadora e best-seller Brené Brown ficou famosa ao escrever sobre vulnerabilidade, vergonha, estranhamento e outras emoções que sentimos ao crescer.

Para ela, as crianças têm oportunidades de aprender empatia com seus pais, professores e colegas. Ler boa literatura pode ser uma maneira poderosa de desenvolver empatia, assim como estudar uma história ou estar presente com um amigo no parquinho que está passando por momentos difíceis.

No Brasil, um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul analisou 100 crianças carentes, com idades entre 6 e 9 anos, a fim de entender qual o impacto da empatia na vida delas. O resultado trouxe uma revelação importante: crianças mais empáticas tendem a ser mais competentes socialmente do que as outras.

3. Você não é responsável pelas emoções dos outros.

Um obstáculo para expressar empatia autêntica é a tendência de acreditar que somos responsáveis por fazer com que outras pessoas se sintam melhor, especialmente aquelas que amamos. Imagine se as emoções de todos a nossa volta fossem nossa responsabilidade, ficaríamos sobrecarregados!

A empatia não nos pede para assumir a responsabilidade pelos sentimentos de outra pessoa. Trata-se da capacidade de estar verdadeiramente presente e de manter um espaço seguro para os outros sentirem suas próprias emoções completamente. Assim, elas são capazes de entender sua experiência.

Desenvolver a empatia nos permite um maior bem-estar emocional e mais qualidade nos relacionamentos. Além disso, ela pode ajudar a manter a nossa saúde mental, já que promove o autoconhecimento.

É preciso dominar esta sabedoria que, em muitas situações, não nos ensinaram nem na profissão, nem nos livros. A boa notícia é que psicoterapia pode ser muito útil neste processo. Quando precisar, estarei aqui sempre disponível para te ajudar!