Reconhecer que é prejudicial, trabalhar a autoestima e a autoconfiança são alguns dos passos para lidar melhor com a insegurança.

Na maioria das vezes, a insegurança está ligada a uma dificuldade da pessoa em acreditar em si e no seu potencial. Por isso, muitas vezes, existem crenças ligadas ao medo de não ser capaz, medo de não obter sucesso ou de ter a sua vulnerabilidade exposta de alguma maneira.

“Não sou tão bom quanto fulano”

“Não consigo me destacar no trabalho”

“Tenho medo de tomar a decisão errada”

“Será que não serei criticado por minha atitude?”

Frases como essas representam o sentimento de incapacidade e de não merecimento, que pode levar a pessoa insegura a desenvolver problemas relacionados a sua autoestima (como é vista pelos outros) e autoimagem (como ela própria se vê).

Todos nós podemos sentir insegurança em algum momento da vida e em intensidades diferentes. O que separa, no entanto, uma insegurança funcional (que te prepara para a situação), de uma insegurança disfuncional é o sofrimento emocional e prejuízo em geral que te causa.

Ou seja, o nível de sofrimento e a paralisação de desejos e projetos diante da insegurança é o que vai predizer a necessidade de buscar ajuda para lidar com os prejuízos que a acompanham.

A insegurança é um sentimento caracterizado pelo mal-estar generalizado, ansiedade ou nervosismo associado à percepção negativa de si mesmo. A pessoa insegura se enxerga como inexperiente, inábil, vulnerável e fraca. Ela acredita não ser capaz de encarar os desafios da vida com a cabeça erguida, recorrendo a mecanismos de defesa para mascarar a sua falta de segurança.

Essa autoimagem negativa acarreta muito sofrimento ao longo da vida. A pessoa insegura pode desistir de oportunidades bacanas ou de sonhos em virtude da insegurança. Também pode encontrar dificuldades para formar laços de amizade, se destacar profissionalmente e ter um relacionamento sério.

Esse sentimento destruidor de autoestima não possui fundamento. Todas as pessoas possuem atributos fortes e fracos, performando com excelência em certos campos de atuação e faltando com habilidade em outros.

Em contrapartida, é interessante pensarmos que a insegurança é algo inerente ao ser humano e, quando em níveis normais, pode ser muito útil, pois o ligeiro aumento no nível de ansiedade e a agitação fazem com que a pessoa automaticamente encontre meios e ferramentas para enfrentar a situação e seguir adiante. Portanto, nesse nível a insegurança e suas emoções decorrentes exercem um papel protetor. O problema está quando a ansiedade e agitação decorrentes dessa insegurança são muito elevados a ponto de prejudicar a pessoa.

Vejamos um exemplo simples: imagine que uma pessoa foi incumbida pelo chefe para conduzir um importante projeto na empresa, sendo uma grande oportunidade para aquela pessoa aumentar sua exposição e mostrar seu trabalho. Ela tem potencial técnico para executar a tarefa, porém sente-se demasiadamente insegura ao ponto de que sua ansiedade subiu para níveis muito superiores, fazendo com que ela não se sinta capaz de executar a tarefa.

O medo acaba tomando conta e a pessoa não consegue raciocinar para fazer um bom trabalho. Ou seja, a insegurança excessiva acabou atrapalhando a vida daquela pessoa.

Como lidar com a insegurança?

Uma dica importante para lidar com a insegurança emocional é procurar suporte psicológico. Com apoio profissional, é possível identificar fatores que colaboram com o desenvolvimento do problema.

Traumas de infância, vivências recorrentes e outras situações podem ser trabalhadas, visando superar as barreiras mentais que impedem seu desenvolvimento pessoal e profissional. Porém, existem outras medidas que ajudam nessa trajetória e podem ser feitas com apoio terapêutico:


1. Praticar o autoconhecimento

O autoconhecimento consiste em refletir e avaliar a história da sua vida, pontos fortes e fracos, maneiras de se relacionar com as pessoas e agir diante de diferentes situações, entre outros fatores. A partir disso, você terá a possibilidade de encontrar as inseguranças existentes, as principais causas e medos relacionados. Identificando as origens do problema, é mais fácil procurar soluções.

2. Elevar a autoestima

A insegurança emocional tem bastante relação com a autoestima, então é essencial trabalhá-la para combater o problema. Sabemos que essa não é uma tarefa simples, mas existem dicas que podem ajudar nesse caminho. Confira:

  • trabalhe uma postura mais positiva sobre você;
  • evite comparações com outras pessoas;
  • reduza o uso de redes sociais;
  • seja compassivo com seus erros;
  • avalie o que funciona na sua rotina;
  • não generalize suas experiências — novas oportunidades podem mudá-las.

3. Avaliar crenças limitantes e objetivos pessoais

Você sabe o que são crenças limitantes? Elas são questões que impedem você de realizar determinadas tarefas ou objetivos por não acreditar em si. Portanto, é necessário fazer reflexões para entender quais se aplicam em sua vida, relacionando-as com seus objetivos pessoais.

Dessa maneira, você pode trazer maior racionalidade para cada questão e combater as crenças limitantes, criando caminhos e estratégias específicas que ajudarão nas conquistas, mostrando que isso é realmente possível.

Agora que você sabe o que é insegurança e como lidar com o problema, tenha atenção aos sintomas e procure apoio profissional. Seguir essas dicas sozinho não é tarefa simples!  Isso ajudará a melhorar a autoestima e ter mais qualidade de vida.

Sou Joana Santiago – Psicóloga