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Distúrbio que envolve impulsos recorrentes e irresistíveis de retirar pelos do corpo.

A tricotilomania é um tipo de transtorno compulsivo crônico, bem como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), caracterizado pelo hábito de arrancar cabelos. Cerca de 2% da população tem essa condição, sendo que 90% dos pacientes são mulheres.

É um transtorno psicológico que tem como característica a mania incontrolável de arrancar fios de cabelo ou pêlos do corpo, como cílios, barba e sobrancelhas. O paciente com o problema, ao puxar os fios, é tomado por uma sensação de alívio e prazer imediatos. Ou seja, é uma ação feita por impulso que serve como uma libertação emocional.  

A doença pode ser motivada por diversos fatores, tanto emocionais quanto biológicos, e geralmente está associada à falta de controle dos impulsos, à ansiedade, estresse e ao transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Em alguns casos, o transtorno pode evoluir para a Tricofagia, quando a pessoa, além de arrancar os fios, passa a comê-los.

O transtorno pode começar tanto na infância e adolescência quanto na fase adulta, e assim que for percebido é indicada a busca por tratamento. Apesar de não parecer uma condição debilitante à primeira vista, o hábito crônico de arrancar os cabelos pode levar as pessoas a se ausentarem do trabalho, cessarem interações sociais e desgostarem da aparência. 

Causas

Não existe uma causa única para a TTM. As pesquisas mostram que fatores genéticos, neurobiológicos e comportamentais podem estar envolvidos no aparecimento da desordem. O ligeiro aumento do número de casos observado numa mesma família sugere que possa ter caráter hereditário.

Estudos recentes levantam a possibilidade de que a tricotilomania ocorre por deficiência de alguns neurotransmissores relacionados com a impulsividade, entre eles, a serotonina, a noradrenalina e a dopamina.

Sintomas

O paciente com tricotilomania pode apresentar sintomas físicos, psicológicos e até comportamentais. Estar atento aos sintomas e sua intensidade são importantes para entender o problema e buscar por tratamento.

Veja alguns dos sintomas:

  • Falhas no couro cabeludo
  • Falha nas sobrancelhas, cílios ou outra parte do corpo com pelos
  • Se sentir aliviado ao arrancar um fio
  • Comportamento automático de arrancar os fios
  • Dificuldade de conseguir parar por completo de arrancar os fios
  • Ingerir os fios
  • Esconder a cabeça com lenços ou chapéus
  • Obstrução intestinal
  • Estresse
  • Ansiedade
  • Comportamento impulsivo

Embora a necessidade de arrancar os fios de cabelo resulte em alívio e em uma sensação de prazer, a pessoa passa a ter vergonha de suas ações quando os indicativos que possui essa condição (áreas no couro cabeludo sem cabelo) ficam claros. Ela teme ser descoberta e ser rotulada como “louca” ou “estranha”. 

No fundo, sabe que esse comportamento não é comum, mas não consegue combater a compulsão de puxar os fios. 

A variação de emoções é tamanha que a pessoa com esse transtorno vai ficando ansiosa, deprimida ou em pânico à medida que os sintomas se agravam. Ela trava uma luta frequente entre o desejo de arrancar os fios, o alívio após satisfazê-lo e o temor das consequências desse ato.

Sendo assim, essa condição também pode ocasionar a alopecia, condição de saúde de origem emocional que causa a queda de cabelo e o aparecimento de regiões calvas no couro cabeludo. Lesões e infecções de pele nas áreas afetadas são igualmente comuns. 

Diagnóstico

Tudo leva a crer que a tricotilomania seja um transtorno subdiagnosticado. Primeiro porque, por vergonha, culpa ou constrangimento, os pacientes demoram para procurar atendimento médico e, feito o diagnóstico, muitos nem sequer retornam para conversar sobre as possibilidades de tratamento. Segundo porque, até mesmo entre os profissionais de saúde, falta a informação necessária sobre a doença e suas características.

O diagnóstico baseia-se especialmente na avaliação clínica do paciente, considerando alguns critérios que levam em conta os sinais e sintomas da doença, tais como:

  • Comportamento recorrente de arrancar os cabelos, que resulta em perda capilar perceptível;
  • Sensação de tensão crescente, imediatamente antes de arrancar os cabelos ou quando o paciente tenta resistir ao impulso;
  • Prazer, satisfação ou alívio depois de arrancar os cabelos.

É importante também estabelecer o diagnóstico diferencial com outros transtornos mentais ou com possíveis moléstias dermatológicas que justifiquem as áreas de perda de cabelos que, em geral, são irregulares e ocorrem mais do lado da mão com lateralidade dominante.

Tricotilomania tem cura?

Quando o paciente reconhece o problema e procura por um tratamento especializado, as chances de cura aumentam. O tratamento é multidisciplinar, ou seja, envolve profissionais de diferentes especialidades (dermatologistas, psicólogos, psiquiatras, clínicos, por exemplo).

Embora o assunto ainda demande estudos clínicos e epidemiológicos, a combinação da terapia cognitivo-comportamental (TCC) com alguns medicamentos antidepressivos e estabilizadores do humor tem sido utilizada para controle do impulso e alívio dos sintomas da TTM.

A Terapia consiste em ajudar o paciente com os seguintes benefícios:

  1. Identificar disparadores do ato de arrancar os pelos;
  2. Compreender sua ansiedade
  3. Administrar os gatilhos para a ansiedade
  4. Administrar sentimentos que levam à arrancar os pelos ou cabelo
  5. Técnicas de autocontrole
  6. Estratégias para lidar com o impulso
  7. Desenvolvimento de novo repertório comportamental
  8. Diminuição dos sintomas

Basicamente, a proposta da terapia cognitivo-comportamental é ensinar o paciente a reconhecer pensamentos e sentimentos distorcidos e negativos (cognição) que funcionam como gatilhos e induzem o comportamento compulsivo e indesejável de arrancar os cabelos, a fim de substituí-los por hábitos novos e inofensivos. Essa técnica recebe o nome especial de “treinamento para a reversão de hábitos” (HRT, do inglês habit reversal training). Paralelamente, o paciente é estimulado a realizar exercícios de relaxamento que ajudam a reduzir a tensão e favorecem o controle dos impulsos e a modificação do comportamento.

Embora a ocorrência desse transtorno não pareça ser significativa, ele é, de fato, muito comum em graus variados. Por exemplo, adolescentes costumam experimentar sintomas mais leves, os quais podem ser tratados com a mudança de hábitos. Compartilhe-o com quem você acredita que pode se beneficiar desse conhecimento, especialmente pessoas próximas com ansiedade e/ou que vivenciam situações estressantes.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Marque esse um ano de pandemia tomando medidas para gerenciar melhor seu bem-estar mental e emocional. Veja como fazer.

Se passou um ano desde quando tivemos que lidar com os primeiros casos de covid. Se antes a doença parecia distante de você, hoje, infelizmente, todos nós conhecemos alguém que morreu ou que perdeu alguém pelo coronavírus. Por isso, é natural que se até 2020 você tenha conseguido “segurar as pontas” de todos os sentimentos que a pandemia desencadeou, talvez agora esteja mais difícil lidar com a rotina que antes você tinha se adaptado bem.

No entanto, a saúde mental das pessoas foi muito afetada. No ano passado, quase todos os pacientes falaram sobre o estresse e a ansiedade que surgiram com as primeiras ondas de bloqueio.

Algumas pessoas estavam preocupadas com o impacto emocional que a perda de entes queridos teria sobre si e sobre seus amigos e vizinhos. Muitos acharam difícil lidar com a dor e o isolamento, e outros acharam difícil lidar com a perda de emprego e a insegurança financeira.

Infelizmente, nosso país está em uma fase crítica de disseminação do vírus, dessa forma, não é interessante tentar negar ou fugir da realidade em que vivemos. Mesmo antes da pandemia, o ser humano sempre teve dificuldade de lidar com o real, principalmente em comparação com as fantasias que ele cria e que acaba se frustrando ao perceber a discrepância que é a vida. É por isso que o uso de substâncias, legais ou não, que afetam o sistema nervoso central, sempre foi debatido: em última instância existe uma necessidade de fuga da realidade. Mesmo que sem causar aglomerações, muitas pessoas estão percebendo o aumento do consumo de álcool ou outras drogas, e talvez, essa privação da liberdade esteja diretamente ligada a isso.

Outra dificuldade que parece estar aparecendo muito é para dormir. Como muitas pessoas transformaram seu quarto, que antes era espaço de descanso, em espaço de trabalho, é complicado para o cérebro fazer essa transição, ainda mais se você passar a maior parte do tempo em um mesmo cômodo da casa. Por isso, o ideal é ter um outro lugar para trabalhar, pode ser um outro quarto, mas que não seja o seu. 

Os adolescentes também foram muito afetados, mesmo que consigam manter a rotina de estudos online, que já é um desafio, a falta de contato social, e gasto de energia, dificulta uma rotina de sono que funcione. Se for possível criar tarefas dentro de casa, momentos voltados a atividades físicas, mas ainda assim, vale lembrar que o mundo se transformou desde a pandemia, então esse processo de adaptação vai mexer sim com a sua disposição, seu sono e sua energia.

Com as vacinas sendo produzidas aqui e distribuídas com mais regularidade e um novo normal aparentemente se aproximando aos trancos e barrancos ao longo deste ano, aceitando a importância desse momento e todas as transformações que nos foram impostas, nós perguntamos: o que podemos fazer para controlar melhor nosso emocional?

Redefinir a nossa vida

A maioria de nós experimentou algumas revelações sobre nossas vidas durante o curso da pandemia. Talvez percebamos que passamos horas demais no escritório, desnecessariamente. Para o distanciamento social em casa, talvez tenhamos aprendido que realmente nos beneficiamos de muito mais tempo juntos como a família, e que as contas bancárias emocionais que compartilhamos estão desfrutando de saldos maiores do que, talvez, já tiveram antes.

Por meio da união forçada, talvez tenhamos inadvertidamente descoberto que precisamos de mais tempo sozinhos, lendo, ouvindo música, meditando ou apenas sentados em silêncio.

Dedicar alguns minutos para meditar uma ou duas vezes ao dia pode ajudar muito a melhorar a saúde mental.

Recomendo que você avalie as lições que aprendeu ao longo da pandemia e as implemente, na medida do razoável, em sua nova vida normal.

Vá da inércia ao movimento

Todos nós sabemos que o movimento é um componente importante para nosso bem-estar físico, mas também fortalece nossa saúde emocional.

À medida que a pandemia se aproxima do segundo ano, muitos de nós nos tornamos cada vez mais inertes, permitindo que nossa energia ansiosa permaneça em nossos corpos. É crucial para se mover, quer você caminhe, corra, levante ou ande de bicicleta ergométrica. Saia ao ar livre e pegue o ar fresco todos os dias, faça o que estiver ao seu alcance!

Encontre o significado e aja

Muitos de meus clientes me dizem que atingiram uma crise existencial em relação ao significado de suas vidas. A oportunidade aqui é desenvolver vínculos e buscar atividades que façam algum sentido para você, mesmo que temporariamente. Aprimorar o vínculo com pessoas, religião, instituições e/ou colocar em prática algo que se sinta contribuindo para o outro é importante.

Obtenha ajuda

Se você está lutando para lidar com dias sombrios, procure um grupo de apoio online ou sessões de psicoterapia individuais.

Trate a saúde mental como a saúde física e trabalhe para tratar além de doenças emocionais, para manter o bem-estar emocional. Acredito que as pessoas estejam percebendo a importância e, principalmente, a diferença que é tratar a saúde mental, e tenho a esperança de que esse olhar permaneça daqui para frente. 

Você já sentiu solidão, esgotamento, ansiedade ou tristeza por causa da pandemia? Você está preocupado com os efeitos de longo prazo na saúde mental? Que perguntas você tem sobre como cuidar de sua saúde mental após um ano de tantas incertezas?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Volta às aulas presenciais exigirá cuidado com emocional de alunos e professores.

Ainda que o Brasil, num cenário otimista, supere logo a crise do coronavírus, teremos desafios a serem superados após o encerramento do distanciamento social.

Ansiedade, depressão, medo, angústia sobre a volta às aulas e a ruptura de relacionamentos seja por luto ou desemprego são algumas das cicatrizes que deverão ser superadas no dia a dia.

A incerteza sobre as idas e vindas do risco de contágio pela Covid-19, uma sensação que na H1N1 só foi minimizada com a vacina, e o receio com o colapso no sistema de saúde devem manter parte da população em um estado de quarentena permanente.

Entre as dificuldades no retorno escolar apontadas pela pesquisa do observatório PrEpidemi estão as preocupações com as medidas de proteção; insegurança com o retorno às aulas no atual cenário; desafios em utilizar adequadamente o ensino a distância; conexão adequada à internet como forma de acessar conteúdos; exposição dos estudantes ao vírus no trajeto de casa para a escola; suscetibilidade das famílias que moram na mesma casa ao vírus, entre outras.

A pesquisa foi realizada por meio de enquete pelas redes sociais. As perguntas analisaram o quadro de confiança e incertezas dos pais ou responsáveis pelas crianças e jovens envolvidos no processo. O questionário obteve 40.169 respostas em quatro dias. O momento de enfrentamento da pandemia é um processo delicado por envolver medidas que afetam significativamente a vida da população, aponta a pesquisa.

O estudo revela ainda que, na opinião dos pais, a preocupação das escolas não deve se restringir à aprendizagem do conteúdo específico de cada matéria em si: as instituições de ensino também devem valorizar a adoção adequada de medidas de proteção e atenção às emoções dos alunos desencadeadas pela pandemia. Esse é o momento de acolhimento para alunos, pais e professores!

É preciso trabalhar com calma, resgatando os aprendizados vividos pelo distanciamento físico e priorizando o material humano, para que essa reinauguração do ano letivo possa acontecer de maneira orgânica e plena.

Devido às incertezas sobre a vacina contra o coronavírus e ao medo de uma segunda onda da doença, como tem ocorrido na Europa, as instituições particulares vão manter o ensino híbrido. Ou seja, respeitarão a vontade dos pais. Quem quiser o ensino presencial para o filho, terá essa possibilidade. Os que desejaram a manutenção das aulas remotas, terão o suporte.

Os protocolos de segurança para a volta às aulas, que vem sendo discutido apontam medidas já adotadas em outras instituições e bastante conhecidas de todos, como o uso do álcool gel, a alternância de lugares para os alunos ocuparem nas salas de aula, o revezamento dos alunos que assistirão às aulas presenciais em dias alternados, entre outras medidas.

Segundo dados da Unesco, a primeira onda da pandemia interrompeu as atividades escolares em mais de 190 países, afetando 1,57 bilhão de pessoas, o equivalente a 90% dos estudantes do mundo. Mas, ao contrário do que aconteceu no Brasil, a maioria das nações retomou o ensino presencial até a metade de 2020, ainda que mantendo parte das atividades on-line e adotando protocolos restritivos. A experiência foi repleta de sobressaltos, mas mostrou que, com respeito a medidas de higiene, distanciamento social e controle de casos novos, a escola não produz surtos da doença como se temia. O rigor no cumprimento dos protocolos é essencial.

Em favor da volta às aulas, há a constatação óbvia de que os estudantes estão sofrendo prejuízos no processo de aprendizagem, sem mencionar os efeitos das restrições sociais na saúde mental de crianças e adolescentes. Manter escolas fechadas tem altos custos diretos e indiretos, que afetam tanto alunos e suas famílias quanto a sociedade como um todo, longe das escolas, as crianças e jovens se protegem da doença, mas não estão imunes a riscos associados à violência doméstica e até à falta de alimentação regular.

Embora haja uma divergência de opiniões em relação à retomada das aulas presenciais, uma coisa é certa: é necessário planejar esse retorno, preparar o professor e, também, o incluir como protagonista nesse processo. Portanto, quanto antes as escolas começarem a dialogar e preparar seu corpo docente (e toda a equipe escolar), mais tranquilo e seguro será o retorno para todos, porque é preciso tempo para a reestruturação ser empreendida. E por reestruturação não falo apenas da questão física, dos novos espaços e ambientes, refiro-me, especialmente, ao âmbito emocional, já que todos estiveram diante de uma situação completamente inesperada.

E você, como está se sentindo nessa retomada das aulas presenciais?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A meditação pode ser usada para desenvolver a regulação da atenção, das emoções e para o crescimento pessoal.

Durante as últimas duas décadas, mais e mais cientistas estudam a atenção plena, um conjunto de práticas que nos ajuda a cultivar a consciência de nós mesmos e de nosso meio ambiente a cada momento. Suas primeiras descobertas desencadearam um enorme entusiasmo pela meditação. A prática pode ser usada para desenvolver a regulação da atenção, das emoções e para o crescimento pessoal. Ela pode ser relacionada com diferentes processos cognitivos, tais como a memória e a imaginação, e pode estar focada no próprio corpo, em outras pessoas ou conceitos abstratos.

Surgiu como uma prática de cunho religioso há cerca de 3 mil anos antes de Cristo. Porém, com o passar dos anos, foi se popularizando até chegar ao ocidente e ser alvo de diversos estudos sobre seus benefícios tanto para a saúde, o envelhecimento e até a produtividade.

Um dos estudos foi conduzido pelo Dr. Hebert Benson, que em 1967 descobriu que pessoas em estado meditativo usavam cerca de 17% menos oxigênio. Além disso, apresentavam menor pressão sanguínea e aumento na produção de ondas cerebrais. Ao invés de focar apenas no desenvolvimento espiritual, a meditação passou a ser utilizada como ferramenta para promover o relaxamento, obter mais saúde e afiar a mente.

O que realmente é meditação?

A meditação é um exercício de foco e concentração que promove relaxamento físico e equilíbrio mental de quem pratica.

Algumas linhas de meditação usam mantras como instrumento para entrar no estado de flow, enquanto outras focam em apenas observar a respiração.

Existem alguns tipos de meditação e um dos mais estudados atualmente é o da atenção plena, conhecido como mindfulness. Este tipo separou a parte mística e religiosa da prática vinda do Oriente, focando somente nas descobertas científicas sobre os benefícios da meditação. O foco está em prestar atenção às sensações do corpo, em especial à respiração para, assim, interromper a bagunça de pensamentos desordenados.

Existem vários tipos de meditação, mas, principalmente para quem está começando, somente alguns minutos, lugar tranquilo e silencioso e concentração na respiração serão necessários.

E principalmente: esqueça o conceito de meditação pelo esvaziamento da mente, simplesmente porque é impossível, pois não conseguimos interromper 100% o fluxo de pensamentos, mas sim direcioná-los.

Benefícios da meditação

Manter a mente concentrada e focada é pré-requisito para quem deseja atingir o máximo de resultados. A mente desfocada pula de um pensamento para outro. Além disso, mistura lembranças do passado com idealizações de futuro e, principalmente, nos tira do momento presente.

Você vive o ontem e o amanhã, mas o hoje fica esquecido, dando espaço para procrastinação. E se você sofre com esse problema, sabe o quanto pode ser frustrante viver deixando planos importantes para amanhã.

A meditação centraliza o nosso ser em um único ponto. Com isso, deixamos de nos preocupar com o que vem amanhã e focamos no agora. A prática se torna vital ao controle da ansiedade, condensando nossa consciência em momentos reais

Além de proporcionar uma mente atenta, um dos benefícios da meditação é a estimulação da criatividade e da capacidade de inovar.

A melhor coisa da prática é que ela é acessível a todos. Por isso, convido você a fazer um teste. Durante uma semana, separe 10 minutos de sua manhã para entrar em contato com sua respiração, observar o movimento desta no seu corpo e relaxar profundamente.

Faça o teste. Não tomará muito do seu tempo e os benefícios poderão ser sentidos logo nos primeiros dias. Vale a pena usar um pouquinho da sua paciência e força de vontade para começar. Você não irá se arrepender!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

É comum que as pessoas vivam crises existências em algum momento das suas vidas.

Quase todo mundo, em algum momento da vida, vai passar (ou já passou) por uma crise existencial. Essa sensação de perda do sentido e o constante questionamento sobre a própria existência traz ao indivíduo uma enorme angústia, que pode até desencadear ansiedade e atrapalhar o convívio social.

Existem cinco principais preocupações existenciais que vamos nos deparar em algum momento da vida: morte, significado da vida, isolamento, identidade e liberdade. Todas elas resultam do embate entre nossas motivações humanas básicas e a realidade ambígua que vivemos.

Mas afinal, o que nos faz passar por uma crise existencial? Que tipo de acontecimentos desencadeiam esse sentimento de dúvida e todos os conflitos internos que vivenciamos?

Uma crise existencial se refere a sentimentos de mal-estar sobre o significado, a escolha e a liberdade na vida. Quer seja referida como uma crise existencial ou ansiedade existencial, as principais preocupações são as mesmas: que a ideia é que a vida é inerentemente sem sentido, que nossa existência não tem sentido porque há limites ou fronteiras nela, e que todos devemos morrer algum dia.

A ansiedade existencial tende a surgir durante as transições e reflete a dificuldade de adaptação, muitas vezes relacionada à perda de proteção e segurança. Por exemplo, um estudante universitário que está se mudando de casa ou uma pessoa adulta passando por um divórcio difícil pode sentir que o alicerce sobre o qual sua vida foi construída está desmoronando. Isso pode levar a questionar o significado de sua existência.

Para os existencialistas, uma crise existencial é considerada uma jornada, uma tomada consciência, uma experiência necessária e um fenômeno complexo. Surge de uma consciência de suas próprias liberdades e como a vida vai acabar para você um dia.

Reconhecendo uma crise existencial  

Uma crise existencial tende a surgir a partir de algum acontecimento impactante e traumático. Porém, cada pessoa sente e age de forma muito particular e distinta diante dessas situações e, por isso, os sintomas, principalmente os de fundo emocional, podem variar bastante de acordo com as experiências de cada um e com momentos da vida. Portanto nesse momento, buscar ajuda profissional de um psicólogo é fundamental!

Ainda assim, certos sinais recorrentes apontam para o surgimento da crise existencial, sendo os mais comuns:

  • estafa mental
  • ansiedade
  • necessidade de isolamento
  • desânimo constante
  • pessimismo e insatisfação
  • alterações no apetite
  • sono desregulado
  • sentimento de incapacidade
  • ausência de objetivos e incertezas sobre o futuro
  • dúvidas e questionamentos sobre a própria personalidade

A crise de meia-idade

O termo crise da meia idade foi formulado por Elliott Jaques, um médico canadense, que descreveu as dificuldades emocionais que algumas pessoas costumam passar entre os 45 e 55 anos. Essa fase da vida pode ocasionar insegurança, ansiedade e baixa autoestima.

Essas dificuldades, que podem gerar uma crise existencial, são desencadeadas por diversos fatores:

  • alterações hormonais
  • crises profissionais
  • casos extraconjugais
  • síndrome do ninho vazio
  • morte de parentes ou amigos próximos

De qualquer modo, a crise da meia-idade se origina na mesma fonte da crise existencial,
o questionamento. Só que neste caso, a crise apenas aparece como o produto de um acúmulo de estresse e cobranças ao longo de anos, geralmente inseridos em um projeto pessoal de casamento, sucesso profissional ou comodismo.

Quando tudo isso é associado às expectativas concentradas sobre uma única pessoa, ou seja,  o(a) “provedor(a)” da casa, essa pressão pode levar inclusive a um desgaste mental profundo (burnout).

Como superar a crise existencial?

Algumas pessoas podem ter dificuldades de lidar com os sentimentos que essa fase desperta e com as questões que a envolvem. Diante dessa dificuldade, pode ser necessário buscar apoio psicológico através de psicoterapia. O trabalho do psicólogo, que é um profissional capacitado para orientar sobre a forma de lidar com os sentimentos e adversidades, ajudará a resolver problemas que parecem não ter solução.

De todo modo, é importante que a pessoa que se vê diante dos dilemas existenciais entenda que nunca será possível ter todas as respostas para todas as dúvidas e que não há problema nisso!

É fundamental entender as razões de todos os sentimentos conflitantes despertados na crise. A partir de disso se dá o primeiro passo rumo à solução de boa parte dos questionamentos e do reencontro com o equilíbrio emocional que ficou abalado em algum momento.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Os pensamentos intrusivos são pensamentos involuntários perturbadores, que parecem ficar presos na mente.

Pensamentos intrusivos são aqueles que causam ansiedade, destroem a autoconfiança e fazem o indivíduo pensar em coisas e fatos ruins, podendo, com isso, tornarem-se obsessivos. Quem tem pensamentos intrusivos costuma sempre esperar que coisas ruins aconteçam, desconfia das pessoas (até mesmo, daquelas que são próximas e queridas) e tende a ser inquieto e impaciente.

Uma das causas mais comuns para o surgimento dos pensamentos intrusivos é a ansiedade. Nesse contexto, eles acabam aumentando os medos e potencializando os demais sintomas do transtorno. 

Por mais que sejam realmente e verdadeiramente assustadores em diversos aspectos, os pensamentos intrusivos são tidos como um mecanismo normal, que passa pela cabeça de todo e qualquer tipo de pessoa, sendo algo que faz parte da forma como a mente humana funciona. 

Entretanto, é na constância e frequência que está o perigo dos pensamentos intrusivos, já que, uma vez instalados, eles têm a tendência de se retroalimentar, gerando, assim, um grande círculo de pensamentos negativos, catastróficos, preocupações excessivas e, na maioria dos casos, irreais, sendo que é exatamente nestes pontos que mora a enorme dificuldade de superá-los quando surgem. 

Quando isso acontece, os pensamentos intrusivos podem aumentar os sintomas da ansiedade, prejudicar a vida social do indivíduo e levar ao desenvolvimento de transtornos emocionais ainda mais intensos, como transtorno bipolar, depressão, estresse pós-traumático, entre outros. 

Como lidar?

O primeiro passo para lidar com os pensamentos intrusivos é descobrir a sua causa. Isso porque, na maioria das vezes, eles são apenas sintomas de outros transtornos mentais, dos quais o indivíduo pode ainda não ter consciência. Entre os principais transtornos que causam pensamentos intrusivos estão o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), a Fobia Social, a Síndrome do Pânico e o Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT). Ao descobrir a causa e tratá-la, os pensamentos tendem a desaparecer gradativamente.

Existem diversas estratégias de enfrentamento que podem ajudar quem sofre com pensamentos intrusivos a lidar melhor com eles e a diminuir o impacto em suas vidas. A principal delas é justamente não tentar tirar os intrusos da mente. Ao invés disso, o recomendado é aceitá-los e procurar perceber que eles são apenas o que são: pensamentos. Ou seja, não é porque você pensou em jogar alguém pela janela que você de fato jogou ou vai jogar. Além de aceitar os pensamentos intrusivos, você também pode enfrentá-los. Ao se imaginar empurrando alguém da plataforma do trem, por exemplo, questione-se: isso realmente vai acontecer? Eu seria capaz de fazer tal coisa? Agindo assim, você vai começar a perceber que estes pensamentos não refletem a realidade e passará a se preocupar menos com eles. Por fim, você também pode enfrentar o problema mudando seu estilo de vida ou usando a meditação. Essa prática envolve a observação da mente e dos pensamentos e vai te ajudar a entender melhor como a sua cabeça funciona e como lidar com ela da melhor maneira possível.

Saiba que você não está sozinho e que é possível lutar contra o problema e conseguir vencê-lo. 

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Inconscientemente algumas pessoas não se permitem conquistar ou realizar coisas que desejam e sonham.

Ao longo da vida, diferentes objetivos, sonhos e vontades fazem parte do dia a dia do ser humano. Porém, motivações variadas podem fazer com que um indivíduo coloque empecilhos para realizá-los. Essa prática também é conhecida como autossabotagem.

Se você tem a impressão que tem algo ou alguém atrapalhando seus objetivos esse pode ser o caso. “Assaltar” a geladeira em momento de reeducação alimentar, desligar o despertador e não acordar para realizar sua atividade física, entre outros, podem ser sinais de autossabotagem. Pode parecer que estamos sempre tentando dar o nosso melhor e evoluir, mas nem sempre permitimos mesmo que isso aconteça. 

A autossabotagem é quando “puxamos o nosso tapete”, colocando obstáculos no que buscamos e criando justificativas para um resultado ruim, antes mesmo de acontecer. 

Se você tiver que estudar para uma prova e, de repente durante a semana, o videogame ou a nova temporada da série que você acompanha podem parecer mais atrativos, a chance de estudar diminui muito. É nesse momento que a autossabotagem acontece, quando nos comportamos de uma forma que praticamente garante que o desempenho será prejudicado, o que não precisa ser uma atitude tão premeditada ou que leva tantos dias para se concretizar.

Na autossabotagem por afirmação a pessoa começa mentalizar o fracasso logo antes de agir, como reclamar que está se sentindo mal, cansada ou algum estado que pode prejudicar seu desempenho antes mesmo de entrar numa competição. Parece estranho, mas não é proposital e existe uma razão para isso: é a proteção. Quando temos medo de falhar e não sabemos lidar com isso, a autossabotagem é o recurso mais utilizado para nos protegermos do fracasso.

Se uma pessoa tem um desempenho ruim em uma prova sem ter estudado, a falha está explicada, agora se a  pessoa estuda bastante antes da prova e mesmo assim, tira uma nota baixa, não dá para justificar da mesma forma e falhar depois de fazer muito esforço pode nos fazer pensar que nós somos o problema ou que não conseguimos fazer aquilo. 

Além de proteger quem se sabota, a autossabotagem pode ser usada para justificar um mau desempenho para os outros.

Se a autossabotagem estiver muito alta, a autoestima normalmente está baixa, o que pode fazer a pessoa se prender num ciclo negativo de sucessivas autossabotagem, evitando que entre em contato com o que realmente está incomodando. 

Agora a propensão à sabotagem varia de pessoa para pessoa, em parte por diferenças de personalidade. Pessoas mais ansiosas e com autoestima mais baixa tendem a se sabotar mais, e o mesmo acontece com pessoas com baixa autoeficácia, que são aquelas que não acreditam que possam ter um bom desempenho. 

As pesquisas neurocientíficas ainda estão recentes sobre as bases neurobiológicas desse tipo de comportamento. Um dos estudos nessa linha mostrou que as pessoas que têm a tendência maior de se autossabotar, têm uma região maior no cérebro que normalmente se ativa quando tentam inibir sentimentos negativos do que em outras pessoas, o que faz todo sentido considerando que a autossabotagem é uma forma de proteção contra esses sentimentos.

A mudança do comportamento e diminuição da autossabotagem ocorre quando uma pessoa tem consciência da importância de estar aberta para vivenciar o processo de autorreflexão proposto pela terapia e se reconhece como o agente responsável pelas mudanças em sua vida. Outro ponto importante é começar a observar os objetivos e planos que estão sendo impactados em sua vida e, se em algum deles, você está contribuindo para isso.

Precisando de ajuda, deixe seu comentário no post que entro em contato.

Joana Santiago – psicóloga

Doenças que afetam a memória

As doenças da memória podem variar de leve a grave, mas todas resultam de algum tipo de dano neurológico nas estruturas do cérebro, dificultando o armazenamento, a retenção e a lembrança das memórias. Podem ser progressivas, como a doença de Alzheimer, ou imediatas, como as resultantes de um traumatismo craniano. Essa última pode acometer qualquer pessoa em qualquer idade, mas é durante o envelhecimento que os sintomas de esquecimento podem se agravar.

Muitos dos episódios de falta de memória estão associados às questões do dia a dia, como o grande fluxo de informações e a dificuldade para reter todas elas no cérebro, mas o esquecimento também pode ser ocasionado por síndromes e doenças que podem e devem ser diagnosticadas precocemente.

Várias dessas doenças são irreversíveis e tudo o que se pode fazer é atuar para que a evolução não seja tão dramática. Por isso, é muito importante que a pessoa possa ser acompanhada por profissionais capacitados para dar todo o suporte que a doença exige. 

Veja algumas doenças mais comuns que causam falhas na memória:

Déficit de memória associado à idade

Este não é propriamente uma doença, mas pode acometer qualquer pessoa durante o envelhecimento. Pode surgir por volta dos 40 a 50 anos de idade e é marcado por pequeno prejuízo de atenção, perda leve de concentração e vaga dificuldade em armazenar dados recentes.

Este déficit de memória também muito atribuído ao aumento da carga de estresse que o indivíduo pode acumular ao longo do dia, diante de grande acúmulo de informações ou elevado grau de preocupação com o trabalho, por exemplo.

A perda normal de memória relacionada à idade não impede uma vida plena e produtiva. Por exemplo, você pode ocasionalmente esquecer o nome de uma pessoa, mas lembrá-lo mais tarde. Você pode até perder seus óculos algumas vezes. Ou talvez você precise fazer listas com mais frequência do que no passado para lembrar de compromissos ou tarefas.

Essas mudanças na memória são geralmente gerenciáveis e não prejudicam sua capacidade de trabalhar, viver de forma independente ou manter uma vida social.

Síndrome demencial

A palavra “demência” é um termo genérico usado para descrever um conjunto de sintomas, incluindo comprometimento da memória, raciocínio, julgamento, linguagem e outras habilidades de pensamento. A demência geralmente começa gradualmente, piora com o tempo e prejudica as habilidades de uma pessoa no trabalho, nas interações sociais e nos relacionamentos.

É considerada uma doença quando prejudica o paciente de forma que o impede de manter certas funções sociais, pessoais e profissionais. Não está necessariamente ligada ao envelhecimento, mas tende a acometer pessoas com mais de 60 anos, mas podendo nunca ocorrer mesmo em idosos acima dos 90.

A Síndrome demencial é caracterizada por perdas graves da memória recente que ocasionam deslizes no trabalho, esquecimento do nome de familiares próximos, principalmente mais novos, como netos – e lapsos no dia a dia, como deixar de pagar uma conta por não lembrar.

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é considerada uma das mais devastadoras da memória. Menos de 5% da população com 50 anos têm a doença, porém ela acomete quase a metade dos idosos com mais de 90 anos. É causada pela redução do número de neurônios no cérebro e pelo acúmulo de uma proteína denominada beta-amiloide. Como é degenerativa, a função intelectual vai sendo perdida gradualmente, começando com leves esquecimentos – números de telefone, recados do dia a dia – a graves perdas de memória, como deixar de comer e de se vestir. O Alzheimer causa graves perdas sociais e um paciente em estágio avançado da doença fica praticamente incapaz de manter certas funções sociais.

Parkinson associado à demência

A doença de Parkinson não causa necessariamente demência, pois sua condição neurológica degenerativa e progressiva compromete a coordenação dos músculos corporais e do movimento, causando tremores, rigidez muscular e lentidão.

Porém, cerca de um terço das pessoas com Parkinson podem desenvolver algum tipo de demência na fase tardia da vida. Ela ocorre porque a doença de Parkinson faz surgir depósitos microscópicos em células nervosas do cérebro denominados corpos de Lewy, associados à demência em algumas pacientes.

A atuação desses depósitos microscópicos pode causar esquecimento, lentidão de pensamento, letargia e incapacidades mentais para raciocínio, tomada de decisão, planejamento e confronto de situações novas.

Doenças de memória reversíveis

Algumas doenças que são classificadas como causadoras de perda de memória podem ter seus sintomas revertidos se o diagnóstico for precoce. Entre elas, perdas causadas por tumores cerebrais, alteração nos níveis de açúcar, sódio e cálcio no sangue, deficiência de vitamina B12, hipotireoidismo, neurolues ou neurossífilis e hidrocefalia de pressão intermitente podem ser tratados.

Porque a nossa memória falha e como podemos tratar

A maioria de nós, ocasionalmente ou com mais frequência, teve a experiência desagradável de esquecer algo. Esses episódios de perda de memória podem causar irritação e frustração, bem como o medo de estar perdendo-a e começando a desenvolver a doença de Alzheimer.

Embora a doença de Alzheimer  e outros tipos de demência sejam responsáveis por muitos casos de perda de memória, a boa notícia é que existem outros fatores não permanentes que também podem causar perda de memória. Melhor ainda, alguns deles são facilmente revertidos.

Então, o que nos faz esquecer? O que nos impede de armazenar mentalmente a informação ou ser capaz de recuperá-la? Aqui estão algumas das muitas razões pelas quais não conseguimos lembrar.

Causas emocionais

Como nossa mente e corpo estão conectados e afetam um ao outro, nossas emoções e pensamentos podem impactar nosso cérebro. A energia necessária para lidar com certos sentimentos ou estresse na vida pode atrapalhar o armazenamento, ou a lembrança de detalhes e horários. Frequentemente, esses gatilhos emocionais da perda de memória podem ser melhorados com apoio, aconselhamento, mudanças no estilo de vida e até mesmo estando cientes e limitando a exposição a coisas que aumentam o estresse.

Estresse e ansiedade

A ansiedade é a principal causa de perda da memória, principalmente em jovens, pois momentos de estresse causam a ativação de muitos neurônios e regiões do cérebro, o que o torna mais confuso e dificulta sua atividade mesmo que para uma tarefa simples, como se lembrar de algo. Por esse motivo, é comum haver uma perda de memória repentina, ou um lapso, em situações como uma apresentação oral, uma prova ou após uma acontecimento estressante, por exemplo. 

Rebaixamento de atenção 

É muito comum associar o deficit de atenção com os problemas de memória. Apesar de ambos significarem problemas distintos, eles têm, sim, uma relação em comum.

O que chama a atenção para esse elo entre o deficit de atenção e os problemas de memória está na parte física de onde eles são originados. Mas isso é possível? Sim, pois tanto um quanto outro são resultados de uma disfunção na área do córtex cerebral, conhecida como Lobo Pré-frontal.

No caso de um funcionamento comprometido é inegável que a pessoa comece a enfrentar dificuldades com memória, concentração, impulsividade, entre outros.

A ligação entre o deficit de atenção e os problemas de memória também é feita porque uma das consequências do primeiro caso pode ser o comprometimento da memorização, por exemplo.

Contudo, é importante saber que existe a possibilidade de cada um acontecer de maneira independente do outro. Portanto, o problema de memória pode ocorrer sem a existência do deficit de atenção ou vice-versa. É válido ressaltar, portanto, a diferença que existe entre eles, para que todos fiquem bem informados.

O transtorno de deficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um transtorno que se caracteriza por comportamentos notáveis a partir da infância, a saber: distração, hiperatividade, desorganização e esquecimento. O TDAH ocorre mais na população masculina.

O problema de memória, por sua vez, tem causas diversas e pode estar relacionado a vários fatores. Ele também é reversível ou irreversível.

Depressão

A depressão pode enfraquecer a mente e causar tanto desinteresse em seu ambiente que a memória, a concentração e a consciência sofrem. Sua mente e emoções podem ser tão desgastantes que você simplesmente não consegue prestar muita atenção ao que está acontecendo. Consequentemente, é difícil lembrar de algo que você não estava prestando atenção. A depressão também pode causar problemas com o sono saudável, o que pode dificultar a lembrança das informações. É um transtorno tratável e, muitas vezes, a pessoa percebe rapidamente a melhora da capacidade de memorização.

Falta de vitamina B12

A vitamina B12 é uma vitamina muito importante. Em casos mais extremos, os déficits de vitamina B12 causaram sintomas que foram confundidos com demência. Pessoas com desnutrição, alcoólatras ou pessoas que tenham alterações na capacidade de absorção do estômago – como na cirurgia bariátrica – pois é uma vitamina que adquirimos através da alimentação equilibrada e, preferencialmente, com carne. A falta desta vitamina altera o funcionamento cerebral, e prejudica a memória e o raciocínio. Ao receber vitamina B12 adequada, esses sintomas podem melhorar.

Uso de remédios para ansiedade

Alguns medicamentos podem provocar um efeito de confusão mental e prejudicar a memória, sendo mais comum em quem usa sedativos frequentemente ou pode ser efeito colateral de remédios de vários tipos, como anticonvulsivantes, neurolépticos e alguns medicamentos para labirintite. Estes efeitos variam de pessoa para pessoa, portanto é sempre importante relatar ao médico os remédios usados caso haja suspeita de alteração da memória.

Álcool ou outras drogas

Beber álcool ou usar outras drogas pode prejudicar a memória, tanto a curto como a longo prazo. Desde apagões no mesmo dia até um risco aumentado de demência anos depois, essas substâncias podem prejudicar significativamente sua memória, entre muitas outras coisas. O excesso de álcool também pode causar a síndrome de Wernicke-Korsakoff, que se tratada imediatamente, pode ser parcialmente revertida em algumas pessoas.

Dormir menos de 6 horas

A alteração do ciclo do sono pode prejudicar a memória, pois a falta de um descanso diário, que deve ser, em média, de 6 a 8 horas por dia, dificulta a manutenção da atenção e do foco, além de prejudicar o raciocínio. 

Demência de Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro, que acontece em idosos, que prejudica a memória e, à medida que progride, interfere na capacidade de raciocínio, compreensão e de controlar o comportamento.

Existem outros tipos de demência que também podem causar alterações da memória, principalmente no idoso, como a demência vascular, demência de Parkinson ou demência por corpúsculo de Lewy, por exemplo, que devem ser diferenciados pelo médico.

Como melhorar a memória naturalmente

A maioria das causas de perda de memória são preveníveis ou reversíveis, com hábitos de vida saudável como meditação, técnicas de relaxamento, treino da memória e alimentação equilibrada, você ajuda a melhorar a sua memória e a sua concentração.

conheça os sinais de alerta e saiba como ajudar na prevenção do suicídio

Em julho deste ano a depressão, ansiedade e suicídio voltaram a ser destaque na imprensa e nas redes sociais. O motivo foi o suicídio da influenciadora digital Aline Araújo, de 24 anos. Após ser abandonada pelo noivo um dia antes da cerimônia de casamento, ela anunciou que se casaria sozinha. No entanto, um dia após casar-se consigo mesma, ela se jogou do nono andar do prédio onde morava. Aline sofria de depressão e falava abertamente sobre isso no seu perfil do instagram @sejjesincera.

O suicídio de Aline reacendeu o debate sobre a prevenção e tratamento da depressão, e nesse mês de setembro vamos dar voz ao movimento mundial para conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e para lembrar as pessoas que não deixem de procurar ajuda.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo. A doença atinge ao menos 5,5% da população brasileira e cada vez mais, jovens e adolescentes da faixa etária entre 15 e 29 anos vem sendo diagnosticados com essa doença, que pode até causar a morte.

Os sintomas das doenças entre os mais jovens podem ser diferenciados e, por isso, é preciso ter bastante atenção com as especificidades. Além do quadro de depressão, Aline também comentava em seu perfil no Instagram sobre os seus problemas com a ansiedade e as crises desencadeadas por esse transtorno. Ainda segundo a OMS, distúrbios relacionados a ansiedade atingem 9,3% dos brasileiros.

As dificuldades emocionais, o isolamento típico, as mudanças hormonais, dúvidas sobre si, lugar no mundo, problemas com a autoestima e até mesmo certa tristeza e rebeldia podem confundir pais e professores com relação aos sinais da doença. Afinal muitos dos indícios da depressão entre jovens e adolescentes podem passar despercebidos, encarados como comportamentos esperados por pessoas destas idades. Se houver uma mudança repentina de atitudes, isso pode ser um indicador de que alguma coisa está errada.

A depressão pode interferir fortemente no desenvolvimento das pessoas nesta fase da vida. Esse período de transição pode ser realmente estressante para muitos e a depressão é uma doença que pode inabilitar de maneira arrebatadora.

Ela é um distúrbio usualmente percebido na fase adulta, mas a verdade é que, comumente, aqueles diagnosticados quando mais velhos apresentaram sintomas de depressão ainda jovens. Em geral é causada por fatores genéticos, ambientais e sociais. Portanto, não é somente pela predisposição que a pessoa sofrerá de depressão; certos estímulos também podem influenciar no aparecimento da doença.

Mas o diagnóstico não é simples e só pode ser dado por um profissional. Além disso, ainda temos que ficar alertas sobre a ansiedade, que é a porta de entrada para transtornos mentais mais sérios, como a própria depressão, e é justamente por isso que ela deve ser identificada e tratada o quanto antes.

Os fatores que levam uma pessoa a cometer suicídio variam, mas é a forma como podemos ajudar o que mais importa. No vídeo a seguir, a especialista no assunto Livia Vitenti explica como podemos ficar atentos a sinais de alerta, o que fazer caso alguém próximo precise de ajuda e onde buscar apoio.

O que fazer para ajudar uma pessoa sob risco de suicídio?

  • Conversar com a pessoa, ouvir o que ela tem a dizer e evitar julgamentos;
  • Acompanhar constantemente é outra indicação, é importante saber como a pessoa está se sentindo;
  • Buscar ajuda profissional de um psicólogo e
  • Proteger a pessoa, nos casos em que há risco imediato, não a deixando sozinha e longe de objetos que possam ser utilizados para provocar a própria morte.

A depressão se enquadra em um quadro de tristeza, insatisfação mais intensa e crônica, que se arrasta por dias e para ser diagnosticada é necessário apresentar pelo menos 14 dias seguidos dos sintomas de tristeza, humor deprimido e até irritabilidade.

Sinalizo aqui alguns ‘gatilhos’ que podem disparar o processo depressivo, que são acontecimentos negativos em nossa vida: perda de parentes próximos, endividamento, preocupação excessiva com trabalho e estudos, abandono e julgamentos (principalmente no tempo atual de superexposição).