Depois de dois anos dentro de casa por conta da pandemia, é natural que os jovens não estejam com a saúde mental em dia.

Depois de dois anos de uma pandemia intensa e de reclusão social, todos nós estamos retornando aos ambientes escolares e de trabalho. E voltam todos enfrentando as consequências do isolamento nas relações sociais e na saúde emocional nesse período, e com questões que precisam ser avaliadas e superadas, além da atenção às novas formas de ensino e trabalho que surgiram nos últimos anos.

O Brasil foi o país que manteve escolas fechadas por mais tempo durante a pandemia. E além de trazer mudanças significativas para a rotina de crianças, adolescentes e suas famílias, esse fato também chamou atenção para a importância de se falar sobre saúde mental dos mais novos. Tristeza, medo, angústia, crises de choro: mais da metade dos jovens brasileiros disse ter sentido um ou vários desses sintomas ao longo dos últimos 18 meses.

Os casos de transtornos mentais nesse período subiram, de acordo com um levantamento feito pela Unicef, e as sequelas nesses grupos podem reverberar por muitos anos. Por isso, a entidade faz um apelo para que governos, educadores e familiares criem uma cultura de escutá-los com mais empatia. 

Os mais novos foram prejudicados pelo tempo que ficaram longe da escola e dos espaços de convivência, e, no Brasil, muitos não tiveram nem a tecnologia como aliada para manter os estudos e a troca social em dia.

Crianças e adolescentes viram a renda familiar sendo diminuída, sentiram insegurança alimentar e o luto de perder alguém próximo. Passaram, então, a ter dificuldade de planejar o futuro.

Como acolher crianças e adolescentes

Vale dizer que a saúde mental dos jovens já era um problema global antes da pandemia. O suicídio é uma das principais causas de morte na adolescência no mundo. O isolamento só deixou essas questões mais a mostra.

Somos uma sociedade centrada no adulto, que dá pouco valor à fala da criança e do adolescente. Precisamos ouvi-las de forma mais empática e sem julgamentos. Precisamos mais do que nunca de acolhê-los.

Ansiedade e mudanças de comportamento

Entre os principais transtornos mentais, estudos apontam que a ansiedade tem sido mais recorrente entre crianças nesse período de pandemia.

Os principais sintomas das crianças ansiosas são, ainda, preocupações excessivas e expectativas descoladas da realidade, fixação em ideias negativas e dificuldade de memória e atenção.

Se os sintomas são persistentes e atrapalham a qualidade de vida da criança, o ideal é procurar ajuda.

Falar é difícil, mas ajuda

Muitos pais classificam certos comportamentos como naturais e decorrentes de fases da vida da criança ou jovem. Os desafios que os jovens encaram quando sentem necessidade de entender sua personalidade e individualidade para além da estrutura familiar, levam a uma internalização e a busca por mais contato com o grupo e menos com a família. Porém, o alerta para os pais deve soar quando há prejuízos grandes na interação, no sono, na alimentação ou um abuso de substâncias. 

Saber se doar e escutar a criança e o adolescente, é essencial para o equilíbrio de uma vida familiar mais saudável.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Ser mãe é uma mudança radical na vida da mulher, pois mudamos fisicamente, psicologicamente e emocionalmente.

Não é exagero dizer que a relação mãe e filho é uma das mais importantes da vida de todo indivíduo. Por ser o primeiro vínculo estabelecido pela criança, é ela que serve de base e, muitas vezes, que acaba determinando a maneira como vamos lidar com as pessoas em todas as áreas: no trabalho, no amor e nas amizades.

Você já deve ter ouvido inúmeras vezes sobre a importância do relacionamento com as mães. Filmes, novelas, livros e séries retratam isso com diferentes abordagens e a psicologia comprova essa máxima popular. Mas, por que será que devemos nos atentar tanto a esse vínculo? Porque, de fato, ele é determinante. A maneira como estabelecemos essa relação influencia diretamente a pessoa que seremos na vida adulta.

“A atenção materna é de extrema importância para o desenvolvimento psicológico. A mãe é quem oferece o cuidado, o carinho, o aconchego, o acolhimento e a atenção às necessidades do bebê”.

Tendo uma mãe cuidadosa o adulto se torna mais cuidadoso com sua saúde física e mental. São pessoas que se valorizam, pois foram valorizados, conseguem amar, pois foram amados. Os benefícios de manter uma boa relação mãe e filho são importantíssimos para o bem estar psíquico do indivíduo.

É muito comum encontrarmos mulheres que se questionam se são boas mães e esta é uma dúvida que traz consigo alguma dose de angústia e de sofrimento. O desempenho de vários papéis em simultâneo por parte da mulher, tais como de mãe, esposa, profissional, filha, dona de casa, pode trazer uma pressão psicológica excessiva que acaba por gerar sentimentos de falha e culpa.

Ser mãe é ser uma pessoa, uma mulher e como tal importa a sua realização pessoal e a busca do prazer em outras esferas da vida que vão para além da maternidade e que contribuem para a mudança, para a auto-descoberta e em última instância para o crescimento contínuo e renovador da mulher. A maternidade será tanto mais vivida na sua plenitude quanto mais feliz e realizada em outras áreas da sua vida. O investimento que a mãe faz em si enquanto mulher irá servir de modelo para a criança mais tarde, orientando-a na sua forma de relacionar-se consigo, com os outros e com o mundo.

Aspirar a ser a super-mulher e a super-mãe lá de casa que tudo faz e tudo resolve não passam de metas inatingíveis condenadas ao fracasso que apenas geram estresse e angústia. O bom funcionamento da dinâmica familiar não depende exclusivamente da mãe, mas também do pai (tutores envolvidos), mas dos próprios filhos e das condições e circunstâncias de vida. Entenda que quando falo de mãe e pai, não estou atribuindo somente ao casal, mulher e homem, falo dos pais responsáveis pela criação dos filhos.

Ideais de perfeição são conceções irrealistas e inimigas do  bem estar emocional, pois resvalam inevitavelmente em situações de frustração e desilusão. As crianças não precisam de mães perfeitas para as amarem, mas sim de mães suficientemente boas, capazes de aceitar e de amar não só as qualidades pessoais, mas também as limitações e as fragilidades, ensinando os seus filhos a fazerem o mesmo, sem caírem na autocrítica permanente.

O que eu posso dizer para as mães:

Proteja seus filhos com conselhos, com argumentos, guiando, educando com valores, delimitando o bem do mal. Mas deixe que eles tomem decisões, caiam e se levantem. Não proteja demais. Não será uma mãe melhor se tirar o perigo da frente deles. Os problemas sempre vão estar aí, esteja você com eles ou não. Não dá para tirar as pedras do caminho deles, só dá para ensiná-los a evitá-las. Não se sinta responsável por seus fracassos. Eles precisam se equivocar, tomar decisões e lidar com a frustração. Muitas mães tentam ajudar para evitar que seus filhos se sintam frustrados. Terminam os trabalhos do colégio para eles, limpam seus quartos, levam a roupa esportiva que esqueceram em casa… Com isso, educam na irresponsabilidade, a não assumir as consequências de serem esquecidos, pouco organizados ou preguiçosos. Não fique amargurada se seu filho passa por maus momentos, eles vão aprender.

Tente evitar compensar o tempo que não pode passar com eles comprando coisas. Não há nada para compensar. Trabalhar e ter hobbies faz parte da plenitude de uma pessoa e você é mãe, mas também é uma pessoa. Só tente estar presente quando dedicar tempo a seus filhos. Isso significa comunicação, escutar, não pegar o celular enquanto está brincando, comendo e vendo um filme com eles. Deve desfrutar plenamente o que, neste momento, está vivendo com eles. 

Faça com que respeitem seu tempo. Não é uma péssima mãe por ter um tempo para você mesma. Usar o banheiro sozinha e com trinco, ler um tempo sem ser interrompida por vozes do outro quarto, praticar seu esporte ou manter uma conversa privada com quem quiser sem ter seu filho perseguindo-a pela casa. Se educamos os filhos estando sempre disponíveis cada vez que nos procurarem, entenderão que eles merecem sempre nossa atenção e suas necessidades se transformarão em exigências. Eduque-os a ter paciência, saber esperar, que existem outras pessoas que também exigem nossa atenção.

Lembre-se de se valorizar não apenas pela relação que mantém com seus filhos. Você tem valor por muitas outras coisas. É grande, brilhante, imperfeita, engraçada, carinhosa, organizada, leitora, boa amiga, paciente e muitas outras virtudes que podem ter a ver ou não com a ideia de ser mãe.

Lembre-se: há espaço em nossas vidas para todos os tipos de sentimentos, nós apenas precisamos estar dispostas a perceber cada um e como eles nos afetam. Você pode hoje apenas sentir-se bem por vivenciar a felicidade de outras pessoas de forma estimulante para a sua vida. Do jeito que for, eu desejo a você um Feliz Dia das Mães.

Sou Joana Santiago – Psicóloga