São diversas identidades na mesma pessoa, que numa simples conversa pode apresentar vozes diferentes, comportamentos variados, mudar de identidade ou de idade.

O Transtorno Dissociativo de Identidade é uma condição psiquiátrica em que um indivíduo apresenta traços de duas ou mais personalidades. As diferentes identidades dessa pessoa podem assumir o controle e reagir de maneiras completamente distintas nas mesmas situações. De forma geral, uma pessoa com esse transtorno tem lapsos profundos de memória, ou seja, momentos que lhe escapam e em que não sabe onde esteve; com quem e nem o que estava fazendo.

O programa do Fantástico entrevistou Giovanna Blasi, que mostrou pelo menos três diferentes identidades, uma delas, a Dandara, foi contra a gravação da entrevista: “Eu fui totalmente contra ela se expor, mas eu entendo o propósito dela”.

Não se tem uma resposta definitiva para a origem do problema, mas acredita-se que as múltiplas personalidades podem ser desencadeadas por situações traumáticas na infância, como abuso físico, sexual ou emocional. O transtorno pode ser uma forma de defesa do indivíduo para lidar com o trauma, separando as experiências e memórias dolorosas em diferentes identidades. Outros fatores, como vulnerabilidade genética, também podem desempenhar um papel na predisposição para o desenvolvimento do transtorno dissociativo de identidade.

O tratamento do transtorno dissociativo de identidade envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de profissionais de saúde mental experientes. O objetivo principal do tratamento é promover a integração e a cooperação entre as diferentes identidades, reduzindo a fragmentação da personalidade e fortalecendo a capacidade do indivíduo de lidar com o trauma subjacente.

É importante ressaltar que o tratamento deve ser individualizado, adaptado às necessidades específicas de cada pessoa. O apoio contínuo da equipe de tratamento, o suporte social e o autocuidado são elementos essenciais para ajudar a pessoa a lidar com os desafios do transtorno dissociativo de identidade ao longo do tempo.

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O transtorno de personalidade narcisista é caracterizado por um padrão generalizado de sensação de superioridade (grandiosidade), necessidade de ser admirado e falta de empatia.

Transtorno de personalidade narcisista é um dos vários tipos de transtornos de personalidade. Trata-se de uma condição mental em que as pessoas têm um senso inflado de sua própria importância, uma profunda necessidade de atenção e admiração excessivas, relacionamentos conturbados e falta de empatia pelos outros. Mas por trás dessa máscara de extrema confiança está uma frágil autoestima que é vulnerável à menor crítica.

O transtorno de personalidade narcisista causa problemas em muitas áreas da vida, como relacionamentos, trabalho, escola ou assuntos financeiros. Pessoas narcisistas podem ser geralmente infelizes e desapontadas quando não recebem favores especiais ou admiração que acreditam que merecem. Eles podem achar seus relacionamentos insatisfatórios e outros podem não gostar de estar perto deles.

Não se sabe o que causa o transtorno de personalidade narcisista. Ele é resultado de um conjunto de fatores genéticos e ambientais que moldam as características do indivíduo até a idade adulta.  

Sabe-se que é mais frequente em homens e também em pessoas que sofreram abusos na infância ou tiveram relacionamentos problemáticos com pais e familiares.

Os sinais e sintomas do transtorno de personalidade narcisista variam de acordo com a sua gravidade. Veja alguns deles: 

Grandiosidade
A pessoa superestima suas próprias habilidades e exagera suas realizações (uma característica denominada grandiosidade). Ela acredita que é superior aos outros, original ou especial.

Fantasia de ser especial
A pessoa com esse transtorno se preocupa com fantasias de grandes realizações, de ser admirada por sua inteligência ou beleza avassaladora, de ter prestígio e influência ou de vivenciar um grande amor. Ela sente que deve se relacionar apenas com outros tão especiais e talentosos quanto ela mesma, não com pessoas comuns. Ela utiliza esse relacionamento com pessoas extraordinárias para sustentar e melhorar sua autoestima.

Necessidade de ser admirada
Uma vez que a pessoa com transtorno de personalidade narcisista precisa ser excessivamente admirada, sua autoestima depende de que os outros tenham uma opinião favorável sobre ela. Assim, sua autoestima é geralmente muito frágil. A pessoa com esse transtorno frequentemente observa para ver o que os outros pensam dela e avalia se está indo bem ou não.

Minimizam os próprios defeitos
Uma característica frequentemente encontrada é o hábito de minimizar os próprios defeitos, atitudes ou falhas. Assim, raramente admitem arrependimento ou demonstram qualquer remorso, mesmo reconhecendo o problema.

Falta de empatia ou empatia reduzida
A pessoa narcisista tem dificuldade para se colocar no lugar do outro. Consequentemente, não consegue compreender a magnitude do impacto das suas ações em outros indivíduos. Como, então, se desculpar por algo que você acredita não ser tão ruim assim? Essa é outra razão pela qual é difícil fazer com que a pessoa narcisista perceba e aceite os seus erros.

Comportamento de vítima
Não acham que estão erradas e se fazem de vítimas quando são confrontadas por suas atitudes. Mesmo que tenham sido o pivô da situação desagradável, elas têm dificuldade para assumir a responsabilidade por suas ações e tomar atitudes para remediar os seus erros. Tentam colocar a culpa em terceiros ou desviar o foco para o comportamento de outra pessoa para reduzir a atenção negativa.

Falta de empatia ou empatia reduzida
A pessoa narcisista tem dificuldade para se colocar no lugar do outro. Consequentemente, não consegue compreender a magnitude do impacto das suas ações em outros indivíduos. Como, então, se desculpar por algo que você acredita não ser tão ruim assim? Essa é outra razão pela qual é difícil fazer com que a pessoa narcisista perceba e aceite os seus erros.

Tipos de narcisismo

Nem todo narcisista apresenta os mesmos comportamentos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Nova York, há dois tipos de narcisismo: o grandioso e o vulnerável. 

Os narcisistas grandiosos costumam ser extrovertidos, dominantes e arrogantes. Também têm autoestima elevada, são confiantes e geralmente são felizes. 

Por outro lado, os vulneráveis são inseguros, tímidos e com baixa autoestima. Geralmente, são ansiosos, mais sensíveis às críticas e podem ter depressão. 

De qualquer forma, ambos os tipos são pessoas egoístas, que se sentem especiais e buscam por adulação e admiração dos outros. 

Causas do narcisismo

Primeiramente, é preciso ressaltar que é possível ter traços narcisistas e não ser um narcisista clinicamente diagnosticado.

Adolescentes, por exemplo, apresentam características narcisistas em razão do estágio do desenvolvimento cognitivo em que se encontram. Entretanto, isso não quer dizer que tenham ou irão desenvolver este transtorno de personalidade. O mesmo se aplica a pessoas com tendência a ser arrogantes e egocêntricas.

Ele é o resultado de uma combinação de fatores, como ambiente familiar desfavorável, convivência com uma pessoa com o diagnóstico de personalidade narcisista e componentes genéticos.

A necessidade de ser sempre o melhor para conseguir aprovação é mais presente em quem cresceu com pais excessivamente exigentes, podendo ser um gatilho para o desenvolvimento dessa condição. Por outro lado, pais que elogiam e favorecem o filho de maneira exagerada ao longo do seu desenvolvimento também podem contribuir para o surgimento da personalidade narcisista.

Crescer com um pai ou mãe narcisista pode causar problemas emocionais, como ansiedade, medo de errar e perfeccionismo exagerado, ou ser um gatilho para o desenvolvimento da condição. O filho replica os comportamentos dos pais sem ter consciência de quão nocivos eles são.

Quando procurar ajuda profissional

As pessoas com transtorno de personalidade narcisista podem não querer pensar que algo esteja errado. Então, é improvável que procurem tratamento. Se eles procuram tratamento, é mais provável que seja por sintomas de depressão, uso de drogas ou álcool, ou outro problema de saúde mental. Porém, insultos percebidos à autoestima podem dificultar a aceitação e o tratamento.

Se você reconhecer aspectos de sua personalidade que são comuns ao distúrbio da personalidade narcisista ou se estiver se sentindo sobrecarregado pela tristeza, considere entrar em contato com um psiquiatra ou psicólogo. Obter o tratamento certo pode ajudar a tornar sua vida mais gratificante e agradável.


Sou Joana Santiago – Psicóloga