Uma reação psicótica pode ser provocada por uma grande quantidade de agressores do sistema nervoso.

Um transtorno psicótico é caracterizado por uma relação prejudicada com a realidade, entre outros sintomas de distúrbios mentais graves. Pessoas que sofrem com algum transtorno psicótico podem ter alucinações e/ou delírios.

Alucinações são experiências sensoriais que ocorrem na ausência de um estímulo real. Por exemplo, uma pessoa com alucinação auditiva pode ouvir a mãe gritando quando a mãe não está por perto. Ou alguém com uma alucinação visual pode ver algo, como uma pessoa na frente deles, que não está realmente lá.

A pessoa também pode ter pensamentos contrários às evidências reais. Esses pensamentos são conhecidos como delírios. Outros sintomas conhecidos são a perda de motivação e retraimento social.

Essas experiências podem ser assustadoras e fazer com que as pessoas se machuquem ou a outras pessoas. É importante consultar um profissional da saúde imediatamente, caso você ou alguém que você conhece apresentar sintomas psicóticos.

Sinais e Sintomas Psicóticos

Um transtorno não começa de repente. Geralmente segue este padrão:

  • Sinais de alerta para o possível desenvolvimento de um transtorno psicótico:
    Mudanças graduais na maneira como a pessoa pensa e entende o mundo. O próprio ou seus familiares podem perceber:
    • Uma queda nas notas ou no desempenho no trabalho
    • Problemas para pensar claramente ou concentrar-se
    • Suspeita ou desconforto com os outros
    • Falta de autocuidado ou higiene
    • Passar mais tempo sozinho do que o habitual, incluindo afastamento da família e dos amigos
    • Emoções mais fortes do que as situações exigem ou ausência de emoções
  • Crenças ou pensamentos incomuns, não importa o que os outros digam
  • Sintomas de um episódio psicótico:
    Normalmente será possível notar a maior parte das opções acima, além de:
    • Alucinações:
      • Alucinações Auditivas: ouvir vozes quando ninguém está por perto
      • Alucinações táteis: sensações ou sentimentos estranhos que você não consegue explicar
      • Alucinações visuais : você vê pessoas ou coisas que não existem, ou acha que o formato das coisas parece errado
    • Delírios: crenças que não estão alinhadas com a sua cultura e que não fazem sentido para os outros, como:
      • Forças externas estão no controle de seus sentimentos e ações
      • Pequenos eventos ou comentários têm um significado enorme
      • Você tem poderes especiais, está em uma missão especial ou, na verdade, é um deus

É importante ressaltar que não necessariamente os dois estarão presentes concomitantemente.

Causas da psicose

Os médicos não sabem exatamente o que causa a psicose, mas alguns fatores de risco conhecidos incluem:

  • Genética: você pode ter uma predisposição genética, o que não significa que você terá psicose, é uma possibilidade.
  • Drogas: os gatilhos incluem alguns medicamentos prescritos e abuso de álcool ou drogas como maconha, LSD e anfetaminas.
  • Trauma: a morte de um ente querido, um abuso sexual ou guerra pode levar à psicose. O tipo de trauma e a idade que você tinha quando aconteceu também desempenham um papel importante.
  • Lesões e doenças: Lesões cerebrais traumáticas, tumores cerebrais, derrames, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, demência e HIV podem causar psicose.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado por médicos que avaliam as condições gerais da pessoa e excluem fatores bioquímicos e fisiológicos que podem desenvolver um transtorno psicótico. O psicólogo tem o papel de relacionar seus sintomas a fatores de vida que podem ter contribuído para tal, fornecendo mais dados para o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento mais indicado para transtornos psicóticos é a psicoterapia, juntamente com medicação. Além disso, grupos de apoio multidisciplinar e suporte de familiares auxiliam na evolução do paciente.

Especificamente a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar a reconhecer quando a pessoa tem episódios psicóticos, bem como a prevenir a ocorrência de novos episódios. Esse tipo de terapia também enfatiza a importância dos medicamentos antipsicóticos e a aderência ao seu tratamento.

Tem dúvidas? Quer saber mais? Precisando de ajuda, entre em contato.
Sou Joana Santiago – Psicóloga

Inconscientemente algumas pessoas não se permitem conquistar ou realizar coisas que desejam e sonham.

Ao longo da vida, diferentes objetivos, sonhos e vontades fazem parte do dia a dia do ser humano. Porém, motivações variadas podem fazer com que um indivíduo coloque empecilhos para realizá-los. Essa prática também é conhecida como autossabotagem.

Se você tem a impressão que tem algo ou alguém atrapalhando seus objetivos esse pode ser o caso. “Assaltar” a geladeira em momento de reeducação alimentar, desligar o despertador e não acordar para realizar sua atividade física, entre outros, podem ser sinais de autossabotagem. Pode parecer que estamos sempre tentando dar o nosso melhor e evoluir, mas nem sempre permitimos mesmo que isso aconteça. 

A autossabotagem é quando “puxamos o nosso tapete”, colocando obstáculos no que buscamos e criando justificativas para um resultado ruim, antes mesmo de acontecer. 

Se você tiver que estudar para uma prova e, de repente durante a semana, o videogame ou a nova temporada da série que você acompanha podem parecer mais atrativos, a chance de estudar diminui muito. É nesse momento que a autossabotagem acontece, quando nos comportamos de uma forma que praticamente garante que o desempenho será prejudicado, o que não precisa ser uma atitude tão premeditada ou que leva tantos dias para se concretizar.

Na autossabotagem por afirmação a pessoa começa mentalizar o fracasso logo antes de agir, como reclamar que está se sentindo mal, cansada ou algum estado que pode prejudicar seu desempenho antes mesmo de entrar numa competição. Parece estranho, mas não é proposital e existe uma razão para isso: é a proteção. Quando temos medo de falhar e não sabemos lidar com isso, a autossabotagem é o recurso mais utilizado para nos protegermos do fracasso.

Se uma pessoa tem um desempenho ruim em uma prova sem ter estudado, a falha está explicada, agora se a  pessoa estuda bastante antes da prova e mesmo assim, tira uma nota baixa, não dá para justificar da mesma forma e falhar depois de fazer muito esforço pode nos fazer pensar que nós somos o problema ou que não conseguimos fazer aquilo. 

Além de proteger quem se sabota, a autossabotagem pode ser usada para justificar um mau desempenho para os outros.

Se a autossabotagem estiver muito alta, a autoestima normalmente está baixa, o que pode fazer a pessoa se prender num ciclo negativo de sucessivas autossabotagem, evitando que entre em contato com o que realmente está incomodando. 

Agora a propensão à sabotagem varia de pessoa para pessoa, em parte por diferenças de personalidade. Pessoas mais ansiosas e com autoestima mais baixa tendem a se sabotar mais, e o mesmo acontece com pessoas com baixa autoeficácia, que são aquelas que não acreditam que possam ter um bom desempenho. 

As pesquisas neurocientíficas ainda estão recentes sobre as bases neurobiológicas desse tipo de comportamento. Um dos estudos nessa linha mostrou que as pessoas que têm a tendência maior de se autossabotar, têm uma região maior no cérebro que normalmente se ativa quando tentam inibir sentimentos negativos do que em outras pessoas, o que faz todo sentido considerando que a autossabotagem é uma forma de proteção contra esses sentimentos.

A mudança do comportamento e diminuição da autossabotagem ocorre quando uma pessoa tem consciência da importância de estar aberta para vivenciar o processo de autorreflexão proposto pela terapia e se reconhece como o agente responsável pelas mudanças em sua vida. Outro ponto importante é começar a observar os objetivos e planos que estão sendo impactados em sua vida e, se em algum deles, você está contribuindo para isso.

Precisando de ajuda, deixe seu comentário no post que entro em contato.

Joana Santiago – psicóloga

A qualidade da nossa vida é resultado direto da qualidade dos hábitos que adquirimos ao longo de nossas experiências.

Muita gente sofre por anos para desenvolver certos hábitos, como praticar exercícios regularmente ou para se desfazer de outros como comer muito. Eles são adquiridos por meio da repetição: quanto mais você repete um determinado comportamento, mais automático esse comportamento se torna e mais reforçado fica o caminho que ele utiliza para comunicar a você que deve se manifestar.
Porém, a formação dos hábitos não tem filtros, ou seja, se você quiser começar a correr 5km todas as manhãs ou se você quiser comer muita massa toda noite, ainda que um hábito seja benéfico e o outro nocivo, com a repetição, ambos se tornarão hábitos.

Você tem o seu cérebro racional, consciente, que é capaz de te avisar que comer muito carboidrato toda noite, por muito tempo, é arriscado e prejudicial a saúde. Isto não o impede de repetir o comportamento, que se tornará um hábito. A amígdala, responsável por armazenar os hábitos, registra essa informação independente de ser boa ou não.
Em outras palavras, um hábito é algo que você faz repetidamente e regularmente, sem sequer pensar em fazê-lo.

Formação de Hábitos

O processo de transformar um hábito mudando de comportamento é possível e também acontece pela repetição. A formação de um hábito ocorre em um processo de três etapas.

1 – O primeiro passo é o gatilho ou sugestão que diz ao seu cérebro para entrar no modo automático. Esta é a parte da tomada de decisão do seu cérebro.

2 – O segundo passo é a rotina ou o próprio comportamento. Neste momento ocorre uma interação em seu cérebro entre a tomada de decisão e suas as emoções com este comportamento.

3 – O terceiro passo é a recompensa ou celebração!  É o que reforça seu cérebro a se lembrar desse comportamento no futuro.

A antecipação criada pelo gatilho, a persistência da rotina e o desejo pela recompensa formam, então, o hábito.

Cuidado com os hábitos negativos

Precisamos ser fortes às tentações para não deixar os hábitos negativos invadirem nossas vidas. Mas se os adquirirmos, mudá-los pode ser muito demorado e difícil e, diferente do que muitos pensam, isso não tem necessariamente a ver com o desejo duradouro da pessoa continuar realizando a ação antiga e prejudicial com falta de força de vontade.

O problema, muitas vezes, é que o hábito indesejado continua sendo ativado automaticamente por pistas contextuais, levando a pessoa repetir espontaneamente o hábito, o que é conhecido como autossabotagem. As pistas contextuais podem ser: locais, outras pessoas ou ações prévias da própria pessoa.

Uma forma de enfrentar isso é tomando o controle da sua exposição às pistas contextuais. Por exemplo, nessa quarentena, você pode organizar sua cozinha de modo que os alimentos saudáveis fiquem mais visíveis e acessíveis do que outras comidas. Reorganizar seus ambientes cotidianos, pode ser a hora certa de se livrar de pistas contextuais problemáticas.
Tão importante quanto achar formas de enfraquecer hábitos indesejados é estimular novos hábitos. A fórmula básica para isso é a que envolve a repetição de uma ação em um contexto estável seguida de recompensas.
A repetição com recompensa é essencial. Ir à academia tendeu a ser tornar algo automático para as pessoas dentro de seis semanas desde que elas consigam frequentá-la ao menos quatro vezes por semana e sintam a recompensa do esforço.

Lembretes eletrônicos e aplicativos podem te ajudar na formação de novos hábitos, mas eles podem te prejudicar desestimulando a formação espontânea já que, o lembrete externo, dispensa a necessidade de automatizar o hábito na sua cabeça.
Usar o nosso foco de forma consciente, criando hábitos positivos e sabendo dos seus benefícios para as nossas escolhas, é um caminho para afastar as consequências desastrosas que um hábito negativo pode gerar na nossa vida.
As pessoas tendem a subestimar a influência dos contextos nos seus hábitos, os que as tornam mais vulneráveis ainda a essa influência. Observar melhor os contextos dos quais você vai estar, pode te ajudar muito a controlar seus próprios comportamentos indesejados.

Se gostou do tema de hoje, comente aqui, posso escrever outros textos falando mais sobre hábitos.
Caso você esteja enfrentando muitas dificuldades para lidar com algum hábito indesejado, entre em contato comigo.

Joana Santiago – psicóloga

Homem oriental usando máscara de proteção na rua com outras pessoas andando por trás dele
A sociedade pós-coronavírus pode ser a oportunidade para criar padrões melhores de comportamento, só depende de nós.

O coronavírus é a ameaça global mais séria no mundo atual e que envolve um alto grau de incertezas nas pessoas, principalmente quando pensarmos em: como será nosso dia a dia depois da quarentena?

É certo que teremos que retornar nossas vidas aos poucos e se você é do tipo que está muito ansioso pelo fim da quarentena achando que poderá começar do ponto que ela parou, sugiro calibrar as expectativas, pois mesmo que esse período acabe o mais rápido possível não voltaremos ao mesmo ponto. Nesse exato momento, estamos vivendo uma mistura do que não é mais com o que não existe ainda. Uma fase marcada por transição e incertezas e para algumas pessoas, algo maior, o estresse pós-traumático

O distanciamento social imposto pelo governo aos cidadãos desperta uma série de reflexões. Se antes boa parte do nosso tempo era gasto indo e voltando, hoje estamos dentro de casa, com um tempo extra que simplesmente muitos desconheciam. Se a semana era dividida entre cinco dias de trabalho e dois de lazer, hoje trabalhamos em home office com reuniões importantes acontecendo até nos feriados através de aplicativos de videoconferência. Ou seja, os padrões industriais que nos foram ensinados começam a perder sentido.

Estamos sendo obrigados a conviver mais com a família do que com os colegas de trabalho ou faculdade. Somos obrigados a cozinhar em casa, em vez de irmos a restaurantes. Somos estimulados a buscar alternativas de entretenimento e atividade física sem sair das nossas salas. Somos obrigados a assistir aulas online sem sair do quarto. E, dessa forma, muitas coisas que mudaram durante a quarentena vão deixar de ser passageiras para se tornarem fixas nesse novo formato de convívio social. Maneiras de se comunicar, trabalhar, oferecer serviços e muito mais.

Em 1999, quando o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em 2017, lançou o livro Modernidade Líquida, não se podia imaginar um vírus capaz de paralisar o mundo. Ainda assim, naquela época, ele já havia notado que o século XXI não seria mais como o século XX. Segundo ele, antes, os valores se transformavam em ritmo lento e previsível. Tínhamos algumas certezas e a sensação de controle sobre o mundo – sobre a natureza, a tecnologia, a economia. Mas, acontecimentos da segunda metade do século XX, como a instabilidade econômica mundial, o surgimento de novas tecnologias e a globalização, criaram um mundo líquido, no qual as coisas são tão rápidas e efêmeras que não há tempo suficiente para se solidificar.

Nessa passagem do mundo sólido para o líquido, Bauman chama atenção para a liquefação das formas sociais: o trabalho, a família, o engajamento político, o amor, a amizade e, por fim, a própria identidade. Essa situação produz angústia, ansiedade constante e o medo líquido: temor do desemprego, da violência, de ficar para trás, e principalmente de não se encaixar mais nesse novo mundo que muda num ritmo cada vez mais veloz. A pandemia do novo coronavírus só intensificou e deve continuar intensificando esse processo. 

Dependendo de quais experiências passadas no confinamento, positivas ou negativas, podemos seguir a vida normalmente depois de um tempo ou começar a apresentar sintomas de ansiedade, ter crises de pânico, depressão. 

Por mais que, nesse momento, a maioria sinta que assim que a quarentena for suspensa voltaremos para as ruas a fim de tirar o atraso, pode ser que não seja bem assim, pois ainda teremos que usar medidas de proteção contra o vírus. E, mesmo que isso aconteça, mas por um curto período de tempo. A maioria irá analisar sobre a real necessidade de determinadas atitudes nossas e das instituições.

Para mim está bem claro que a crise causada pela pandemia vai provocar uma profunda reestruturação econômica, social, organizacional e de fato, uma nova sociedade irá nascer a partir de 2020.

Torço para que seja muito melhor.

Joana Santiago – psicóloga