Entre polêmicas, debates e viralizações, fica a pergunta que ecoa: o que esse bebê realmente preenche? Um colo, um vazio, uma memória, ou a possibilidade de viver o afeto sem o comprometimento real que uma criança de verdade nos pediria?

Nas últimas semanas, os bebês reborn – bonecos hiper-realistas feitas à mão para parecerem bebês de verdade – ganharam destaque nas redes sociais e na mídia. Embora essa prática exista há décadas, viralizou recentemente após influenciadoras compartilharem suas rotinas com esses bonecos, gerando não só curiosidade, mas também polêmicas, discussões jurídicas e até projetos de lei no Congresso.

Mas o que de fato está em jogo aqui? O que esse movimento escancara sobre nossas relações emocionais, nossas faltas e os vazios que, muitas vezes, tentamos preencher?

Brincar é coisa de criança… ou não?

Do ponto de vista do desenvolvimento emocional, o brincar tem um papel essencial desde a infância. Segundo os fundamentos que compreendemos na psicologia, autores como Piaget, Melanie Klein e Winnicott mostram que o ato de brincar é, na infância, uma ponte entre a fantasia e a realidade. É no brincar que a criança experimenta, elabora emoções, aprende, organiza seus afetos e dá sentido ao mundo.

Mas essa capacidade não desaparece na vida adulta. Na verdade, o brincar – entendido aqui como qualquer atividade simbólica, criativa e expressiva – continua sendo uma ferramenta psíquica que oferece alívio, prazer, segurança emocional e, muitas vezes, funciona como espaço de resgate da própria história.

Quando o brincar vira fuga?

O problema começa quando esse espaço simbólico, que deveria ser uma pausa saudável na vida adulta, passa a ocupar o lugar de fuga da realidade ou do enfrentamento de dores emocionais não elaboradas.

Winnicott nos ensina que objetos podem se tornar “objetos transicionais” – elementos que ajudam no processo de amadurecimento emocional, especialmente nos momentos de separação, ausência ou construção de autonomia. Mas quando esse objeto deixa de ser ponte e passa a ser destino, há um risco: o objeto não apenas simboliza, mas começa a substituir vínculos, afetos e experiências reais.

Por isso, é fundamental se perguntar:

  • Isso está me ajudando ou me aprisionando?
  • Estou encontrando alívio saudável ou fugindo daquilo que preciso elaborar?
  • Minha vida social, profissional ou afetiva está sendo prejudicada?

Quando a boneca deixa de ser hobby e começa a ser usada como única fonte de preenchimento emocional, isso pode sinalizar que existe algo não elaborado internamente.

O que esse bebê reborn representa?

Do ponto de vista da psicanálise, especialmente na visão de Melanie Klein, o brincar também é uma forma de elaborar fantasias inconscientes, angústias, medos e desejos. Através do brincar, reorganizamos nossa realidade psíquica e encontramos modos de lidar com nossas dores e faltas.

Na vida adulta, essa função simbólica continua presente. O bebê pode representar cuidado, afeto, proteção ou até servir como elaboração de experiências que, por alguma razão, não foram vividas ou foram interrompidas – como lutos, perdas, relações não concretizadas ou traumas emocionais.

Mas é importante compreender: objetos não curam. Eles são suportes simbólicos, importantes e até terapêuticos, desde que estejam integrados a um processo consciente, com clareza emocional e, muitas vezes, acompanhados por psicoterapia.

Entre a fantasia e a realidade: qual é o limite?

Aqui entra um ponto crucial que Piaget ajuda a compreender: a diferenciação entre fantasia e realidade faz parte de um desenvolvimento saudável. Na infância, essa fronteira é mais flexível, mas com o amadurecimento, espera-se que o sujeito consiga transitar entre esses dois mundos sem perder a noção do que é simbólico e do que é real.

Quando o brincar ocupa a vida de forma isolada e começa a gerar prejuízo – como afastamento social, dificuldades no trabalho, isolamento afetivo ou dependência emocional daquele objeto – acende-se um alerta.

O limite saudável é quando esse hobby é parte da vida, não quando se torna a vida inteira.

O que, de fato, estamos tentando cuidar?

No fundo, o convite aqui não é um julgamento sobre quem coleciona bebês reborn, mas sim um convite à reflexão profunda:
O que essa bebê simboliza pra você?
Ela representa criatividade, cuidado, conexão com a sua história?
Ou ela está sendo usada para preencher dores, vazios ou ausências emocionais que ainda não foram olhadas com a profundidade que merecem?

A resposta nunca está no objeto em si, mas na relação que você estabelece com ele – e, principalmente, na relação que você tem consigo mesma.

Porque, no fim das contas, o que está em jogo não é a boneca. É sua história. Sua dor. Sua busca. E, quem sabe, a oportunidade de transformar tudo isso em cuidado de si.

Sou Joana Santiago | Psicóloga

Acompanhar a série “Adolescência” traz questionamentos profundos sobre a parentalidade e sobre os erros e acertos de criar um ser humano em desenvolvimento. 

A série “Adolescência” tem dado o que falar, e não é à toa. Com uma abordagem contundente sobre os desafios da juventude na era digital, a produção nos coloca em estado de alerta. Jamie tem 13 anos e é o principal suspeito do assassinato de uma colega da escola. Apesar da notícia do crime ser o ponto de partida da série “Adolescência”, da Netflix, este não é o foco da narrativa. Nos quatro episódios, o principal objetivo é compreender o que está por trás da violência entre meninos tão jovens. Assim, o roteiro explora intimamente cenas de conversas na delegacia, na escola, em uma sessão de terapia e na própria casa de Jamie para entender os motivos – nem tão diretos – que apontam o menino como um infrator. Trago aqui uma análise detalhada sobre os principais pontos levantados e a importância de compreendermos as novas dinâmicas digitais que envolvem crianças e adolescentes.

O Novo “Playground” Digital

Antigamente, crianças e adolescentes se divertiam em praças, shoppings e festas. Hoje, esse espaço de interação se transferiu para o ambiente digital, criando um universo paralelo que os pais muitas vezes desconhecem. A série evidencia como a escola também ultrapassa os muros físicos, tornando-se uma presença constante no meio digital.

Muitos pais justificam sua distância alegando respeito à privacidade dos filhos, mas essa abordagem pode ser um erro. No passado, a preocupação com a segurança de um adolescente em locais públicos era natural. Por que, então, esse cuidado deveria ser diferente no mundo virtual?

O Impacto do Cyberbullying

A série também ressalta um problema crescente: o cyberbullying. Ele pode ser ainda mais destrutivo do que o bullying tradicional, pois não tem fronteiras nem horário. A falta de preparo tanto dos pais quanto das escolas para lidar com essa realidade fica evidente ao longo dos episódios.

Termos e Conceitos Essenciais

“Adolescência” também traz à tona conceitos que, embora não sejam novos, precisam ser amplamente compreendidos:

  • Red pill: movimento traduzido como “pílula vermelha”, inspirado no filme Matrix. Homens defendem a masculinidade dominante e acusam mulheres pela culpa da queda da virilidade.
  • Incel: referência a um grupo de homens e meninos que se intitulam “celibatários involuntários”. Ou seja, eles seriam incapazes de encontrar um parceiro romântico por culpa das mulheres e dos estereótipos que elas supostamente preferem. Fomentam discursos de ódio a qualquer grupo sexualmente ativo.
  • Emoji: recurso visual para a linguagem em mensagens online com símbolos e ilustrações.     

A mensagem central da série é clara: o mundo mudou e precisamos acompanhar essa mudança. Não entender o ambiente digital não é mais uma opção. Se não for pela dor, que seja pelo amor aos nossos filhos.

Um alerta para o uso da internet sem supervisão

Quando pai e mãe refletem sobre suas culpas pelo comportamento de Jamie, o diálogo revela que eles não sabiam o que o filho fazia na internet. “Ele não saía do quarto. Chegava, batia a porta e ia direto para o computador”, diz a mãe, Amanda. Na conversa, Eddie então questiona: “Deveríamos ter feito mais?”

Ano passado, em entrevista à Folha de São Paulo, a juíza da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, Vanessa Cavalieri, alertou para o fato de pais e mães desconhecerem o comportamento dos filhos dentro da internet. Ela citou o aumento de crimes cometidos por adolescentes a partir das redes sociais. Além disso, explicou que o perfil dos infratores são meninos de classe média e alta, que geralmente arquitetam ou influenciam atos criminosos a partir da interação em plataformas digitais. A maioria usa o próprio celular ou computador para isso.

“Muitas famílias ainda acham que o filho está seguro no quarto. Só que, se ele está no quarto com internet, está exposto a tudo.”

Dentre os crimes estão a apologia ao nazismo, tortura de animais, estupro virtual e organização de massacres. “Crianças e jovens passam anos expostos a discurso de ódio, ideologias extremistas, comunidades que planejam ataques a escolas. Se as famílias supervisionassem, poderiam ter sido evitados”.
“As famílias precisam passar por um letramento digital e, quando entenderem a gravidade, vão começar a fazer o seu papel, e adiar o máximo possível o momento de dar o primeiro celular para os filhos e, quando derem, a terem os cuidados necessários”, pontuou a juíza.

Vanessa Cavalieri mantém um perfil no Instagram chamado “Protocolo Eu te vejo”, e faz um alerta aos pais de que a rua do passado é a internet de hoje, ou seja, não se pode deixá-los caminhar sozinhos, eles precisam de monitoramento e aconselhamento.

Se ainda não assistiu, fica a dica: essa série é um verdadeiro despertar para a realidade digital dos jovens de hoje. E a grande questão que fica no final é: de quem é a culpa? Obviamente não há resposta certa ou simples. Em uma entrevista que deu nessa semana, o ator e co-criador da série Stephen Graham respondeu: “Somos todos responsáveis. Pais, escola, políticos, o sistema educacional…e a internet.”

Sou Joana Santiago Psicóloga

O Carnaval, sendo uma festa popular e culturalmente rica, tem um grande poder de influenciar o comportamento humano.

O Carnaval é uma festa que vai além da diversão. Psicologicamente, ele oferece uma oportunidade para a liberação emocional, permitindo que as pessoas expressem suas emoções e frustrações de forma saudável. Esse alívio, muitas vezes visto como uma catártese, ajuda a reduzir tensões e ansiedade. Além disso, o Carnaval é uma chance de afirmação da identidade cultural e de fortalecimento de laços sociais, promovendo um senso de pertencimento e coesão na comunidade.

A quebra das normas sociais durante o Carnaval também proporciona liberdade para novas experiências e inovação, enquanto o prazer e o lazer vividos durante a festa ativam o cérebro, favorecendo o bem-estar. A festa também é um espaço importante para a inclusão social, onde diferentes grupos podem se expressar e se sentir reconhecidos, promovendo a aceitação e o respeito às diferenças.

Porém, é importante lembrar que nem todos se sentem à vontade durante o Carnaval. Algumas pessoas podem não gostar da folia, seja por questões pessoais, culturais ou pela pressão para se conformar a padrões sociais durante a festa. Para essas pessoas, o respeito às suas preferências é fundamental. O Carnaval deve ser visto como uma data em que todos têm a liberdade de decidir o quanto desejam participar, sem a obrigação de seguir a “norma” de se divertir de determinada forma. Cada pessoa tem o direito de se sentir confortável, seja se entregando à festa ou optando por aproveitar o tempo de outra maneira.

Vivencie esses dias de folia da melhor maneira possível.
Bom Carnaval a todos!

A saúde mental está ON, mas quem aperta o botão é você!

Ei, você aí, que vive nesse turbilhão de pensamentos, listas de tarefas e notificações intermináveis: já deu um tempinho pra sua saúde mental hoje? Não? Então bora refletir, porque tá na hora de colocar a cabeça em modo “prioridade máxima”.

A saúde mental vai muito além de “não estar triste” ou “ficar positivo”. É sobre entender que tudo na nossa vida passa pelo filtro da mente: nossas relações, o passado que carregamos, as escolhas que fazemos e até os sonhos que queremos alcançar. E, spoiler: se esse filtro está sujo ou sobrecarregado, a vida vai parecer confusa, pesada e cheia de “erro 404: paz de espírito não encontrada”.

Então, como priorizar a mente sem pirar ainda mais? Aqui vão umas dicas com uma pitada de psicologia e bom humor:

  • Aceite que nem sempre está tudo bem – e tá tudo bem com isso! Entender e acolher as próprias emoções é um ato de coragem. Tá com medo? Tá cansado? Tá com vontade de sumir por 15 minutos (ou 15 dias)? Respeite isso.
  • Passe a régua no passado (ou pelo menos tente). Ninguém está aqui pra viver preso no que já foi. A terapia é um GPS excelente pra te guiar por esses becos sem saída.
  • Desapegue do “tem que”. Quem disse que você precisa ser perfeito o tempo todo? Spoiler: ninguém. Redefina suas expectativas e descubra o prazer em fazer o possível.
  • Cerque-se de gente que soma, não que drena. Relacionamentos tóxicos são como wi-fi ruim: deixam você lento e frustrado. Escolha conexões mais saudáveis!
  • Aprenda a dizer ‘não’. Inclusive para você mesmo, quando começar a acumular mais projetos, promessas e dietas malucas do que consegue cumprir.

E, por fim, lembre-se: saúde mental é como carregar o celular. Se você nunca dá pausa para recarregar, uma hora a bateria acaba, e ninguém funciona no modo avião por muito tempo.

Que tal começar hoje? A saúde mental está ON, mas quem aperta o botão é você!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Neste Natal, desacelere, acolha suas emoções e reacenda a esperança que transforma vidas.

No corre-corre do dia a dia, o Natal chega como um lembrete de que é possível desacelerar, respirar fundo e olhar para dentro de nós mesmos. É um tempo para refletir, acolher nossas emoções e exercitar a empatia, tanto por nós quanto por quem nos cerca.

Mais do que uma data no calendário, o Natal é um convite para ressignificar os desafios enfrentados, estar perto de quem amamos, valorizar as pequenas alegrias que muitas vezes passam despercebidas e reacender a chama da esperança em nossos corações. É uma pausa para enxergar o que realmente importa é encontrar força nos gestos simples de amor e cuidado.

Que neste Natal você descubra dentro de si a força para transformar o que precisa ser renovado, o amor para compartilhar momentos especiais e a serenidade para recomeçar com leveza. Porque cuidar de si mesmo também é celebrar a vida e espalhar amor ao mundo.

Sou Joana Santiago Psicóloga

Bipolaridade pode ser muito prejudicial para relacionamentos e na realização de tarefas diárias, se não for tratada.

O transtorno bipolar é uma condição psiquiátrica que afeta o humor, alternando entre episódios de depressão e euforia (mania ou hipomania). Essas mudanças podem variar em intensidade e duração, impactando o comportamento, os relacionamentos e a vida do paciente. Apesar de surgir frequentemente entre os 15 e 25 anos, pode atingir qualquer idade.

Existem diferentes tipos de transtorno bipolar: do Tipo I, com crises intensas que podem exigir internação, ao Tipo II, com episódios de hipomania mais leves, além do transtorno ciclotímico, que apresenta oscilações de humor menos intensas. Embora as causas ainda não sejam totalmente compreendidas, fatores genéticos e eventos estressantes estão entre os principais gatilhos.O tratamento, que inclui medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, é essencial para controlar as crises e melhorar a qualidade de vida. Para os pacientes e suas famílias, seguir o tratamento de forma consistente é a chave para estabilidade emocional e para levar uma vida plena.

Como saber se uma pessoa tem transtorno bipolar?

O diagnóstico deve ser feito por um psiquiatra, requer uma boa anamnese, uma história clínica bem detalhada e exame psíquico também muito detalhado. Além de alguns exames clínicos laboratoriais, como exame de sangue, e de imagem para afastar outras patologias que poderiam gerar dúvidas.   

Para uma pessoa leiga, o que pode chamar atenção é a alternância entre períodos de sintomas depressivos e períodos de impulsividade, com muitos desejos sexuais, gastos excessivos e necessidade de sono reduzida.

Tratamentos e Terapias

O paciente, no entanto, não deve se manter apenas com as medicações e a terapia. É necessário, também, fazer alterações no estilo de vida. Bons exemplos são:

  • Prática de atividades físicas;
  • Busca por um hobby;
  • Investimento em interações sociais benéficas, sem amizades ou relacionamentos tóxicos, entre outros.

Hábitos saudáveis e um estilo de vida agradável ajudam na manutenção do tratamento, fazendo com que as crises fiquem controladas e a qualidade de vida do paciente melhore consideravelmente.

A conscientização é importante: o transtorno bipolar não é fraqueza ou instabilidade, mas uma condição médica que pode ser gerenciada com o cuidado adequado. Se você está vivenciando esses sintomas ou conhece alguém que os apresenta no dia a dia, é hora de buscar ajuda médica. Afinal, esse problema tem tratamento e o paciente afetado pode viver uma vida plena, feliz e completamente normal.

Sou Joana Santiago Psicóloga

O transtorno opositor desafiador é caracterizado por sintomas como comportamento agressivo e humor irritável em crianças. Saiba como diferenciá-lo de comportamentos comuns da infância.

O transtorno opositor desafiador (TOD) é um distúrbio que ocorre na infância e adolescência e provoca sintomas como comportamento desafiador e impulsivo, dificuldade de lidar com frustrações, teimosia, entre outros. Ele geralmente surge antes dos 8 anos de idade, mas também pode ser diagnosticado em crianças mais velhas ou adolescentes. 

É preciso atenção para saber diferenciar os sinais do transtorno de comportamentos comuns nessa faixa etária. Durante o desenvolvimento, é normal observar certos comportamentos desafiadores nas crianças – como as chamadas “birras”, por exemplo. O que, então, indica que a criança pode ter um transtorno? 

O comportamento opositor e desafiador é comum em crianças em determinados estágios do desenvolvimento, como na adolescência, e em algumas situações estressantes, como conflitos familiares ou dificuldades escolares; ele também pode ser causado por outros fatores, como transtornos de ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou transtorno de conduta.No entanto, o TOD é caracterizado por um padrão persistente de comportamento desafiador, que é mais severo, frequente e duradouro do que o comportamento observado na maioria das crianças na mesma faixa etária. O diagnóstico é baseado em uma avaliação cuidadosa da história do comportamento da criança, que inclui informações sobre a duração e gravidade do comportamento desafiador, bem como as circunstâncias em que ocorre.

Como lidar com as situações desafiadoras

Na psicologia, o tratamento do TOD foca em ajudar a criança ou adolescente a desenvolver habilidades para regular suas emoções e melhorar sua interação com os outros. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente utilizada para ensinar estratégias de manejo da raiva, resolução de problemas e desenvolvimento da empatia. Além disso, o envolvimento dos pais e cuidadores no processo terapêutico é fundamental, já que eles aprendem técnicas de comunicação eficaz e disciplina positiva para lidar com os comportamentos desafiadores de maneira construtiva.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento do transtorno opositor desafiador

O diagnóstico do Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é realizado por um neurologista infantil, psiquiatra ou psicólogo, após uma avaliação completa da criança, que pode incluir entrevistas e testes de comportamento. O tratamento adequado e precoce pode trazer uma melhora significativa, sendo essencial entender que esses comportamentos não são simples “birras”, mas parte de um transtorno que exige atenção. A terapia comportamental e familiar, junto com o possível uso de medicação, é eficaz no manejo do TOD, e o envolvimento dos pais é crucial para o sucesso do tratamento.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo!

Setembro Amarelo é um mês dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio, um tema que ainda carrega muito estigma e silêncio. A campanha “Se precisar, peça ajuda!” busca quebrar essas barreiras, promovendo o diálogo aberto e incentivando as pessoas a buscarem apoio em momentos de vulnerabilidade. No Brasil, onde milhares de vidas são perdidas anualmente por suicídio, a importância de falar sobre o assunto se torna ainda mais evidente.

A psicologia desempenha um papel crucial nesse processo. Psicólogos e outros profissionais de saúde mental são capacitados para identificar sinais de alerta e oferecer suporte especializado. Através de terapias e intervenções, nós, profissionais, ajudamos as pessoas a enfrentarem suas dores emocionais, promovendo o autoconhecimento e oferecendo ferramentas para lidar com crises. O acompanhamento psicológico pode ser um divisor de águas na prevenção de comportamentos suicidas.

Além disso, a psicologia também atua na promoção de políticas públicas que abordem o suicídio de maneira integral e sem tabu. Campanhas educativas e a implementação de serviços de saúde mental acessíveis são fundamentais para criar uma rede de apoio eficiente. Em um momento onde o estresse e a ansiedade são cada vez mais comuns, o papel da psicologia na promoção da saúde mental e na prevenção do suicídio é essencial para salvar vidas e construir uma sociedade mais acolhedora e solidária.

Durante o Setembro Amarelo, é importante lembrar que nossas atitudes e falas podem ter um impacto profundo na vida de quem passa por momentos desafiadores. Demonstrando empatia e estando abertos a ouvir, podemos contribuir para desfazer o estigma relacionado à saúde mental e, acima de tudo, ajudar a preservar vidas.


Sou Joana Santiago – Psicóloga

Por trás de cada medalha conquistada e recorde quebrado, existe uma componente crucial que muitas vezes não é visível para o público: a psicologia.

A psicologia esportiva desempenha um papel fundamental no desempenho dos atletas olímpicos. Não se trata apenas de treinar o corpo, mas também de preparar a mente para enfrentar os desafios que vêm com a competição de alto nível. Os atletas precisam lidar com a pressão intensa, expectativas elevadas e a ansiedade que acompanha a busca pelo ouro.

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 serão um marco para o Brasil nesse tema, com a delegação brasileira contando com uma equipe de cinco psicólogos e um psiquiatra, que darão suporte aos atletas brasileiros durante as Olimpíadas.

Os psicólogos do esporte trabalham com atletas, treinadores, equipes esportivas e indivíduos envolvidos em atividades físicas, oferecendo suporte psicológico em diversas áreas:

Técnicas Psicológicas Utilizadas pelos Atletas

1. Visualização

Uma das técnicas mais utilizadas é a visualização. Atletas são treinados para imaginar suas performances em detalhes, desde o momento em que entram no estádio até a execução perfeita de suas habilidades. Essa prática ajuda a construir confiança e a preparar a mente para o sucesso.

2. Mindfulness e Meditação

Práticas de mindfulness e meditação são cada vez mais comuns entre os atletas. Essas técnicas ajudam a melhorar a concentração, reduzir a ansiedade e aumentar a resiliência mental. Estar presente no momento pode fazer a diferença entre ganhar e perder.

3. Estabelecimento de Metas

O estabelecimento de metas é uma estratégia psicológica essencial. Atletas trabalham com seus treinadores e psicólogos para definir objetivos claros e alcançáveis, tanto a curto quanto a longo prazo. Isso proporciona uma direção e um propósito, além de ajudar na manutenção da motivação.

Lidando com a Pressão e o Estresse

A pressão para ganhar pode ser esmagadora. A psicologia esportiva oferece ferramentas para ajudar os atletas a gerenciar o estresse e a manter o foco. Técnicas de respiração, exercícios de relaxamento e suporte emocional são componentes vitais do treinamento psicológico.

Casos de Sucesso

Michael Phelps

Michael Phelps, o nadador olímpico mais condecorado de todos os tempos, é um exemplo notável do impacto da psicologia esportiva. Ele trabalhou extensivamente com um psicólogo para desenvolver técnicas de visualização e meditação, o que foi crucial para seu sucesso nas piscinas.

Simone Biles

A ginasta Simone Biles também destacou a importância da saúde mental. Ao se afastar de algumas competições nas Olimpíadas de Tóquio para cuidar de sua saúde mental, ela trouxe à luz a necessidade de uma abordagem equilibrada que valorize tanto o bem-estar psicológico quanto o desempenho físico.

Jade Barbosa

Essa foi a terceira participação de Jade Barbosa em Olimpíadas (disputou Pequim 2008 e Rio 2016) e a primeira medalha. A ginasta entrou para a equipe permanente da ginástica brasileira aos 13 anos e viveu diferentes momentos da equipe que vive seu auge em Paris 2024. A Jade é gigante e conta com a uma grande força psicológica para sempre seguir em frente.

Conclusão

Os Jogos Olímpicos são mais do que uma competição física; são um teste de força mental e resiliência. A psicologia por trás dos atletas olímpicos é um componente vital para seu sucesso, permitindo que eles superem limites e alcancem seus sonhos. Com o apoio psicológico adequado, esses atletas podem enfrentar desafios, lidar com a pressão e alcançar a grandeza no maior palco do esporte mundial.

Sou Joana Santiago Psicóloga

Mudanças de emoções e sentimentos fazem parte da transição da pré-adolescência para a adolescência, porque estão ligadas às altas e baixas hormonais.

Mudanças de emoções e sentimentos são comuns na transição da pré-adolescência para a adolescência devido às flutuações hormonais que influenciam o humor, a felicidade, a tristeza e o estresse. Esses hormônios incluem endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina.

Além disso, os adolescentes enfrentam transformações corporais que podem afetar sua autoestima, autoconfiança, interação social e desempenho escolar.

Nesse período, eles também começam a sentir pressão social sobre seu futuro. Muitas vezes, essa pressão é interna, baseada na crença de que precisam fazer tudo certo para serem bem-sucedidos. Pensamentos sobre o que pais, colegas e professores irão pensar tornam-se frequentes.

Além disso, na adolescência, começam a questionar quem são, qual é seu papel no mundo e como a sociedade funciona, ou seja, iniciam a descoberta de sua própria identidade.

Para que possam se sentir mais confiantes, focados em seu futuro e passar por essa fase de maneira mais tranquila, os estudantes precisam aprender a gerenciar suas emoções. Desenvolver habilidades socioemocionais é essencial para que se tornem adultos funcionais, equilibrados, competentes e éticos.

Encare suas emoções

São muitas coisas que podem ser feitas quando as emoções estão atrapalhando a vida, mas é importante colocar as emoções em um contexto construtivo. Cada uma delas tem uma função, comunicam e motivam, ajudam a identificar quando algo significativo está acontecendo, ativam e dão energia ao indivíduo para fazer as mudanças necessárias.

Mesmo as emoções mais incômodas e dolorosas têm sentido de existirem e as pessoas precisam conhecê-las e aprender a escutar a informação que elas trazem. A sugestão para isso é observar qual é a experiência pela qual os sentimentos estão respondendo e consultar, sem julgamento, antes de decidir como agir. Mas é claro, com a ajuda de um especialista.

O autocontrole promove imensos benefícios, e aprender a lidar com o desequilíbrio emocional e aumentar a empatia pode ajudar os adolescentes a ficarem mais aptos em suas habilidades de autorregulação.

Sou Joana Santiago Psicóloga

Leia o texto no meu blog para entender a diferença de emoções e sentimentos: Emoções e sentimentos não são a mesma coisa.