Cuidar da saúde mental é uma orientação que parte desde o cuidado com a saúde do cérebro até a modificação de padrões de comportamento e estilo de vida.

Você é dessas pessoas que fazem metas de final de ano? Ou que se sentem mais motivadas para mudanças com a chegada de um novo ano?
Provavelmente a maioria responderá sim! Então quero te falar sobre como se manter em equilíbrio para realizar suas resoluções e manter a saúde mental em dia, sem se cobrar tanto e sem maiores frustrações.

Já comentei aqui no blog que saúde mental pode afetar a saúde física, a vida diária e os relacionamentos. Portanto, cuidar da mente ajuda a preservar a capacidade de aproveitar a vida e se relacionar com os outros. Essa manutenção envolve um delicado equilíbrio de vários elementos da vida que operam juntos para que a mente continue saudável ou não.

Sendo assim, manter uma boa saúde mental permite:

  • A realização de objetivos e sonhos;
  • Lidar com as tensões normais da vida;
  • Trabalhar de forma produtiva e se fazer útil;
  • Fazer contribuições significativas para a comunidade.

É por isso que é fundamental saber como cuidar da saúde mental e emocional ao longo de toda a vida.
Veja algumas dicas de como se cuidar:

1. Faça psicoterapia

A psicoterapia ajuda muito no autoconhecimento e, se conhecer melhor, já pode eliminar muitos sofrimentos comuns da vida, como, por exemplo, escolher uma profissão. 

Os problemas que podem ser ajudados por meio da psicoterapia, entre outros, incluem:

  • dificuldades em lidar com a vida diária;
  • superação de traumas;
  • transtornos mentais específicos, como ansiedade e depressão;
  • lidar com o luto.

2. Pratique exercícios físicos regularmente

Uma das recomendações mais bem estabelecidas de como manter a saúde mental é a prática regular de exercícios físicos. Numerosos estudos mostraram que o exercício melhora a saúde mental, reduzindo a ansiedade e a depressão, assim como melhora também a autoestima e a função cognitiva. Apenas trinta minutos de exercício de intensidade moderada já são suficientes para esses benefícios à saúde mental.

3. Tenha um tempo só para você

Com frequência, algumas pessoas tendem a cuidar somente de outras e esquecem de cuidar de si. No entanto, é fundamental reservar um tempo para cuidar de si mesmo também. O autocuidado é sobre propiciar uma atenção adequada ao seu próprio bem-estar psicológico e emocional.

4. Cuide do seu sono

Não dormir o suficiente distorce a capacidade de regular as emoções e, a longo prazo, pode aumentar o risco de desenvolvimento de transtornos mentais. Cada estágio do sono desempenha um papel na saúde cerebral, permitindo mais eficiência de aprendizado, humor e memória.  

5. Pratique meditação

Embora pareça simples, meditar é um grande desafio para a grande maioria das pessoas. No entanto, numerosos estudos sugerem que a prática meditativa pode melhorar a saúde mental, propiciando a diminuição de doenças psiquiátricas. Isso se deve a uma diversidade de fatores envolvidos na meditação que promovem mudanças fisiológicas na química cerebral e no comportamento diante de problemas.

6. Cuide da sua microbiota intestinal

Nos últimos anos, as relações entre nutrição e saúde mental angariaram um considerável interesse. De fato, pesquisas observaram que a adesão a padrões alimentares saudáveis está associada a um risco reduzido de transtornos mentais, como depressão e ansiedade. Uma explicação sobre como a alimentação pode afetar o bem-estar mental é o efeito da dieta no microbioma intestinal.

7. Inclua fontes de vitaminas do complexo B na dieta

A alimentação rica em fontes de vitamina B pode atuar como um recurso alternativo ou adjuvante ao tratamento padrão destinado a otimizar o humor por meio da modulação de neurotransmissores. Isso significa que essa vitamina pode ser um bom suplemento para ansiedade. Busque o apoio de um nutricionista em caso de dúvidas sobre sua alimentação e descubra quais alimentos podem fazer diferença em sua dieta.

8. Mantenha o contato com amigos e familiares

Se relacionar socialmente é um elemento crucial para proteger a saúde mental, inclusive, de pessoas mais introvertidas. Amigos e familiares podem ajudar a colocar certos elementos da vida em perspectiva além de ajudarem a gerenciar problemas. O contato com os outros libera toda uma cascata de neurotransmissores e, um simples apertar de mãos ou um abraço, já é o suficiente para liberar ocitocina e reduzir os níveis de cortisol.

9. Inclua fontes de magnésio na sua alimentação

Vários estudos têm demonstrado sua utilidade em doenças neurológicas e psiquiátricas. Parece que os níveis de magnésio são reduzidos no curso de vários transtornos mentais. Os estudos mostram que, em níveis adequados, esse mineral pode contribuir em casos de insônia, ansiedade, dor e outros distúrbios neuropsiquiátricos.

10. Organize a sua rotina 

O ser humano é uma criatura de hábitos e ter uma rotina oferece saúde e bem-estar. De fato, saber “o que esperar” é fruto de uma rotina estruturada – e isso facilita o gerenciamento das emoções e expectativas. Por isso, as rotinas são poderosas para a saúde mental e, inclusive, já foram positivamente associadas a uma série de condições, como depressão, TDAH e transtorno bipolar.

11. Disponha um tempo para auto reflexão

Voltar-se para dentro e refletir sobre os próprios pensamentos e sentimentos é um grande desafio em meio a correria da vida diária. No entanto, momentos de introspecção podem ser fundamentais para desencadear insights que podem alterar a maneira de encarar o mundo ao redor.

 12. Desconecte de vez em quando

Sabe quando o modem da internet para de funcionar e precisa ser desconectado da tomada por alguns segundos? Por vezes, essa atitude de desconectar também funciona para os humanos! Se desconectar da rotina de e-mail, Whatsapp e redes sociais de vez em quando pode ser essencial para manter a saúde mental.

Inclusive, diversos estudos já associaram as redes sociais a alguns transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade e baixa autoestima. Portanto, é importante lembrar que a existência na vida real é muito mais preciosa do que aquela vida da internet e, desconectar, pode sim, melhorar a saúde mental.

Desconectar permite a interação com a vida real e essa é uma valiosa dica de como cuidar da saúde mental.

Que tal colocar em prática ao menos uma dessas dicas hoje mesmo?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Desejo a você um ano novo onde você tenha sabedoria, discernimento e força de vontade para enfrentar o que for preciso.

Estão preparados para mudanças e renovações? Após vivenciar as festividades natalinas, como falei no texto O Natal e nossas emoções, a última semana do ano é invadida por retrospectivas, sejam elas iniciadas pelos canais de televisão ou pela internet, que nos inundam de diversos sentimentos intensos e difíceis de serem nomeados.

Quanto mais nos aproximamos do dia 31, mais reflexões dominam o nosso mundo consciente e inconsciente. É comum relembrar e quantificar os pontos positivos e negativos do ano que está acabando. É tempo de muitos conflitos internos, de maior apropriação das conquistas e das frustrações dos desejos que não foram realizados.

Tudo o que vivenciamos é resultado de uma intencionalidade, se nada aconteceu da forma que esperávamos em 2022, não foi por simples acaso, e sim porque precisávamos enfrentar o não programado.

Livrar-se de um “ano velho” é paralelamente conviver com o luto e com o nascimento do novo, situações que nem sempre estamos psiquicamente fortalecidos para enfrentar. Tal fato nos faz pensar que é preciso respeitar a pontinha de tristeza que vivenciamos nas vésperas da finalização deste ciclo, sendo assim, simbolicamente vivenciamos a morte de uma parte da nossa história de vida que não voltará.

Precisamos aprender a conviver com as nossas tristezas, para então, dar espaço as surpresas boas que a vida pode nos oferecer. Finalizar um ciclo é doloroso, mas quando temos consciência de que é necessário para dar lugar ao novo, os últimos dias do ano se tornam menos tempestuosos psiquicamente.

Que a renovação do ano nos impulsione para a renovação da própria vida, ressignificando, perdoando e respeitando o que somos no aqui agora. Que a maior expectativa para 2023 não seja o ano novo, mas um posicionamento novo sobre o melhor que possamos ser para com o outro e principalmente para conosco!

Obrigada leitores do blog e seguidores das minhas redes sociais e a todos os pacientes que depositaram e depositam total confiança em meu trabalho. Vocês dão real sentido a minha vida profissional e me fortalecem para um novo ciclo em 2023!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

O Natal é uma época para nos entendermos e buscarmos uma forma de nos cuidarmos da melhor maneira possível.

Conforme o mês de dezembro vai se aproximando podemos ver como as ruas vão sendo decoradas e como vai se formando um ambiente festivo. Recebemos mensagens de amigos e pessoas queridas, começamos a planejar os detalhes dos encontros que teremos com eles e buscamos formas de expressar o nosso carinho. É uma época de reencontros e, mais do que dar e receber, é um momento para compartilhar.

Apesar de muitos considerarem que esta é uma época feliz, familiar e divertida, há pessoas que a vivem de uma forma diferente, com nostalgia, tristeza, frustração, estresse e até dor.

Muito além de como as percebemos, pode ser porque as datas sejam o momento do ano em que mais experimentamos diferentes emoções, e estas estão diretamente relacionadas com as experiências que vivemos.

De acordo com a psicologia é importante que nesses momentos do ano, possamos nos dedicar a identificar o que sentimos e refletir sobre o que está nos fazendo sentir dessa forma. Sentimos alegria? Ou nos sentimos tristes, melancólicos e irritados?

É importante e necessário compreendermos as nossas emoções, permitir-nos senti-las e fazer o que estiver em nossas mãos para gerenciá-las e vivê-las de uma maneira saudável e de acordo com o que acontece ao nosso redor.

Não devemos nos pressionar com a ideia de que todo mundo deve estar feliz durante o Natal, e que se não estivermos, precisamos nos esforçar para nos sentirmos assim. Na realidade, devemos aceitar o nosso humor, ao mesmo tempo em que procuramos nos adaptar à situação da melhor maneira possível.

É importante cuidarmos e utilizarmos os nossos pensamentos de uma maneira positiva, sem nos deixarmos levar pelas ideias que nos fazem mal. Para fazer isso, devemos tentar relativizar o Natal, transformá-lo em algo mais neutro, que torne as coisas mais fáceis na hora de vivê-lo. 

Podemos apreciar a companhia da família e dos amigos assim como fazemos em qualquer outra data. Sem pressão, sem a obrigação de ser feliz, e sem fazer mal a nós mesmos com pensamentos negativos.

Desejo um Natal repleto de emoções positivas para todos nós!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A psicoterapia de casal é um recurso terapêutico que os casais podem buscar quando identificam que precisam de auxílio para lidar com questões que estão interferindo negativamente em seu relacionamento afetivo.

Muitas vezes, a rotina e os problemas em família (filhos, finanças, trabalho…), somados à falta de compreensão e de respeito pela individualidade do outro, fazem com que os companheiros percam a capacidade de diálogo. Divergências de pensamento e diferentes visões de mundo, quando muito acentuadas, podem acabar levando uma relação à crise.

A psicoterapia de casal pode ser considerada uma forma de acolhimento, num ambiente neutro, onde o casal pode expor suas questões, desabafar e construir saídas para as dificuldades e impasses.

Aquelas longas conversas, que comumente acabam em brigas e acusações, são facilitadas através da psicoterapia. O psicólogo, então, passa a fazer o papel de mediador, e de forma cuidadosa, elabora questionamentos e induz à reflexão, permitindo que o casal saia da zona de conflito e parta para a busca de soluções.

As sessões costumam ocorrer semanalmente, mas dependendo do caso e das limitações do casal – sejam elas financeiras, profissionais ou familiares – , também pode ser que os encontros ocorram quinzenalmente. 

– Mas, e quando o casal já atingiu um nível de desentendimento que não cessa nem durante a psicoterapia?

Nesse caso, o terapeuta pode sugerir que algumas sessões sejam realizadas individualmente, para tratar questões pontuais e, só depois, voltar a reunir o casal para dar continuidade à psicoterapia em conjunto. De todo modo, a psicoterapia de casal é uma oportunidade de perceber que, diferente do que se pensa, nem sempre há falta de comunicação, mas um jeito equivocado de se comunicar.

Psicoterapia de casal e suas técnicas

Este é um ponto importante sobre a dinâmica da psicoterapia a dois: a tentativa de desenvolvimento de um diálogo construtivo, com uma linguagem clara e respeitosa, com a percepção de escolha do melhor momento e lugar para a conversa, do tom de voz certo e, principalmente, com uma escuta atenta e jamais deslegitimando o sentimento e as falas do outro.

Infelizmente, o conceito de comunicação não-violenta ainda não está plenamente desenvolvido e, sequer, sua prática. E é muito comum entre casais essa violência verbal, que é onde, geralmente, todo o conflito se inicia. Por isso, a psicoterapia se faz necessária para mostrar que é possível comunicar-se positivamente, já que este é um dos alicerces mais importantes do relacionamento.

A psicoterapia só serve para casados?

A psicoterapia serve tanto para casais em união estável, namorados que moram juntos, ou, de fato, casados. Não é necessário ter uma formalização civil para fazer o acompanhamento. Trata-se de uma forma saudável e madura de tentar lidar com as diferenças e buscar um maior companheirismo na relação, ou mesmo trabalhar com um possível processo de separação/divórcio de forma amigável.

Casais separados que têm filhos podem fazer psicoterapia em conjunto. Contudo, nesses casos, o objetivo não será mais trabalhar as insatisfações e questões do relacionamento a dois. Mas sim, será uma psicoterapia parental ou familiar, onde os objetivos se voltam mais para a orientação dos pais em relação à educação dos filhos.

Como saber quando é hora de procurar ajuda?

A psicoterapia de casal é recomendada quando o relacionamento conjugal está passando por conflitos, em que ambos os parceiros não estão conseguindo administrar sozinhos e que, por conta disso, outros setores da vida vêm sendo afetados significativamente, prejudicando o bem estar e a qualidade de vida dos envolvidos.

O ideal é que o casal procure pela psicoterapia ainda no início do conflito. Quando os dois percebem que os problemas vêm se tornando repetitivos, assim como quando buscamos a psicoterapia individual. A psicoterapia de casal evita agravantes como a mágoa e o ressentimento, além de sintomas e doenças nos próprios parceiros e até nos filhos.

A psicoterapia de casal oferece acolhimento e ambiente propício para o casal desabafar, colocar as questões que afligem cada um e buscar, juntos, saídas para os seus problemas e sofrimentos.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Além de dar apoio emocional, familiares formam uma rede de cuidado essencial na recuperação do paciente oncológico.

Quando uma pessoa descobre o diagnóstico de câncer é normal que ela passe a ser o centro das atenções e dos cuidados da família. Nesse momento, alguns parentes mais próximos, como cônjuge, filhos, pais ou irmãos podem assumir o papel de cuidador da pessoa com câncer e, ao desenvolver este papel, pode acontecer de deixar de lado os próprios cuidados e necessidades. Além disso, cuidar de uma pessoa doente pode causar alguns desgastes físicos e emocionais no cuidador também.

Nesse contexto, gostaria de falar da importância do apoio psicológico e dos grupos de apoio para os doentes e familiares de pacientes com diagnóstico de câncer.
Você sabia que um acompanhamento psicológico também pode intervir em caráter preventivo desde o diagnóstico de câncer? Investigando como o indivíduo entende o estado de doença, suas crenças sobre ela e o tratamento, o profissional da área de psicologia poderá analisar como estas percepções podem afetar os resultados do tratamento, intervindo precocemente, aumentando as expectativas de recuperação psicológica e emocional do paciente e da família.

É papel do psicólogo auxiliar a família em sua reestruturação emocional nesse momento. Ele poderá desenvolver com os membros da família estratégias de enfrentamento adaptativas de como lidar com a situação e com o paciente, proporcionando contribuir positivamente com o tratamento.

Como o acompanhamento psicológico e os grupos de apoio ajudam o paciente e familiares?

O acompanhamento psicológico durante o tratamento do câncer ajuda na adaptação da nova realidade do paciente e seus familiares, buscando meios de conviver com a doença da melhor forma, até que, caso seja possível, possa retornar à condição de vida anterior ao câncer, com todos os novos significados e reflexões que cada momento desta caminhada traz.  Ninguém sai igual de um câncer, as formas e histórias são as mais variadas. Além disso, a psico-oncologia proporciona o bem-estar emocional, maior conhecimento da doença e alivia a carga negativa ainda associada ao câncer.

Com os avanços da medicina, o câncer deixou de ser uma sentença de morte. Hoje, o tratamento de pessoas diagnosticadas com neoplasias (tumores) elevou significativamente as chances de remissão da doença. No entanto, é preciso combater o estigma com apoio e informação.

Nem sempre é fácil compreender tudo o que está acontecendo ou lidar com as transformações que ocorrem no corpo e na rotina em função do câncer. Por isso, é importante cuidar dessas questões, para combater a doença da melhor maneira possível e amenizar os impactos causados pelo adoecimento.

Onde encontrar apoio?

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o acompanhamento psicológico deve valer-se para todos os pacientes. É possível encontrar psicólogos que trabalham com pacientes oncológicos em hospitais, clínicas ou consultórios particulares. Com toda esta gama, também há variação de formatos de atendimento que podem ser remotos, presenciais, individuais ou em grupo. Existem também grupos ligados a instituições religiosas e na internet, mas o ideal é que o hospital te auxilie nessa escolha.

Não existe uma abordagem correta ou errada de enfrentar o câncer e o seu tratamento, mas a psicologia deverá estar atenta às diferentes manifestações diante da nova realidade para agir, quando necessário, auxiliando os envolvidos a encarar a situação, mantendo a qualidade de vida e promovendo a saúde tanto do paciente com câncer quanto de seus familiares. O importante é que o paciente encontre aquele que o traz mais conforto para combater a doença. 

Vencer o câncer é mais fácil quando se está cercado de amor.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A Psico-Oncologia trata dos aspectos emocionais dos pacientes com câncer e de sua rede de apoio.

Receber o diagnóstico de câncer nunca é fácil e sempre vem associado com uma forte carga emocional, que envolve a tríade paciente-família-equipe. O processo oncológico sempre vem associado à morte e ao sofrimento físico, comumente relacionado à dor e degradação, o que passou a simbolizar para as pessoas uma patologia que traz um intenso abalo emocional e físico que acaba por afetar toda a estrutura familiar. Rotulada como uma doença dolorosa e mortal, o paciente comumente vivencia no tratamento, geralmente longo, perdas e sintomas variados, ocasionando prejuízos, muitas vezes irreparáveis.

O paciente com câncer, em virtude de sua vulnerabilidade, não traz uma demanda apenas biológica, traz também uma demanda psicológica e social, uma vez que receber o diagnóstico de câncer pode acarretar mecanismos de isolamento e de negação da doença, ou até mesmo uma forte resistência em iniciar o tratamento.

Como isso é feito? Oferecendo suporte emocional para que o paciente possa expressar seu sofrimento, compreender as dificuldades do momento vivido, perceber as situações que lhe mobilizam emocionalmente e instrumentalizá-lo para lidar da melhor maneira possível com as alterações e limitações impostas pela doença e pelos tratamentos.

A Psico-Oncologia trata dos aspectos emocionais dos pacientes com câncer e de sua rede de apoio. O seu principal objetivo é buscar a melhor forma de intervenção para reduzir o sofrimento do paciente durante o processo do adoecimento e de prestar suporte a familiares e pessoas próximas.

Neste caso, a psicologia não trabalha com fatores que desencadeiam a doença e sim com os aspectos a ela relacionados e com a subjetividade do sujeito buscando identificar os aspectos psicológicos que se manifestam frente a suas fantasias, medos, desejos, emoções, crenças, frustrações, etc., e que tenham relação com a enfermidade. Entre os objetivos está a valorização dos aspectos subjetivos intrínsecos muitas vezes negligenciados ao longo da vida e que, uma vez despertados, contribuem para o fortalecimento da autonomia e resiliência no enfrentamento.

A Psico-Oncologia vem desenvolvendo diferentes técnicas de manejo aos pacientes para que utilizem seus recursos psíquicos no enfrentamento da doença. Com os familiares ou cuidadores é preciso apoio para que estes atuem como participantes de todo o tratamento, proporcionando estratégias de autocuidado e fortalecimento, visando também a manutenção de sua própria saúde física e mental.

Durante o tratamento, a angústia e a ansiedade estão presentes e por este motivo é recomendado que tanto paciente como os familiares procurem ajuda ou orientação de um profissional de psicologia, pois sabe-se que o tratamento é muito penoso, além dos efeitos físicos, comprometendo a autoestima, a imagem corporal e a identidade. Esse sofrimento é agravado por significados relacionados à culpa, punição, deteriorização, dor e morte.

O psicólogo é o profissional que atende à necessidade de escuta ao paciente, sem julgamentos nem interpretações prévias, considerando a vulnerabilidade e fragilidade diante de um adoecer ainda permeado de fantasias que dificultam a compreensão do julgamento da realidade e as possibilidades de um bom enfrentamento, contribuindo para estabilidade emocional e encorajamento do paciente para se adaptar a melhor forma de conviver com a nova realidade de vida.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Ciúme, controle e possessividade são indicadores do problema.

A dependência emocional costuma ter sinais claros, mas quem está na situação nem sempre consegue enxergá-los. Ciúme, controle e possessividade são indicadores dessa dependência que, em geral, acomete relacionamentos conjugais. Mas também pode acontecer entre amizades e familiares: aquele amigo que quer atenção integral ou uma mãe que acredita que precisa dar atenção total a um único filho, podem indicar o problema.


A dependência emocional é um transtorno psicológico que gera um apego excessivo a alguém. Quem sofre de dependência emocional não consegue estabelecer relações saudáveis e equilibradas. Devido ao medo de abandono e rejeição, a pessoa se anula completamente. Ela vive para satisfazer os desejos do outro, que pode ser um amigo, um familiar ou um parceiro amoroso.

A dependência emocional é um comportamento viciante no qual o indivíduo acredita necessitar da presença de determinada pessoa para sentir-se completa e feliz.

Geralmente este distúrbio surge entre um casal, mas também há as exceções de quem depende de algum amigo ou parente. Torna-se algo muito difícil e de grande sofrimento tomar decisões sozinho, é como se não houvesse capacidade, e é preciso o auxílio de alguém que considere mais esperto ou que a pessoa julgue mais inteligente e confiável.


Quando há o controle ou manipulação de um dos envolvidos com o parceiro, caracteriza-se esse problema como patológico, onde será necessário um tratamento. Ele é denominado como Transtorno de Personalidade Dependente.

Entendendo a dependência emocional


As bases dos nossos alicerces emocionais estão cravadas na nossa infância. Ou seja, o modo como vamos encarar as relações sociais e amorosas na vida adulta é, em grande parte, reflexo das experiências que tivemos nos primeiros anos de vida. Falo sobre isso agora porque, em geral, a dependência emocional tem origem nesse período.


Dado certo momento, a pessoa afetada perde a capacidade de agir, tomar decisão sozinha e assumir responsabilidade por suas ações. Ao ser emocionalmente dependente, a autoestima depende somente da opinião ou reconhecimento de terceiros.


A dependência emocional não é considerada uma desordem mental, porém, alguns pacientes com outros tipos de distúrbios, como depressão e ansiedade, podem apresentar dependência emocional.

Quem sofre com a dependência emocional tende a querer exclusividade e, para isso, pode se valer de persuasão e chantagem. Nada do que o outro faça longe dele, ou seja, outros contatos e situações, tem valor.

O dependente costuma criticar tudo que o outro faz ou conquista que ele (o dependente) não esteja presente, como se qualquer ação sem a sua participação fosse problemática.


A proposta é manter um isolamento, como se a atenção do outro devesse ser exclusiva ao dependente. Essa situação pode ser muito presente entre mãe e filho que desenvolve algum tipo de dependência química, como se a genitora lhe devesse total atenção para superar o problema. E ela, por se sentir responsável e até culpada pela situação, acaba dedicando-se integralmente ao filho doente.


A dependência emocional em seu início parece banal e até aceitável, mas ela pode evoluir para situações de total controle e violência. Isso costuma ser muito recorrente em relacionamentos conjugais que, mesmo trazendo dores e sofrimento, acabam se perpetuando com um convívio doentio.

Quais são os sintomas da dependência emocional?


Conseguiu entender mais ou menos como essa situação funciona? Talvez fique mais claro agora que vou apresentar os sintomas da dependência emocional.


De modo geral, a pessoa tem dificuldade de manter a concentração no trabalho, dá pouca atenção às relações com familiares e amigos e pode deixar de lado os cuidados com os filhos, pois se preocupa em excesso com o parceiro amoroso. Isso gera o desequilíbrio nas demais relações. A codependência pode ocorrer em outros relacionamentos, não necessariamente românticos. Veja só os sinais mais comuns dessa condição:

  • exigência de atenção
  • submissão ao outro
  • baixa autoestima
  • excesso de ciúme
  • sentimentos de culpa e impotência;
  • oscilações de humor.
  • incapacidade de se sentir bem sozinha/o
  • dificuldade de tomar decisões sozinha/o
  • insegurança no relacionamento
  • inexistência de planos que não envolvam a outra pessoa
  • tendência a dizer sim a tudo por medo da rejeição
  • tendência a estar em segundo plano, porque precisa ter a outra pessoa sempre por perto para alimentar a dependência

Como superar a dependência emocional


Reconheça seu valor ao trabalhar sua autoestima: concentrando pensamentos positivos sobre si mesmo, percebendo suas realizações, bem como suas limitações. A terapia é uma forte aliada nesse processo.


Aceite suas decisões e enfrente as consequências, perceba que você é capaz de fazer o que é melhor para sua vida. Lembre-se que somente você está no controle de seus sentimentos, emoções e ações.


Planeje sua vida para você e não em torno dos outros; perceba que suas necessidades são importantes e você precisa assumir o controle de sua vida e ser independente. Em algum ponto, mesmo quando as coisas não estiverem indo muito bem, será possível dizer a si mesmo: “Eu sou feliz não por causa disso ou daquilo, apesar desse e daquele fator”.


Desenvolver esse tipo de atitude positiva leva tempo e muita prática. O acompanhamento psicológico é quase sempre um requisito para elevar a autoestima da pessoa dependente emocionalmente, além de ajudá-la a desapegar de traumas e lembranças prejudiciais para a sua saúde mental.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Reconhecer que é prejudicial, trabalhar a autoestima e a autoconfiança são alguns dos passos para lidar melhor com a insegurança.

Na maioria das vezes, a insegurança está ligada a uma dificuldade da pessoa em acreditar em si e no seu potencial. Por isso, muitas vezes, existem crenças ligadas ao medo de não ser capaz, medo de não obter sucesso ou de ter a sua vulnerabilidade exposta de alguma maneira.

“Não sou tão bom quanto fulano”

“Não consigo me destacar no trabalho”

“Tenho medo de tomar a decisão errada”

“Será que não serei criticado por minha atitude?”

Frases como essas representam o sentimento de incapacidade e de não merecimento, que pode levar a pessoa insegura a desenvolver problemas relacionados a sua autoestima (como é vista pelos outros) e autoimagem (como ela própria se vê).

Todos nós podemos sentir insegurança em algum momento da vida e em intensidades diferentes. O que separa, no entanto, uma insegurança funcional (que te prepara para a situação), de uma insegurança disfuncional é o sofrimento emocional e prejuízo em geral que te causa.

Ou seja, o nível de sofrimento e a paralisação de desejos e projetos diante da insegurança é o que vai predizer a necessidade de buscar ajuda para lidar com os prejuízos que a acompanham.

A insegurança é um sentimento caracterizado pelo mal-estar generalizado, ansiedade ou nervosismo associado à percepção negativa de si mesmo. A pessoa insegura se enxerga como inexperiente, inábil, vulnerável e fraca. Ela acredita não ser capaz de encarar os desafios da vida com a cabeça erguida, recorrendo a mecanismos de defesa para mascarar a sua falta de segurança.

Essa autoimagem negativa acarreta muito sofrimento ao longo da vida. A pessoa insegura pode desistir de oportunidades bacanas ou de sonhos em virtude da insegurança. Também pode encontrar dificuldades para formar laços de amizade, se destacar profissionalmente e ter um relacionamento sério.

Esse sentimento destruidor de autoestima não possui fundamento. Todas as pessoas possuem atributos fortes e fracos, performando com excelência em certos campos de atuação e faltando com habilidade em outros.

Em contrapartida, é interessante pensarmos que a insegurança é algo inerente ao ser humano e, quando em níveis normais, pode ser muito útil, pois o ligeiro aumento no nível de ansiedade e a agitação fazem com que a pessoa automaticamente encontre meios e ferramentas para enfrentar a situação e seguir adiante. Portanto, nesse nível a insegurança e suas emoções decorrentes exercem um papel protetor. O problema está quando a ansiedade e agitação decorrentes dessa insegurança são muito elevados a ponto de prejudicar a pessoa.

Vejamos um exemplo simples: imagine que uma pessoa foi incumbida pelo chefe para conduzir um importante projeto na empresa, sendo uma grande oportunidade para aquela pessoa aumentar sua exposição e mostrar seu trabalho. Ela tem potencial técnico para executar a tarefa, porém sente-se demasiadamente insegura ao ponto de que sua ansiedade subiu para níveis muito superiores, fazendo com que ela não se sinta capaz de executar a tarefa.

O medo acaba tomando conta e a pessoa não consegue raciocinar para fazer um bom trabalho. Ou seja, a insegurança excessiva acabou atrapalhando a vida daquela pessoa.

Como lidar com a insegurança?

Uma dica importante para lidar com a insegurança emocional é procurar suporte psicológico. Com apoio profissional, é possível identificar fatores que colaboram com o desenvolvimento do problema.

Traumas de infância, vivências recorrentes e outras situações podem ser trabalhadas, visando superar as barreiras mentais que impedem seu desenvolvimento pessoal e profissional. Porém, existem outras medidas que ajudam nessa trajetória e podem ser feitas com apoio terapêutico:


1. Praticar o autoconhecimento

O autoconhecimento consiste em refletir e avaliar a história da sua vida, pontos fortes e fracos, maneiras de se relacionar com as pessoas e agir diante de diferentes situações, entre outros fatores. A partir disso, você terá a possibilidade de encontrar as inseguranças existentes, as principais causas e medos relacionados. Identificando as origens do problema, é mais fácil procurar soluções.

2. Elevar a autoestima

A insegurança emocional tem bastante relação com a autoestima, então é essencial trabalhá-la para combater o problema. Sabemos que essa não é uma tarefa simples, mas existem dicas que podem ajudar nesse caminho. Confira:

  • trabalhe uma postura mais positiva sobre você;
  • evite comparações com outras pessoas;
  • reduza o uso de redes sociais;
  • seja compassivo com seus erros;
  • avalie o que funciona na sua rotina;
  • não generalize suas experiências — novas oportunidades podem mudá-las.

3. Avaliar crenças limitantes e objetivos pessoais

Você sabe o que são crenças limitantes? Elas são questões que impedem você de realizar determinadas tarefas ou objetivos por não acreditar em si. Portanto, é necessário fazer reflexões para entender quais se aplicam em sua vida, relacionando-as com seus objetivos pessoais.

Dessa maneira, você pode trazer maior racionalidade para cada questão e combater as crenças limitantes, criando caminhos e estratégias específicas que ajudarão nas conquistas, mostrando que isso é realmente possível.

Agora que você sabe o que é insegurança e como lidar com o problema, tenha atenção aos sintomas e procure apoio profissional. Seguir essas dicas sozinho não é tarefa simples!  Isso ajudará a melhorar a autoestima e ter mais qualidade de vida.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Em um ataque normal de raiva a pessoa sente vontade de acabar com a situação que provocou aquele sentimento, mas rapidamente este impulso é freado. No transtorno explosivo intermitente, os momentos de raiva são mais frequentes e semanais.

A principal diferença entre um ataque de raiva e o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), popularmente como Síndrome de Hulk, está na frequência e intensidade da raiva.
É importante saber que esse sentimento é normal, sendo uma resposta emocional a situações em que a pessoa se sente ameaçada, injustiçada, magoada ou frustrada. Muitas vezes, no ataque de raiva, a vontade é atacar a pessoa ou acabar com a situação que a está fazendo mal, porém, em fração de segundos, este impulso é freado.

Já no Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), são gerados na pessoa ataques de ira de forma descontrolada e agressividade repentina, podendo ser acompanhados de agressões verbais e físicas que duram cerca de 30 minutos e que podem prejudicar as pessoas que estão ao seu redor.

Antes de ter um ataque de raiva podem ser notados sintomas como dor de cabeça, tontura, náuseas e alterações da consciência. Depois é comum que a pessoa sinta remorso, culpa e vergonha. Esse transtorno é normalmente acompanhado por outros, como abuso de substâncias, depressão, TOC e fobia social.

Caso a pessoa seja realmente diagnosticada com TEI, o tratamento envolve sessões de psicoterapia para que ela possa identificar os principais gatilhos que levam aos ataques de raiva e conseguir se controlar. Além disso, também pode ser prescrito algum medicamento que aumente o nível de serotonina no sistema nervoso central. Ao seguir o tratamento corretamente, o transtorno é controlado, podendo voltar em alguns momentos, mas não com a mesma intensidade que antes. Por isso, não deixe de buscar ajuda.

Principais sintomas

É comum sentir raiva em situação de estresse como batidas de carro ou birra dos filhos, esse sentimento é normal desde que se tenha consciência e controle sobre ele, não havendo alterações bruscas para um estado de fúria e comportamento agressivo, no qual pode colocar em risco o próprio bem-estar e a segurança de outras pessoas.

No entanto, quando a agressividade é desproporcional à situação que desencadeou a raiva, pode ser um sinal do tratamento do transtorno explosivo intermitente, que pode ser caracterizado por:

. Falta de controle sobre o impulso agressivo;
. Quebrar os próprios pertences ou os dos outros;
. Suor, formigamento e tremores musculares;
. Aumento dos batimentos cardíacos;
. Ameaças verbais ou agressividade física a outra pessoa;
. Sentimento de culpa e vergonha após os ataques.

O diagnóstico dessa síndrome é feito por um médico psiquiatra com base no histórico pessoal e relato de amigos e familiares, pois esse transtorno só é confirmado quando há repetição do comportamento agressivo por vários meses, o que sugere que esta é uma doença crônica.
Além disso, é preciso descartar a possibilidade de outras alterações do comportamento, como o Transtorno da Personalidade Antissocial e o Transtorno da Personalidade Borderline. Entenda melhor o que é o transtorno de personalidade boderline.

Causas do ataque de raiva

Não se conhece a causa exata do ataque raiva, no entanto acredita-se que possa estar relacionado com fatores como familiares que possuem comportamento mais agressivo e impulsivo, alterações nos neurotransmissores e alterações na região do cérebro responsável pelo controle do impulso.
Além disso, é comum que as pessoas com esse transtorno costumam ter um histórico de abuso físico e/ou sexual durante a infância e exposição a situações traumáticas, como acidentes graves ou desastres.

Como é feito o tratamento

Quando os ataques de raiva são frequentes e saem do controle, é recomendado que o psicólogo seja consultado para que sejam feitas sessões de terapia individual e/ ou em grupo, podendo ser aplicada a terapia cognitivo-comportamental para aprender não só a controlar a ira, mas, também, identificar as situações que podem provocar uma resposta mais agressiva.
Além da psicoterapia, pode ser necessário nesse transtorno o uso de medicamentos antidepressivos e anticonvulsivantes, que ajudam no controle das emoções, diminuindo, assim, a agressividade.
Você sente que possui crises de raiva no dia a dia? A raiva pode ser sintoma não só de transtorno explosivo intermitente, mas também de que algo não está bem na sua vida. Por isso, se você sente esse sentimento com frequência, o ideal é procurar um especialista em saúde mental para te avaliar de maneira individual.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A insegurança de um colega de trabalho ou até do chefe, aparece como estopim para uma traição.

Ainda falando sobre traição, vamos abordar uma outra forma que não é a conjugal,  mas sim a interpessoal, como traição de um colega de trabalho e até do chefe! Já passou por isso no seu ambiente de trabalho? Como lidar com essa situação?

Esse tema é ainda mais delicado, enquanto em nossos relacionamentos pessoais podemos escolher as pessoas com quem vamos nos relacionar no mundo corporativo, não temos essa liberdade de escolha, mas independente de ter ou não afinidade com os nossos colegas de trabalho, precisamos interagir com eles e buscar uma convivência harmônica.

Trabalhar em equipe e de forma transparente são comportamentos cada vez mais cobrados dentro das organizações. Mesmo assim, os golpes baixos e as puxadas de tapete continuam a ocorrer em relacionamentos profissionais. Descobrir que um amigo/colega “confiável” fala mal de você é o jogo sujo mais comum no ambiente de trabalho.

Uma trapaça típica do profissional desatualizado é roubar ideias como uma ferramenta de competição. No mundo corporativo existe uma disputa de poder constante, o que leva algumas pessoas a crer que abusar de atitudes antiéticas em prol do próprio sucesso é um comportamento aceitável. Tal ideia é ultrapassada e está ligada à concepção de que o mundo é dos espertos!

Os motivos que levam a essa conduta variam da insegurança à desonestidade, passando pela leviandade dos envolvidos. Os golpes podem vir de colegas competitivos e inseguros ou de chefes arrogantes… sim chefes, alguns gestores acham que somente eles podem aparecer, atingir resultados e propor ideias. Uma situação muito comum é ser demitido para que o chefe coloque uma pessoa da confiança dele no lugar. Esse tipo de politicagem desleal ainda ocorre nas organizações, apesar de toda a evolução na gestão corporativa.

Em geral, isso ocorre quando um gestor inseguro ou desleal prefere ter a seu lado alguém que possa controlar, ou quando deseja deliberadamente beneficiar um amigo. A insegurança do chefe também aparece como estopim para uma traição.

Quando um funcionário começa a apresentar metas elevadas o chefe ou um colega de trabalho, ao invés de ficar satisfeito e feliz, pode se sentir ameaçado. Nesse momento, surgem outras formas de puxadas de tapete, como excluir o profissional de um projeto sem maiores explicações e impedi-lo de exibir seu trabalho ou fazer com que ele não tenha acesso aos níveis superiores. Um sintoma desse tipo de atitude é a exclusão. Marginalizar um subordinado é uma das armas tradicionais.

Você faz todo o trabalho e seu chefe não lhe dá crédito pelo resultado.

Pare e reflita: isso acontece só com você ou com outras pessoas também? Se é apenas com você, tem de conversar com o chefe. De maneira aberta e direta, discuta sua contribuição individual em relação aos resultados da área. Se possível, atrele a conversa a seu plano de desenvolvimento pessoal e busque apoio do RH.

Descobriu que um colega está falando mal de você?

Analise com calma a situação e indague pessoalmente, em tom de conciliação, o suposto detrator. Verifique se há mal-entendidos. Se a conversa não for suficiente, procure também o gestor. Com o chefe, seja claro e direto, citando dados, fatos e exemplos para ilustrar o quanto o comportamento da pessoa prejudica seu trabalho.

Você é excluído de um projeto sem justificativa.

Pergunte ao chefe o motivo de sua exclusão. Deixe claro que sua intenção é continuar fazendo parte do time nos próximos projetos, mas tenha em mente que podem existir muitas razões para a exclusão.

Como superar essas situações

Acima de tudo, evite entrar no jogo desleal, principalmente quando for provocado ou agredido. Não diga sim para tudo, imponha limites morais e éticos.

Manter a pontualidade no dia a dia, não se atrasar para reuniões e cumprir prazos em projetos. Se apresentar sempre de forma positiva e confiante. Manter a boa imagem profissional. Mostrar equilíbrio e liderança. Ser proativo em suas atividades, metas e, principalmente, vender suas ideias em reuniões de forma clara e convicta.

Apresente-se para seu novo gestor como profissional (histórico, experiências, passagens por outras companhias) e, o mais importante: não seja bajulador e não acredite em tudo que transita na rádio-peão, pois em momentos de mudanças o que não falta são informações desprovidas de fontes. Portanto, seja você mesmo e siga seu instinto.

Caso seja muito difícil encontrar uma solução, é possível fazer terapia para descobrir a opção menos agressiva para a sua saúde mental.


Sou Joana Santiago – Psicóloga