Diante da tragédia que aconteceu na escola Estadual Thomazia Montoro na última segunda-feira, como fica a cabeça das pessoas envolvidas e principalmente dos pais.

A escola deve ser um local seguro para socializar e cultivar a formação intelectual, moral e ética do aluno. Por isso, presume-se que esse lugar seja munido de proteção e segurança. Mas o atual cenário brasileiro, com o acontecido na última segunda-feira, nos dá uma realidade de desrespeito e violência. 

Atualmente situações de violência ganham cada vez mais destaque nas mídias e pesquisas, nas agressões nem sempre são físicas. Casos de violência psicológica são bem mais comuns e menosprezados, pois constantemente são julgados como brincadeira.

O aumento da violência nas escolas, faz com que seja criada uma atmosfera de medo e vulnerabilidade, tanto para professores quanto para alunos e pais. Vítimas presentes nesse índice são propensas a desenvolverem problemas sérios de saúde tanto físicos quanto mentais.

Causas e consequências da violência em âmbito escolar

Assim como ocorre em nossa sociedade, a escola não está protegida e isenta de violência social. Inclusive, acaba sendo um espelho da nossa realidade.

A reproduções de ambientes violentos, como por exemplo: presença de discussões familiares, ausência dos pais ou responsáveis, falta de afeto, desemprego, pobreza, falta das políticas públicas, violência presentes nos meios de comunicação, violência sexual, falta de empatia, entre outros, são formas que encontram de manifestar, uma vez que as crianças reproduzem o que veem ou o que lhes é ensinado, pois o agressor por vezes vem de convívios familiares perturbados e/ou desestruturados, e é frequente que tenha sido submetido à violência doméstica. Com isso, acaba reproduzindo na escola o uso de forças e da intimidação, sob a qual é sujeitado em seu meio familiar.

Por outro lado, quando os alunos não se sentem representados, não gostam das aulas e/ou presenciam abusos de poder por parte dos docentes e do setor pedagógico, tendem a encontrar maneiras de implicar com os mesmos, fazendo com que os professores se sintam constantemente atacados por parte dos estudantes, levando ao desânimo e até mesmo problemas psicológicos, já que vivem em constante estado de alerta, com medo de serem alvos.  

A violência dentro do contexto escolar se manifesta entre os estudantes pelas agressões físicas, verbais, materiais, cyberbullying, social e psicológica, essas comumente são ações que perpetuam o bullying.

Como combater a violência na escola

A primeira forma de combater a violência na escola é envolvendo os alunos para pensarem sobre esse fato. Assim, colocar questões como abaixo, pode ajudar os alunos a entenderem o tema e refletir melhor.

  1. O que é violência?
  2. Quais os tipos de agressão?
  3. Em que contextos históricos temos violência?
  4. Quais desses tipos de violência ocorrem no país, na cidade e na escola?
  5. Existem casos em que a violência é tida como legítima?
  6. Por meio de quais instituições dá para combatê-la?
  7. Como as artes e o esporte ajudam a lidar com a violência?
  8. Quais leis nos protegem?

Além de motivar o pensamento crítico, o jovem também tem a chance de intervir sobre as manifestações que o afetam. É nessa hora que entra um segundo ponto que deve ser feito em todas as fases da vida: como mediar conflitos.

Dá para explorar ainda ações que fomentem o protagonismo estudantil, com o objetivo de ensinar como gerir as muitas situações de forma democrática e justa. Alguns exemplos são:

  • Assembleias que envolvem os pais, alunos e docentes;
  • Criar um grêmio estudantil;
  • Fazer campanhas de conscientização;
  • Manifestação pública em redes sociais.

Papel dos pais no combate à violência na escola

A negligência dos pais e responsáveis pode ter uma certa influência na conduta do discente, tendo em vista que a família é a base da educação. Sendo assim, se a família não age de forma paralela com a escola, o aluno não entende que seus atos têm uma consequência real.

No caso em que os pais suspeitam que seu filho é agredido ou vítima de bullying, não lhe diga que resolva seus próprios problemas. É extremamente positivo que estabeleça um canal de comunicação de confiança com seu filho para que ele se sinta à vontade em falar contigo sobre tudo de bom ou de mal que esteja vivendo.

Se seu filho é uma vítima, fale com ele, e se comprometa em ajudá-lo a resolver este problema. Diga-lhe que ele não é culpado desta situação. Não o faça sentir-se culpado nem o abandone. Tente sempre algo mais.

Junto ao seu filho, fale do assunto. Faça-o sentir-se protegido, sem estimular a dependência. Envolva quanta gente seja possível e siga esses conselhos:

1- Investigue em detalhe o que está ocorrendo. Escute seu filho e não o interrompa. Deixe que desabafe sua dor.

2- Coloque-se em contato com o professor do seu filho, com a direção do colégio e com o coordenador de estudos para alertá-los sobre o que ocorre, e peça sua cooperação na investigação e na resolução do acontecido.

3- Não estimule seu filho que seja agressivo ou se vingue. Pioraria mais a situação.

4- Discuta alternativas seguras para responder aos agressores e pratique respostas com seu filho.

5- Caso a agressão continue, prepare-se para colocar-se em contato com um advogado.

6- Dependendo do grau de ansiedade e de medo que esteja envolvido o seu filho, busque um psicólogo para ajudá-lo a superar este trauma. Mas jamais se esqueça que a melhor ajuda, nesses casos, é a da família.

7- Mantenha a calma e não demonstre tanta preocupação. Demonstre determinação e otimismo.



Quando seu filho é o agressor é muito difícil para muitos pais reconhecerem algo negativo na conduta de seus filhos, por isso é muito importante, quando se detecta o caso, que eles trabalhem diretamente com a escola para resolver este problema, de uma forma imediata, já que normalmente o problema de uma má conduta pode crescer como uma bola de neve. O que jamais devem fazer os pais do agressor é usar de violência para resolver o problema. Podem ser acusados de maus tratos ao seu filho.

Melhor seguir alguns conselhos:

1- Investigue o porquê do seu filho ser um agressor.

2- Fale com os professores, peça-lhes ajuda, e escute todas as críticas sobre seu filho.

3- Aproxime-se mais dos amigos do seu filho e observe que atividades realizam.

4- Estabeleça um canal de comunicação e confiança com seu filho. As crianças necessitam sentir que seus pais os escutam.

5- Tome cuidado para que não culpe aos demais pela má conduta do seu filho.

6- Colabore com o colégio dando seguimento ao caso e registrando as melhoras.

7- Canalize a conduta agressiva de seu filho até algum esporte de competição, por exemplo.

8- Deixe claro ao seu filho que a conduta de agressão não é permitida na família.

9- Deixe claro o que ocorrerá se a agressão continuar.

10- Ensine-o a praticar boas condutas.

11- Não ignore a situação. Mantenha a calma e procure saber como ajudar o seu filho.

12- Incentive seu filho a manifestar suas insatisfações e frustrações sem agressão.

13- Demonstre ao seu filho que continua amando-o tanto quanto antes, mas que desaprova seu comportamento.

14- Anime-o para que reconheça seu erro e que peça perdão à vítima. Elogie suas boas ações.

Se você estiver vivenciando a presença dos primeiros sintomas no seu filho(a) ou amigo, entre eles: desânimo, choro repentino, sensação de pânico ou até mesmo autodepreciação, depressão, ansiedade, mudanças de comportamento, aflição e tristeza, procure ajuda profissional.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A música que você escuta contribui com diferentes benefícios para a saúde mental, melhorando quadros de ansiedade, humor, socialização e autoestima.


São inúmeras as evidências científicas que relacionam o bem-estar e a saúde emocional à saúde física. Dentro desse conceito, a música e sua influência positiva ajudam a manter o bem-estar e a saúde do indivíduo. Além de viabilizar relações interpessoais mesmo à distância, ouvir música e dançar auxilia na produção de hormônios que promovem sensação de bem-estar.

Pessoas que sofrem de Transtorno de Ansiedade Generalizada, por exemplo,  tendem a ser mais aceleradas. Uma das características que elas possuem é o pensamento focado no futuro. Ao dançar, a pessoa libera serotonina, o “hormônio da felicidade”. Ao se conectar com a música e focar nos próprios movimentos, os pensamentos se voltam para o presente, além de gerar o sentimento de prazer e alegria, auxiliando na diminuição do estresse. 

Pensamentos ansiosos causam sentimentos de angústia, receio e medo do futuro, por exemplo. Quando a pessoa começa a cuidar do físico, psíquico e psicomotricidade, volta a ter uma maior estabilidade e controle emocional. A partir do momento em que a dança ou outro exercício desperta prazer, emoção e sentimento de satisfação.

No que diz respeito a baixa autoestima, praticar a modalidade também promove o bem-estar e a recuperação desse sentimento que gera no indivíduo um valor de insuficiência e insegurança na interação com outras pessoas. Nesse caso, a dança é uma forte aliada para afastar esse tipo de sofrimento. Ao se conectar com o próprio corpo, automaticamente desenvolvemos autocontrole. E, à medida que existe o aprendizado de novos passos e coreografias, a autoconfiança cresce.

Os principais benefícios da dança e da música para a saúde mental:
. Reduz o estresse e ansiedade
. Melhora o humor
. Eleva a autoestima
. Fortalece a memória


O som está presente na vida da humanidade desde os primórdios da história. É por meio do som que conseguimos nos comunicar. Para ouvir música e dançar não precisamos de técnicas avançadas, como nas demais artes. Pelo contrário. É necessário apenas espontaneidade e movimento. A partir da acústica, o ser humano é capaz de criar. Criar significados, sentimentos, territórios.

Dito isso, percebe-se que a musicoterapia se torna um momento de expressão de sentimentos e de gestos. Ela se torna um diferencial no tratamento em saúde mental, aliada à psicoterapia e às medicações. Teste, experimente, liberte-se a cada movimento e sinta o benefício diretamente em seu corpo.

Você que já pratica a dança e gosta de música, pode me contar um pouco sobre sua experiência? 

Sou Joana Santiago – Psicóloga

O espaço terapêutico precisa ser agradável e acolhedor, transmitindo uma sensação agradável às pessoas que estão no local.


O intuito da terapia é tratar problemas emocionais, comportamentais e psicológicos. No tratamento, o psicólogo ajuda o paciente a refletir sobre seus problemas, encontrando novos meios de lidar com eles. Com isso, o indivíduo pode promover mudanças profundas no seu modo de pensar, e melhorar sua vida significativamente.

Para que uma relação terapêutica seja satisfatória, o profissional deve adotar uma imagem não-punitiva e  aceitar as individualidades de cada paciente. Isso porque quem busca a terapia normalmente está sofrendo por algum motivo, e muito possivelmente está recebendo algum tipo de punição em algum contexto da sua vida.

A aceitação incondicional por parte do terapeuta mostra ao paciente que ele pode ser ele mesmo, falar o que precisa sem ser punido. Isso resulta em uma relação de confiança, e faz com que cada vez mais os comportamentos punidos apareçam.

A proximidade da relação terapêutica possui vários propósitos: Proporciona um local seguro para os pacientes relevarem a si mesmos, oferecendo-lhes a experiência de serem aceitos e compreendidos após uma profunda exposição, ensina aptidões sociais e por fim ensina que a intimidade é possivelmente alcançável. Uma vez atingido esse objetivo, podem-se construir relacionamentos semelhantes fora da terapia.

A importância da relação terapêutica na prática clínica:

. Promove autoconhecimento

Um dos benefícios da terapia é dar ao paciente a capacidade de compreender melhor a si mesmo, bem como seus valores e objetivos pessoais. A terapia permite que o indivíduo possa dominar e administrar melhor os seus sentimentos.

No tratamento terapêutico, o autoconhecimento é estimulado na identificação de falhas contínuas na vida da pessoa. Desse modo, ela fica mais preparada para lidar com ideias negativas e emoções adversas. O autoconhecimento ainda promove o fortalecimento da autoestima.

. Ajuda a encontrar motivação

A motivação funciona como um impulso para atingir uma finalidade. Parte sempre de dentro da pessoa e, sem ela, torna-se extremamente difícil conquistar um objetivo pessoal ou profissional. A falta de motivação pode estar relacionada à depressão, dentre outros problemas.

O suporte profissional em uma terapia ajuda a levar à tona o que origina a falta de motivação do paciente. Uma pessoa desmotivada tem problemas recorrentes na sua vida pessoal e profissional, já que se sente inibida a executar certas ações. Por meio de tratamento, pode-se ajudar o paciente a impulsionar seus próprios motivos.

. Melhora os relacionamentos interpessoais

Para ter uma vida plena e satisfatória é muito importante saber se relacionar bem com o próximo. As relações interpessoais fazem parte do cotidiano do ser humano e podem ser observadas em interações do dia a dia, como as estabelecidas no ambiente de trabalho com colegas, em casa com a família ou no contato com amigos.

A terapia promove o desenvolvimento de habilidades sociais com o intuito de melhorar os relacionamentos interpessoais. O tratamento é útil para os que têm dificuldades em se relacionar com outras pessoas, o que consequentemente evita o isolamento social.


Sou Joana Santiago – Psicóloga

As doenças psicossomáticas ou emocionais atingem a saúde mental e a física simultaneamente.

Você já deve ter ouvido falar que, quando não estamos bem emocionalmente, nosso corpo começa a responder com sintomas físicos.
Acredite: é verdade. Elas são como sinais para avisar que algo não está certo conosco, uma forma do corpo e a mente pedirem uma pausa.

O estresse, a raiva, a tristeza, a preocupação e o nervosismo são algumas das emoções que causam essas doenças. Os pensamentos também são responsáveis, em parte, por seu surgimento. Afinal, é através deles que nós alimentamos sentimentos e emoções.

A mente e o corpo estão mais interligados do que imaginamos. É importante prestar atenção no seu comportamento, hábitos e palavras, especialmente os que se manifestam inconscientemente, bem como nas emoções por trás deles.

O que são doenças psicossomáticas?

Também conhecida como somatização ou transtorno somatoforme, as doenças psicossomáticas são desordens emocionais ou psiquiátricas que afetam também o funcionamento dos órgãos do corpo. Esses desajustes provocam múltiplas queixas físicas, e que podem surgir em diferentes partes do corpo.

O termo somatização é utilizado para definir doenças que se manifestam sem nenhuma origem orgânica: não há nenhum fator em que o próprio corpo esteja desenvolvendo a condição por meio de uma infecção ou inflamação, por exemplo. Dessa forma, é identificado que o sintoma físico é apenas reflexo de uma saúde emocional abalada.

Ou seja, quando não cuidamos bem da saúde da mente, pode ocorrer uma sobrecarga no estado emocional, desencadeando problemas de pele e estômago, entre outros. Além disso, as doenças psicossomáticas podem reduzir drasticamente a produtividade e ainda causar desmotivação.

O termo psicossomático surgiu justamente para designar doenças desse tipo e nos mostrar que está tudo interligado. Não é possível cuidar apenas de uma coisa só: mente e corpo funcionam em conjunto.

As principais doenças psicossomáticas

As doenças psicossomáticas podem se manifestar fisicamente em quase todos os órgãos, além de piorar condições de saúde existentes. Algumas são bastante conhecidas, pois acometem uma grande quantidade de pessoas. As patologias mais comuns:

  1. Cabeça: dor de cabeça, enxaqueca ou cefaléia, visão turva, alterações no equilíbrio e na motricidade;
  2. Pele: alergias, coceira, acne, ardência ou formigamentos;
  3. Garganta: infecções mais constantes e sensação de nó na garganta;
  4. Coração e circulação: dores no peito, palpitações, pressão alta e aumento das chances de infarto;
  5. Pulmões: falta de ar e sensações de sufocamento;
  6. Estômago: náusea, azia, gastrites e úlceras gástricas;
  7. Intestino: diarreia ou prisão de ventre;
  8. Rins e bexiga: sensação de dor ou dificuldade para urinar que se assemelham a doenças urológicas;
  9. Órgãos sexuais: impotência sexual, diminuição do apetite sexual, dificuldade para engravidar e alterações no ciclo menstrual;
  10. Músculos e articulações: tensão, formigamentos e dores musculares inexplicáveis.

Causas das doenças psicossomáticas

Não há uma regra, mas os fatores psicológicos podem ser um dos motivos para alguém desenvolver uma dessas doenças. 

Mas em geral, mudanças significativas que passamos em nossa vidas podem influenciar nisso, conheça algumas:

  • Problemas profissionais: seja por excesso de trabalho ou pela falta dele, o lado profissional mexe muito com o psicológico de todos nós. Além disso, a transição de carreira ou problemas no trabalho são comuns nesses casos;
  • Traumas e eventos marcantes: problemas familiares, perda de entes queridos e traumas de infância podem nos deixar mais ansiosos e desmotivados com a vida;
  • Violência psicológica: abuso e conflitos nos amorosos, bullying na escola e violência doméstica, também são fatores a serem considerados;
  • Ansiedade e tristeza: muitas pessoas não controlam esses sentimentos e buscam se isolar ao invés de tratar o problema.

Além desses pontos, é importante prestar atenção no histórico familiar de transtornos psicossomáticos ou relacionados à ansiedade e depressão. 

De fato, outros fatores sociais também precisam ser avaliados quando sintomas físicos aparecem. Por exemplo, pressões de trabalho, dificuldades financeiras, desemprego, histórico de prisões e processos judiciais 

Portanto, muitos são os fatores que fornecem contexto para os sintomas somáticos.

Como identificar uma doença psicossomática

Se você não obtiver nenhum diagnóstico após consultar um médico e realizar os exames necessários para descobrir a origem do desconforto físico, é provável que a doença seja de origem emocional ou psicológica. Um psicólogo pode confirmar um diagnóstico após algumas consultas assim como definir um tratamento.

Se já existe algum elemento que está causando incômodo em sua vida, fica mais fácil identificar a causa dos sintomas. Caso contrário, talvez seja necessário refletir sobre o seu modo de vida e as suas emoções.

Como posso me prevenir das doenças psicossomáticas?

Existem algumas práticas que você pode fazer para que você passe bem longe de uma somatização.
Primeiramente, cuide da sua saúde emocional: quando zelamos por nossa mente e entendemos o que pode nos fazer mal, fica muito mais claro como lidar com diversas situações. Por exemplo: é interessante procurar uma terapia com uma abordagem terapêutica que agrade você e lhe faça bem. Conversar com profissionais capacitados sobre nossos problemas cotidianos pode evitar diversos problemas futuros e traz mais leveza e qualidade de vida.

Coloque-se em primeiro lugar: algumas vezes, deixamos de cuidar de nós mesmos por inúmeros fatores. Quando você pratica o autoconhecimento, consegue identificar sobretudo suas fraquezas. Assim, fica mais fácil trabalhá-las e lidar com as situações cotidianas. Isso faz com que você se sinta mais tranquilo consigo mesmo.

Dedique mais tempo para a sua saúde mental: Há um remédio muito simples para a saúde mental perturbada: o autocuidado, ou seja, dar atenção a você mesmo. Faça o que você gosta, converse com quem você ama e escolha apenas o que lhe faz bem. Ser verdadeiro consigo mesmo é um método de prevenção excelente contra transtornos mentais e perturbações emocionais.

Por fim, saiba que as doenças psicossomáticas podem atingir qualquer pessoa e não há nenhum critério para isso. Por isso, independentemente de como seja o seu dia a dia, lembre-se do quão importante é cuidar da saúde em um panorama geral, não focando em apenas um ponto ou outro. A psicoterapia promove o autoconhecimento, o bem-estar, a saúde mental e o amor-próprio tudo junto!

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o que são essas doenças e como é possível se prevenir, vamos colocar em prática?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

No relacionamento abusivo não há respeito e compartilhamento da vida, há uma tentativa de controle através da manipulação emocional.

Mais uma vez o programa de televisão BBB 23 da Globo levanta a discussão de um assunto polêmico que afeta as pessoas, e que as partes envolvidas não percebem o que realmente está acontecendo.

Relacionamentos abusivos. Quando esse assunto surge em conversas, em geral, é através de especulações para desvendar a motivação do cônjuge que não consegue deixar o parceiro abusivo.

Afinal, não é uma situação agradável, então qual é a razão para as pessoas continuarem em relacionamentos abusivos?

A pessoa em um relacionamento abusivo pode não compreender as suas próprias razões para permanecer ao lado do cônjuge. Ela tem consciência de que não está sendo bem tratada, mas não consegue terminar a relação, mesmo quando outras pessoas tentam convencê-la a deixar o parceiro.

Assim, quem está de fora tende a achar a situação um absurdo e conclui que a pessoa gosta daquele tipo de relacionamento ou de parceiro. Esse pensamento infelizmente acaba corroborando para a estigmatização de vítimas de relações tóxicas, dificultando ainda mais a sua saída desses relacionamentos.

Um relacionamento abusivo pode acontecer com qualquer pessoa. Pessoas lindas, divertidas, de bem com a vida, instruídas, saudáveis… Mulheres fortes e bem resolvidas. Sim, você poderá encontrar todos esses atributos em uma vítima de relação abusiva.

Começamos com esse ponto porque a quebra do estereótipo é a premissa dessa conversa. Precisamos dissociar a violência doméstica de cenários e ações quase pejorativas.

1. Excesso de “amor”

Pode parecer paradoxal, mas é algo comum nos relatos de relacionamentos abusivos. O abusador tem um certo padrão de comportamento. E, nesse padrão, a capacidade de sedução aparece em destaque.

O abusador pode ser um sujeito extremamente romântico, gentil, vorazmente apaixonado. Ele é capaz de erguer um impressionante pedestal e colocar sua escolhida no topo, alimentando a autoestima feminina de modo singular.

Manifestações exageradas, “provas de amor” e grandes declarações são lindas, todos sabemos disso! Mas saiba enxergar quando elas são espontâneas e quando estão ali para desviar nossa atenção.

2. Ele quer que você mude

Outra característica de um relacionamento abusivo é a imposição, sutil ou não, de mudanças no comportamento.

Não estamos falando de críticas construtivas, que emergem em diálogos francos. É claro que a pessoa que vive com você pode lhe sugerir novos hábitos, lhe instigar a explorar novos gostos. Isso é aprendizado, crescimento, evolução!

Diante de uma proposta de mudança, pergunte-se, sempre, o que ela/ele faria por você. O quanto ela/ele reflete seus valores, suas buscas, sua identidade. Não se encaixa no ideal do outro a qualquer custo. Se você precisa mudar tanto, a ponto de se anular, é porque você não é a pessoa que seu parceiro procura. Nem ele é a pessoa que você poderá chamar de parceiro.

3. O relacionamento abusivo é uma teia

Essa é uma das metáforas mais recorrentes em relatos de relacionamentos abusivos. É interessante pensarmos sobre ela, pois, de fato, a compreensão da teia nos aproxima da experiência de quem se vê enredada por laços quase invisíveis, mas que paralisam.

Tudo isso para assumirmos que, sim, teias são difíceis de serem detectadas. Perdoe-se, se cair na armadilha e lembre-se de que você é humano. E, se cair, peça ajuda para se levantar.

4. Superproteção pode ser sinal de relacionamento abusivo

Essa é uma das linhas da teia. A superproteção pode parecer um cuidado bonito, generoso. No início soará como um zelo, que reflete carinho e preocupação.

É com o tempo que a superproteção mostra seu lado nefasto. A atitude solícita se transforma numa arma de chantagem ou depreciação. De repente, o préstimo é usado pelo abusador como prova da incapacidade da vítima, demonstração de sua inépcia em realizar tarefas simples ou saber desviar de perigos.

É importante manter independência financeira, não abandonar preferências e amizades por juízo alheio. Quem cuida, respeita. E quem ama, admira.

5. Agressão verbal e violência psicológica

O relacionamento abusivo é uma gangorra. Ora o agressor é gentil, encantador, um apaixonado. Essa face positiva é que torna o jogo emocional complexo. Afinal, quando a humilhação parte daquele que tanto ama, ela ganha ares de razão.

As agressões e violência moral de um relacionamento abusivo podem surgir em forma de xingamentos. Mas nem sempre elas são tão claras. Comentários sutis são ainda mais poderosos, porque minam as defesas e perturbam a interpretação objetiva.

Portanto, fique alerta se notar que o parceiro:
. faz pouco caso de suas conquistas;
. ridiculariza suas opiniões e gostos;
. afirma que apenas ele pode lhe amar e aceitar, do jeito que é;
. pede que você se afaste de amigos ou familiares;
. faz você se sentir culpada pelas reações agressivas dele;
. grita ou desconta a raiva em objetos;
. alega que teve uma atitude desequilibrada porque estava estressado ou bêbado;
. manifesta ciúmes com muita frequência e por bobagens;
. vigia seus hábitos, conversas e redes sociais;
. controla sua vida financeira;
. proíbe que use alguma roupa ou ande com determinada companhia;
. vive pedindo desculpas, dizendo que vai mudar, mas não altera o padrão de comportamento;
. faz você acreditar que é responsável por ele (sua “salvadora”);
. diz que você está “louca” quando o coloca em xeque ou o contraria, fazendo com que você questione a própria sanidade e capacidade de analisar as situações;
. consegue impor suas vontades, inclusive forçando o sexo;
. lhe deixa insegura, com medo, constantemente infeliz e com a autoestima ferida.

6. Ameaças e chantagens

As ameaças no relacionamento abusivo são parte da violência física ou emocional. As insinuações de danos à vítima podem ser de ordem psicológica, apelando para a culpa, vergonha, abandono. Chantagens emocionais são extremamente perigosas e paralisantes. Mas a ameaça pode ser física, chegando ao cúmulo de frases como “se não for minha, não será de mais ninguém”.

Quanto mais frágil a identidade da vítima, mais o relacionamento abusivo conquista território. A violência física pode ser o ápice, a evidência incontestável, mesmo não sendo a única que machuca e traumatiza.

Busque ajuda

Se você se identificou com alguns dos sinais, está na hora de repensar a sua relação. É preciso entender onde o relacionamento começa e onde você começa, ou seja, dê valor a sua saúde psicológica, emocional e física. 

Procure tratamento psicológico para entender melhor o que fazer e como lidar com as circunstâncias. É possível aprender a gerenciar a situação e entender os padrões e gatilhos, além de lidar com os traumas deixados pelo relacionamento tóxico.


Há casos em que a terapia de casal pode ser eficiente para as partes aprenderem a lidar com a situação. Porém, na relação abusiva, é comum que o agressor não queira ceder seu “poder” sobre o outro, e, nesses casos, a solução é manter distância emocional e fisicamente.

Não tenha receio de procurar ajuda. É um ato de coragem.
Sou Joana Santiago – Psicóloga

Cuidar da saúde mental é uma orientação que parte desde o cuidado com a saúde do cérebro até a modificação de padrões de comportamento e estilo de vida.

Você é dessas pessoas que fazem metas de final de ano? Ou que se sentem mais motivadas para mudanças com a chegada de um novo ano?
Provavelmente a maioria responderá sim! Então quero te falar sobre como se manter em equilíbrio para realizar suas resoluções e manter a saúde mental em dia, sem se cobrar tanto e sem maiores frustrações.

Já comentei aqui no blog que saúde mental pode afetar a saúde física, a vida diária e os relacionamentos. Portanto, cuidar da mente ajuda a preservar a capacidade de aproveitar a vida e se relacionar com os outros. Essa manutenção envolve um delicado equilíbrio de vários elementos da vida que operam juntos para que a mente continue saudável ou não.

Sendo assim, manter uma boa saúde mental permite:

  • A realização de objetivos e sonhos;
  • Lidar com as tensões normais da vida;
  • Trabalhar de forma produtiva e se fazer útil;
  • Fazer contribuições significativas para a comunidade.

É por isso que é fundamental saber como cuidar da saúde mental e emocional ao longo de toda a vida.
Veja algumas dicas de como se cuidar:

1. Faça psicoterapia

A psicoterapia ajuda muito no autoconhecimento e, se conhecer melhor, já pode eliminar muitos sofrimentos comuns da vida, como, por exemplo, escolher uma profissão. 

Os problemas que podem ser ajudados por meio da psicoterapia, entre outros, incluem:

  • dificuldades em lidar com a vida diária;
  • superação de traumas;
  • transtornos mentais específicos, como ansiedade e depressão;
  • lidar com o luto.

2. Pratique exercícios físicos regularmente

Uma das recomendações mais bem estabelecidas de como manter a saúde mental é a prática regular de exercícios físicos. Numerosos estudos mostraram que o exercício melhora a saúde mental, reduzindo a ansiedade e a depressão, assim como melhora também a autoestima e a função cognitiva. Apenas trinta minutos de exercício de intensidade moderada já são suficientes para esses benefícios à saúde mental.

3. Tenha um tempo só para você

Com frequência, algumas pessoas tendem a cuidar somente de outras e esquecem de cuidar de si. No entanto, é fundamental reservar um tempo para cuidar de si mesmo também. O autocuidado é sobre propiciar uma atenção adequada ao seu próprio bem-estar psicológico e emocional.

4. Cuide do seu sono

Não dormir o suficiente distorce a capacidade de regular as emoções e, a longo prazo, pode aumentar o risco de desenvolvimento de transtornos mentais. Cada estágio do sono desempenha um papel na saúde cerebral, permitindo mais eficiência de aprendizado, humor e memória.  

5. Pratique meditação

Embora pareça simples, meditar é um grande desafio para a grande maioria das pessoas. No entanto, numerosos estudos sugerem que a prática meditativa pode melhorar a saúde mental, propiciando a diminuição de doenças psiquiátricas. Isso se deve a uma diversidade de fatores envolvidos na meditação que promovem mudanças fisiológicas na química cerebral e no comportamento diante de problemas.

6. Cuide da sua microbiota intestinal

Nos últimos anos, as relações entre nutrição e saúde mental angariaram um considerável interesse. De fato, pesquisas observaram que a adesão a padrões alimentares saudáveis está associada a um risco reduzido de transtornos mentais, como depressão e ansiedade. Uma explicação sobre como a alimentação pode afetar o bem-estar mental é o efeito da dieta no microbioma intestinal.

7. Inclua fontes de vitaminas do complexo B na dieta

A alimentação rica em fontes de vitamina B pode atuar como um recurso alternativo ou adjuvante ao tratamento padrão destinado a otimizar o humor por meio da modulação de neurotransmissores. Isso significa que essa vitamina pode ser um bom suplemento para ansiedade. Busque o apoio de um nutricionista em caso de dúvidas sobre sua alimentação e descubra quais alimentos podem fazer diferença em sua dieta.

8. Mantenha o contato com amigos e familiares

Se relacionar socialmente é um elemento crucial para proteger a saúde mental, inclusive, de pessoas mais introvertidas. Amigos e familiares podem ajudar a colocar certos elementos da vida em perspectiva além de ajudarem a gerenciar problemas. O contato com os outros libera toda uma cascata de neurotransmissores e, um simples apertar de mãos ou um abraço, já é o suficiente para liberar ocitocina e reduzir os níveis de cortisol.

9. Inclua fontes de magnésio na sua alimentação

Vários estudos têm demonstrado sua utilidade em doenças neurológicas e psiquiátricas. Parece que os níveis de magnésio são reduzidos no curso de vários transtornos mentais. Os estudos mostram que, em níveis adequados, esse mineral pode contribuir em casos de insônia, ansiedade, dor e outros distúrbios neuropsiquiátricos.

10. Organize a sua rotina 

O ser humano é uma criatura de hábitos e ter uma rotina oferece saúde e bem-estar. De fato, saber “o que esperar” é fruto de uma rotina estruturada – e isso facilita o gerenciamento das emoções e expectativas. Por isso, as rotinas são poderosas para a saúde mental e, inclusive, já foram positivamente associadas a uma série de condições, como depressão, TDAH e transtorno bipolar.

11. Disponha um tempo para auto reflexão

Voltar-se para dentro e refletir sobre os próprios pensamentos e sentimentos é um grande desafio em meio a correria da vida diária. No entanto, momentos de introspecção podem ser fundamentais para desencadear insights que podem alterar a maneira de encarar o mundo ao redor.

 12. Desconecte de vez em quando

Sabe quando o modem da internet para de funcionar e precisa ser desconectado da tomada por alguns segundos? Por vezes, essa atitude de desconectar também funciona para os humanos! Se desconectar da rotina de e-mail, Whatsapp e redes sociais de vez em quando pode ser essencial para manter a saúde mental.

Inclusive, diversos estudos já associaram as redes sociais a alguns transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade e baixa autoestima. Portanto, é importante lembrar que a existência na vida real é muito mais preciosa do que aquela vida da internet e, desconectar, pode sim, melhorar a saúde mental.

Desconectar permite a interação com a vida real e essa é uma valiosa dica de como cuidar da saúde mental.

Que tal colocar em prática ao menos uma dessas dicas hoje mesmo?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Desejo a você um ano novo onde você tenha sabedoria, discernimento e força de vontade para enfrentar o que for preciso.

Estão preparados para mudanças e renovações? Após vivenciar as festividades natalinas, como falei no texto O Natal e nossas emoções, a última semana do ano é invadida por retrospectivas, sejam elas iniciadas pelos canais de televisão ou pela internet, que nos inundam de diversos sentimentos intensos e difíceis de serem nomeados.

Quanto mais nos aproximamos do dia 31, mais reflexões dominam o nosso mundo consciente e inconsciente. É comum relembrar e quantificar os pontos positivos e negativos do ano que está acabando. É tempo de muitos conflitos internos, de maior apropriação das conquistas e das frustrações dos desejos que não foram realizados.

Tudo o que vivenciamos é resultado de uma intencionalidade, se nada aconteceu da forma que esperávamos em 2022, não foi por simples acaso, e sim porque precisávamos enfrentar o não programado.

Livrar-se de um “ano velho” é paralelamente conviver com o luto e com o nascimento do novo, situações que nem sempre estamos psiquicamente fortalecidos para enfrentar. Tal fato nos faz pensar que é preciso respeitar a pontinha de tristeza que vivenciamos nas vésperas da finalização deste ciclo, sendo assim, simbolicamente vivenciamos a morte de uma parte da nossa história de vida que não voltará.

Precisamos aprender a conviver com as nossas tristezas, para então, dar espaço as surpresas boas que a vida pode nos oferecer. Finalizar um ciclo é doloroso, mas quando temos consciência de que é necessário para dar lugar ao novo, os últimos dias do ano se tornam menos tempestuosos psiquicamente.

Que a renovação do ano nos impulsione para a renovação da própria vida, ressignificando, perdoando e respeitando o que somos no aqui agora. Que a maior expectativa para 2023 não seja o ano novo, mas um posicionamento novo sobre o melhor que possamos ser para com o outro e principalmente para conosco!

Obrigada leitores do blog e seguidores das minhas redes sociais e a todos os pacientes que depositaram e depositam total confiança em meu trabalho. Vocês dão real sentido a minha vida profissional e me fortalecem para um novo ciclo em 2023!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

O Natal é uma época para nos entendermos e buscarmos uma forma de nos cuidarmos da melhor maneira possível.

Conforme o mês de dezembro vai se aproximando podemos ver como as ruas vão sendo decoradas e como vai se formando um ambiente festivo. Recebemos mensagens de amigos e pessoas queridas, começamos a planejar os detalhes dos encontros que teremos com eles e buscamos formas de expressar o nosso carinho. É uma época de reencontros e, mais do que dar e receber, é um momento para compartilhar.

Apesar de muitos considerarem que esta é uma época feliz, familiar e divertida, há pessoas que a vivem de uma forma diferente, com nostalgia, tristeza, frustração, estresse e até dor.

Muito além de como as percebemos, pode ser porque as datas sejam o momento do ano em que mais experimentamos diferentes emoções, e estas estão diretamente relacionadas com as experiências que vivemos.

De acordo com a psicologia é importante que nesses momentos do ano, possamos nos dedicar a identificar o que sentimos e refletir sobre o que está nos fazendo sentir dessa forma. Sentimos alegria? Ou nos sentimos tristes, melancólicos e irritados?

É importante e necessário compreendermos as nossas emoções, permitir-nos senti-las e fazer o que estiver em nossas mãos para gerenciá-las e vivê-las de uma maneira saudável e de acordo com o que acontece ao nosso redor.

Não devemos nos pressionar com a ideia de que todo mundo deve estar feliz durante o Natal, e que se não estivermos, precisamos nos esforçar para nos sentirmos assim. Na realidade, devemos aceitar o nosso humor, ao mesmo tempo em que procuramos nos adaptar à situação da melhor maneira possível.

É importante cuidarmos e utilizarmos os nossos pensamentos de uma maneira positiva, sem nos deixarmos levar pelas ideias que nos fazem mal. Para fazer isso, devemos tentar relativizar o Natal, transformá-lo em algo mais neutro, que torne as coisas mais fáceis na hora de vivê-lo. 

Podemos apreciar a companhia da família e dos amigos assim como fazemos em qualquer outra data. Sem pressão, sem a obrigação de ser feliz, e sem fazer mal a nós mesmos com pensamentos negativos.

Desejo um Natal repleto de emoções positivas para todos nós!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A psicoterapia de casal é um recurso terapêutico que os casais podem buscar quando identificam que precisam de auxílio para lidar com questões que estão interferindo negativamente em seu relacionamento afetivo.

Muitas vezes, a rotina e os problemas em família (filhos, finanças, trabalho…), somados à falta de compreensão e de respeito pela individualidade do outro, fazem com que os companheiros percam a capacidade de diálogo. Divergências de pensamento e diferentes visões de mundo, quando muito acentuadas, podem acabar levando uma relação à crise.

A psicoterapia de casal pode ser considerada uma forma de acolhimento, num ambiente neutro, onde o casal pode expor suas questões, desabafar e construir saídas para as dificuldades e impasses.

Aquelas longas conversas, que comumente acabam em brigas e acusações, são facilitadas através da psicoterapia. O psicólogo, então, passa a fazer o papel de mediador, e de forma cuidadosa, elabora questionamentos e induz à reflexão, permitindo que o casal saia da zona de conflito e parta para a busca de soluções.

As sessões costumam ocorrer semanalmente, mas dependendo do caso e das limitações do casal – sejam elas financeiras, profissionais ou familiares – , também pode ser que os encontros ocorram quinzenalmente. 

– Mas, e quando o casal já atingiu um nível de desentendimento que não cessa nem durante a psicoterapia?

Nesse caso, o terapeuta pode sugerir que algumas sessões sejam realizadas individualmente, para tratar questões pontuais e, só depois, voltar a reunir o casal para dar continuidade à psicoterapia em conjunto. De todo modo, a psicoterapia de casal é uma oportunidade de perceber que, diferente do que se pensa, nem sempre há falta de comunicação, mas um jeito equivocado de se comunicar.

Psicoterapia de casal e suas técnicas

Este é um ponto importante sobre a dinâmica da psicoterapia a dois: a tentativa de desenvolvimento de um diálogo construtivo, com uma linguagem clara e respeitosa, com a percepção de escolha do melhor momento e lugar para a conversa, do tom de voz certo e, principalmente, com uma escuta atenta e jamais deslegitimando o sentimento e as falas do outro.

Infelizmente, o conceito de comunicação não-violenta ainda não está plenamente desenvolvido e, sequer, sua prática. E é muito comum entre casais essa violência verbal, que é onde, geralmente, todo o conflito se inicia. Por isso, a psicoterapia se faz necessária para mostrar que é possível comunicar-se positivamente, já que este é um dos alicerces mais importantes do relacionamento.

A psicoterapia só serve para casados?

A psicoterapia serve tanto para casais em união estável, namorados que moram juntos, ou, de fato, casados. Não é necessário ter uma formalização civil para fazer o acompanhamento. Trata-se de uma forma saudável e madura de tentar lidar com as diferenças e buscar um maior companheirismo na relação, ou mesmo trabalhar com um possível processo de separação/divórcio de forma amigável.

Casais separados que têm filhos podem fazer psicoterapia em conjunto. Contudo, nesses casos, o objetivo não será mais trabalhar as insatisfações e questões do relacionamento a dois. Mas sim, será uma psicoterapia parental ou familiar, onde os objetivos se voltam mais para a orientação dos pais em relação à educação dos filhos.

Como saber quando é hora de procurar ajuda?

A psicoterapia de casal é recomendada quando o relacionamento conjugal está passando por conflitos, em que ambos os parceiros não estão conseguindo administrar sozinhos e que, por conta disso, outros setores da vida vêm sendo afetados significativamente, prejudicando o bem estar e a qualidade de vida dos envolvidos.

O ideal é que o casal procure pela psicoterapia ainda no início do conflito. Quando os dois percebem que os problemas vêm se tornando repetitivos, assim como quando buscamos a psicoterapia individual. A psicoterapia de casal evita agravantes como a mágoa e o ressentimento, além de sintomas e doenças nos próprios parceiros e até nos filhos.

A psicoterapia de casal oferece acolhimento e ambiente propício para o casal desabafar, colocar as questões que afligem cada um e buscar, juntos, saídas para os seus problemas e sofrimentos.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Além de dar apoio emocional, familiares formam uma rede de cuidado essencial na recuperação do paciente oncológico.

Quando uma pessoa descobre o diagnóstico de câncer é normal que ela passe a ser o centro das atenções e dos cuidados da família. Nesse momento, alguns parentes mais próximos, como cônjuge, filhos, pais ou irmãos podem assumir o papel de cuidador da pessoa com câncer e, ao desenvolver este papel, pode acontecer de deixar de lado os próprios cuidados e necessidades. Além disso, cuidar de uma pessoa doente pode causar alguns desgastes físicos e emocionais no cuidador também.

Nesse contexto, gostaria de falar da importância do apoio psicológico e dos grupos de apoio para os doentes e familiares de pacientes com diagnóstico de câncer.
Você sabia que um acompanhamento psicológico também pode intervir em caráter preventivo desde o diagnóstico de câncer? Investigando como o indivíduo entende o estado de doença, suas crenças sobre ela e o tratamento, o profissional da área de psicologia poderá analisar como estas percepções podem afetar os resultados do tratamento, intervindo precocemente, aumentando as expectativas de recuperação psicológica e emocional do paciente e da família.

É papel do psicólogo auxiliar a família em sua reestruturação emocional nesse momento. Ele poderá desenvolver com os membros da família estratégias de enfrentamento adaptativas de como lidar com a situação e com o paciente, proporcionando contribuir positivamente com o tratamento.

Como o acompanhamento psicológico e os grupos de apoio ajudam o paciente e familiares?

O acompanhamento psicológico durante o tratamento do câncer ajuda na adaptação da nova realidade do paciente e seus familiares, buscando meios de conviver com a doença da melhor forma, até que, caso seja possível, possa retornar à condição de vida anterior ao câncer, com todos os novos significados e reflexões que cada momento desta caminhada traz.  Ninguém sai igual de um câncer, as formas e histórias são as mais variadas. Além disso, a psico-oncologia proporciona o bem-estar emocional, maior conhecimento da doença e alivia a carga negativa ainda associada ao câncer.

Com os avanços da medicina, o câncer deixou de ser uma sentença de morte. Hoje, o tratamento de pessoas diagnosticadas com neoplasias (tumores) elevou significativamente as chances de remissão da doença. No entanto, é preciso combater o estigma com apoio e informação.

Nem sempre é fácil compreender tudo o que está acontecendo ou lidar com as transformações que ocorrem no corpo e na rotina em função do câncer. Por isso, é importante cuidar dessas questões, para combater a doença da melhor maneira possível e amenizar os impactos causados pelo adoecimento.

Onde encontrar apoio?

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o acompanhamento psicológico deve valer-se para todos os pacientes. É possível encontrar psicólogos que trabalham com pacientes oncológicos em hospitais, clínicas ou consultórios particulares. Com toda esta gama, também há variação de formatos de atendimento que podem ser remotos, presenciais, individuais ou em grupo. Existem também grupos ligados a instituições religiosas e na internet, mas o ideal é que o hospital te auxilie nessa escolha.

Não existe uma abordagem correta ou errada de enfrentar o câncer e o seu tratamento, mas a psicologia deverá estar atenta às diferentes manifestações diante da nova realidade para agir, quando necessário, auxiliando os envolvidos a encarar a situação, mantendo a qualidade de vida e promovendo a saúde tanto do paciente com câncer quanto de seus familiares. O importante é que o paciente encontre aquele que o traz mais conforto para combater a doença. 

Vencer o câncer é mais fácil quando se está cercado de amor.

Sou Joana Santiago – Psicóloga