Receber o diagnóstico de câncer nunca é fácil e sempre vem associado com uma forte carga emocional, que envolve a tríade paciente-família-equipe. O processo oncológico sempre vem associado à morte e ao sofrimento físico, comumente relacionado à dor e degradação, o que passou a simbolizar para as pessoas uma patologia que traz um intenso abalo emocional e físico que acaba por afetar toda a estrutura familiar. Rotulada como uma doença dolorosa e mortal, o paciente comumente vivencia no tratamento, geralmente longo, perdas e sintomas variados, ocasionando prejuízos, muitas vezes irreparáveis.
O paciente com câncer, em virtude de sua vulnerabilidade, não traz uma demanda apenas biológica, traz também uma demanda psicológica e social, uma vez que receber o diagnóstico de câncer pode acarretar mecanismos de isolamento e de negação da doença, ou até mesmo uma forte resistência em iniciar o tratamento.
Como isso é feito? Oferecendo suporte emocional para que o paciente possa expressar seu sofrimento, compreender as dificuldades do momento vivido, perceber as situações que lhe mobilizam emocionalmente e instrumentalizá-lo para lidar da melhor maneira possível com as alterações e limitações impostas pela doença e pelos tratamentos.
Neste caso, a psicologia não trabalha com fatores que desencadeiam a doença e sim com os aspectos a ela relacionados e com a subjetividade do sujeito buscando identificar os aspectos psicológicos que se manifestam frente a suas fantasias, medos, desejos, emoções, crenças, frustrações, etc., e que tenham relação com a enfermidade. Entre os objetivos está a valorização dos aspectos subjetivos intrínsecos muitas vezes negligenciados ao longo da vida e que, uma vez despertados, contribuem para o fortalecimento da autonomia e resiliência no enfrentamento.
A Psico-Oncologia vem desenvolvendo diferentes técnicas de manejo aos pacientes para que utilizem seus recursos psíquicos no enfrentamento da doença. Com os familiares ou cuidadores é preciso apoio para que estes atuem como participantes de todo o tratamento, proporcionando estratégias de autocuidado e fortalecimento, visando também a manutenção de sua própria saúde física e mental.
Durante o tratamento, a angústia e a ansiedade estão presentes e por este motivo é recomendado que tanto paciente como os familiares procurem ajuda ou orientação de um profissional de psicologia, pois sabe-se que o tratamento é muito penoso, além dos efeitos físicos, comprometendo a autoestima, a imagem corporal e a identidade. Esse sofrimento é agravado por significados relacionados à culpa, punição, deteriorização, dor e morte.
O psicólogo é o profissional que atende à necessidade de escuta ao paciente, sem julgamentos nem interpretações prévias, considerando a vulnerabilidade e fragilidade diante de um adoecer ainda permeado de fantasias que dificultam a compreensão do julgamento da realidade e as possibilidades de um bom enfrentamento, contribuindo para estabilidade emocional e encorajamento do paciente para se adaptar a melhor forma de conviver com a nova realidade de vida.
https://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2022/09/25.08-destaque.png334513Joana Santiagohttps://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2016/04/JOANA-SANTIAGO-LOGO-300x120.jpgJoana Santiago2022-09-14 15:53:112022-09-14 15:53:12Psico-oncologia: o papel do psicólogo no câncer
A dependência emocional costuma ter sinais claros, mas quem está na situação nem sempre consegue enxergá-los. Ciúme, controle e possessividade são indicadores dessa dependência que, em geral, acomete relacionamentos conjugais. Mas também pode acontecer entre amizades e familiares: aquele amigo que quer atenção integral ou uma mãe que acredita que precisa dar atenção total a um único filho, podem indicar o problema.
A dependência emocional é um transtorno psicológico que gera um apego excessivo a alguém. Quem sofre de dependência emocional não consegue estabelecer relações saudáveis e equilibradas. Devido ao medo de abandono e rejeição, a pessoa se anula completamente. Ela vive para satisfazer os desejos do outro, que pode ser um amigo, um familiar ou um parceiro amoroso.
Geralmente este distúrbio surge entre um casal, mas também há as exceções de quem depende de algum amigo ou parente. Torna-se algo muito difícil e de grande sofrimento tomar decisões sozinho, é como se não houvesse capacidade, e é preciso o auxílio de alguém que considere mais esperto ou que a pessoa julgue mais inteligente e confiável.
Quando há o controle ou manipulação de um dos envolvidos com o parceiro, caracteriza-se esse problema como patológico, onde será necessário um tratamento. Ele é denominado como Transtorno de Personalidade Dependente.
Entendendo a dependência emocional
As bases dos nossos alicerces emocionais estão cravadas na nossa infância. Ou seja, o modo como vamos encarar as relações sociais e amorosas na vida adulta é, em grande parte, reflexo das experiências que tivemos nos primeiros anos de vida. Falo sobre isso agora porque, em geral, a dependência emocional tem origem nesse período.
Dado certo momento, a pessoa afetada perde a capacidade de agir, tomar decisão sozinha e assumir responsabilidade por suas ações. Ao ser emocionalmente dependente, a autoestima depende somente da opinião ou reconhecimento de terceiros.
A dependência emocional não é considerada uma desordem mental, porém, alguns pacientes com outros tipos de distúrbios, como depressão e ansiedade, podem apresentar dependência emocional.
Quem sofre com a dependência emocional tende a querer exclusividade e, para isso, pode se valer de persuasão e chantagem. Nada do que o outro faça longe dele, ou seja, outros contatos e situações, tem valor.
O dependente costuma criticar tudo que o outro faz ou conquista que ele (o dependente) não esteja presente, como se qualquer ação sem a sua participação fosse problemática.
A proposta é manter um isolamento, como se a atenção do outro devesse ser exclusiva ao dependente. Essa situação pode ser muito presente entre mãe e filho que desenvolve algum tipo de dependência química, como se a genitora lhe devesse total atenção para superar o problema. E ela, por se sentir responsável e até culpada pela situação, acaba dedicando-se integralmente ao filho doente.
A dependência emocional em seu início parece banal e até aceitável, mas ela pode evoluir para situações de total controle e violência. Isso costuma ser muito recorrente em relacionamentos conjugais que, mesmo trazendo dores e sofrimento, acabam se perpetuando com um convívio doentio.
Quais são os sintomas da dependência emocional?
Conseguiu entender mais ou menos como essa situação funciona? Talvez fique mais claro agora que vou apresentar os sintomas da dependência emocional.
De modo geral, a pessoa tem dificuldade de manter a concentração no trabalho, dá pouca atenção às relações com familiares e amigos e pode deixar de lado os cuidados com os filhos, pois se preocupa em excesso com o parceiro amoroso. Isso gera o desequilíbrio nas demais relações. A codependência pode ocorrer em outros relacionamentos, não necessariamente românticos. Veja só os sinais mais comuns dessa condição:
exigência de atenção
submissão ao outro
baixa autoestima
excesso de ciúme
sentimentos de culpa e impotência;
oscilações de humor.
incapacidade de se sentir bem sozinha/o
dificuldade de tomar decisões sozinha/o
insegurança no relacionamento
inexistência de planos que não envolvam a outra pessoa
tendência a dizer sim a tudo por medo da rejeição
tendência a estar em segundo plano, porque precisa ter a outra pessoa sempre por perto para alimentar a dependência
Como superar a dependência emocional
Reconheça seu valor ao trabalhar sua autoestima: concentrando pensamentos positivos sobre si mesmo, percebendo suas realizações, bem como suas limitações. A terapia é uma forte aliada nesse processo.
Aceite suas decisões e enfrente as consequências, perceba que você é capaz de fazer o que é melhor para sua vida. Lembre-se que somente você está no controle de seus sentimentos, emoções e ações.
Planeje sua vida para você e não em torno dos outros; perceba que suas necessidades são importantes e você precisa assumir o controle de sua vida e ser independente. Em algum ponto, mesmo quando as coisas não estiverem indo muito bem, será possível dizer a si mesmo: “Eu sou feliz não por causa disso ou daquilo, apesar desse e daquele fator”.
Desenvolver esse tipo de atitude positiva leva tempo e muita prática. O acompanhamento psicológico é quase sempre um requisito para elevar a autoestima da pessoa dependente emocionalmente, além de ajudá-la a desapegar de traumas e lembranças prejudiciais para a sua saúde mental.
Na maioria das vezes, a insegurança está ligada a uma dificuldade da pessoa em acreditar em si e no seu potencial. Por isso, muitas vezes, existem crenças ligadas ao medo de não ser capaz, medo de não obter sucesso ou de ter a sua vulnerabilidade exposta de alguma maneira.
“Não sou tão bom quanto fulano”
“Não consigo me destacar no trabalho”
“Tenho medo de tomar a decisão errada”
“Será que não serei criticado por minha atitude?”
Frases como essas representam o sentimento de incapacidade e de não merecimento, que pode levar a pessoa insegura a desenvolver problemas relacionados a sua autoestima (como é vista pelos outros) e autoimagem (como ela própria se vê).
Todos nós podemos sentir insegurança em algum momento da vida e em intensidades diferentes. O que separa, no entanto, uma insegurança funcional (que te prepara para a situação), de uma insegurança disfuncional é o sofrimento emocional e prejuízo em geral que te causa.
Ou seja, o nível de sofrimento e a paralisação de desejos e projetos diante da insegurança é o que vai predizer a necessidade de buscar ajuda para lidar com os prejuízos que a acompanham.
A insegurança é um sentimento caracterizado pelo mal-estar generalizado, ansiedade ou nervosismo associado à percepção negativa de si mesmo. A pessoa insegura se enxerga como inexperiente, inábil, vulnerável e fraca. Ela acredita não ser capaz de encarar os desafios da vida com a cabeça erguida, recorrendo a mecanismos de defesa para mascarar a sua falta de segurança.
Essa autoimagem negativa acarreta muito sofrimento ao longo da vida. A pessoa insegura pode desistir de oportunidades bacanas ou de sonhos em virtude da insegurança. Também pode encontrar dificuldades para formar laços de amizade, se destacar profissionalmente e ter um relacionamento sério.
Esse sentimento destruidor de autoestima não possui fundamento. Todas as pessoas possuem atributos fortes e fracos, performando com excelência em certos campos de atuação e faltando com habilidade em outros.
Em contrapartida, é interessante pensarmos que a insegurança é algo inerente ao ser humano e, quando em níveis normais, pode ser muito útil, pois o ligeiro aumento no nível de ansiedade e a agitação fazem com que a pessoa automaticamente encontre meios e ferramentas para enfrentar a situação e seguir adiante. Portanto, nesse nível a insegurança e suas emoções decorrentes exercem um papel protetor. O problema está quando a ansiedade e agitação decorrentes dessa insegurança são muito elevados a ponto de prejudicar a pessoa.
Vejamos um exemplo simples: imagine que uma pessoa foi incumbida pelo chefe para conduzir um importante projeto na empresa, sendo uma grande oportunidade para aquela pessoa aumentar sua exposição e mostrar seu trabalho. Ela tem potencial técnico para executar a tarefa, porém sente-se demasiadamente insegura ao ponto de que sua ansiedade subiu para níveis muito superiores, fazendo com que ela não se sinta capaz de executar a tarefa.
O medo acaba tomando conta e a pessoa não consegue raciocinar para fazer um bom trabalho. Ou seja, a insegurança excessiva acabou atrapalhando a vida daquela pessoa.
Como lidar com a insegurança?
Uma dica importante para lidar com a insegurança emocional é procurar suporte psicológico. Com apoio profissional, é possível identificar fatores que colaboram com o desenvolvimento do problema.
Traumas de infância, vivências recorrentes e outras situações podem ser trabalhadas, visando superar as barreiras mentais que impedem seu desenvolvimento pessoal e profissional. Porém, existem outras medidas que ajudam nessa trajetória e podem ser feitas com apoio terapêutico:
1. Praticar o autoconhecimento
O autoconhecimento consiste em refletir e avaliar a história da sua vida, pontos fortes e fracos, maneiras de se relacionar com as pessoas e agir diante de diferentes situações, entre outros fatores. A partir disso, você terá a possibilidade de encontrar as inseguranças existentes, as principais causas e medos relacionados. Identificando as origens do problema, é mais fácil procurar soluções.
2. Elevar a autoestima
A insegurança emocional tem bastante relação com a autoestima, então é essencial trabalhá-la para combater o problema. Sabemos que essa não é uma tarefa simples, mas existem dicas que podem ajudar nesse caminho. Confira:
trabalhe uma postura mais positiva sobre você;
evite comparações com outras pessoas;
reduza o uso de redes sociais;
seja compassivo com seus erros;
avalie o que funciona na sua rotina;
não generalize suas experiências — novas oportunidades podem mudá-las.
3. Avaliar crenças limitantes e objetivos pessoais
Você sabe o que são crenças limitantes? Elas são questões que impedem você de realizar determinadas tarefas ou objetivos por não acreditar em si. Portanto, é necessário fazer reflexões para entender quais se aplicam em sua vida, relacionando-as com seus objetivos pessoais.
Dessa maneira, você pode trazer maior racionalidade para cada questão e combater as crenças limitantes, criando caminhos e estratégias específicas que ajudarão nas conquistas, mostrando que isso é realmente possível.
Agora que você sabe o que é insegurança e como lidar com o problema, tenha atenção aos sintomas e procure apoio profissional. Seguir essas dicas sozinho não é tarefa simples! Isso ajudará a melhorar a autoestima e ter mais qualidade de vida.
A principal diferença entre um ataque de raiva e o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), popularmente como Síndrome de Hulk, está na frequência e intensidade da raiva. É importante saber que esse sentimento é normal, sendo uma resposta emocional a situações em que a pessoa se sente ameaçada, injustiçada, magoada ou frustrada. Muitas vezes, no ataque de raiva, a vontade é atacar a pessoa ou acabar com a situação que a está fazendo mal, porém, em fração de segundos, este impulso é freado.
Já no Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), são gerados na pessoa ataques de ira de forma descontrolada e agressividade repentina, podendo ser acompanhados de agressões verbais e físicas que duram cerca de 30 minutos e que podem prejudicar as pessoas que estão ao seu redor.
Antes de ter um ataque de raiva podem ser notados sintomas como dor de cabeça, tontura, náuseas e alterações da consciência. Depois é comum que a pessoa sinta remorso, culpa e vergonha. Esse transtorno é normalmente acompanhado por outros, como abuso de substâncias, depressão, TOC e fobia social.
Caso a pessoa seja realmente diagnosticada com TEI, o tratamento envolve sessões de psicoterapia para que ela possa identificar os principais gatilhos que levam aos ataques de raiva e conseguir se controlar. Além disso, também pode ser prescrito algum medicamento que aumente o nível de serotonina no sistema nervoso central. Ao seguir o tratamento corretamente, o transtorno é controlado, podendo voltar em alguns momentos, mas não com a mesma intensidade que antes. Por isso, não deixe de buscar ajuda.
Principais sintomas
É comum sentir raiva em situação de estresse como batidas de carro ou birra dos filhos, esse sentimento é normal desde que se tenha consciência e controle sobre ele, não havendo alterações bruscas para um estado de fúria e comportamento agressivo, no qual pode colocar em risco o próprio bem-estar e a segurança de outras pessoas.
No entanto, quando a agressividade é desproporcional à situação que desencadeou a raiva, pode ser um sinal do tratamento do transtorno explosivo intermitente, que pode ser caracterizado por:
. Falta de controle sobre o impulso agressivo; . Quebrar os próprios pertences ou os dos outros; . Suor, formigamento e tremores musculares; . Aumento dos batimentos cardíacos; . Ameaças verbais ou agressividade física a outra pessoa; . Sentimento de culpa e vergonha após os ataques.
O diagnóstico dessa síndrome é feito por um médico psiquiatra com base no histórico pessoal e relato de amigos e familiares, pois esse transtorno só é confirmado quando há repetição do comportamento agressivo por vários meses, o que sugere que esta é uma doença crônica. Além disso, é preciso descartar a possibilidade de outras alterações do comportamento, como o Transtorno da Personalidade Antissocial e o Transtorno da Personalidade Borderline. Entenda melhor o que é o transtorno de personalidade boderline.
Causas do ataque de raiva
Não se conhece a causa exata do ataque raiva, no entanto acredita-se que possa estar relacionado com fatores como familiares que possuem comportamento mais agressivo e impulsivo, alterações nos neurotransmissores e alterações na região do cérebro responsável pelo controle do impulso. Além disso, é comum que as pessoas com esse transtorno costumam ter um histórico de abuso físico e/ou sexual durante a infância e exposição a situações traumáticas, como acidentes graves ou desastres.
Como é feito o tratamento
Quando os ataques de raiva são frequentes e saem do controle, é recomendado que o psicólogo seja consultado para que sejam feitas sessões de terapia individual e/ ou em grupo, podendo ser aplicada a terapia cognitivo-comportamental para aprender não só a controlar a ira, mas, também, identificar as situações que podem provocar uma resposta mais agressiva. Além da psicoterapia, pode ser necessário nesse transtorno o uso de medicamentos antidepressivos e anticonvulsivantes, que ajudam no controle das emoções, diminuindo, assim, a agressividade. Você sente que possui crises de raiva no dia a dia? A raiva pode ser sintoma não só de transtorno explosivo intermitente, mas também de que algo não está bem na sua vida. Por isso, se você sente esse sentimento com frequência, o ideal é procurar um especialista em saúde mental para te avaliar de maneira individual.
https://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2022/07/23.06-destaque.png334513Joana Santiagohttps://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2016/04/JOANA-SANTIAGO-LOGO-300x120.jpgJoana Santiago2022-07-27 10:08:202022-07-27 10:08:20Quando a raiva vira um transtorno
Ainda falando sobre traição, vamos abordar uma outra forma que não é a conjugal, mas sim a interpessoal, como traição de um colega de trabalho e até do chefe! Já passou por isso no seu ambiente de trabalho? Como lidar com essa situação?
Esse tema é ainda mais delicado, enquanto em nossos relacionamentos pessoais podemos escolher as pessoas com quem vamos nos relacionar no mundo corporativo, não temos essa liberdade de escolha, mas independente de ter ou não afinidade com os nossos colegas de trabalho, precisamos interagir com eles e buscar uma convivência harmônica.
Trabalhar em equipe e de forma transparente são comportamentos cada vez mais cobrados dentro das organizações. Mesmo assim, os golpes baixos e as puxadas de tapete continuam a ocorrer em relacionamentos profissionais. Descobrir que um amigo/colega “confiável” fala mal de você é o jogo sujo mais comum no ambiente de trabalho.
Uma trapaça típica do profissional desatualizado é roubar ideias como uma ferramenta de competição. No mundo corporativo existe uma disputa de poder constante, o que leva algumas pessoas a crer que abusar de atitudes antiéticas em prol do próprio sucesso é um comportamento aceitável. Tal ideia é ultrapassada e está ligada à concepção de que o mundo é dos espertos!
Os motivos que levam a essa conduta variam da insegurança à desonestidade, passando pela leviandade dos envolvidos. Os golpes podem vir de colegas competitivos e inseguros ou de chefes arrogantes… sim chefes, alguns gestores acham que somente eles podem aparecer, atingir resultados e propor ideias. Uma situação muito comum é ser demitido para que o chefe coloque uma pessoa da confiança dele no lugar. Esse tipo de politicagem desleal ainda ocorre nas organizações, apesar de toda a evolução na gestão corporativa.
Em geral, isso ocorre quando um gestor inseguro ou desleal prefere ter a seu lado alguém que possa controlar, ou quando deseja deliberadamente beneficiar um amigo. A insegurança do chefe também aparece como estopim para uma traição.
Quando um funcionário começa a apresentar metas elevadas o chefe ou um colega de trabalho, ao invés de ficar satisfeito e feliz, pode se sentir ameaçado. Nesse momento, surgem outras formas de puxadas de tapete, como excluir o profissional de um projeto sem maiores explicações e impedi-lo de exibir seu trabalho ou fazer com que ele não tenha acesso aos níveis superiores. Um sintoma desse tipo de atitude é a exclusão. Marginalizar um subordinado é uma das armas tradicionais.
Você faz todo o trabalho e seu chefe não lhe dá crédito pelo resultado.
Pare e reflita: isso acontece só com você ou com outras pessoas também? Se é apenas com você, tem de conversar com o chefe. De maneira aberta e direta, discuta sua contribuição individual em relação aos resultados da área. Se possível, atrele a conversa a seu plano de desenvolvimento pessoal e busque apoio do RH.
Descobriu que um colega está falando mal de você?
Analise com calma a situação e indague pessoalmente, em tom de conciliação, o suposto detrator. Verifique se há mal-entendidos. Se a conversa não for suficiente, procure também o gestor. Com o chefe, seja claro e direto, citando dados, fatos e exemplos para ilustrar o quanto o comportamento da pessoa prejudica seu trabalho.
Você é excluído de um projeto sem justificativa.
Pergunte ao chefe o motivo de sua exclusão. Deixe claro que sua intenção é continuar fazendo parte do time nos próximos projetos, mas tenha em mente que podem existir muitas razões para a exclusão.
Como superar essas situações
Acima de tudo, evite entrar no jogo desleal, principalmente quando for provocado ou agredido. Não diga sim para tudo, imponha limites morais e éticos.
Manter a pontualidade no dia a dia, não se atrasar para reuniões e cumprir prazos em projetos. Se apresentar sempre de forma positiva e confiante. Manter a boa imagem profissional. Mostrar equilíbrio e liderança. Ser proativo em suas atividades, metas e, principalmente, vender suas ideias em reuniões de forma clara e convicta.
Apresente-se para seu novo gestor como profissional (histórico, experiências, passagens por outras companhias) e, o mais importante: não seja bajulador e não acredite em tudo que transita na rádio-peão, pois em momentos de mudanças o que não falta são informações desprovidas de fontes. Portanto, seja você mesmo e siga seu instinto.
Caso seja muito difícil encontrar uma solução, é possível fazer terapia para descobrir a opção menos agressiva para a sua saúde mental.
https://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2022/06/23.06-destaque.png334513Joana Santiagohttps://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2016/04/JOANA-SANTIAGO-LOGO-300x120.jpgJoana Santiago2022-06-22 10:00:002022-06-20 17:00:40Traição no ambiente de trabalho
A traição acontece quando alguém nos decepciona, quebrando uma expectativa ou regra estabelecida em relacionamentos amorosos. Além de prejudicar a relação, essa quebra de confiança pode trazer sentimentos negativos como raiva, tristeza, culpa e baixa autoestima.
A traição é uma perda. E, assim como oluto, há um processo psicológico de pesar que todos precisam passar para seguir em frente.
As experiências traumáticas de separação, traição e culpa são diferentes para cada pessoa. Seja como for, no momento em que há uma ruptura brusca da confiança, projetos, expectativas e sonhos são violentamente alterados. Isso faz com que o equilíbrio emocional e psicológico fique vulnerável a danos de médio a longo prazo.
A mente de quem é traído
Quando a traição acontece (e todos nós estamos sujeitos ou propensos a isso), tendemos a nos sentir TRAÍDOS, mas no sentido amplo da palavra, não só pela questão sexual, mas, principalmente, pela confiança e potencial destruição de projetos de vida elaborados em conjunto. Ou seja, por todos os bons momentos vividos ao longo da relação. Os estudos têm apontado (e tenho verificado isso diariamente no meu consultório) que quem é traído fica muito mais magoado pela descoberta da capacidade que o outro teve de arriscar todo um projeto de vida feito a “dois” por uma aventura qualquer. Mais ainda, por subestimar suas habilidades ao ponto de achar que nada daquilo seria descoberto. A pessoa traída costuma se sentir um lixo. Isso afeta toda sua vida, pois desconstrói todo um passado vivido. Detona toda a expectativa de futuro e dias melhores, mesmo que a relação siga em frente. Toda essa desconstrução causada pela traição dói exacerbadamente. Isso ocorre, pois, devido a decepção você passa a perceber que não conhecia seu companheiro tão bem como pensava. A partir daí você passa a sentir raiva não só de quem lhe traiu, mas também passa a sentir raiva de si e pode até considerar que – de alguma forma – você também é responsável por isso.
“A pessoa traída pode responder à traição de diversas maneiras. A sua forma de enxergar a situação depende do sentimento nutrido pelo parceiro e do estado do relacionamento. No entanto, mesmo que esteja péssimo, saber que foi traído nunca é fácil.”
A traição simboliza quebra de confiança e ausência de respeito com o próximo. Afinal, existem maneiras de melhorar o relacionamento e de terminá-lo sem causar tamanho sofrimento emocional ao próximo. Então, por que o parceiro escolheu machucá-lo dessa forma?
Quando a infidelidade acontece, o traído passa por um período de luto. Como algo muito importante é perdido, o pesar é semelhante ao de quando alguém amado morre. As emoções são tão intensas que podem causar um trauma emocional.
Além disso, as crenças da pessoa traída em relação aos relacionamentos podem sofrer mudanças radicais. Ela pode passar a desacreditar no amor, não ver mais sentido no casamento ou em relacionamentos longos, ou crer que é impossível confiar em alguém de verdade. Seus sonhos, planos para o futuro e expectativas também são danificadas bruscamente.
A mente de quem trai
A infidelidade geralmente é vista como coisa de pessoas imorais, más, insensíveis. Mas estudos têm mostrado que a verdade por trás de traições é mais complexa do que pode parecer. Para começar, traição não envolve só sexo. Quando se trata de infidelidade puramente sexual, a ocorrência média observada em estudos é de cerca de 20% dos casais. No entanto, a taxa aumenta para cerca de um terço dos casais quando se inclui infidelidade emocional. Muitos infiéis usam o sexo para satisfazer suas necessidades emocionais que não são atendidas. É por isso que se refugiam em uma situação onde acreditam que irão resolver essa necessidade, quando, na verdade, isso não acontece. Só aumentam a frustração e o desconforto.
Por sentirem desejo por outras pessoas, por monotonia ou por falta de paixão no próprio relacionamento, essas pessoas procuram por novas sensações. Elas decidem trapacear sem expressar essa necessidade aos seus parceiros. Porém, há algumas características que se encaixam na maioria dos casos de infidelidade:
Ciúme frequente: É uma contradição, mas isto ocorre. Os infiéis sentem que cometeram um erro e que o comportamento deles não foi correto. Eles mentem para os seus parceiros, e isso produz neles uma espécie de medo de que seu parceiro faça o mesmo, o que pode levar a um ciúme doentio. Algo que só existe na imaginação dos infiéis pela consciência culpada que os atormenta.
Emoções instáveis: As emoções passam a ser instáveis, muito extremas. O infiel facilmente se torna agressivo, controlador, inventa coisas que não existem. Isso só mostra o conflito mental que o infiel tem em sua cabeça e acaba por expressar emocionalmente.
Necessidade de dependência: O infiel, de repente, passa a depender de que sua parceira lhe diga o quanto ela precisa dele, o quanto ela o ama. Isto cria uma grande dificuldade na relação, causando estranheza. A parceira ou parceiro poderá começar a se sentir oprimido e desconfiado.
Ideias contraditórias sobre o amor: A infidelidade tende a mudar o conceito do que era, até então, estabelecido como amor. A pessoa começa a ter ideias para reviver a paixão sexual com seu parceiro, talvez experimentar coisas novas. O infiel começará, provavelmente, a mudar a maneira de ver as relações e começa a considerar a possibilidade de um relacionamento aberto ou de alguma outra forma. Preste atenção a estes sinais!
Apego e busca de companhia: Se a relação é quebrada pela infidelidade, o infiel, fervorosamente, sai à procura de outro parceiro. Há pessoas que precisam ter uma companhia para poderem ser infiéis.
Essas pessoas não procuram relações liberais. As consequências, novamente, serão o ciúme, a traição e o mesmo círculo vicioso de antes. Este tipo de relação não é nada saudável.
É possível perdoar um parceiro infiel?
O processo de superação da traição tende a ser longo para a maioria das pessoas. Dependendo das reações da pessoa traída, pode ser menos dolorido e demorado. Porém, dificilmente é feito sem, pelo menos, um pouco de dor emocional.
Como mencionei, são várias as razões que motivam as pessoas a serem infiéis. Apesar de termos o desejo de ver quem trai com maus olhos, é preciso lembrar que todos nós somos passíveis de cometer erros. Nem sempre a pessoa que trai quer arruinar a vida do parceiro ou fazê-lo sofrer.
São muitas as perguntas que rodeiam a infidelidade nos relacionamentos.
A verdade é que não existe uma resposta universal, capaz de satisfazer todas as pessoas que já foram traídas. Aceitar ou não que foi traído bem como perdoar ou não o parceiro são decisões que devem ser analisadas com calma, levando em consideração as emoções e os planos para a relação.
Perdoar não é o mesmo que conceder permissão ao parceiro para trair ou aceitá-lo de volta em sua vida. O perdão beneficia quem foi traído porque promove a libertação de emoções e de sentimentos desagradáveis, os quais fortalecem o apego da pessoa à situação dolorosa.
Além disso, quem perdoa o parceiro infiel tem todo o direito de expressar as suas preocupações e fazer mudanças (sensatas) na dinâmica do relacionamento até que a ferida seja curada.
Apenas não é legal aceitar o parceiro de volta e torturá-lo emocionalmente, fazendo-o sofrer por ter escolhido trair. É preciso ser honesto tanto consigo mesmo quanto com o outro ao perdoar. A vingança pode soar atraente na hora, mas não é o caminho certo para reconstruir a confiança perdida.
Se ambos os parceiros não têm essa intenção, a melhor decisão pode ser terminar o relacionamento. Ser traído certamente não diminui as oportunidades de reencontrar o amor de ninguém.
Agora, se quem traiu foi você, pedir perdão por ter causado sofrimento e conversar com sinceridade com o parceiro ou a parceira é a atitude mais honrosa nessa situação.
Caso seja muito difícil encontrar uma solução, é possível fazer terapia para descobrir a opção menos agressiva para a sua saúde mental. Conversar com um psicólogo também pode fazê-lo se sentir melhor, seja você o traído ou quem traiu.
O que você pensa sobre a infidelidade? Você pode acrescentar algo mais a este artigo sobre infidelidade? Esperamos as suas respostas e as suas opiniões sobre o tema.
Depois de dois anos de uma pandemia intensa e de reclusão social, todos nós estamos retornando aos ambientes escolares e de trabalho. E voltam todos enfrentando as consequências do isolamento nas relações sociais e na saúde emocional nesse período, e com questões que precisam ser avaliadas e superadas, além da atenção às novas formas de ensino e trabalho que surgiram nos últimos anos.
O Brasil foi o país que manteve escolas fechadas por mais tempo durante a pandemia. E além de trazer mudanças significativas para a rotina de crianças, adolescentes e suas famílias, esse fato também chamou atenção para a importância de se falar sobre saúde mental dos mais novos. Tristeza, medo, angústia, crises de choro: mais da metade dos jovens brasileiros disse ter sentido um ou vários desses sintomas ao longo dos últimos 18 meses.
Os casos de transtornos mentais nesse período subiram, de acordo com um levantamento feito pela Unicef, e as sequelas nesses grupos podem reverberar por muitos anos. Por isso, a entidade faz um apelo para que governos, educadores e familiares criem uma cultura de escutá-los com mais empatia.
Os mais novos foram prejudicados pelo tempo que ficaram longe da escola e dos espaços de convivência, e, no Brasil, muitos não tiveram nem a tecnologia como aliada para manter os estudos e a troca social em dia.
Crianças e adolescentes viram a renda familiar sendo diminuída, sentiram insegurança alimentar e o luto de perder alguém próximo. Passaram, então, a ter dificuldade de planejar o futuro.
Como acolher crianças e adolescentes
Vale dizer que a saúde mental dos jovens já era um problema global antes da pandemia. O suicídio é uma das principais causas de morte na adolescência no mundo. O isolamento só deixou essas questões mais a mostra.
Somos uma sociedade centrada no adulto, que dá pouco valor à fala da criança e do adolescente. Precisamos ouvi-las de forma mais empática e sem julgamentos. Precisamos mais do que nunca de acolhê-los.
Ansiedade e mudanças de comportamento
Entre os principais transtornos mentais, estudos apontam que a ansiedade tem sido mais recorrente entre crianças nesse período de pandemia.
Os principais sintomas das crianças ansiosas são, ainda, preocupações excessivas e expectativas descoladas da realidade, fixação em ideias negativas e dificuldade de memória e atenção.
Se os sintomas são persistentes e atrapalham a qualidade de vida da criança, o ideal é procurar ajuda.
Falar é difícil, mas ajuda
Muitos pais classificam certos comportamentos como naturais e decorrentes de fases da vida da criança ou jovem. Os desafios que os jovens encaram quando sentem necessidade de entender sua personalidade e individualidade para além da estrutura familiar, levam a uma internalização e a busca por mais contato com o grupo e menos com a família. Porém, o alerta para os pais deve soar quando há prejuízos grandes na interação, no sono, na alimentação ou um abuso de substâncias.
Saber se doar e escutar a criança e o adolescente, é essencial para o equilíbrio de uma vida familiar mais saudável.
Não é exagero dizer que a relação mãe e filho é uma das mais importantes da vida de todo indivíduo. Por ser o primeiro vínculo estabelecido pela criança, é ela que serve de base e, muitas vezes, que acaba determinando a maneira como vamos lidar com as pessoas em todas as áreas: no trabalho, no amor e nas amizades.
Você já deve ter ouvido inúmeras vezes sobre a importância do relacionamento com as mães. Filmes, novelas, livros e séries retratam isso com diferentes abordagens e a psicologia comprova essa máxima popular. Mas, por que será que devemos nos atentar tanto a esse vínculo? Porque, de fato, ele é determinante. A maneira como estabelecemos essa relação influencia diretamente a pessoa que seremos na vida adulta.
“A atenção materna é de extrema importância para o desenvolvimento psicológico. A mãe é quem oferece o cuidado, o carinho, o aconchego, o acolhimento e a atenção às necessidades do bebê”.
Tendo uma mãe cuidadosa o adulto se torna mais cuidadoso com sua saúde física e mental. São pessoas que se valorizam, pois foram valorizados, conseguem amar, pois foram amados. Os benefícios de manter uma boa relação mãe e filho são importantíssimos para o bem estar psíquico do indivíduo.
É muito comum encontrarmos mulheres que se questionam se são boas mães e esta é uma dúvida que traz consigo alguma dose de angústia e de sofrimento. O desempenho de vários papéis em simultâneo por parte da mulher, tais como de mãe, esposa, profissional, filha, dona de casa, pode trazer uma pressão psicológica excessiva que acaba por gerar sentimentos de falha e culpa.
Ser mãe é ser uma pessoa, uma mulher e como tal importa a sua realização pessoal e a busca do prazer em outras esferas da vida que vão para além da maternidade e que contribuem para a mudança, para a auto-descoberta e em última instância para o crescimento contínuo e renovador da mulher. A maternidade será tanto mais vivida na sua plenitude quanto mais feliz e realizada em outras áreas da sua vida. O investimento que a mãe faz em si enquanto mulher irá servir de modelo para a criança mais tarde, orientando-a na sua forma de relacionar-se consigo, com os outros e com o mundo.
Aspirar a ser a super-mulher e a super-mãe lá de casa que tudo faz e tudo resolve não passam de metas inatingíveis condenadas ao fracasso que apenas geram estresse e angústia. O bom funcionamento da dinâmica familiar não depende exclusivamente da mãe, mas também do pai (tutores envolvidos), mas dos próprios filhos e das condições e circunstâncias de vida. Entenda que quando falo de mãe e pai, não estou atribuindo somente ao casal, mulher e homem, falo dos pais responsáveis pela criação dos filhos.
Ideais de perfeição são conceções irrealistas e inimigas do bem estar emocional, pois resvalam inevitavelmente em situações de frustração e desilusão. As crianças não precisam de mães perfeitas para as amarem, mas sim de mães suficientemente boas, capazes de aceitar e de amar não só as qualidades pessoais, mas também as limitações e as fragilidades, ensinando os seus filhos a fazerem o mesmo, sem caírem na autocrítica permanente.
O que eu posso dizer para as mães:
Proteja seus filhos com conselhos, com argumentos, guiando, educando com valores, delimitando o bem do mal. Mas deixe que eles tomem decisões, caiam e se levantem. Não proteja demais. Não será uma mãe melhor se tirar o perigo da frente deles. Os problemas sempre vão estar aí, esteja você com eles ou não. Não dá para tirar as pedras do caminho deles, só dá para ensiná-los a evitá-las. Não se sinta responsável por seus fracassos. Eles precisam se equivocar, tomar decisões e lidar com a frustração. Muitas mães tentam ajudar para evitar que seus filhos se sintam frustrados. Terminam os trabalhos do colégio para eles, limpam seus quartos, levam a roupa esportiva que esqueceram em casa… Com isso, educam na irresponsabilidade, a não assumir as consequências de serem esquecidos, pouco organizados ou preguiçosos. Não fique amargurada se seu filho passa por maus momentos, eles vão aprender.
Tente evitar compensar o tempo que não pode passar com eles comprando coisas. Não há nada para compensar. Trabalhar e ter hobbies faz parte da plenitude de uma pessoa e você é mãe, mas também é uma pessoa. Só tente estar presente quando dedicar tempo a seus filhos. Isso significa comunicação, escutar, não pegar o celular enquanto está brincando, comendo e vendo um filme com eles. Deve desfrutar plenamente o que, neste momento, está vivendo com eles.
Faça com que respeitem seu tempo. Não é uma péssima mãe por ter um tempo para você mesma. Usar o banheiro sozinha e com trinco, ler um tempo sem ser interrompida por vozes do outro quarto, praticar seu esporte ou manter uma conversa privada com quem quiser sem ter seu filho perseguindo-a pela casa. Se educamos os filhos estando sempre disponíveis cada vez que nos procurarem, entenderão que eles merecem sempre nossa atenção e suas necessidades se transformarão em exigências. Eduque-os a ter paciência, saber esperar, que existem outras pessoas que também exigem nossa atenção.
Lembre-se de se valorizar não apenas pela relação que mantém com seus filhos. Você tem valor por muitas outras coisas. É grande, brilhante, imperfeita, engraçada, carinhosa, organizada, leitora, boa amiga, paciente e muitas outras virtudes que podem ter a ver ou não com a ideia de ser mãe.
Lembre-se: há espaço em nossas vidas para todos os tipos de sentimentos, nós apenas precisamos estar dispostas a perceber cada um e como eles nos afetam. Você pode hoje apenas sentir-se bem por vivenciar a felicidade de outras pessoas de forma estimulante para a sua vida. Do jeito que for, eu desejo a você um Feliz Dia das Mães.
https://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2022/05/18.02-destaque.png334513Joana Santiagohttps://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2016/04/JOANA-SANTIAGO-LOGO-300x120.jpgJoana Santiago2022-05-04 15:20:332022-05-04 15:20:34Mãe e filho: uma relação pra vida!
Nesta data comemoramos a Páscoa, um dia com um simbolismo muito especial, que vem revelar a ressurreição, a oportunidade de renovação pessoal de cada um.
É o momento de abrir os olhos e enxergar a vida de um novo ângulo. É compartilhar o auxílio desejado, a oportunidade de descobrir e ser descoberto, de oferecer e receber sorrisos, de reconquistar a paz e renovar as energias. É a chance de ter empatia, de troca de olhares e gentilezas. É a data que tanto desejamos receber e ofertar os tão esperados deliciosos ovos de Páscoa.
Na situação em que vivemos atualmente precisamos olhar além daquilo que estamos vendo. É um momento de passagem, assim como o significado da expressão “Páscoa”. É uma ocasião em que precisamos nos adaptar, ser solidários, ter fé e esperança.
Dentro de cada um de nós existe um grande poder de ressignificação. Nesta Páscoa venho propor que pare um pouco e dedique-se a você, se escute e cuide-se.
A Páscoa é o momento de reflexão, de renovação e paz.
Todos os dias uma celebridade ou influenciador digital é cancelado na internet. Campanhas propõem que essas pessoas sejam “anuladas” e percam fãs e seguidores. Mas, afinal, o que é a cultura do cancelamento?
Simplificando, a cultura do cancelamento é a ideia de tirar o apoio a um indivíduo, sua carreira, popularidade e/ou fama por causa de algo que ele disse ou fez que é considerado inaceitável.
Na maioria das vezes, as pessoas são “canceladas” porque são uma figura pública com influência sobre um grande público e o que eles fizeram ou disseram supostamente causou danos a uma determinada pessoa, grupo de pessoas ou comunidade. Por exemplo, muitos dos que foram “cancelados” receberam essa reação pública após acusações de atividades ou comentários violentos, sexistas, racistas, homofóbicos ou transfóbicos.
Alguns veem a participação na cultura do cancelamento como a maneira mais eficaz de responsabilizar figuras públicas, especialmente se nenhuma outra forma legal parecer estar funcionando. Ao trazer a queixa a público, força os empregadores do acusado e outros a enfrentar a situação e se distanciar do perpetrador. Em outras palavras, reequilibra a lacuna de poder entre aqueles com grandes audiências e as pessoas ou comunidades que podem ser afetadas negativamente.
Como surgiu
O movimento iniciado em 2017 por atrizes estadunidenses contra o assédio e abuso sexual, o #metoo – eu também, em português – foi considerado um marco para a cultura do cancelamento. A ação ganhou força nas redes sociais e propunha a exposição e o boicote de abusadores e assediadores. Em pouco tempo foi replicada em todo o mundo.
Em um ano, de 2019 até 2020, a palavra cancelamento foi citada quase 20 mil vezes na internet, segundo a pesquisa. No ano passado, ela foi mencionada mais de 60 mil vezes, o que representa um crescimento de mais de 200%.
Em vários casos, o cancelamento ultrapassa os limites digitais e afeta também a vida off-line.
O que faz alguém ser “cancelado”?
Atualmente onde a presença da tecnologia é cada vez maior e as redes sociais exibem um crescimento exponencial, o “cancelamento” de uma pessoa está diretamente relacionado ao seu comportamento. Isso significa que uma pessoa cancelada provavelmente agiu de maneira considerada errada ou fez algo que não é tolerado socialmente.
É válido ressaltar também que a maioria dos cancelamentos ocorre por conflitos de opiniões e pensamentos, devido à crença de que existe um “certo” ou um “errado” convencionado na sociedade. Dessa forma, as pessoas vítimas do cancelamento acabam sendo excluídas da sociedade por um determinado grupo de indivíduos, além de sofrerem linchamentos virtuais e sofrerem punições pelas ações praticadas. Algumas vezes, a ação de cancelar alguém é temporária, em que a pessoa que foi cancelada tem a oportunidade de mudar suas condutas e ser aceita novamente por determinado grupo social.
A youtuber Viih Tube conta que foi agredida na rua depois de ser cancelada na internet por causa de um vídeo, onde abre a boca do gato, que estava dormindo, e cospe dentro dele. As imagens correram pela internet e uma chuva de mensagens de ódio caiu sobre a adolescente que ficou deprimida. Na época, ela pediu desculpas ao público e disse que não era uma pessoa ruim. “A primeira vez que eu saí de casa depois de muita coisa que eu vivi dentro de casa…dificuldade de comer, de levantar, só chorava. Eu fui agredida por um homem na rua que eu nem conhecia, porque me viu pelo cancelamento ficou super irritado com o vídeo e literalmente me agrediu…foi uma coisa surreal que eu vivi no primeiro momento que eu quis pisar fora de casa”, conta.
Colega de Viih Tube em um reality show, a cantora Karol Conká também teve suas atitudes condenadas na internet e foi cancelada. A cantora foi eliminada com 99,17% dos votos, uma rejeição histórica, jamais vista na história do programa que tem mais de 20 anos de exibição. Ela contou, em uma entrevista concedida ao influenciador digital Spartakus, que além de perder seguidores, recebeu ameaças de morte e viu contratos serem cancelados. Apesar de afirmar que errou, a cantora ainda sofre com os efeitos do cancelamento.
“Eu, reconhecendo meu erro, parece que eu estou mentindo, parece que eu não sou merecedora de compreensão ou acolhimento. Então eu penso: todos esses anos eu trabalhando, eu me expondo, aí tive um deslize, cometi um grande erro de não controlar as minhas emoções, não controlar a minha ansiedade, não saber lidar sob pressão. Aí é como se não precisasse mais de mim. Eu me senti descartável”, afirma.
O cuidado com sua saúde psíquica foi tão importante, que a artista resolveu dividir as descobertas dessa experiência com o público em uma série chamada “Vem K Cuidar da Mente”, disponível na internet. Ao longo de seis semanas, ela conversou com especialistas da área de saúde mental, esclarecendo dúvidas sobre um assunto até então tabu, e que com a pandemia ganhou mais espaço na discussão pública. A série alcançou mais de 10 milhões de usuários, e o conteúdo teve 1,1 milhão de curtidas e mais de 25 mil comentários.
Afinal, a cultura do cancelamento é boa ou ruim? Por que ela existe?
A existência dessa cultura na sociedade, de forma geral e deixando de lado o fato de que cada país, região ou continente possui sua cultura, é uma regulação ainda pouco construída, e que possui muito poder concentrado. Por enquanto, o debate é se essa organização privada está dando conta de se sustentar.
Quando você cancela alguém, você está impedindo que a outra pessoa aprenda e reflita sobre porque o comportamento e as atitudes que ela cometeu não são aceitáveis. Isso não quer dizer que você deva se omitir ao discurso de ódio, a crimes ou a violações aos direitos humanos. Alertar sobre pensamentos e comportamentos que possam perpetuar discriminações é um caminho inteligente e possível para enfrentá-los.
É crucial entendermos que todos somos suscetíveis a erros, mas também temos a chance de melhorar como indivíduos. Ter essa compreensão é fundamental para não excluir outras pessoas, para estar aberto ao diálogo saudável e para a construção de um mundo mais inclusivo, em que as pessoas se respeitem.
E você, o que acha da cultura do cancelamento? Deixe aqui seus comentários!
https://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2022/04/18.02-destaque.png334513Joana Santiagohttps://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2016/04/JOANA-SANTIAGO-LOGO-300x120.jpgJoana Santiago2022-04-06 16:11:222022-04-06 16:11:23A Cultura do Cancelamento
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