A meditação pode ser usada para desenvolver a regulação da atenção, das emoções e para o crescimento pessoal.

Durante as últimas duas décadas, mais e mais cientistas estudam a atenção plena, um conjunto de práticas que nos ajuda a cultivar a consciência de nós mesmos e de nosso meio ambiente a cada momento. Suas primeiras descobertas desencadearam um enorme entusiasmo pela meditação. A prática pode ser usada para desenvolver a regulação da atenção, das emoções e para o crescimento pessoal. Ela pode ser relacionada com diferentes processos cognitivos, tais como a memória e a imaginação, e pode estar focada no próprio corpo, em outras pessoas ou conceitos abstratos.

Surgiu como uma prática de cunho religioso há cerca de 3 mil anos antes de Cristo. Porém, com o passar dos anos, foi se popularizando até chegar ao ocidente e ser alvo de diversos estudos sobre seus benefícios tanto para a saúde, o envelhecimento e até a produtividade.

Um dos estudos foi conduzido pelo Dr. Hebert Benson, que em 1967 descobriu que pessoas em estado meditativo usavam cerca de 17% menos oxigênio. Além disso, apresentavam menor pressão sanguínea e aumento na produção de ondas cerebrais. Ao invés de focar apenas no desenvolvimento espiritual, a meditação passou a ser utilizada como ferramenta para promover o relaxamento, obter mais saúde e afiar a mente.

O que realmente é meditação?

A meditação é um exercício de foco e concentração que promove relaxamento físico e equilíbrio mental de quem pratica.

Algumas linhas de meditação usam mantras como instrumento para entrar no estado de flow, enquanto outras focam em apenas observar a respiração.

Existem alguns tipos de meditação e um dos mais estudados atualmente é o da atenção plena, conhecido como mindfulness. Este tipo separou a parte mística e religiosa da prática vinda do Oriente, focando somente nas descobertas científicas sobre os benefícios da meditação. O foco está em prestar atenção às sensações do corpo, em especial à respiração para, assim, interromper a bagunça de pensamentos desordenados.

Existem vários tipos de meditação, mas, principalmente para quem está começando, somente alguns minutos, lugar tranquilo e silencioso e concentração na respiração serão necessários.

E principalmente: esqueça o conceito de meditação pelo esvaziamento da mente, simplesmente porque é impossível, pois não conseguimos interromper 100% o fluxo de pensamentos, mas sim direcioná-los.

Benefícios da meditação

Manter a mente concentrada e focada é pré-requisito para quem deseja atingir o máximo de resultados. A mente desfocada pula de um pensamento para outro. Além disso, mistura lembranças do passado com idealizações de futuro e, principalmente, nos tira do momento presente.

Você vive o ontem e o amanhã, mas o hoje fica esquecido, dando espaço para procrastinação. E se você sofre com esse problema, sabe o quanto pode ser frustrante viver deixando planos importantes para amanhã.

A meditação centraliza o nosso ser em um único ponto. Com isso, deixamos de nos preocupar com o que vem amanhã e focamos no agora. A prática se torna vital ao controle da ansiedade, condensando nossa consciência em momentos reais

Além de proporcionar uma mente atenta, um dos benefícios da meditação é a estimulação da criatividade e da capacidade de inovar.

A melhor coisa da prática é que ela é acessível a todos. Por isso, convido você a fazer um teste. Durante uma semana, separe 10 minutos de sua manhã para entrar em contato com sua respiração, observar o movimento desta no seu corpo e relaxar profundamente.

Faça o teste. Não tomará muito do seu tempo e os benefícios poderão ser sentidos logo nos primeiros dias. Vale a pena usar um pouquinho da sua paciência e força de vontade para começar. Você não irá se arrepender!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

É comum que as pessoas vivam crises existências em algum momento das suas vidas.

Quase todo mundo, em algum momento da vida, vai passar (ou já passou) por uma crise existencial. Essa sensação de perda do sentido e o constante questionamento sobre a própria existência traz ao indivíduo uma enorme angústia, que pode até desencadear ansiedade e atrapalhar o convívio social.

Existem cinco principais preocupações existenciais que vamos nos deparar em algum momento da vida: morte, significado da vida, isolamento, identidade e liberdade. Todas elas resultam do embate entre nossas motivações humanas básicas e a realidade ambígua que vivemos.

Mas afinal, o que nos faz passar por uma crise existencial? Que tipo de acontecimentos desencadeiam esse sentimento de dúvida e todos os conflitos internos que vivenciamos?

Uma crise existencial se refere a sentimentos de mal-estar sobre o significado, a escolha e a liberdade na vida. Quer seja referida como uma crise existencial ou ansiedade existencial, as principais preocupações são as mesmas: que a ideia é que a vida é inerentemente sem sentido, que nossa existência não tem sentido porque há limites ou fronteiras nela, e que todos devemos morrer algum dia.

A ansiedade existencial tende a surgir durante as transições e reflete a dificuldade de adaptação, muitas vezes relacionada à perda de proteção e segurança. Por exemplo, um estudante universitário que está se mudando de casa ou uma pessoa adulta passando por um divórcio difícil pode sentir que o alicerce sobre o qual sua vida foi construída está desmoronando. Isso pode levar a questionar o significado de sua existência.

Para os existencialistas, uma crise existencial é considerada uma jornada, uma tomada consciência, uma experiência necessária e um fenômeno complexo. Surge de uma consciência de suas próprias liberdades e como a vida vai acabar para você um dia.

Reconhecendo uma crise existencial  

Uma crise existencial tende a surgir a partir de algum acontecimento impactante e traumático. Porém, cada pessoa sente e age de forma muito particular e distinta diante dessas situações e, por isso, os sintomas, principalmente os de fundo emocional, podem variar bastante de acordo com as experiências de cada um e com momentos da vida. Portanto nesse momento, buscar ajuda profissional de um psicólogo é fundamental!

Ainda assim, certos sinais recorrentes apontam para o surgimento da crise existencial, sendo os mais comuns:

  • estafa mental
  • ansiedade
  • necessidade de isolamento
  • desânimo constante
  • pessimismo e insatisfação
  • alterações no apetite
  • sono desregulado
  • sentimento de incapacidade
  • ausência de objetivos e incertezas sobre o futuro
  • dúvidas e questionamentos sobre a própria personalidade

A crise de meia-idade

O termo crise da meia idade foi formulado por Elliott Jaques, um médico canadense, que descreveu as dificuldades emocionais que algumas pessoas costumam passar entre os 45 e 55 anos. Essa fase da vida pode ocasionar insegurança, ansiedade e baixa autoestima.

Essas dificuldades, que podem gerar uma crise existencial, são desencadeadas por diversos fatores:

  • alterações hormonais
  • crises profissionais
  • casos extraconjugais
  • síndrome do ninho vazio
  • morte de parentes ou amigos próximos

De qualquer modo, a crise da meia-idade se origina na mesma fonte da crise existencial,
o questionamento. Só que neste caso, a crise apenas aparece como o produto de um acúmulo de estresse e cobranças ao longo de anos, geralmente inseridos em um projeto pessoal de casamento, sucesso profissional ou comodismo.

Quando tudo isso é associado às expectativas concentradas sobre uma única pessoa, ou seja,  o(a) “provedor(a)” da casa, essa pressão pode levar inclusive a um desgaste mental profundo (burnout).

Como superar a crise existencial?

Algumas pessoas podem ter dificuldades de lidar com os sentimentos que essa fase desperta e com as questões que a envolvem. Diante dessa dificuldade, pode ser necessário buscar apoio psicológico através de psicoterapia. O trabalho do psicólogo, que é um profissional capacitado para orientar sobre a forma de lidar com os sentimentos e adversidades, ajudará a resolver problemas que parecem não ter solução.

De todo modo, é importante que a pessoa que se vê diante dos dilemas existenciais entenda que nunca será possível ter todas as respostas para todas as dúvidas e que não há problema nisso!

É fundamental entender as razões de todos os sentimentos conflitantes despertados na crise. A partir de disso se dá o primeiro passo rumo à solução de boa parte dos questionamentos e do reencontro com o equilíbrio emocional que ficou abalado em algum momento.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

“A sexualidade tem muito mais riqueza e complexidade do que imaginamos, pelo simples fato de ser a capacidade de um ser tão rico e complexo como é o ser humano”.
Julian Fernandez de Quero

SEXUALIDADE

A sexualidade um dos impulsos fundamentais por trás dos sentimentos, pensamentos e comportamentos humanos. Ele define os meios de reprodução biológica, descreve representações psicológicas e sociológicas de si mesmo e orienta a atração de uma pessoa por outra. Além disso, ele molda o cérebro e o corpo para que busquem o prazer. No entanto, por mais importante que seja a sexualidade para o ser humano, ela é freqüentemente vista como tabu, mas é necessário falar sobre esse assunto, porque o desconhecimento sobre ele só ajuda a perpetuar o sofrimento que milhares de pessoas vivem todos os dias.

A sexualidade humana se manifesta de várias formas, para falarmos sobre ela é importante primeiro, sabermos a diferença entre sexo, gênero, identidade de gênero e orientação sexual.

SEXO

É a parte biológica. Se divide em macho, fêmea e intersexo. Ele é definido pelos seus cromossomos e por características como os orgãos reprodutivos internos e externos. Curiosamente, o sexo biológico não é tão facilmente definido ou determinado como você poderia esperar, já que pessoa biologicamente intersexo pode nascer com características de fêmea ou de macho.

GÊNERO

Descreve o psicológico (identidade de gênero ) e o sociológico (papel de gênero) nas representações do sexo biológico. Desde muito cedo, começamos a aprender as normas culturais do que é considerado masculino e feminino. Por exemplo, as crianças podem associar cabelos longos ou vestidos com feminilidade. Mais tarde na vida, como adultos, frequentemente nos conformamos a essas normas nos comportando de maneiras específicas ao gênero: como homens, construímos casas; como mulheres, fazemos biscoitos ( Marshall, 1989 ; Money et al., 1955 ; Weinraub et al., 1984 ).

Como as culturas mudam com o tempo, as idéias sobre identidade de gênero também mudam. Por exemplo, as culturas européia e americana hoje associam rosa com feminilidade e azul com masculinidade. No entanto, há menos de um século, essas mesmas culturas envolviam os meninos de rosa, por causa de suas associações masculinas com “sangue e guerra”, e vestiam as meninas de azul, por causa de suas associações femininas com a Virgem Maria ( Kimmel, 1996 )

IDENTIDADE DE GÊNERO

Tem a ver com qual gênero você se identifica. Um indivíduo biologicamente macho pode se identificar com gênero masculino ou com o feminino e uma pessoa biologicamente fêmea também pode se identificar com qualquer um dos dois.
Transgêneros são pessoas com cuja identidade de gênero ou expressão dessa identidade, difere do seu gênero relacionado com seu sexo biológico. Um exemplo é uma pessoa biologicamente macho, mas que se identifica com o gênero feminino e se veste ou se comporta com o gênero feminino e vice versa.
Quando a identidade e expressão de gênero é coerente com o gênero atribuído a uma pessoa, a chamamos ela de Cisgênero.

Sexo e gênero são aspectos importantes da identidade de uma pessoa. No entanto, eles não nos falam sobre a orientação sexual de uma pessoa. 

ORIENTAÇÃO SEXUAL

Se refere à atração sexual de uma pessoa por outra. No contexto da orientação sexual, atração sexual se refere à capacidade de uma pessoa despertar o interesse sexual de outra ou, inversamente, o interesse sexual que uma pessoa sente por outra.

Ela geralmente se divide em orientação heterossexual, homossexual ou bissexual. Apesar dessas divisões, hoje em dia a orientação sexual é vista mais como continuo, variando de um extremo ao outro. Mas ela não é necessariamente fixa, e pode variar por diferentes razões.

Tanto a orientação sexual e quanto a identidade de gênero, costumam se manifestar desde cedo, independente dos pais ou pessoas próximas serem heterossexuais, homossexuais, transgêneros ou cisgêneros. Todas essas características da sexualidade são determinadas por muitas coisas, como herança genética passada pelos pais, o funcionamento das glândulas e hormônios do corpo, as primeiras experiências de socialização, a cultura vigente e as suas experiências de vida.

A nossa sociedade incentiva algumas orientações e identidades enquanto discrimina outras. Por isso, os pais de uma criança costumam incentivar ou reprimir as manifestações de sexualidade à partir das normais culturais com as quais eles concordam. E isso ocorre muito. Em nossa cultura assim como em muitas outras, homossexuais e pessoas com identidade diferente do seu gênero, são alvo de descriminação e violência. O pior que isso ocorre por motivos que estão além do controle da pessoa.

O sexo, a orientação sexual e a identidade de gênero, não são meras escolhas que fazemos. Uma pessoa pode disfarçar seus sentimentos ou tentar obedecer um certo padrão de sexualidade para ser melhor aceito ou evitar punições, o problema é que isso pode levar anos de sofrimento, frustração e até mesmo suicídio.

Expressar a própria sexualidade é uma parte fundamental no desenvolvimento psicológico saudável de qualquer pessoa. E a educação sexual, nesse sentido, tem muito a dizer. Através do conhecimento, ela abre o processo de conscientização para que cada indivíduo possa ser livre para decidir e escolher um modo de viver e desfrutar da sua própria sexualidade.

Busque ajuda e acolhimento.

Sou Joana Santiago – Psicóloga