Os tipos de liderança são fundamentais para que um líder possa gerir de acordo com a necessidade de sua empresa.

No texto anterior falamos sobre algumas características pessoais e adquiridas por quem lidera. Hoje vou mostrar quais são os tipos mais frequentes de liderança. É importante saber como influenciam o desenvolvimento de uma equipe.

Vale frisar que, se você está buscando um estilo ou pretende modificar seu modo de atuar como líder, não necessariamente precisa escolher entre um ou outro tipo de liderança. Ao desenvolver suas habilidades de gerenciamento, mesclar as características de um tipo e outro pode ser uma alternativa, já que há circunstâncias e equipes que respondem de maneira diferente a certos estímulos.

Sem contar que, dependendo do objetivo da empresa e das necessidades da equipe, os métodos de diferentes tipos de liderança podem trazer maior ou menor resultado, o que também justifica a importância de reconhecê-los.

Classificação dos tipos de liderança

1. Liderança Delegativa (laissez-faire)

Quando se exerce uma liderança delegativa, falamos do líder mais liberal ou sem intervenções. É uma espécie de gerente cuja tarefa principal é delegar. É especialmente eficaz naqueles grupos formados por pessoas muito capacitadas e motivadas, que estão apenas à espera de alguém que lhes dê a direção para ir em seguida.

O perigo do líder delegativo é gerado por situações nas quais sua atuação é necessária e ele escolhe não intervir. Isso afeta diretamente não só a produtividade, mas a motivação, uma vez que a falta de feedbacks sobre o desempenho e a qualidade do trabalho também acabam prejudicando sua atuação e limitando o seu crescimento.

2. Liderança Autocrática (foco no chefe)

Diferentemente do líder anterior, o líder autocrático é um líder intervencionista. O canal deste líder é unidirecional, já que apenas fala, mas não escuta o grupo que dirige. Por outro lado, costuma ser um líder muito controlador e que funciona especialmente bem naqueles grupos que, estando motivados, têm muitas dúvidas sobre como desenvolver as tarefas que lhes são confiadas.

O perigo deste líder é que pode ser realmente desmotivante para grupos mais experientes. O líder autocrático costuma abrigar um sentimento de superioridade frente às pessoas que lidera, uma contaminação que pode ser muito mais perigosa do que o alerta descrito acima. 

3. Liderança Democrática  (foco no líder e na equipe)

O líder democrático tenta elevar ao máximo a bidirecionalidade comunicativa. Lidera, mas sem esquecer da importância de ser sensível ao feedback que o grupo dá diante de suas decisões. Além disso, o que caracteriza esse tipo de liderança é o elemento consultor permanente.

É um bom líder para grupos preparados, mas que não contam com muita motivação. O fato de se sentirem ouvidos pode ser o melhor remédio para este déficit, aumentando assim substancialmente o interesse dos envolvidos, tanto pelos procedimentos como pelos objetivos.

4. Liderança Transacional

A liderança transacional se encontra focada nos objetivos. O líder adquire o papel de guardião da motivação do grupo. Ele opera concedendo recompensas ou impondo punições em função do desempenho ou do interesse dos membros do grupo.

Este tipo de líder, se for inteligente com sua tarefa, é bom para processos longos e tediosos nos quais o grupo não tem e nem encontra facilmente uma motivação ao que tem que realizar.

O perigo deste tipo de liderança está naquilo que circunda o objetivo, como o ambiente dentro do próprio grupo, que muitas vezes é danificado pela competitividade face a essas recompensas de que falamos (promoções, férias, flexibilidade, etc.). 

5. Liderança Transformacional

Tem o líder centrado na motivação do grupo, mas a partir da tarefa. Sua intenção é sim fazer com que o grupo alcance seus objetivos, mas sem menosprezar outros objetivos.

Grupos liderados dentro desse estilo costumam lidar com expectativas mais altas e desafiadoras e geralmente conseguem entregar ao líder um maior desempenho, devido ao comprometimento e satisfação na realização das tarefas.

Os pontos positivos desse estilo são a autonomia dada à equipe e o estímulo a pensar “fora da caixa”, que criam uma relação de confiança e união em torno de um objetivo. No entanto, em empresas onde haja uma visão mais tradicional e se valorize os processos existentes, a liderança transformacional pode não ser bem aceita.

Como desenvolver um estilo de liderança que leve ao sucesso?

Os tipos de liderança não devem ser taxados como melhores ou piores. Cada estilo de liderar pode ser mais ou menos adequado. Isso depende dos objetivos da empresa, área de atuação do negócio e do perfil da equipe, mas todos possuem seus prós e contras.

É certo que alguns tipos de liderança são mais bem vistos que outros. Porém, ser um bom líder não se limita exclusivamente ao estilo. Em um cenário de pandemia, cheio de incertezas e ambiguidade, executivos e gerentes precisam rapidamente aprimorar seu estilo de gestão, recorrendo ao coaching executivo e a psicoterapia. A natureza do trabalho mudou e a forma como se trabalha está diferente. Os colaboradores estão em home office, obrigados a ficarem em casa com os familiares e a lidar com toda a pressão desse momento, o nível de estresse aumenta, exigindo mais empatia das empresas. Fique ligado, pois vou falar sobre mudanças na forma de liderar na pandemia em um próximo texto.

Conseguiu identificar seu estilo de liderar ou já sabe qual tipo tem mais a ver com seus valores e habilidades? Então compartilhe esse texto nas redes sociais para que mais gente conheça os tipos de liderança!

Joana Santiago – Psicóloga

“Liderança é a capacidade de traduzir a visão em realidade ”
(Warren Bennis, estudioso no campo contemporâneo em Liderança)

Sabemos que a Psicologia estuda o comportamento humano e, por esta razão, falar em liderança é falar de desenvolvimento de comportamento, para que se aprenda a ser líder de verdade.

Os líderes de sucesso são frequentemente creditados com alta inteligência social, capacidade de abraçar mudanças, recursos internos como autoconsciência e autodomínio e, acima de tudo, capacidade de se concentrar nas coisas que realmente merecem atenção. Essas são habilidades desejáveis para todos os outros também.

As teorias de liderança dentro da psicologia geralmente enfocam as características dos líderes, mas algumas tentam identificar os comportamentos que as pessoas podem adotar para melhorar suas próprias habilidades de liderança em diferentes situações.

Os primeiros debates sobre a psicologia da liderança frequentemente sugeriam que tais habilidades eram simplesmente habilidades com as quais as pessoas nasceram. Algumas teorias mais recentes propõem que possuir certas características pode ajudar a tornar as pessoas líderes, mas que a experiência e as variáveis situacionais também desempenham um papel crítico.

Teorias comportamentais de liderança são baseadas na crença de que grandes líderes são feitos, não nascem. Enraizada no behaviorismo, essa teoria da liderança se concentra nas ações dos líderes, não nas qualidades mentais ou nos estados internos. De acordo com essa teoria, as pessoas podem aprender a se tornar líderes por meio do ensino e da observação.

As qualidades dos grandes líderes

Os líderes eficazes provavelmente compartilham alguns traços-chave de personalidade, incluindo sociabilidade, ambição e curiosidade – e esses traços podem ser mais relevantes para o papel do que a inteligência em si. Fatores ambientais, como educação e oportunidade, também desempenham um papel significativo.

Bons líderes nascem ou são criados?

Os pesquisadores estimam que a liderança compreende algumas características inatas, como extroversão, assertividade, empatia e inteligência social, mas também outras aprendidas através de treinamento, educação, autodesenvolvimento e experiência.

Como os bons líderes inspiram os outros?

Os líderes não podem se concentrar apenas em tarefas e estratégias; eles também devem prestar atenção aos relacionamentos e moral. Uma das melhores maneiras de fazer isso é promover uma cultura de gratidão, elogiando e agradecendo aos colegas pelo trabalho que fazem e pelas ideias que contribuem. Pesquisas constatam que os funcionários nesses ambientes são mais produtivos e tratam os clientes com mais cortesia.

Liderança durante a pandemia

Com a chegada do COVID-19, começamos a viver um momento diferente, incomum e cheio de incertezas. Do dia para a noite tivemos que nos adaptar a uma nova realidade de convívio social. A adaptação também se estende para nossa forma de trabalhar, administrar o tempo e nossos lares. Muitos gestores e líderes têm agora o desafio de gerenciar suas equipes à distância e se reinventar à partir desta nova realidade.

Liderar sem saber como será o dia de amanhã exige coragem para expor vulnerabilidade e ousadia para envolver todos. Cabe ao RH da empresa promover um ambiente flexível, com diretores dispostos a romper barreiras hierárquicas e a descentralizar a tomada de decisão, permitindo que os funcionários falem o que pensam.

Escuta e diálogo são ferramentas fundamentais nesse período e praticar diariamente é essencial, não só para os negócios, mas para acolher angústias e gerar empatia. E para a ter fala é necessário transparência e direcionamento dos gestores. 

Compartilho aqui uma frase do autor Simon Sinek que traz um grande estudo sobre liderança em seu livro “Líderes se servem por último”: 

“A liderança não é a licença para fazer menos; é a responsabilidade de fazer mais. Liderar dá trabalho. Consome tempo e energia. Os efeitos nem sempre são medidos facilmente, e nem sempre são imediatos. A liderança é um compromisso com seres humanos.”

Joana Santiago – Psicóloga

Geralmente a timidez é uma característica bastante comum em nossa personalidade,
mas se sair do seu controle gerando uma ansiedade social, procure ajuda.

A timidez em si não representa necessariamente um problema na vida das pessoas, trata-se de uma característica. Todo mundo tem algum nível de timidez que pode variar dependendo da situação. O maior problema é que vivemos em uma cultura que valoriza características como ser sociável e extrovertido e isso nos faz sentir desconforto.

Timidez é uma característica de personalidade e não é a mesma coisa que introversão. A introversão se relaciona com menor necessidade de interação social, enquanto a timidez envolve um desconforto e receio com essa interação. Uma pessoa muito tímida pode evitar o contato, mesmo que queira muito interagir, bem diferente de uma pessoa só muito introvertida, que geralmente tem menos vontade de se relacionar com os outros, mas não vai ficar necessariamente tão nervosa ao interagir.

A timidez tem suas vantagens, sabia?

Pessoas mais tímidas tendem a ser mais atentas, sensíveis e melhores ouvintes em relação às outras pessoas. Elas também podem ser mais criativas. Por exemplo, grandes cientistas como Charles Darwin e Albert Einstein eram conhecidos como pessoas pouco sociáveis e mais introvertidas, e foi a partir de longas horas de estudo e isolamento social, que ambos conseguiram revolucionar a visão que temos hoje da vida e do universo.

Existem evidências de que predisposições genéticas tornam as pessoas mais propensas a desenvolverem a timidez, mas as experiências de vida também podem impactar muito nesse aspectos da personalidade.

Algumas pesquisas em neurociência sobre pessoas mais tímidas indicam que talvez essas pessoas sintam tanto as emoções positivas quanto as negativas de maneira mais intensa do que os outros. Essa maior sensibilidade emocional pode ser uma das razões pelas quais as pessoas mais tímidas sentem maior desconforto em interagir com um estranho e, por isso, evitam esse tipo de situação. Em níveis extremos, a timidez pode tomar a forma da condição conhecida como ansiedade social. Já falamos sobre ansiedade social aqui no blog, mas essa é uma condição na qual o medo de viver certas situações sociais restringe a pessoa.

Uma condição mais grave é a que chamamos de Transtorno de Personalidade Esquiva, que se apresenta no início da fase adulta e faz com que a pessoa se sinta extremamente inibida em interagir com os outros, tenha a autoestima baixa e medo de ser vista de forma negativa nas mais diversas situações. Apesar da semelhança com a ansiedade social, a maior diferença é que ele se refere a um padrão mais rígido, difuso e duradouro de evitação social. Alguns cientistas criticam a divisão dessas condições por acharem que as diferenças entre elas são pequenas.

Embora não incomode alguns, a timidez representa sim um grande incômodo na vida de muitos que gostariam de ser relacionar melhor com os outros.

Uma maneira de reduzir a timidez é através da psicoterapia ou do treinamento de habilidade sociais, algo que pode ocorrer dentro da própria psicoterapia. Habilidades sociais são comportamentos e atitudes que precisamos aplicar para interagir com os outros, como conseguir começar, manter e terminar conversas; expressar sentimentos; saber dar e receber elogios e críticas, além de várias outras coisas.
Na psicoterapia tanto o treinamento em habilidades sociais como a exposição gradativa, além de outras ferramentas, podem ser usadas para a pessoa se sentir mais satisfeita com suas interações sociais.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Esquizofrenia, estigmas e preconceitos.
Isolamento é um dos sintomas. Conheça algumas informações sobre a doença que afeta quase um milhão de brasileiros.

Semana passada falamos sobre transtornos psicóticos e algumas pessoas me perguntaram sobre a Esquizofrenia.
Acho que nenhuma outra doença está envolta em uma aura tão misteriosa e mística quanto a esquizofrenia. As dúvidas mais comuns são: pessoas com esquizofrenia ouvem vozes? pensam em coisas peculiares? são mais perigosas? Infelizmente, essas perguntas dão lugar a uma quantidade incrível de conceitos absurdamente errôneos.

Neste texto me proponho tentar desmistificar algumas informações incorretas que circulam por aí sobre a questão.

1. É possível identificar sinais que podem indicar o surgimento da esquizofrenia?

Sim. Em geral, 80% das esquizofrenias começam por um certo alheamento em relação às circunstâncias que rodeiam o paciente. São sintomas que causam menos impacto nos outros – isolamento, olhar perdido, indiferença. É uma fase caracterizada por muita tensão e ansiedade. A pessoa sente que algo está acontecendo, mas não sabe dizer o que é. O quadro de alucinações e de delírios, que chama mais atenção, surge mais tarde.

2. O consumo de drogas pode estar associado ao surgimento da doença?

Sim. Sabe-se que alguns agentes são gatilhos importantes para o início das alterações cerebrais e para o posterior aparecimento dos sintomas da doença. O uso de drogas e o tabagismo estão entre esses fatores de risco.

3. Pessoas com o transtorno perdem a capacidade de ter emoções?

Não. Os pacientes com esquizofrenia seguramente sentem, mas têm dificuldades de expressar seus sentimentos. Por isso as pessoas tendem a interpretar que eles não possuem mais a capacidade de ter emoções. No seu íntimo, no entanto, sofrem com essa limitação.

4. A esquizofrenia impacta a vida sexual do paciente?

Sim. Neste aspecto, o paciente com esquizofrenia é impactado pelo mesmo estado de outros que não sofrem com a esquizofrenia e apresentam um humor deprimido e desmotivação, que causa a perda da libido, a vontade e o interesse pelo prazer. Mesmo que as condições fisiológicas, hormonais e vasculares estejam em perfeito funcionamento, o desejo sexual fica comprometido e deixa de ser acionado quando há um problema no psiquismo.

5. O interesse por temas exóticos é uma característica da doença?

Sim. Alguns pacientes com o transtorno podem apresentar interesse por temas exóticos, místicos e religiosos, assim como qualquer outra pessoa. A diferença, neste caso, é que o assunto passa a dominar o dia a dia do paciente. A ocorrência de dúvidas sobre sua existência também é comum no início dos sintomas.

6. Pacientes com esquizofrenia são desatentos e têm dificuldades de memória?

Sim. As pessoas com tendência de desenvolver o transtorno podem apresentar problemas de concentração, memória e de aprendizado, que levam a uma diminuição da capacidade de raciocínio lógico. Apresentam também sintomas de ansiedade, como palpitações, taquicardia, falta de ar e inquietação. Por esse motivo, muitas vezes a esquizofrenia é confundida inicialmente com depressão ou outras desordens como pânico e transtorno obsessivo-compulsivo.

7. Mudanças na aparência e nos cuidados com a higiene são comuns na esquizofrenia?

Sim. É possível que o paciente seja negligente com a higiene básica por apresentar um quadro de desmotivação, passando a vestir roupas inapropriadas ou sujas. Além disso, o paciente também descuida da alimentação.

8. A violência é um comportamento constante do transtorno?

Não. Pessoas com esquizofrenia podem ter momentos de agressividade, quando em crise, mas em 93% dos casos, não são violentas. Geralmente, quando ocorre, um episódio violento está relacionado a alucinações que induzem o paciente a agir de modo agressivo. O que ocorre mais frequentemente é que pacientes com esquizofrenia, principalmente aqueles que vivem como habitantes das ruas, sejam vítimas da violência urbana.

9. O objetivo do tratamento é acalmar o paciente?

Não. A cessão dos sintomas é um dos aspectos relacionados ao tratamento da esquizofrenia, mas a abordagem deve visar a retomada da funcionalidade do paciente para o restabelecimento da sua vida social. Por isso, quanto mais precocemente a esquizofrenia for tratada, menos danos trará ao paciente. 

10. A esquizofrenia é uma condição de difícil tratamento?

Não. Nas últimas décadas houve grande avanço no tratamento da esquizofrenia. A psicoterapia aliada a medicação é a base do tratamento. Tanto para controlar uma crise na fase aguda da doença, como ajudar a prevenir recaídas, com o uso de medição por um longo prazo. Apesar desta necessidade de tratamento prolongado ser bem reconhecida pelo médico, frequentemente não é sempre bem aceita pelos pacientes, que acabam interrompendo a medicação, já que se sentem bem e não veem motivo para continuar tomando o remédio.

Se ainda estiver com alguma dúvida, entre em contato.
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Sou Joana Santiago – Psicóloga

Inconscientemente algumas pessoas não se permitem conquistar ou realizar coisas que desejam e sonham.

Ao longo da vida, diferentes objetivos, sonhos e vontades fazem parte do dia a dia do ser humano. Porém, motivações variadas podem fazer com que um indivíduo coloque empecilhos para realizá-los. Essa prática também é conhecida como autossabotagem.

Se você tem a impressão que tem algo ou alguém atrapalhando seus objetivos esse pode ser o caso. “Assaltar” a geladeira em momento de reeducação alimentar, desligar o despertador e não acordar para realizar sua atividade física, entre outros, podem ser sinais de autossabotagem. Pode parecer que estamos sempre tentando dar o nosso melhor e evoluir, mas nem sempre permitimos mesmo que isso aconteça. 

A autossabotagem é quando “puxamos o nosso tapete”, colocando obstáculos no que buscamos e criando justificativas para um resultado ruim, antes mesmo de acontecer. 

Se você tiver que estudar para uma prova e, de repente durante a semana, o videogame ou a nova temporada da série que você acompanha podem parecer mais atrativos, a chance de estudar diminui muito. É nesse momento que a autossabotagem acontece, quando nos comportamos de uma forma que praticamente garante que o desempenho será prejudicado, o que não precisa ser uma atitude tão premeditada ou que leva tantos dias para se concretizar.

Na autossabotagem por afirmação a pessoa começa mentalizar o fracasso logo antes de agir, como reclamar que está se sentindo mal, cansada ou algum estado que pode prejudicar seu desempenho antes mesmo de entrar numa competição. Parece estranho, mas não é proposital e existe uma razão para isso: é a proteção. Quando temos medo de falhar e não sabemos lidar com isso, a autossabotagem é o recurso mais utilizado para nos protegermos do fracasso.

Se uma pessoa tem um desempenho ruim em uma prova sem ter estudado, a falha está explicada, agora se a  pessoa estuda bastante antes da prova e mesmo assim, tira uma nota baixa, não dá para justificar da mesma forma e falhar depois de fazer muito esforço pode nos fazer pensar que nós somos o problema ou que não conseguimos fazer aquilo. 

Além de proteger quem se sabota, a autossabotagem pode ser usada para justificar um mau desempenho para os outros.

Se a autossabotagem estiver muito alta, a autoestima normalmente está baixa, o que pode fazer a pessoa se prender num ciclo negativo de sucessivas autossabotagem, evitando que entre em contato com o que realmente está incomodando. 

Agora a propensão à sabotagem varia de pessoa para pessoa, em parte por diferenças de personalidade. Pessoas mais ansiosas e com autoestima mais baixa tendem a se sabotar mais, e o mesmo acontece com pessoas com baixa autoeficácia, que são aquelas que não acreditam que possam ter um bom desempenho. 

As pesquisas neurocientíficas ainda estão recentes sobre as bases neurobiológicas desse tipo de comportamento. Um dos estudos nessa linha mostrou que as pessoas que têm a tendência maior de se autossabotar, têm uma região maior no cérebro que normalmente se ativa quando tentam inibir sentimentos negativos do que em outras pessoas, o que faz todo sentido considerando que a autossabotagem é uma forma de proteção contra esses sentimentos.

A mudança do comportamento e diminuição da autossabotagem ocorre quando uma pessoa tem consciência da importância de estar aberta para vivenciar o processo de autorreflexão proposto pela terapia e se reconhece como o agente responsável pelas mudanças em sua vida. Outro ponto importante é começar a observar os objetivos e planos que estão sendo impactados em sua vida e, se em algum deles, você está contribuindo para isso.

Precisando de ajuda, deixe seu comentário no post que entro em contato.

Joana Santiago – psicóloga

A qualidade da nossa vida é resultado direto da qualidade dos hábitos que adquirimos ao longo de nossas experiências.

Muita gente sofre por anos para desenvolver certos hábitos, como praticar exercícios regularmente ou para se desfazer de outros como comer muito. Eles são adquiridos por meio da repetição: quanto mais você repete um determinado comportamento, mais automático esse comportamento se torna e mais reforçado fica o caminho que ele utiliza para comunicar a você que deve se manifestar.
Porém, a formação dos hábitos não tem filtros, ou seja, se você quiser começar a correr 5km todas as manhãs ou se você quiser comer muita massa toda noite, ainda que um hábito seja benéfico e o outro nocivo, com a repetição, ambos se tornarão hábitos.

Você tem o seu cérebro racional, consciente, que é capaz de te avisar que comer muito carboidrato toda noite, por muito tempo, é arriscado e prejudicial a saúde. Isto não o impede de repetir o comportamento, que se tornará um hábito. A amígdala, responsável por armazenar os hábitos, registra essa informação independente de ser boa ou não.
Em outras palavras, um hábito é algo que você faz repetidamente e regularmente, sem sequer pensar em fazê-lo.

Formação de Hábitos

O processo de transformar um hábito mudando de comportamento é possível e também acontece pela repetição. A formação de um hábito ocorre em um processo de três etapas.

1 – O primeiro passo é o gatilho ou sugestão que diz ao seu cérebro para entrar no modo automático. Esta é a parte da tomada de decisão do seu cérebro.

2 – O segundo passo é a rotina ou o próprio comportamento. Neste momento ocorre uma interação em seu cérebro entre a tomada de decisão e suas as emoções com este comportamento.

3 – O terceiro passo é a recompensa ou celebração!  É o que reforça seu cérebro a se lembrar desse comportamento no futuro.

A antecipação criada pelo gatilho, a persistência da rotina e o desejo pela recompensa formam, então, o hábito.

Cuidado com os hábitos negativos

Precisamos ser fortes às tentações para não deixar os hábitos negativos invadirem nossas vidas. Mas se os adquirirmos, mudá-los pode ser muito demorado e difícil e, diferente do que muitos pensam, isso não tem necessariamente a ver com o desejo duradouro da pessoa continuar realizando a ação antiga e prejudicial com falta de força de vontade.

O problema, muitas vezes, é que o hábito indesejado continua sendo ativado automaticamente por pistas contextuais, levando a pessoa repetir espontaneamente o hábito, o que é conhecido como autossabotagem. As pistas contextuais podem ser: locais, outras pessoas ou ações prévias da própria pessoa.

Uma forma de enfrentar isso é tomando o controle da sua exposição às pistas contextuais. Por exemplo, nessa quarentena, você pode organizar sua cozinha de modo que os alimentos saudáveis fiquem mais visíveis e acessíveis do que outras comidas. Reorganizar seus ambientes cotidianos, pode ser a hora certa de se livrar de pistas contextuais problemáticas.
Tão importante quanto achar formas de enfraquecer hábitos indesejados é estimular novos hábitos. A fórmula básica para isso é a que envolve a repetição de uma ação em um contexto estável seguida de recompensas.
A repetição com recompensa é essencial. Ir à academia tendeu a ser tornar algo automático para as pessoas dentro de seis semanas desde que elas consigam frequentá-la ao menos quatro vezes por semana e sintam a recompensa do esforço.

Lembretes eletrônicos e aplicativos podem te ajudar na formação de novos hábitos, mas eles podem te prejudicar desestimulando a formação espontânea já que, o lembrete externo, dispensa a necessidade de automatizar o hábito na sua cabeça.
Usar o nosso foco de forma consciente, criando hábitos positivos e sabendo dos seus benefícios para as nossas escolhas, é um caminho para afastar as consequências desastrosas que um hábito negativo pode gerar na nossa vida.
As pessoas tendem a subestimar a influência dos contextos nos seus hábitos, os que as tornam mais vulneráveis ainda a essa influência. Observar melhor os contextos dos quais você vai estar, pode te ajudar muito a controlar seus próprios comportamentos indesejados.

Se gostou do tema de hoje, comente aqui, posso escrever outros textos falando mais sobre hábitos.
Caso você esteja enfrentando muitas dificuldades para lidar com algum hábito indesejado, entre em contato comigo.

Joana Santiago – psicóloga

Homem oriental usando máscara de proteção na rua com outras pessoas andando por trás dele
A sociedade pós-coronavírus pode ser a oportunidade para criar padrões melhores de comportamento, só depende de nós.

O coronavírus é a ameaça global mais séria no mundo atual e que envolve um alto grau de incertezas nas pessoas, principalmente quando pensarmos em: como será nosso dia a dia depois da quarentena?

É certo que teremos que retornar nossas vidas aos poucos e se você é do tipo que está muito ansioso pelo fim da quarentena achando que poderá começar do ponto que ela parou, sugiro calibrar as expectativas, pois mesmo que esse período acabe o mais rápido possível não voltaremos ao mesmo ponto. Nesse exato momento, estamos vivendo uma mistura do que não é mais com o que não existe ainda. Uma fase marcada por transição e incertezas e para algumas pessoas, algo maior, o estresse pós-traumático

O distanciamento social imposto pelo governo aos cidadãos desperta uma série de reflexões. Se antes boa parte do nosso tempo era gasto indo e voltando, hoje estamos dentro de casa, com um tempo extra que simplesmente muitos desconheciam. Se a semana era dividida entre cinco dias de trabalho e dois de lazer, hoje trabalhamos em home office com reuniões importantes acontecendo até nos feriados através de aplicativos de videoconferência. Ou seja, os padrões industriais que nos foram ensinados começam a perder sentido.

Estamos sendo obrigados a conviver mais com a família do que com os colegas de trabalho ou faculdade. Somos obrigados a cozinhar em casa, em vez de irmos a restaurantes. Somos estimulados a buscar alternativas de entretenimento e atividade física sem sair das nossas salas. Somos obrigados a assistir aulas online sem sair do quarto. E, dessa forma, muitas coisas que mudaram durante a quarentena vão deixar de ser passageiras para se tornarem fixas nesse novo formato de convívio social. Maneiras de se comunicar, trabalhar, oferecer serviços e muito mais.

Em 1999, quando o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em 2017, lançou o livro Modernidade Líquida, não se podia imaginar um vírus capaz de paralisar o mundo. Ainda assim, naquela época, ele já havia notado que o século XXI não seria mais como o século XX. Segundo ele, antes, os valores se transformavam em ritmo lento e previsível. Tínhamos algumas certezas e a sensação de controle sobre o mundo – sobre a natureza, a tecnologia, a economia. Mas, acontecimentos da segunda metade do século XX, como a instabilidade econômica mundial, o surgimento de novas tecnologias e a globalização, criaram um mundo líquido, no qual as coisas são tão rápidas e efêmeras que não há tempo suficiente para se solidificar.

Nessa passagem do mundo sólido para o líquido, Bauman chama atenção para a liquefação das formas sociais: o trabalho, a família, o engajamento político, o amor, a amizade e, por fim, a própria identidade. Essa situação produz angústia, ansiedade constante e o medo líquido: temor do desemprego, da violência, de ficar para trás, e principalmente de não se encaixar mais nesse novo mundo que muda num ritmo cada vez mais veloz. A pandemia do novo coronavírus só intensificou e deve continuar intensificando esse processo. 

Dependendo de quais experiências passadas no confinamento, positivas ou negativas, podemos seguir a vida normalmente depois de um tempo ou começar a apresentar sintomas de ansiedade, ter crises de pânico, depressão. 

Por mais que, nesse momento, a maioria sinta que assim que a quarentena for suspensa voltaremos para as ruas a fim de tirar o atraso, pode ser que não seja bem assim, pois ainda teremos que usar medidas de proteção contra o vírus. E, mesmo que isso aconteça, mas por um curto período de tempo. A maioria irá analisar sobre a real necessidade de determinadas atitudes nossas e das instituições.

Para mim está bem claro que a crise causada pela pandemia vai provocar uma profunda reestruturação econômica, social, organizacional e de fato, uma nova sociedade irá nascer a partir de 2020.

Torço para que seja muito melhor.

Joana Santiago – psicóloga


Diante da ameaça do contágio, instabilidade financeira e privação da liberdade, restou uma sensação de perda, que está ligada com o processo de luto.

Com a mesma velocidade que o novo coronavírus se espalhou pelo mundo, o número de infectados e de mortes também acompanha esse crescimento. Infelizmente, o sentimento de vulnerabilidade toma conta de todos nós e mesmo que não seja com uma pessoa próxima, nos perguntamos: como vou encarar a dor pela perda de um ente querido nesse momento de quarentena?

O luto nada mais é do que uma resposta a algum vínculo que se rompe, deixa de existir e gera um estado de desamparo. Independentemente do tipo de perda, cada indivíduo vivencia essa condição dentro de seus próprios recursos e limitações.

A verdade é que podemos nos esforçar para definir o que é luto, mas nenhuma definição será perfeita, porque ele é extremamente particular e individual. Cada um elabora o sofrimento, a desestrutura, a ideia de fim, de modo singular.

A importância do apoio emocional

Sempre insistimos na importância dos rituais de despedida e de estar presente na vida do enlutado. As barreiras que vivemos agora, com o distanciamento físico imposto pela Covid-19, nos fizeram pensar – e agora?

Tudo é absolutamente novo mas, ao mesmo tempo, há coisas que não mudam: os rituais de despedida são essenciais, ainda que tenhamos de criar novos para esse momento de exceção. Estar presente fisicamente na vida do enlutado talvez não seja possível, mas o carinho, a atenção e a presença podem acontecer de outras formas. Mesmo que à distância, manifeste sua presença: ligar, enviar mensagens, mandar e-mails, serviços de entrega de comida (nas duas primeiras semanas é muito importante) e conversar por vídeo podem ser alternativas interessantes.

Na perda de alguém querido os sentimentos recorrentes são: ansiedade, confusão mental, sensação de impotência, altos e baixos de humor e sentir-se perdido. É muito importante nesse processo você acolher os sentimentos, não se culpar por senti-los e dar a atenção que eles precisam, expressar o que sente com pessoas próximas, buscar prazer nas pequenas coisas e procurar focar no presente (praticar meditação, dançar, brincar com as crianças, etc), controlar o que você pode controlar (lavei as mãos? passei álcool? coloquei a máscara?), organizar uma rotina diária que inclua atividades produtivas, de auto-cuidado e de relaxamento e praticar a compaixão.

Ser flexível é importante já que cada um vivencia e lida com esses sentimentos de forma diferente e, com isso, varia o tempo que cada um passa por este processo. Praticar a tolerância com quem compartilha a quarentena com você é essencial. Tenhamos esperança, sabemos que o mundo virou do avesso de repente, mas assim como no luto, acredito que um dia sairemos da tormenta, diferentes do que entramos e inevitavelmente transformados.

Em muitos casos é necessário ajuda profissional para promover a memória saudável – como uma saudade que não encerra o luto, mas o transforma numa compreensão superior – e para acolher a pessoa neste momento difícil. 

Fique bem, fique em casa!

Joana Santiago – psicóloga

Saúde mental e quarentena
O descontrole emocional provoca descargas de hormônios que alteram o funcionamento do corpo e afetam a nossa imunidade.

À medida que a pandemia de coronavírus (COVID-19) varre o mundo, ela causa preocupação, medo e estresse generalizados, reações naturais e normais às mudanças e incertezas em que todos se encontram. A questão é, como cada um de nós enfrenta é como gerenciamos e reagimos à situação estressante que se desenvolve tão rapidamente em nossas vidas e comunidades.

A saúde emocional pede atenção em momentos de crise, principalmente, àqueles que já apresentavam um quadro emocional instável, que podem desencadear ansiedade e depressão. O stress pós-traumático pode acometer com qualquer pessoa, quando submetidos a uma situação como a que vivemos agora, e principalmente os profissionais da saúde que estão diretamente ligados a doença. Quem tem perfil obsessivo-compulsivo pode exacerbar os pensamentos e os rituais característicos. Além disso, agressividade, irritabilidade, insônia, uso abusivo de bebidas alcóolicas, inapetência ou comer compulsivamente são alguns dos quadros que também podem ocorrer.

Infelizmente essas são as respostas de nossa mente para a tão temida pandemia que se desenha no cenário mundial. Como estamos recebendo uma enxurrada de notícias, as pessoas se sentem inseguras e sem ter muita certeza do que pode realmente ser real, a sensação mais comum é a falta de controle, incerteza com os dias futuros e uma instabilidade relativa a tudo e a todos. Pessoas infectadas ou com suspeita podem, pelo desespero, apresentar comportamentos impulsivos e até evidenciar tendências suicidas.

Cuide da sua saúde mental

Divulgar nossos sentimentos nos ajuda a gerenciá-los, pois falar em voz alta diminui seu impacto sobre nós. Essa atitude também nos ajuda a nos conectar a compartilhar com outras pessoas que estão se sentindo da mesma maneira. Isso normaliza nossos sentimentos e nos ajuda a ter mais apoio. Neste momento, precisamos ser autênticos e gerenciar nossas próprias emoções. 

Enquanto pessoas infectadas estão de quarentena, muitos de nós, estamos em distanciamento social e ficaremos sozinhos mais do que estamos acostumados. Esse é um bom momento para conversar com parentes e aquele amigo com quem você não conversa há muito tempo. WhatsApp, ou melhor ainda, ligar e ouvir a voz das pessoas. Isso ajuda a quebrar a sensação de isolamento e de estar sozinho. Outras atividades, como ler um livro, escrever ou aprender um idioma podem ajudar. Além disso, considere a meditação para liberar a tensão. Nosso sistema imunológico agradece.

É certo que, vencemos o medo e a insegurança quando trabalhamos a nossa inteligência emocional a favor da razão. Esta fará com que você ultrapasse os obstáculos. Se estiver consciente dos cuidados e precauções, municiado de informações corretas, com toda certeza, você poderá encarar essa situação da maneira mais tranquila, sem pânico e sem desespero. E, o mais importante: sem contribuir para a disseminação das falsas notícias que só trazem angústia e alimentam os transtornos psíquicos de toda uma população.

Precisando de ajuda, entre em contato.

Empatia e solidariedade em tempos de quarentena
As iniciativas de pessoas que fizeram da ameaça do Coronavírus uma oportunidade de solidariedade e empatia. Exemplos inspiradores.

Os efeitos da empatia e solidariedade na quarentena

O COVID-19 é uma realidade para nós agora e nosso País parece estar deslizando rapidamente para um daqueles roteiros de filmes distópicos com ruas vazias, máscaras faciais, luvas cirúrgicas e auto-isolamento, o novo “normal”. Quarentena passou a fazer parte do nosso vocabulário cotidiano nessa última semana. Como tudo que é novo, experimentar o distanciamento e o isolamento social provocado pela pandemia da COVID-19, o novo coronavírus, nos fez aprender.

Reaprendemos, assim, a viver como sociedade. E compreendemos que, por sermos interdependentes, nossas ações pelo planeta, bem como pelo nosso vizinho, invariavelmente refletem em nós.

Quem entendeu a gravidade do momento logo despertou para a importância ainda maior da empatia e solidariedade. Conforme os índices alarmantes trazidos pela mídia, o poder devastador do vírus faz crescer o medo a cada dia, torna mais urgente a necessidade de ajudar os mais fragilizados: no caso, o chamado grupo de risco. O momento dramático despertou em inúmeras pessoas a vontade e a urgência de minimizar o drama alheio, prestando favores aparentemente corriqueiros, mas cuja diferença talvez só possa ser mensurada por gerações que ainda nem nasceram. Ir à farmácia, à padaria e ao supermercado é um risco muito grande para os idosos. E na onda solidária da pandemia, viralizaram nas redes sociais imagens de bilhetes deixados em elevadores de prédios, por vizinhos dispostos a fazer as compras para os velhinhos, a fim destes evitarem o deslocamento.

Como recriar vínculos, rever valores e despertar para a coletividade

O principal de uma pandemia como o novo coronavírus é que ela não discrimina. Ricos e pobres ficam nivelados diante da iminência da morte. E isso nos humaniza. A dor sentida e reconhecida no outro nos devolve para a nossa realidade: somos, sim, seres humanos vulneráveis e, portanto, somos iguais.
O coronavÍrus está acelerando o processo de resgate dos valores humanos e de um senso marcante de coletividade, onde para que eu sobreviva terei de cuidar de mim e do outro também. Vivemos nos últimos tempos com a defesa psicológica ataque/fuga. O COVID-19 não nos dá esse tempo de disputa. Vamos nos tornar mais empáticos por necessidade.
Cada pessoa reage conforme suas condições psíquicas. Há aquele grupo que estoca alimentos, por exemplo, o que evidencia um comportamento paranoico, provavelmente desenvolvido por uma espécie de histeria coletiva. Não se trata de julgar essas pessoas, mas considerar que a sociedade é heterogênea, o que se reflete nos comportamentos.

Neste momento temos que mirar em exemplos de cooperação e a quebra do individualismo, que infelizmente permeia a sociedade. Hoje a humanidade está se igualando, aprendendo que não importa raça, credo ou classe social. Um dos aprendizados que vamos extrair dessa pandemia é essa reavaliação de valores e a necessidade de doação em prol do outro.