Para manter um grande amor ou vivenciar um relacionamento de maneira mais profunda, é preciso compreender,  sem tabus, como as trocas afetivas funcionam.

Dia dos namorados chegando, nossas expectativas no parceiro aumentando, ansiedade para surpresas lá no alto… mas, como a vida real não é como os contos de fadas, em que a história termina antes dos problemas, das brigas e do desgaste do relacionamento a dois. Em contos de fadas, não dá para saber o que acontece depois do famigerado “felizes para sempre”.

Na verdade, não existe apenas uma data ou maneiras de manter um namoro ou casamento feliz, já que cada pessoa é única, com suas características e personalidade, e também espera e cobra coisas diferentes em um relacionamento.

Na vida a dois, existe excesso de trabalho, preocupações domésticas, educação dos filhos e pouco tempo disponível para o diálogo. E manter a saúde do relacionamento a dois, em meio a tantos desafios, é um exercício diário de paciência.

Lidar com a rotina não é fácil. Combater os efeitos da monotonia no relacionamento é um trabalho que exige dedicação e esforço de ambas as partes. No entanto, nada está perdido quando existe amor.

Por isso, separei aqui algumas dicas de como melhorar o relacionamento amoroso, mesmo em meio às turbulências da vida moderna. Confira!

Confie no outro

A confiança é a base de um relacionamento sólido. Se você escolher namorar ou casar com aquela pessoa, precisa confiar em sua conduta.

Quem confia, não precisa ficar tirando provas e conferindo tudo o que o outro diz, pois simplesmente aceita como verdade.

A confiança evita brigas por motivos de ciúmes, que vão desgastando o relacionamento com o passar do tempo.

Não guarde mágoas

Sabe aquela resposta que seu parceiro te deu e você não gostou? Pois então, não feche a cara e fique magoado sem dizer nada. A solução é dialogar! Isso vale para pequenas e grandes insatisfações.

Em um relacionamento, os dois precisam se sentir confortável para conversar abertamente sobre coisas que estão desagradando e precisam melhorar. Guardar um sentimento de tristeza e decepção não fará nada bem para os dois!

Nesse sentido, um psicólogo pode ajudar muito. Às vezes, as pessoas têm dificuldades para falar sobre seus sentimentos e expor suas opiniões dentro de um relacionamento. Se esse é o caso, a Terapia de Casal é uma boa opção.

Por meio dela, o papel do psicólogo é auxiliar o casal a ter um diálogo saudável, resolver seus problemas e estabelecer regras de convivência que melhoram muito o relacionamento.

Mantenham momentos individuais

Ficar junto de quem se ama é muito bom, mas também é preciso manter um tempo para as individualidades. Estabeleça, pelo menos, um momento na semana para cada fazer algo que goste sozinho, sem a companhia do parceiro. Vale sair com os amigos, praticar um esporte, fazer compras ou assistir um filme específico.

Muitas vezes, em relacionamentos, tendemos a deixar de lado nossos prazeres individuais. E isso não é nada bom, pois começamos a cobrar dos nossos parceiros essa satisfação que perdemos por conta própria. Lembre-se: para fazer alguém feliz, é preciso conseguir se fazer feliz!

Não idealize o seu par ou seu relacionamento

Pessoas têm defeitos e isso é um fato com que todos devem aprender a lidar. Muitas vezes, as pessoas idealizam um modelo e querem que seu parceiro, ou até mesmo seu relacionamento, se encaixe perfeitamente nele.

É importante dedicar um tempo para observar as qualidades do outro. Não compare seu relacionamento com o dos outros, pois a grama do vizinho quase sempre parecerá mais verde, exceto para o próprio vizinho.

Em vez de criticar as imperfeições, procure beleza nas ações de seu parceiro. Se ele é um pouco bagunceiro e se atrapalha na cozinha, que tal achar essa inaptidão fofa, em vez de incômoda?

Quanto mais você conhece uma pessoa, mais defeitos serão descobertos, mas também aparecerão mais qualidades. Só depende de você prestar a atenção nas coisas certas e, claro, conversar quando algo realmente não lhe agradar (como falei na primeira dica).

Saia da rotina

Relacionamentos longos costumam entrar em um ciclo de estabilidade, rotina e programas repetidos. Com isso, o namoro ou casamento vai se tornando algo chato e monótono. Saia fora dessa! Invente programas diferentes para fazer em casal e tenha noites ou finais de semanas divertidíssimos.

Boas opções são jantares em restaurantes diferentes, cozinhar algo exótico juntos em casa, sair para um passeio em um lugar que nenhum dois tenham ido, fazer um acampamento, iniciar um curso ou atividade juntos, ou fazer breves viagens.

O importante não é fazer alguma atividade cara e sim o momento diferente que vocês vão passar juntos!

Expresse seus sentimentos

Agrados, carinhos, declarações. As expressões dos sentimentos sempre são bem-vindas e renovam o amor entre o casal. Mesmo depois de muito tempo juntos, reserve um tempinho e escreva um cartão dizendo o porquê você o ama e tudo que admira em seu parceiro.

Pode ser em uma data especial ou, simplesmente, em um dia qualquer.

A pessoa que se sente amada e valorizada é mais feliz. Por isso, demonstre seus sentimentos, fale o quanto você ama, elogie a sua aparência e as suas atitudes. Autoestima dentro de um relacionamento é muito importante para o bem-estar de cada um.

Desejo um Feliz Dia dos Namorados para todos os casais!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Raiva, decepção e ressentimento não podem ser apagados, mas podem ser controlados.

O desequilíbrio emocional é caracterizado pelas alterações de humor e facilidade em “sair do eixo” diante de acontecimentos negativos e imprevistos. As responsabilidades diárias, a sobrecarga profissional, os relacionamentos amorosos, as frustrações, a pandemia e seus cenários são alguns fatores atuais que podem causar sérios desequilíbrios em nossas emoções.

Algumas pessoas são mais sensíveis e estão mais suscetíveis a esses acontecimentos, mas isso não quer dizer que não pode acontecer com qualquer pessoa. As emoções estão presentes em todas as situações da vida e, quando elas estão em desarmonia, podem fazer com que o indivíduo se porte de maneira inadequada e tenha prejuízos em sua saúde e relacionamentos.

O desequilíbrio emocional pode causar diversos problemas físicos, tais como: fortes dores musculares, dores de cabeça, gastrite e redução de disposição.

Considere o seguinte cenário. Você está chegando ao fim de um dia difícil de trabalho, quando um comentário do seu chefe diminui o que resta de sua paciência. Você se volta, com o rosto vermelho, para a fonte de sua indignação. É então que você para, reflete, engole à seco (rs) e opta por não expressar seu descontentamento. 

Este pode não ser o mundo perfeito, mas mostra como nós, podemos regular nossas emoções.

Nossa regulação das emoções não se limita a interromper uma explosão de raiva, isso significa que podemos controlar as emoções que sentimos e também como e quando são vivenciadas e expressas. Podemos ser positivos diante de situações difíceis ou fingir alegria ao abrir um terrível presente de aniversário. Podemos impedir que a tristeza nos esmague e o medo nos impedir de seguir em frente.

Como nos permite desfrutar mais das emoções positivas e experimentar menos as emoções negativas, a regulação das emoções é extremamente importante para o nosso bem-estar . Por outro lado, a desregulação emocional está associada a condições de saúde mental e psicopatologia. Por exemplo, acredita-se que um colapso nas estratégias de regulação emocional desempenhe um papel em condições como depressão, ansiedade, uso indevido de substâncias, ingestão excessiva de comida e transtornos de personalidade.

O psicólogo da Universidade de Stanford James Gross (2001) propôs um modelo de 4 estágios para capturar a sequência de eventos que ocorre quando nossas emoções são estimuladas. No que ele chama de “modelo modal”, uma situação chama nossa atenção, que por sua vez nos leva a avaliar ou pensar sobre o significado da situação. Nossas respostas emocionais resultam da maneira como avaliamos nossas experiências. 

Algumas respostas emocionais não requerem regulação específica. Se a emoção for adequada à situação e ajudar você a se sentir melhor, não há necessidade de se preocupar em mudar a maneira como você lida com as coisas. Rir quando os outros estão rindo é um exemplo de reação apropriada que o ajuda a se sentir melhor. Expressar a raiva na estrada também pode fazer você se sentir melhor, mas não é apropriado ou particularmente adaptável. Você pode expressar sua raiva de outras maneiras que lhe permitam liberar esse sentimento ou, em vez disso, tentar encontrar uma maneira de se acalmar.

É claro que se acalmar quando você está frustrado pode ser mais fácil dizer do que fazer. Se você tende a perder o controle quando se irrita e expressar sua indignação a todos ao alcance da voz, suas emoções podem estar custando a você relacionamentos importantes, seu trabalho e até sua saúde.

A incapacidade de regular as emoções está, segundo Gross e sua colaboradora Hooria Jazaieri (2014), na raiz de distúrbios psicológicos, como depressão e transtorno de personalidade limítrofe. Embora mais pesquisas sejam necessárias para compreender o papel específico da regulação emocional na psicopatologia, essa parece ser uma área de investigação promissora. Por exemplo, pessoas com transtorno de ansiedade social podem se beneficiar de intervenções que as ajudem a mudar a maneira como avaliam as situações sociais, conforme mostrado por pesquisas sobre terapia cognitivo-comportamental . Muitos outros funcionam em um nível inferior ao ideal de saúde psicológica, afirmam Gross e Jazaieri, poderiam se beneficiar da mesma forma com a educação sobre como gerenciar melhor suas emoções na vida diária.

Felizmente, você pode lidar com a maior parte do trabalho envolvido na regulação de suas emoções bem antes que a situação de provocação ocorra. Ao se preparar com antecedência, você descobrirá que a emoção problemática vai embora antes de interferir em sua vida:

  1. Selecione a situação.
    Evite circunstâncias que desencadeiam emoções indesejadas. Se você sabe que tem maior probabilidade de ficar com raiva quando está com pressa (e fica com raiva quando os outros o forçam a esperar), não deixe as coisas para o último minuto. Saia de casa ou do escritório 10 minutos antes do necessário e não será incomodado tanto por pedestres, carros ou elevadores lentos. Da mesma forma, se houver um conhecido que você acha completamente irritante, descubra uma maneira de evitar esbarrar nessa pessoa.
  2. Modifique a situação.
    Talvez a emoção que você está tentando reduzir seja a decepção . Você está sempre esperando, por exemplo, servir a refeição “perfeita” para amigos e familiares, mas invariavelmente algo dá errado porque você almejou alto demais. Modifique a situação encontrando receitas que estejam ao seu alcance para que você possa saborear a refeição. Você pode não ser capaz de construir o suflê ideal, mas consegue uma fritada muito boa.
  3. Mude seu foco de atenção.
    Digamos que você se sinta constantemente inferior às pessoas ao seu redor, que sempre estão lindas. Você está na academia e não consegue deixar de notar os regulares nas máquinas de musculação que conseguem levantar três vezes mais do que você pode. Atraído por eles como um ímã, você não pode deixar de observar com admiração e inveja o que eles são capazes de realizar. Mudar o foco e concentre-se no que está fazendo e, no processo, acabará ganhando um pouco da força que deseja.
  4. Mude seus pensamentos.
    No âmago de nossas emoções mais profundas estão as crenças que as impulsionam. Você se sente triste quando acredita ter perdido algo, raiva quando decide que uma meta importante foi frustrada e feliz antecipação quando acredita que algo bom está vindo em sua direção. Ao mudar seus pensamentos, você pode não ser capaz de mudar a situação, mas pode pelo menos mudar a maneira como acredita que a situação o está afetando. Na reavaliação cognitiva, você substitui os pensamentos que levam à infelicidade por pensamentos que levam à alegria ou pelo menos ao contentamento. Pessoas com transtorno de ansiedade social podem acreditar que se farão de idiotas na frente dos outros por suas gafes sociais. Eles podem ser ajudados a relaxar por meio de intervenções que os ajudem a reconhecer que as pessoas não os julgam com tanta severidade quanto acreditam.
  5. Mude sua resposta.
    Se tudo mais falhar e você não puder evitar, modificar, mudar seu foco ou mudar seus pensamentos, e essa emoção começar a fluir, a etapa final na regulação da emoção é obter o controle de sua resposta. Seu coração pode estar batendo um tamborilar constante de sensações desagradáveis ​​quando você fica ansioso ou zangado. Respire fundo e talvez feche os olhos para se acalmar. Da mesma forma, se você não consegue parar de rir quando todos parecem sérios ou tristes, reúna seus recursos internos e force-se pelo menos a mudar sua expressão facial, se não seu humor.

Essa abordagem de 5 etapas é aquela que você pode adaptar prontamente às situações mais características que causam problemas. Conhecer seus gatilhos emocionais pode ajudá-lo a evitar os problemas em primeiro lugar. Ser capaz de alterar seus pensamentos e reações aumentará sua confiança em sua própria capacidade de lidar com a situação. Com a prática, você será capaz de transformar aspectos negativos em positivos e, a cada vez, obter satisfação emocional. Mas lembrando que, essas habilidades não substituem o tratamento de distúrbios provenientes do desequilíbrio emocional. Para questões dessa ordem é necessário buscar auxílio junto a profissionais especializados sendo eles, médicos, psiquiatras e psicólogos.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Marque esse um ano de pandemia tomando medidas para gerenciar melhor seu bem-estar mental e emocional. Veja como fazer.

Se passou um ano desde quando tivemos que lidar com os primeiros casos de covid. Se antes a doença parecia distante de você, hoje, infelizmente, todos nós conhecemos alguém que morreu ou que perdeu alguém pelo coronavírus. Por isso, é natural que se até 2020 você tenha conseguido “segurar as pontas” de todos os sentimentos que a pandemia desencadeou, talvez agora esteja mais difícil lidar com a rotina que antes você tinha se adaptado bem.

No entanto, a saúde mental das pessoas foi muito afetada. No ano passado, quase todos os pacientes falaram sobre o estresse e a ansiedade que surgiram com as primeiras ondas de bloqueio.

Algumas pessoas estavam preocupadas com o impacto emocional que a perda de entes queridos teria sobre si e sobre seus amigos e vizinhos. Muitos acharam difícil lidar com a dor e o isolamento, e outros acharam difícil lidar com a perda de emprego e a insegurança financeira.

Infelizmente, nosso país está em uma fase crítica de disseminação do vírus, dessa forma, não é interessante tentar negar ou fugir da realidade em que vivemos. Mesmo antes da pandemia, o ser humano sempre teve dificuldade de lidar com o real, principalmente em comparação com as fantasias que ele cria e que acaba se frustrando ao perceber a discrepância que é a vida. É por isso que o uso de substâncias, legais ou não, que afetam o sistema nervoso central, sempre foi debatido: em última instância existe uma necessidade de fuga da realidade. Mesmo que sem causar aglomerações, muitas pessoas estão percebendo o aumento do consumo de álcool ou outras drogas, e talvez, essa privação da liberdade esteja diretamente ligada a isso.

Outra dificuldade que parece estar aparecendo muito é para dormir. Como muitas pessoas transformaram seu quarto, que antes era espaço de descanso, em espaço de trabalho, é complicado para o cérebro fazer essa transição, ainda mais se você passar a maior parte do tempo em um mesmo cômodo da casa. Por isso, o ideal é ter um outro lugar para trabalhar, pode ser um outro quarto, mas que não seja o seu. 

Os adolescentes também foram muito afetados, mesmo que consigam manter a rotina de estudos online, que já é um desafio, a falta de contato social, e gasto de energia, dificulta uma rotina de sono que funcione. Se for possível criar tarefas dentro de casa, momentos voltados a atividades físicas, mas ainda assim, vale lembrar que o mundo se transformou desde a pandemia, então esse processo de adaptação vai mexer sim com a sua disposição, seu sono e sua energia.

Com as vacinas sendo produzidas aqui e distribuídas com mais regularidade e um novo normal aparentemente se aproximando aos trancos e barrancos ao longo deste ano, aceitando a importância desse momento e todas as transformações que nos foram impostas, nós perguntamos: o que podemos fazer para controlar melhor nosso emocional?

Redefinir a nossa vida

A maioria de nós experimentou algumas revelações sobre nossas vidas durante o curso da pandemia. Talvez percebamos que passamos horas demais no escritório, desnecessariamente. Para o distanciamento social em casa, talvez tenhamos aprendido que realmente nos beneficiamos de muito mais tempo juntos como a família, e que as contas bancárias emocionais que compartilhamos estão desfrutando de saldos maiores do que, talvez, já tiveram antes.

Por meio da união forçada, talvez tenhamos inadvertidamente descoberto que precisamos de mais tempo sozinhos, lendo, ouvindo música, meditando ou apenas sentados em silêncio.

Dedicar alguns minutos para meditar uma ou duas vezes ao dia pode ajudar muito a melhorar a saúde mental.

Recomendo que você avalie as lições que aprendeu ao longo da pandemia e as implemente, na medida do razoável, em sua nova vida normal.

Vá da inércia ao movimento

Todos nós sabemos que o movimento é um componente importante para nosso bem-estar físico, mas também fortalece nossa saúde emocional.

À medida que a pandemia se aproxima do segundo ano, muitos de nós nos tornamos cada vez mais inertes, permitindo que nossa energia ansiosa permaneça em nossos corpos. É crucial para se mover, quer você caminhe, corra, levante ou ande de bicicleta ergométrica. Saia ao ar livre e pegue o ar fresco todos os dias, faça o que estiver ao seu alcance!

Encontre o significado e aja

Muitos de meus clientes me dizem que atingiram uma crise existencial em relação ao significado de suas vidas. A oportunidade aqui é desenvolver vínculos e buscar atividades que façam algum sentido para você, mesmo que temporariamente. Aprimorar o vínculo com pessoas, religião, instituições e/ou colocar em prática algo que se sinta contribuindo para o outro é importante.

Obtenha ajuda

Se você está lutando para lidar com dias sombrios, procure um grupo de apoio online ou sessões de psicoterapia individuais.

Trate a saúde mental como a saúde física e trabalhe para tratar além de doenças emocionais, para manter o bem-estar emocional. Acredito que as pessoas estejam percebendo a importância e, principalmente, a diferença que é tratar a saúde mental, e tenho a esperança de que esse olhar permaneça daqui para frente. 

Você já sentiu solidão, esgotamento, ansiedade ou tristeza por causa da pandemia? Você está preocupado com os efeitos de longo prazo na saúde mental? Que perguntas você tem sobre como cuidar de sua saúde mental após um ano de tantas incertezas?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Alguém que constantemente o deixa confuso e esgotado mentalmente, mas você simplesmente não consegue apontar o porquê, provavelmente, é um manipulador emocional.


Querendo ou não todo início do ano somos bombardeados com as informações do BBB e esse último, o assunto que chamou muito atenção nas redes sociais e em grupos de conversas, foi que entre os participantes uma se destacou bastante – Karol Conká, a cantora e artista se mostrou uma pessoa com comportamentos manipuladores, abusivos e até de terror psicológico. Mas será que esses comportamentos são fáceis de serem percebidos? Será que você consegue perceber quando alguém está tentando te manipular?

A manipulação emocional pode ser difícil de identificar, mas as consequências em nossas vidas são bem visíveis.

Manipuladores emocionais são pessoas que fazem as outras se sentirem mal por não atenderem aos seus desejos, ainda que façam isso inconscientemente. A rigor, uma pessoa não deve ter qualquer poder sobre as atitudes, sobre os pensamentos e sobre a aparência de outra. A mágoa que ela guarda por algum tipo de discordância não é responsabilidade da pessoa que a desagradou, mas dela mesma.

Então todo manipulador emocional é, antes de tudo, uma pessoa que ultrapassa limites. Ela não reconhece que cada pessoa tem um desejo e uma forma de pensar. Tudo deve ser como e quando ela quer, ainda que a questão não diga respeito à vida dela.

A presença de uma pessoa com esse comportamento nas nossas vidas pode tornar a rotina exaustiva e desgastante. Nos esforçamos para fazer o melhor para essa pessoa, mas ela nunca está satisfeita e continua apontando defeitos nos nossos comportamentos. A insegurança, a baixa autoestima e a desilusão são sensações comuns para quem lida com manipuladores emocionais.

As manipulações podem ocorrer de várias formas e, para te ajudar a perceber se você está sendo manipulado, vou explicar alguns sinais que podem indicar isso. Vale ressaltar que nenhum desses sinais podem ser analisados de forma isolada ou fora de contexto.

1. Manipulam por meio de palavras

Um manipulador pode dizer coisas de forma que pareça genuína e honesta. Eles são exímios na arte de esconder suas verdadeiras intenções.

Por exemplo, você pode expressar raiva por perder um aniversário/ocasião especial e eles respondem algo como “nossa, você me deixa muito triste em pensar que eu esqueceria o seu aniversário”. Ou ainda “nossa, eu minto porque você me obriga”.

É muito comum que eles usem as palavras para fazer você se sentir culpado por algo que, na realidade, você não tem culpa. Pode ser de um simples esquecer a data de aniversário e parar até mesmo em agressões mais graves.

2. Distorcem fatos

Outra forma de manipulação é quando eles distorcem o que aconteceu ou o que você falou. Usa frases fora do contexto ou reconta um fato na visão deles. Alguns são capazes de fazer você acreditar nisso. Normalmente justificam o mau comportamento deles e culpam você.

3. São ótimos em fazê-lo sentir culpa

A culpa é uma das grandes armas da manipulação emocional. É sempre você. Você deixou de falar ou falou demais. Você se preocupa demais ou não se preocupa. Você é cuidadoso demais ou desleixado…

Enfim, o manipulador sempre tentará convencê-lo de que a culpa do mau comportamento é sua. E eles são ótimos em se colocarem na posição de vítima.

4. Minimizam seus problemas

Os manipuladores emocionais não se importam com seus problemas pessoais. Sempre que você fala algo como “nossa, estou com enxaqueca” eles vão dar um jeito de convencê-lo que têm um problema muito pior.

5. Passivo-agressivo

O comportamento passivo-agressivo é muito comum na manipulação emocional. Eles costumam dizer coisas boas para você, mas superficiais. Em seguida vão depreciá-lo, inventar algum problema, bagunçando sua saúde psicológica. Ou simplesmente ficarão em silêncio do nada, deixando-o ainda mais culpado, querendo descobrir o que “fez de errado”.

6. Agressão

Manipuladores geralmente usam linguagem e ações agressivas para intimidá-lo. Se percebem que você não os confronta, eles farão com que você se sinta desconfortável e, portanto, eles conseguirão o que querem facilmente.

As agressões tendem a ficar cada vez piores, podendo partir para situações de abuso. Experts em manipulação emocional podem atraí-lo parecendo calorosos e gentis. Mas, com o tempo, suas verdadeiras intenções tornam-se claras com comportamento agressivo, tratamento silencioso e acessos de raiva.

Se você reconhecer esses “sinais”, poderá sentir que é difícil se libertar por culpa e lealdade, mas é vital para sua própria saúde mental. A ajuda de um psicólogo pode ser muito valiosa para reconquistar sua liberdade, felicidade e autoestima por meio da psicoterapia.

Deixa aqui em baixo um comentário, se reconhecer esses sinais em alguém do seu convívio 😉

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Coragem não é ausência de medo. É fazer o que você quer apesar do medo.

Você já se perguntou quantas oportunidades perdeu na vida por ter medo? Já pensou nas situações em que não agiu como gostaria porque não conseguiu superar temores que te impediam de avançar? Apesar de ser absolutamente normal, para ser livre e de fato evoluir na vida pessoal e profissional é fundamental saber como superar os medos e inseguranças.

Pela minha experiência vejo que o ser humano tem a capacidade de criar uma condição de coragem interna fantástica, que o impulsiona a enfrentar esse sentimento que, muitas vezes, pode ser um impedimento para fazer o que realmente precisa ser feito.

Mas como superar os medos?

Medo saudável x Medo incontrolável

“Ter coragem” não é exatamente “não ter medo”. A sensação de temor é importante para que estejamos sempre em estado de alerta e preparados para aquilo que pode não dar certo em nossas vidas.

Dessa forma, o medo é positivo e tem o papel de “protetor”, o que é saudável e faz bem. É o caso, por exemplo, de quando você toma atitudes preventivas, como rever a sua apresentação antes de uma reunião de trabalho para evitar que algo dê errado durante o encontro.

Só que o medo se torna um problema quando, em uma situação profissional como essa, você fica travado e não consegue expor uma ideia. Pode acontecer, inclusive, que outra pessoa se destaque sugerindo o que você tinha pensado, mas que, por receio, você não falou.

Esse medo patológico e incontrolável pode impedir a sua evolução. Se você não apresenta o seu negócio a um possível parceiro ou não tem coragem de sair de um relacionamento que não te faz bem ou simplesmente não consegue falar com aquela pessoa que se interessou por temor de ser rejeitado, você está sendo dominado por ele. E o medo se torna uma espécie de “carcereiro”.

Só depende de você superar seus medos

Quando você não consegue fazer o que é necessário para melhorar a sua vida, é sinal de que precisa agir para superar os medos que se tornaram obstáculos em seu caminho. Para isso, é fundamental entender que o medo é uma criação da sua mente.

Todos sentimos medo de que algo não saia como o planejado e nos cause sofrimento, mas não podemos nos deixar dominar por esse estado. Superar os medos é um grande desafio, mas não é impossível. Veja como começar a enfrentá-los.

Foque no que depende de você

A manifestação do medo é baseada em projeções de cenários criados pela nossa mente. O medo está relacionado, na maioria dos casos, a um futuro cenário negativo criado por você e que não condiz com a realidade.

A superação desse medo exige a distinção entre o que depende de você e aquilo que não está ao seu alcance. As pessoas que conseguem dominar o medo incapacitante se concentram nas coisas que dependem exclusivamente delas. Focar-se nas situações externas é uma forma de alimentá-lo.

Prepare-se minimamente

Preparar-se antes de fazer algo ou de tomar uma decisão é outro modo de superar os medos. Nesse sentido, é útil usar o conceito do “suficientemente bom”.

Isso significa que você não pode ficar a vida inteira se preparando: se você se preparou minimamente, já é suficiente para ir em frente. Caso contrário, vai achar que nunca estará pronto e não sairá do lugar.

Controle o seu discurso interno

A mania de controlar tudo é um fator gerador de medo. As pessoas viciadas em controle agem como se fosse possível garantir que tudo vai dar certo. E essa tentativa de controle é uma grande ilusão.

Existe, contudo, outro tipo de controle que é um grande aliado para superar os medos: o controle do seu discurso interno, que te dá a oportunidade de realizar seus objetivos sem que o medo funcione como um mecanismo de bloqueio em sua vida. É preciso domar os pensamentos, por exemplo, por meio de estratégias da Neurociência que possibilitem a você assumir o domínio sobre sua mente.

A superação dos medos traz benefícios para a saúde, para o convívio familiar e também para a evolução profissional e dos negócios. 

Comece a exercitá-la hoje mesmo!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Os grupos sociais são formados a partir de relações estáveis entre indivíduos que possuem interesses e objetivos em comum.

Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana e, com muitas associações humanas, são formados os verdadeiros grupos sociais. Mas se você tem dificuldades em formar vínculos sociais, não se preocupe, procure apoio profissional e melhore suas relações.

Ao longo de nossas vidas fazemos parte dos mais diferentes grupos de pessoas, família, amigos de infância, amigos do trabalho, pessoas da balada e por aí vai, seja por escolha própria, seja por circunstâncias que independem de nossa vontade. Assim, entramos e saímos de vários grupos sociais, os quais certamente são importantes e influenciam nossa educação, nossos valores e visões de mundo.

Na Sociologia, considera-se que os grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas há relações estáveis, em razão de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal desenvolvidos através do contato contínuo. Estabilidade nas relações interpessoais e sentimentos partilhados de pertencimento a uma mesma unidade social são as condições suficientes. Além disso, é importante observar que o grupo existe mesmo que não esteja próximo dos componentes. Prova disso está no fato de que, ao sairmos da última aula da semana, embora fiquemos longe daqueles que compõem nossa sala, a classe por si só não se desfaz, ainda existindo enquanto grupo. Da mesma forma, podemos pensar isso para nossas famílias, o que corrobora o fato de que o grupo é uma realidade intermental, ou seja, mesmo que os indivíduos estejam longe, permanece o sentimento de pertença dentro da consciência de cada um.

Em psicologia, existe  o viés de favorecimento endogrupal, a tendência das pessoas favorecerem e preferirem seu grupo, por isso de maneira geral tendemos a gostar mais de pessoas que têm a mesma religião, nacionalidade ou preferência política que a nossa.

Os principais grupos sociais são o grupo familial (família), o grupo vicinal (vizinhança), o grupo educativo (escola, faculdade), o grupo religioso (instituição religiosa), o grupo de lazer (clubes, associações), o grupo profissional (escritórios, empresas, loja) e o grupo político (partido ou organização política).

Classificação dos grupos sociais:

  • Grupos Primários: predominam os contatos primários, mais pessoais, diretos, como a família, os vizinhos, etc.
  • Grupos Secundários: são mais complexos, como as igrejas e o estado, em que predominam os contatos secundários, neste caso, realizam-se de forma pessoal e direta, mas sem intimidade, ou de maneira indireta como e-mails, whatsApp, telefonemas, etc.
  • Grupos Intermediários: são aqueles que se alternam e complementam as duas formas de contatos sociais (primários e secundários). Ex: escola.

Características de um grupo social:

  • Pluralidade de indivíduos: há sempre mais de um indivíduo no grupo, coletivismo;
  • Interação social: os indivíduos comunicam-se uns com os outros;
  • Organização: todo o grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem interna;
  • Objetividade e exterioridade: quando uma pessoa entra no grupo ele já existe, quando sai ele permanece existindo;
  • Objetivo comum: união do grupo para atingir os objetivos dos mesmos;
  • Consciência grupal ou sentimento de “nós”: compartilham modos de agir, pensamentos, idéias, etc. Ex: Nós ganhamos.
  • Continuidade: é necessário ter uma certa duração. Não pode aparecer e desaparecer com facilidade.

O viés endogrupal surge do estudo das relações entre diferentes grupos e conflitos. Esse viés é considerado um produto do conflito entre grupos, causado, por sua vez, pelos diferentes interesses entre os grupos ou por terem metas incompatíveis. Dois grupos podem ter o mesmo objetivo, mas o fato de um deles conseguir alcançá-lo significa que o outro não poderá mais conseguir.

Pesquisas encontraram uma explicação para o viés endogrupal. Partindo do fato de que as pessoas estão motivadas a alcançar ou manter um conceito e uma imagem positiva de si mesmas, descobrimos que as pessoas são definidas, em parte, por seus grupos de pertencimento. Portanto, se uma pessoa deseja obter uma boa imagem, ela deve fazer com que as imagens de seus grupos também sejam positivas, para que as pessoas também sejam motivadas a avaliar positivamente os grupos aos quais pertencem.

As avaliações feitas pelos grupos, são feitas por comparação. Não dizemos que nosso grupo é bom, mas que é melhor que o outro ou o melhor de todos. E muitas vezes desumanizamos o outro grupo. O processo de desumanização é uma falha em atribuir qualidades básicas a uma outra pessoa. Esse processo é comum contra membros de outra cultura, ou grupos estigmatizados em determinada cultura, estimulando crenças e condutas intolerantes, radicais e cruéis com os membros dos grupos. Em Antropologia conhecemos o Etnocentrimo, essa é uma tendência quase universal de grupos humanos perceberem os hábitos característicos do seu grupo como mais corretos, naturais e superiores aos de outro grupo, o que leva maior propensão de ocorrer descriminação e hostilidade entre os grupos.

Acredito que um dia, consigamos conviver em harmonia,
percebendo as semelhanças e acabando com os preconceitos.

O que sabemos também, por meio de pesquisas sobre o assunto, é que é possível mudar os estereótipos e preconceitos associados com outros grupos, por meio do contato. Existem estudos indicando que ao participar de atividades que demandam cooperação entre pessoas de grupo diferentes e até mesmo antagônicos, é possível perceber semelhanças nas pessoas do outro grupo e até notarem os dois grupos como uma mesma entidade social, o que pode resultar numa recategorização do grupo e redução do preconceito.

Que tal perceber se existe oportunidade de passar a conhecer grupos diferentes e conviver com pessoas novas?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Volta às aulas presenciais exigirá cuidado com emocional de alunos e professores.

Ainda que o Brasil, num cenário otimista, supere logo a crise do coronavírus, teremos desafios a serem superados após o encerramento do distanciamento social.

Ansiedade, depressão, medo, angústia sobre a volta às aulas e a ruptura de relacionamentos seja por luto ou desemprego são algumas das cicatrizes que deverão ser superadas no dia a dia.

A incerteza sobre as idas e vindas do risco de contágio pela Covid-19, uma sensação que na H1N1 só foi minimizada com a vacina, e o receio com o colapso no sistema de saúde devem manter parte da população em um estado de quarentena permanente.

Entre as dificuldades no retorno escolar apontadas pela pesquisa do observatório PrEpidemi estão as preocupações com as medidas de proteção; insegurança com o retorno às aulas no atual cenário; desafios em utilizar adequadamente o ensino a distância; conexão adequada à internet como forma de acessar conteúdos; exposição dos estudantes ao vírus no trajeto de casa para a escola; suscetibilidade das famílias que moram na mesma casa ao vírus, entre outras.

A pesquisa foi realizada por meio de enquete pelas redes sociais. As perguntas analisaram o quadro de confiança e incertezas dos pais ou responsáveis pelas crianças e jovens envolvidos no processo. O questionário obteve 40.169 respostas em quatro dias. O momento de enfrentamento da pandemia é um processo delicado por envolver medidas que afetam significativamente a vida da população, aponta a pesquisa.

O estudo revela ainda que, na opinião dos pais, a preocupação das escolas não deve se restringir à aprendizagem do conteúdo específico de cada matéria em si: as instituições de ensino também devem valorizar a adoção adequada de medidas de proteção e atenção às emoções dos alunos desencadeadas pela pandemia. Esse é o momento de acolhimento para alunos, pais e professores!

É preciso trabalhar com calma, resgatando os aprendizados vividos pelo distanciamento físico e priorizando o material humano, para que essa reinauguração do ano letivo possa acontecer de maneira orgânica e plena.

Devido às incertezas sobre a vacina contra o coronavírus e ao medo de uma segunda onda da doença, como tem ocorrido na Europa, as instituições particulares vão manter o ensino híbrido. Ou seja, respeitarão a vontade dos pais. Quem quiser o ensino presencial para o filho, terá essa possibilidade. Os que desejaram a manutenção das aulas remotas, terão o suporte.

Os protocolos de segurança para a volta às aulas, que vem sendo discutido apontam medidas já adotadas em outras instituições e bastante conhecidas de todos, como o uso do álcool gel, a alternância de lugares para os alunos ocuparem nas salas de aula, o revezamento dos alunos que assistirão às aulas presenciais em dias alternados, entre outras medidas.

Segundo dados da Unesco, a primeira onda da pandemia interrompeu as atividades escolares em mais de 190 países, afetando 1,57 bilhão de pessoas, o equivalente a 90% dos estudantes do mundo. Mas, ao contrário do que aconteceu no Brasil, a maioria das nações retomou o ensino presencial até a metade de 2020, ainda que mantendo parte das atividades on-line e adotando protocolos restritivos. A experiência foi repleta de sobressaltos, mas mostrou que, com respeito a medidas de higiene, distanciamento social e controle de casos novos, a escola não produz surtos da doença como se temia. O rigor no cumprimento dos protocolos é essencial.

Em favor da volta às aulas, há a constatação óbvia de que os estudantes estão sofrendo prejuízos no processo de aprendizagem, sem mencionar os efeitos das restrições sociais na saúde mental de crianças e adolescentes. Manter escolas fechadas tem altos custos diretos e indiretos, que afetam tanto alunos e suas famílias quanto a sociedade como um todo, longe das escolas, as crianças e jovens se protegem da doença, mas não estão imunes a riscos associados à violência doméstica e até à falta de alimentação regular.

Embora haja uma divergência de opiniões em relação à retomada das aulas presenciais, uma coisa é certa: é necessário planejar esse retorno, preparar o professor e, também, o incluir como protagonista nesse processo. Portanto, quanto antes as escolas começarem a dialogar e preparar seu corpo docente (e toda a equipe escolar), mais tranquilo e seguro será o retorno para todos, porque é preciso tempo para a reestruturação ser empreendida. E por reestruturação não falo apenas da questão física, dos novos espaços e ambientes, refiro-me, especialmente, ao âmbito emocional, já que todos estiveram diante de uma situação completamente inesperada.

E você, como está se sentindo nessa retomada das aulas presenciais?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Veja o que fazer quando sua mente tende a perder o foco.


No mundo sempre conectado de hoje, as diversões estão a apenas um clique de distância. Mesmo durante os momentos de silêncio, a distração está literalmente ao seu alcance, várias abas abertas, minutos se passam e de repente, você se dá conta que estava sonhando acordado e nem sabe dizer há quanto tempo estava assim. Ter concentração é uma dificuldade para você? 

A capacidade de se concentrar em algo em seu ambiente e direcionar o esforço mental para isso é fundamental para aprender coisas novas, atingir metas e ter um bom desempenho em uma ampla variedade de situações. 

Esteja tentando terminar um relatório no trabalho ou estudando para uma prova, sua capacidade de foco pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso.

Para quem tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) que gera desatenção e agitação, a capacidade de concentração requer um esforço maior. É importante dizer que o TDAH não é uma doença, portanto, não existe uma cura para solucioná-lo e sim um tratamento para lidar melhor com ele. Se esse for o seu caso, procure ajuda profissional!

Felizmente, o foco é muito parecido com um músculo mental. Quanto mais você trabalha na construção, mais forte fica.

A concentração mental consiste em um processo psíquico capaz de voltar toda a atenção a determinada atividade. É uma característica fundamental, pois nos ajuda na aquisição de conhecimento, nos estudos e na produtividade do trabalho.

Por isso, melhore sua produtividade com essas atividades para concentração!

Trabalhe em um ambiente apropriado

Trabalhar com muito barulho ao redor não é para qualquer um. Nessa situação, a mente tende a se dispersar facilmente, prejudicando nosso fluxo de trabalho. Caso seja impossível sair de um ambiente barulhento, invista em um protetor de ouvido capaz de bloquear o som.

Seguindo o mesmo pensamento, qualquer outra coisa que cause sensações desagradáveis, como frio ou calor em excesso, também costuma nos prejudicar. Para essas adversidades, uma blusa comprida ou um simples ventilador são boas alternativas. A questão é eliminar todas as distrações possíveis, de modo a colaborar com sua atenção.

Mantenha a organização

Querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo não é nada produtivo. Ao tentar isso, nosso cérebro se cansa e a consequência é a mente vaguear. 

Defina a sequência e os horários para cada atividade. Tire um tempo para responder e-mails, depois evite deixar essa aba aberta. Tenha momentos certos para as refeições. Estabeleça pequenos instantes para os bate-papos com os colegas. No momento da produção, realize o trabalho por etapas.

Por falar em organização, a mesa bem arrumada também influencia positivamente a concentração. Jogue fora todos os papéis velhos e deixe sobre ela apenas o essencial.

Crie metas e objetivos realistas

Todos precisamos de metas diárias, pois elas guiam nosso trabalho. Ainda que o trabalho tenha um prazo grande, defina a quantidade de produção para cada dia. Contudo, tais metas precisam ser realistas, pois, do contrário, a tendência é a procrastinação.

Além disso, ao trabalhar com pequenos objetivos e vê-los sendo alcançados, temos mais inclinação à motivação. Com isso, ficamos mais empenhados a continuar.

Resumindo: a palavra-chave aqui é planejamento. Ele torna tudo mais prático e ainda nos ajuda a perceber quando dizer “não” para aquele projeto que chegou em cima da hora e nos deixaria noites sem dormir para dar conta de entregar tudo.

Faça uma pequena pausa

Você já tentou se concentrar na mesma coisa por um longo período de tempo? Depois de um tempo, seu foco começa a falhar e se torna cada vez mais difícil voltar seus recursos mentais à tarefa. Não só isso, mas seu desempenho acaba sofrendo como resultado.

Explicações tradicionais em psicologia sugeriram que isso se deve ao esgotamento dos recursos atencionais, mas alguns pesquisadores acreditam que isso tem mais a ver com a tendência do cérebro de ignorar as fontes de estimulação constante.

Portanto, da próxima vez que você estiver trabalhando em uma tarefa prolongada, como fazer seu orçamento mensal ou estudar para uma prova, certifique-se de dar a si mesmo uma pausa mental ocasional.

Mude sua atenção para algo não relacionado à tarefa em questão, mesmo que seja apenas por alguns momentos. Esses breves momentos de descanso podem significar que você é capaz de manter seu foco mental aguçado e seu desempenho alto quando realmente precisa.

Procure ajuda profissional

Às vezes, passamos por fases da vida em que precisamos de ajuda profissional para lidar com as dificuldades. Casos como ansiedade grave, depressão e TDAH não podem ser tapados com a peneira. Assim, se sentir que precisa, procure por um psicólogo. Com uma saúde mental prejudicada, não há como ter produtividade boa.

Enfim, é normal ter um dia ou outro com dificuldade na concentração. Porém, ao colocar em prática essas dicas dadas e buscar aprimorá-las, é possível desfrutar de momentos mais eficientes.

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Sou Joana Santiago – Psicóloga.

Em tempos de pandemia, o Enem é um desafio ainda maior!


Em um contexto incomum, muitos estudantes tiveram que aprender a conviver com as limitações impostas pela pandemia. Pais que ficaram desempregados, família toda em casa, trabalho remoto, aulas on-line, enfim, mudanças que mexeram drasticamente com a rotina e cabeça das pessoas. Com muitas distrações nesse novo contexto, tem como se preparar para o ENEM? E como fica o ENEM em meio a pandemia? Quais as mudanças para a realização presencial da prova?

Adaptar-se a uma nova rotina não é tão simples para muitos alunos, que relatam problemas com ansiedade e sono desregulado e até a distribuição das tarefas em casa. A situação e o contexto do ensino remoto há um ano fazem com que os estudantes se sintam ligados o tempo todo. Mas, para evitar que pensamentos negativos invadam ainda mais a cabeça neste período de isolamento, é importante que os estudantes cuidem da sua saúde mental, aprendendo a lidar com adversidades e reconhecendo seus limites e potencialidades. A ansiedade e a insegurança ganharam mais força. E o meu conselho é que mantenham o foco, organizem um ambiente favorável, cultivem momentos de descanso e muita calma na hora da prova.

MUDANÇAS NO ENEM

Pelo novo cronograma as provas impressas serão realizadas domingo, dia 17 e 24 de janeiro, para 5,7 milhões de inscritos. A prova digital acontece no dia 31 de janeiro e em 7 de fevereiro, para 96 mil inscritos. A reaplicação da prova ocorre nos dias 24 e 25 de fevereiro, para quem for afetado por eventuais problemas de estrutura. O resultado sai a partir do dia 29 de fevereiro.

A novidade é a prova digital, que será realizada pela primeira vez. O MEC pretende que até 2026 a prova seja somente desse jeito. Se por um lado ela é atrativa, a prova em papel já é tradicional e os estudantes estão acostumados a fazê-la. 

Buscando garantir a segurança, em virtude do coronavírus, serão alugadas mais salas para dar distância maior entre os alunos; os aplicadores irão usar máscaras e materiais de segurança, haverá álcool em gel disponível a todos e serão utilizados novos protocolos de segurança e identificação para os participantes.

A edição 2020 do Enem não traz nenhuma alteração de conteúdo ou formato em relação a anos anteriores, mas certamente será uma experiência diferente para os estudantes. Além da mudança na data, o uso da máscara é obrigatório e a quantidade de alunos por sala será menor para evitar a aglomeração. Espera-se que sejam usadas 205 salas em 14 mil pontos de aplicação. Em 2019, segundo o Ministério da Educação, foram 145 mil salas em 10 mil pontos. 

DESAFIOS

A maior dificuldade foi manter o foco nas aulas remotas em 2020, mas a retomada do ensino presencial intensificado, é uma oportunidade de tentar recuperar o que não foi aprendido da forma mais eficaz nos encontros on-line.

O uso de máscara é obrigatório e o não cumprimento implica na desclassificação do candidato. Além de precisar apresentar um documento oficial original com foto e de ter uma caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

Muitos candidatos vão fazer a prova distantes de casa, devido aos cuidados adotados para conter a propagação do vírus, o número de candidatos por sala foi reduzido, então a dica é, fiquem atentos ao tempo de chegada até o local da prova.

Os candidatos que forem diagnosticados com Covid-19 ou alguma outra doença infectocontagiosa e, portanto, não puderem comparecer ao teste, terão uma nova chance.

O ENEM é porta de entrada para as universidades públicas, e com isso a ansiedade e o estresse aumentam. Você precisa estar descansado para conseguir combater melhor o nervosismo na hora da prova. Por isso, na véspera, durma mais cedo!

Minha sugestão no dia, é uma técnica de respiração que pode ser utilizada nos minutos que antecedem a prova, ou até durante a prova, caso necessite recuperar a concentração e se tranquilizar:

Feche os olhos e respire fundo. Inspire pelo nariz e expire pela boca lentamente contando até 10. Repita isso de 3 a 5 vezes.

Confie nos seus conhecimentos, mantenha a calma e comece pelo assunto que você tenha mais facilidade. 

Respire e boa prova 😉

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A situação atual de pandemia mais home office tem chamado a atenção pela complexidade no equilíbrio da rotina e na saúde mental.

Nesses últimos meses tenho ouvido muitos relatos sobre uma sensação de estresse extremo, que se reflete em não ter paciência com filhos, cônjuges, colegas, prestadores de serviço etc.  Além disso, posso me atrever a dizer que, cada vez mais, tem sido difícil ser produtivo e que dormir bem se tornou um desafio… pode até ser que você consiga pegar no sono, mas a sensação de cansaço continua.

Faço um alerta: se esses sintomas persistem, algo está errado e pode ser que você esteja próximo de uma situação de estresse crônico, e é preciso investigar uma possível Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional.

Essa é uma das enfermidades que vem chamando a minha atenção neste momento, devido ao seu crescimento a partir da mudança abrupta do novo estilo de trabalho que, inicialmente, foi romantizado. Da noite para o dia, passamos ao home office ou teletrabalho, com expediente em casa, tarefas domésticas e família disputando espaço com as responsabilidades profissionais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que oficializou o burnout como doença crônica ano passado, o define como uma síndrome que resulta de um estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso.

A síndrome pode ser identificada a partir de três dimensões: 

  • Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia
  • Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho
  • Redução da eficácia profissional

Detectar o burnout é mais complexo do que parece. Não existem exames de sangue e de imagem ou testes de resistência física para flagrá-lo. O diagnóstico vem de uma escuta atenta do paciente e de uma avaliação minuciosa de suas condições de trabalho. Isso é determinante para não confundi-lo com outras desordens mentais.

Prevenção passa por cuidados simples e pelo respeito de limites

A prevenção pode se dar por práticas simples e prazerosas, desde que você também assuma esse compromisso com o seu autocuidado. E lembre-se: organização, planejamento, engajamento, disciplina e regularidade são fundamentais para você garantir longevidade e sustentabilidade com sua saúde como um todo.

Procurar atividades fora do trabalho, cuidar da alimentação e praticar exercícios para evitar o problema. Ao mesmo tempo, as empresas devem adotar estratégias de respeito aos limites dos seus colaboradores e precisam ter cuidado para não criar um ambiente onde impera pressão e as ameaças de demissões. 

Os líderes devem fomentar uma cultura corporativa sadia e se manterem atentos para qualquer sinal de adoecimento dentro das suas equipes, criando condições para que seus funcionários tenham prazer em sua rotina.

Vivemos um tempo de confusão entre o que é casa e o que é trabalho. A insegurança quanto à continuidade do emprego também pode favorecer relacionamentos abusivos. Esse é um momento em que as empresas devem ficar ainda mais atentas para evitar que seus talentos adoeçam e futuros problemas na justiça.

Sou Joana Santiago -Psicóloga