Coragem não é ausência de medo. É fazer o que você quer apesar do medo.

Você já se perguntou quantas oportunidades perdeu na vida por ter medo? Já pensou nas situações em que não agiu como gostaria porque não conseguiu superar temores que te impediam de avançar? Apesar de ser absolutamente normal, para ser livre e de fato evoluir na vida pessoal e profissional é fundamental saber como superar os medos e inseguranças.

Pela minha experiência vejo que o ser humano tem a capacidade de criar uma condição de coragem interna fantástica, que o impulsiona a enfrentar esse sentimento que, muitas vezes, pode ser um impedimento para fazer o que realmente precisa ser feito.

Mas como superar os medos?

Medo saudável x Medo incontrolável

“Ter coragem” não é exatamente “não ter medo”. A sensação de temor é importante para que estejamos sempre em estado de alerta e preparados para aquilo que pode não dar certo em nossas vidas.

Dessa forma, o medo é positivo e tem o papel de “protetor”, o que é saudável e faz bem. É o caso, por exemplo, de quando você toma atitudes preventivas, como rever a sua apresentação antes de uma reunião de trabalho para evitar que algo dê errado durante o encontro.

Só que o medo se torna um problema quando, em uma situação profissional como essa, você fica travado e não consegue expor uma ideia. Pode acontecer, inclusive, que outra pessoa se destaque sugerindo o que você tinha pensado, mas que, por receio, você não falou.

Esse medo patológico e incontrolável pode impedir a sua evolução. Se você não apresenta o seu negócio a um possível parceiro ou não tem coragem de sair de um relacionamento que não te faz bem ou simplesmente não consegue falar com aquela pessoa que se interessou por temor de ser rejeitado, você está sendo dominado por ele. E o medo se torna uma espécie de “carcereiro”.

Só depende de você superar seus medos

Quando você não consegue fazer o que é necessário para melhorar a sua vida, é sinal de que precisa agir para superar os medos que se tornaram obstáculos em seu caminho. Para isso, é fundamental entender que o medo é uma criação da sua mente.

Todos sentimos medo de que algo não saia como o planejado e nos cause sofrimento, mas não podemos nos deixar dominar por esse estado. Superar os medos é um grande desafio, mas não é impossível. Veja como começar a enfrentá-los.

Foque no que depende de você

A manifestação do medo é baseada em projeções de cenários criados pela nossa mente. O medo está relacionado, na maioria dos casos, a um futuro cenário negativo criado por você e que não condiz com a realidade.

A superação desse medo exige a distinção entre o que depende de você e aquilo que não está ao seu alcance. As pessoas que conseguem dominar o medo incapacitante se concentram nas coisas que dependem exclusivamente delas. Focar-se nas situações externas é uma forma de alimentá-lo.

Prepare-se minimamente

Preparar-se antes de fazer algo ou de tomar uma decisão é outro modo de superar os medos. Nesse sentido, é útil usar o conceito do “suficientemente bom”.

Isso significa que você não pode ficar a vida inteira se preparando: se você se preparou minimamente, já é suficiente para ir em frente. Caso contrário, vai achar que nunca estará pronto e não sairá do lugar.

Controle o seu discurso interno

A mania de controlar tudo é um fator gerador de medo. As pessoas viciadas em controle agem como se fosse possível garantir que tudo vai dar certo. E essa tentativa de controle é uma grande ilusão.

Existe, contudo, outro tipo de controle que é um grande aliado para superar os medos: o controle do seu discurso interno, que te dá a oportunidade de realizar seus objetivos sem que o medo funcione como um mecanismo de bloqueio em sua vida. É preciso domar os pensamentos, por exemplo, por meio de estratégias da Neurociência que possibilitem a você assumir o domínio sobre sua mente.

A superação dos medos traz benefícios para a saúde, para o convívio familiar e também para a evolução profissional e dos negócios. 

Comece a exercitá-la hoje mesmo!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Os grupos sociais são formados a partir de relações estáveis entre indivíduos que possuem interesses e objetivos em comum.

Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana e, com muitas associações humanas, são formados os verdadeiros grupos sociais. Mas se você tem dificuldades em formar vínculos sociais, não se preocupe, procure apoio profissional e melhore suas relações.

Ao longo de nossas vidas fazemos parte dos mais diferentes grupos de pessoas, família, amigos de infância, amigos do trabalho, pessoas da balada e por aí vai, seja por escolha própria, seja por circunstâncias que independem de nossa vontade. Assim, entramos e saímos de vários grupos sociais, os quais certamente são importantes e influenciam nossa educação, nossos valores e visões de mundo.

Na Sociologia, considera-se que os grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas há relações estáveis, em razão de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal desenvolvidos através do contato contínuo. Estabilidade nas relações interpessoais e sentimentos partilhados de pertencimento a uma mesma unidade social são as condições suficientes. Além disso, é importante observar que o grupo existe mesmo que não esteja próximo dos componentes. Prova disso está no fato de que, ao sairmos da última aula da semana, embora fiquemos longe daqueles que compõem nossa sala, a classe por si só não se desfaz, ainda existindo enquanto grupo. Da mesma forma, podemos pensar isso para nossas famílias, o que corrobora o fato de que o grupo é uma realidade intermental, ou seja, mesmo que os indivíduos estejam longe, permanece o sentimento de pertença dentro da consciência de cada um.

Em psicologia, existe  o viés de favorecimento endogrupal, a tendência das pessoas favorecerem e preferirem seu grupo, por isso de maneira geral tendemos a gostar mais de pessoas que têm a mesma religião, nacionalidade ou preferência política que a nossa.

Os principais grupos sociais são o grupo familial (família), o grupo vicinal (vizinhança), o grupo educativo (escola, faculdade), o grupo religioso (instituição religiosa), o grupo de lazer (clubes, associações), o grupo profissional (escritórios, empresas, loja) e o grupo político (partido ou organização política).

Classificação dos grupos sociais:

  • Grupos Primários: predominam os contatos primários, mais pessoais, diretos, como a família, os vizinhos, etc.
  • Grupos Secundários: são mais complexos, como as igrejas e o estado, em que predominam os contatos secundários, neste caso, realizam-se de forma pessoal e direta, mas sem intimidade, ou de maneira indireta como e-mails, whatsApp, telefonemas, etc.
  • Grupos Intermediários: são aqueles que se alternam e complementam as duas formas de contatos sociais (primários e secundários). Ex: escola.

Características de um grupo social:

  • Pluralidade de indivíduos: há sempre mais de um indivíduo no grupo, coletivismo;
  • Interação social: os indivíduos comunicam-se uns com os outros;
  • Organização: todo o grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem interna;
  • Objetividade e exterioridade: quando uma pessoa entra no grupo ele já existe, quando sai ele permanece existindo;
  • Objetivo comum: união do grupo para atingir os objetivos dos mesmos;
  • Consciência grupal ou sentimento de “nós”: compartilham modos de agir, pensamentos, idéias, etc. Ex: Nós ganhamos.
  • Continuidade: é necessário ter uma certa duração. Não pode aparecer e desaparecer com facilidade.

O viés endogrupal surge do estudo das relações entre diferentes grupos e conflitos. Esse viés é considerado um produto do conflito entre grupos, causado, por sua vez, pelos diferentes interesses entre os grupos ou por terem metas incompatíveis. Dois grupos podem ter o mesmo objetivo, mas o fato de um deles conseguir alcançá-lo significa que o outro não poderá mais conseguir.

Pesquisas encontraram uma explicação para o viés endogrupal. Partindo do fato de que as pessoas estão motivadas a alcançar ou manter um conceito e uma imagem positiva de si mesmas, descobrimos que as pessoas são definidas, em parte, por seus grupos de pertencimento. Portanto, se uma pessoa deseja obter uma boa imagem, ela deve fazer com que as imagens de seus grupos também sejam positivas, para que as pessoas também sejam motivadas a avaliar positivamente os grupos aos quais pertencem.

As avaliações feitas pelos grupos, são feitas por comparação. Não dizemos que nosso grupo é bom, mas que é melhor que o outro ou o melhor de todos. E muitas vezes desumanizamos o outro grupo. O processo de desumanização é uma falha em atribuir qualidades básicas a uma outra pessoa. Esse processo é comum contra membros de outra cultura, ou grupos estigmatizados em determinada cultura, estimulando crenças e condutas intolerantes, radicais e cruéis com os membros dos grupos. Em Antropologia conhecemos o Etnocentrimo, essa é uma tendência quase universal de grupos humanos perceberem os hábitos característicos do seu grupo como mais corretos, naturais e superiores aos de outro grupo, o que leva maior propensão de ocorrer descriminação e hostilidade entre os grupos.

Acredito que um dia, consigamos conviver em harmonia,
percebendo as semelhanças e acabando com os preconceitos.

O que sabemos também, por meio de pesquisas sobre o assunto, é que é possível mudar os estereótipos e preconceitos associados com outros grupos, por meio do contato. Existem estudos indicando que ao participar de atividades que demandam cooperação entre pessoas de grupo diferentes e até mesmo antagônicos, é possível perceber semelhanças nas pessoas do outro grupo e até notarem os dois grupos como uma mesma entidade social, o que pode resultar numa recategorização do grupo e redução do preconceito.

Que tal perceber se existe oportunidade de passar a conhecer grupos diferentes e conviver com pessoas novas?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Cuidado nas confraternizações de final de ano é essencial para não proliferar o coronavírus.


Depois de quase um ano de isolamento social e perdas dolorosas, muitas pessoas estão preocupadas com as comemorações ou, pelo menos, os encontros com os familiares e amigos no Natal deste ano. O que pode ser feito? Como proteger a si mesmo e as pessoas queridas? Como controlar a ansiedade e os receios que estão desestruturando muitas pessoas em todo o mundo? 

As festas de Natal e Ano Novo serão diferentes esse ano. Isso, é claro, se você seguir todos os cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus. O mais seguro, inclusive, seria que as famílias e amigos não se encontrassem neste ano. A indicação é da própria OMS (Organização Mundial da Saúde).

Os especialistas na área da saúde seguem a mesma orientação. Isso vale especialmente para núcleos familiares que não moram na mesma casa. Para famílias que já estão em convívio diário, a confraternização pode ser realizada seguindo os cuidados de higienização ao voltar da rua, por exemplo, adotados desde o início da pandemia.

É importante considerar algumas coisas na hora de planejar a reunião familiar. Dicas como: poucas pessoas. Preferencialmente as pessoas que já moram na mesma casa. Usar máscara, se vier alguma pessoa que não é do seu convívio diário. Tirar os sapatos na entrada. Ambientes abertos, com renovação de ar, são preferíveis, reforçando ainda que qualquer pessoa com sinais de resfriado ou gripe deve se ausentar desses eventos. Abusar do álcool em gel e lavar as mãos. Não compartilhar objetos pessoais como copos, pratos e talheres. Para famílias muito grandes, recomenda-se também dividir os membros em dois grupos e realizar dois encontros na véspera e no dia de Natal.

Na parte psicológica, sou favorável que as reuniões familiares de final de ano aconteçam, mas ressalto a importância de seguir os protocolos sanitários. Apesar da pandemia é melhor estarmos entre os nossos entes queridos, com os devidos cuidados, do que passarmos sozinhos por este período de fim de ano, que muitas vezes pode levar à melancolia, principalmente na situação que estamos vivendo.

É preciso estar com pessoas, valorizar aquilo que importa. Este movimento positivo ajuda a enfrentar as adversidades, mas fazer um balanço consigo próprio sobre o que é importante, o que é essencial,  quem são as pessoas essenciais para você estar perto e considerar que familiares saudáveis poderão viver este e várias comemorações pela frente, são aspectos que entram nesta conta. 

Quem prefere manter o isolamento social de forma nenhuma está errado, mas para superar a sua solidão e a do ente querido, pela ausência de contato, é muito importante que mensagens sejam enviadas.

Se você não puder estar presente, mande um abraço pelo WhatsApp ou faça uma chamada de vídeo. O importante é não se desconectar, não perder de vista nossas comunidades de referência porque elas são também fonte para nossa saúde mental.

Desejo um Feliz Natal. Que encontremos instantes de alegria em meio a pandemia.
Muito amor, paz e saúde.

Depois me conte como foi o seu Natal 😉

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A situação atual de pandemia mais home office tem chamado a atenção pela complexidade no equilíbrio da rotina e na saúde mental.

Nesses últimos meses tenho ouvido muitos relatos sobre uma sensação de estresse extremo, que se reflete em não ter paciência com filhos, cônjuges, colegas, prestadores de serviço etc.  Além disso, posso me atrever a dizer que, cada vez mais, tem sido difícil ser produtivo e que dormir bem se tornou um desafio… pode até ser que você consiga pegar no sono, mas a sensação de cansaço continua.

Faço um alerta: se esses sintomas persistem, algo está errado e pode ser que você esteja próximo de uma situação de estresse crônico, e é preciso investigar uma possível Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional.

Essa é uma das enfermidades que vem chamando a minha atenção neste momento, devido ao seu crescimento a partir da mudança abrupta do novo estilo de trabalho que, inicialmente, foi romantizado. Da noite para o dia, passamos ao home office ou teletrabalho, com expediente em casa, tarefas domésticas e família disputando espaço com as responsabilidades profissionais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que oficializou o burnout como doença crônica ano passado, o define como uma síndrome que resulta de um estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso.

A síndrome pode ser identificada a partir de três dimensões: 

  • Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia
  • Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho
  • Redução da eficácia profissional

Detectar o burnout é mais complexo do que parece. Não existem exames de sangue e de imagem ou testes de resistência física para flagrá-lo. O diagnóstico vem de uma escuta atenta do paciente e de uma avaliação minuciosa de suas condições de trabalho. Isso é determinante para não confundi-lo com outras desordens mentais.

Prevenção passa por cuidados simples e pelo respeito de limites

A prevenção pode se dar por práticas simples e prazerosas, desde que você também assuma esse compromisso com o seu autocuidado. E lembre-se: organização, planejamento, engajamento, disciplina e regularidade são fundamentais para você garantir longevidade e sustentabilidade com sua saúde como um todo.

Procurar atividades fora do trabalho, cuidar da alimentação e praticar exercícios para evitar o problema. Ao mesmo tempo, as empresas devem adotar estratégias de respeito aos limites dos seus colaboradores e precisam ter cuidado para não criar um ambiente onde impera pressão e as ameaças de demissões. 

Os líderes devem fomentar uma cultura corporativa sadia e se manterem atentos para qualquer sinal de adoecimento dentro das suas equipes, criando condições para que seus funcionários tenham prazer em sua rotina.

Vivemos um tempo de confusão entre o que é casa e o que é trabalho. A insegurança quanto à continuidade do emprego também pode favorecer relacionamentos abusivos. Esse é um momento em que as empresas devem ficar ainda mais atentas para evitar que seus talentos adoeçam e futuros problemas na justiça.

Sou Joana Santiago -Psicóloga

O cérebro não consegue mais raciocinar, solucionar problemas e visualizar coisas boas. Ele precisa, de fato, descansar!

Talvez uma das maiores dificuldades atuais seja aliar saúde e alto desempenho profissional. Afinal, com o ritmo frenético de atividades realizadas, a sobrecarga passa a fazer parte da rotina e é aí que os problemas começam.

As horas de expediente nunca parecem dar conta de todos os problemas que precisam ser resolvidos. Fora do trabalho, você procura ser o marido ou a esposa modelo, o pai ou a mãe do ano, o amigo ou a amiga de todas as horas.

Ah! E ainda tem que resolver todas as suas questões pessoais….ufa, não há ser humano que consiga dar conta disso tudo sem, ao final do dia, estar com aquela sensação de que precisa de férias imediatas para hibernar!

Mente cansada

O cansaço mental é um processo de desgaste, que ocorre, principalmente, em função do estresse e do excesso de informações que o nosso cérebro recebe. Em tempos de redes sociais, notificações e multi-telas, o ser humano vive soterrado de informações que invadem os sentidos diariamente e, nem sempre, são informações imprescindíveis.

Mesmo que não sejam importantes, essas informações desgastam a nossa atenção por termos que lidar com vários estímulos diários. Então, é notório o aumento de casos de estresse e transtornos de ansiedade em função do modo de vida que o ser humano está tendo, sempre sobrecarregado.

Uma hipótese é a de que esse processo de desgaste está ligado, sobretudo, ao nosso estoque de energia mental. Ao longo do dia, nos baseamos em um limite de recursos que nos fazem ter o que chamamos de “força de vontade” e “autocontrole”. Ou seja, disponibilizamos determinada energia para realizar nossas tarefas e metas. Quando esgotamos esse recurso, nos sentimos cansados.

Se temos energia disponível para realizarmos as tarefas, qual o motivo de nos sentimos tão exaustos no fim do dia? A resposta pode estar na tensão que é criada quando, sobrecarregados, perdemos o interesse em realizar as atividades.

Mas você sabe a diferença entre cansaço mental, fadiga e Burnout?

Esses termos estão aparecendo regularmente e, às vezes, indistintamente. No entanto, eles não significam a mesma coisa. Pensamos em aproveitar a oportunidade para definir cada um em relação ao local de trabalho, pois eles impactam nossa saúde mental de maneiras diferentes. Pode ser difícil diferenciar cansaço, fadiga e esgotamento, mas um bom indicador é a rapidez com que a recuperação leva. 

Uma boa noite de sono, uma refeição nutritiva e um banho quente costumam aliviar o cansaço. Férias de uma a duas semanas ou licença do trabalho com foco em desligar, desestressar e recarregar podem aliviar o cansaço. A fadiga requer um esforço mais consistente para lidar com o estilo de vida subjacente, os fatores de bem-estar e pode levar vários meses para ser superada. 

O Burnout é mais difícil de tratar, pois depende da intensidade e da duração do burnout, da qualidade da recuperação e da situação geral da pessoa que o vivencia. Para alguns, um plano conjunto elaborado entre eles e seu gerente pode ser o suficiente para começar a se sentir no topo das coisas novamente. Outros podem precisar mudar completamente de empresa ou carreira e começar do zero. Alguns podem precisar de aconselhamento adicional ou para desenvolver novos mecanismos de enfrentamento, como uma prática regular de meditação, uma rotina de relaxamento e até mesmo novos hobbies. 

Respeite os sinais do seu corpo

Tanto a fadiga quanto o esgotamento podem terminar em uma sensação de exaustão física e mental; a fadiga pode ser causada por uma variedade de fatores, desde o estilo de vida até o ambiente, enquanto o esgotamento é causado por períodos prolongados de estresse emocional e frustração. Já no caso de Burnout, você precisa de ajuda terapêutica psicológica. Só ela apresenta muitos benefícios e proporciona ferramentas eficazes para compreender a natureza destes males.

Entender sobre o que acaba com a nossa energia mental importa, pois quando estamos mentalmente exaustos, tendemos a estar mais dispersos e descuidados. Ainda, quanto mais aprendermos sobre a fadiga, mais chances temos de construir uma rotina equilibrada e prazerosa, inclusive no trabalho.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

É comum que as pessoas vivam crises existências em algum momento das suas vidas.

Quase todo mundo, em algum momento da vida, vai passar (ou já passou) por uma crise existencial. Essa sensação de perda do sentido e o constante questionamento sobre a própria existência traz ao indivíduo uma enorme angústia, que pode até desencadear ansiedade e atrapalhar o convívio social.

Existem cinco principais preocupações existenciais que vamos nos deparar em algum momento da vida: morte, significado da vida, isolamento, identidade e liberdade. Todas elas resultam do embate entre nossas motivações humanas básicas e a realidade ambígua que vivemos.

Mas afinal, o que nos faz passar por uma crise existencial? Que tipo de acontecimentos desencadeiam esse sentimento de dúvida e todos os conflitos internos que vivenciamos?

Uma crise existencial se refere a sentimentos de mal-estar sobre o significado, a escolha e a liberdade na vida. Quer seja referida como uma crise existencial ou ansiedade existencial, as principais preocupações são as mesmas: que a ideia é que a vida é inerentemente sem sentido, que nossa existência não tem sentido porque há limites ou fronteiras nela, e que todos devemos morrer algum dia.

A ansiedade existencial tende a surgir durante as transições e reflete a dificuldade de adaptação, muitas vezes relacionada à perda de proteção e segurança. Por exemplo, um estudante universitário que está se mudando de casa ou uma pessoa adulta passando por um divórcio difícil pode sentir que o alicerce sobre o qual sua vida foi construída está desmoronando. Isso pode levar a questionar o significado de sua existência.

Para os existencialistas, uma crise existencial é considerada uma jornada, uma tomada consciência, uma experiência necessária e um fenômeno complexo. Surge de uma consciência de suas próprias liberdades e como a vida vai acabar para você um dia.

Reconhecendo uma crise existencial  

Uma crise existencial tende a surgir a partir de algum acontecimento impactante e traumático. Porém, cada pessoa sente e age de forma muito particular e distinta diante dessas situações e, por isso, os sintomas, principalmente os de fundo emocional, podem variar bastante de acordo com as experiências de cada um e com momentos da vida. Portanto nesse momento, buscar ajuda profissional de um psicólogo é fundamental!

Ainda assim, certos sinais recorrentes apontam para o surgimento da crise existencial, sendo os mais comuns:

  • estafa mental
  • ansiedade
  • necessidade de isolamento
  • desânimo constante
  • pessimismo e insatisfação
  • alterações no apetite
  • sono desregulado
  • sentimento de incapacidade
  • ausência de objetivos e incertezas sobre o futuro
  • dúvidas e questionamentos sobre a própria personalidade

A crise de meia-idade

O termo crise da meia idade foi formulado por Elliott Jaques, um médico canadense, que descreveu as dificuldades emocionais que algumas pessoas costumam passar entre os 45 e 55 anos. Essa fase da vida pode ocasionar insegurança, ansiedade e baixa autoestima.

Essas dificuldades, que podem gerar uma crise existencial, são desencadeadas por diversos fatores:

  • alterações hormonais
  • crises profissionais
  • casos extraconjugais
  • síndrome do ninho vazio
  • morte de parentes ou amigos próximos

De qualquer modo, a crise da meia-idade se origina na mesma fonte da crise existencial,
o questionamento. Só que neste caso, a crise apenas aparece como o produto de um acúmulo de estresse e cobranças ao longo de anos, geralmente inseridos em um projeto pessoal de casamento, sucesso profissional ou comodismo.

Quando tudo isso é associado às expectativas concentradas sobre uma única pessoa, ou seja,  o(a) “provedor(a)” da casa, essa pressão pode levar inclusive a um desgaste mental profundo (burnout).

Como superar a crise existencial?

Algumas pessoas podem ter dificuldades de lidar com os sentimentos que essa fase desperta e com as questões que a envolvem. Diante dessa dificuldade, pode ser necessário buscar apoio psicológico através de psicoterapia. O trabalho do psicólogo, que é um profissional capacitado para orientar sobre a forma de lidar com os sentimentos e adversidades, ajudará a resolver problemas que parecem não ter solução.

De todo modo, é importante que a pessoa que se vê diante dos dilemas existenciais entenda que nunca será possível ter todas as respostas para todas as dúvidas e que não há problema nisso!

É fundamental entender as razões de todos os sentimentos conflitantes despertados na crise. A partir de disso se dá o primeiro passo rumo à solução de boa parte dos questionamentos e do reencontro com o equilíbrio emocional que ficou abalado em algum momento.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

“A sexualidade tem muito mais riqueza e complexidade do que imaginamos, pelo simples fato de ser a capacidade de um ser tão rico e complexo como é o ser humano”.
Julian Fernandez de Quero

SEXUALIDADE

A sexualidade um dos impulsos fundamentais por trás dos sentimentos, pensamentos e comportamentos humanos. Ele define os meios de reprodução biológica, descreve representações psicológicas e sociológicas de si mesmo e orienta a atração de uma pessoa por outra. Além disso, ele molda o cérebro e o corpo para que busquem o prazer. No entanto, por mais importante que seja a sexualidade para o ser humano, ela é freqüentemente vista como tabu, mas é necessário falar sobre esse assunto, porque o desconhecimento sobre ele só ajuda a perpetuar o sofrimento que milhares de pessoas vivem todos os dias.

A sexualidade humana se manifesta de várias formas, para falarmos sobre ela é importante primeiro, sabermos a diferença entre sexo, gênero, identidade de gênero e orientação sexual.

SEXO

É a parte biológica. Se divide em macho, fêmea e intersexo. Ele é definido pelos seus cromossomos e por características como os orgãos reprodutivos internos e externos. Curiosamente, o sexo biológico não é tão facilmente definido ou determinado como você poderia esperar, já que pessoa biologicamente intersexo pode nascer com características de fêmea ou de macho.

GÊNERO

Descreve o psicológico (identidade de gênero ) e o sociológico (papel de gênero) nas representações do sexo biológico. Desde muito cedo, começamos a aprender as normas culturais do que é considerado masculino e feminino. Por exemplo, as crianças podem associar cabelos longos ou vestidos com feminilidade. Mais tarde na vida, como adultos, frequentemente nos conformamos a essas normas nos comportando de maneiras específicas ao gênero: como homens, construímos casas; como mulheres, fazemos biscoitos ( Marshall, 1989 ; Money et al., 1955 ; Weinraub et al., 1984 ).

Como as culturas mudam com o tempo, as idéias sobre identidade de gênero também mudam. Por exemplo, as culturas européia e americana hoje associam rosa com feminilidade e azul com masculinidade. No entanto, há menos de um século, essas mesmas culturas envolviam os meninos de rosa, por causa de suas associações masculinas com “sangue e guerra”, e vestiam as meninas de azul, por causa de suas associações femininas com a Virgem Maria ( Kimmel, 1996 )

IDENTIDADE DE GÊNERO

Tem a ver com qual gênero você se identifica. Um indivíduo biologicamente macho pode se identificar com gênero masculino ou com o feminino e uma pessoa biologicamente fêmea também pode se identificar com qualquer um dos dois.
Transgêneros são pessoas com cuja identidade de gênero ou expressão dessa identidade, difere do seu gênero relacionado com seu sexo biológico. Um exemplo é uma pessoa biologicamente macho, mas que se identifica com o gênero feminino e se veste ou se comporta com o gênero feminino e vice versa.
Quando a identidade e expressão de gênero é coerente com o gênero atribuído a uma pessoa, a chamamos ela de Cisgênero.

Sexo e gênero são aspectos importantes da identidade de uma pessoa. No entanto, eles não nos falam sobre a orientação sexual de uma pessoa. 

ORIENTAÇÃO SEXUAL

Se refere à atração sexual de uma pessoa por outra. No contexto da orientação sexual, atração sexual se refere à capacidade de uma pessoa despertar o interesse sexual de outra ou, inversamente, o interesse sexual que uma pessoa sente por outra.

Ela geralmente se divide em orientação heterossexual, homossexual ou bissexual. Apesar dessas divisões, hoje em dia a orientação sexual é vista mais como continuo, variando de um extremo ao outro. Mas ela não é necessariamente fixa, e pode variar por diferentes razões.

Tanto a orientação sexual e quanto a identidade de gênero, costumam se manifestar desde cedo, independente dos pais ou pessoas próximas serem heterossexuais, homossexuais, transgêneros ou cisgêneros. Todas essas características da sexualidade são determinadas por muitas coisas, como herança genética passada pelos pais, o funcionamento das glândulas e hormônios do corpo, as primeiras experiências de socialização, a cultura vigente e as suas experiências de vida.

A nossa sociedade incentiva algumas orientações e identidades enquanto discrimina outras. Por isso, os pais de uma criança costumam incentivar ou reprimir as manifestações de sexualidade à partir das normais culturais com as quais eles concordam. E isso ocorre muito. Em nossa cultura assim como em muitas outras, homossexuais e pessoas com identidade diferente do seu gênero, são alvo de descriminação e violência. O pior que isso ocorre por motivos que estão além do controle da pessoa.

O sexo, a orientação sexual e a identidade de gênero, não são meras escolhas que fazemos. Uma pessoa pode disfarçar seus sentimentos ou tentar obedecer um certo padrão de sexualidade para ser melhor aceito ou evitar punições, o problema é que isso pode levar anos de sofrimento, frustração e até mesmo suicídio.

Expressar a própria sexualidade é uma parte fundamental no desenvolvimento psicológico saudável de qualquer pessoa. E a educação sexual, nesse sentido, tem muito a dizer. Através do conhecimento, ela abre o processo de conscientização para que cada indivíduo possa ser livre para decidir e escolher um modo de viver e desfrutar da sua própria sexualidade.

Busque ajuda e acolhimento.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Entender o comportamento dos jovens e respeitar o momento que eles vivem é fundamental para uma relação saudável e feliz.

Fase muito temida pela maioria dos pais, a adolescência é um período de muitas descobertas, mudanças no corpo, nos pensamentos e principalmente no comportamento. Os conflitos com os pais aumentam nesse período, e por isso o apelidamos de – aborrecência. Esse neologismo atribui o aspecto negativo desse período. Mas será que só tem aspectos ruins mesmo?

Cheios de energia, convicções e uma avidez de conhecer o mundo e tudo o que nele há, os adolescentes costumam testar toda a base educacional que receberam, exigindo paciência e, principalmente, muita sabedoria.

Por diversas razões, é difícil definir a adolescência em termos precisos. O início da puberdade, que pode ser considerada uma linha de demarcação entre a infância e a tal fase, não resolve a dificuldade de definição. Termos científicos não são práticos e pesquisas não são 100% assertivas, já que cada indivíduo vivencia esse período de modo diferente e único. Então, o que resta? Como entender os adolescentes e essa fase tão singular?

A resposta é simples e direta: ouvindo-os

Através do diálogo é possível obter bons resultados. Quando o pai e a mãe se tornam “amigos” do adolescente e tentam entender o momento em que estes estão vivenciando, a relação começa a se tornar muito mais harmoniosa e o filho começa a perceber que a companhia da família é agradável.

Outra chave para uma boa convivência é aprender com as diferenças e lidar com os temperamentos. Os conflitos entre pais e filhos adolescentes não precisam ser vividos de forma violenta, mas podem ser vistos como uma oportunidade de lidar com percepções diferentes, respeitando e solidificando uma base de interações harmônicas.

A adolescência é uma fase em que os filhos saem do seio familiar para descobrir o mundo e a si mesmos. É comum que haja um afastamento, já que eles se interessam mais por estar com amigos da mesma idade, dividindo interesses e visões de mundo. E isso é completamente normal.

O problema, cada vez mais presente, é quando o adolescente se afasta demais dos pais e passa a ignorá-los. Nessa hora, é necessário voltar ao ponto de partida e entender o que ocasionou tal afastamento e, principalmente, o que tem fomentado essa atitude.

A dificuldade na convivência pode partir das duas partes. Hoje vivemos um tempo em que a paternidade e a maternidade estão em questão. O comportamento dos pais na atualidade também sofreu e sofre uma série de impactos. A superficialidade está tanto nos filhos quanto nos pais. Os motivos de um distanciamento podem ser vários, entre eles o trabalho, os estudos, o consumo, o modelo de relacionamento, o não acompanhamento dos filhos, a terceirização da educação e do cuidado… São vários os fatores que podem resultar em um problema.

Outra causa pode ser o uso excessivo da internet, um drama que atinge mais e mais famílias com o passar do tempo. O contato com a tecnologia é inevitável, e pode ser muito benéfico para todas as partes. Proibir não é o caminho, mas o uso deve ser muito bem observado, principalmente na infância. Uma criança que fica tempo demais na internet pode se transformar em um adolescente fechado, com dificuldade para interagir socialmente. “Não existe uma medida-padrão, mas é importante verificar se as crianças conseguem estabelecer relações e práticas no campo não virtual. Se conseguem brincar, dialogar e interagir. Por vezes, os pais oferecerem acesso ao mundo virtual como uma forma de docilizar as crianças. Não estabelecer limites ou deixá-las entregues à internet apenas para que elas fiquem quietas, é um erro.

Quando o problema já é uma realidade na adolescência e os filhos já estão distantes demais, minha dica é evitar discussões e arbitrariedades. É fundamental não estabelecer uma concorrência ou polarização, como por exemplo: ‘Ou nós, ou o mundo virtual’. É importante investir nas relações, no contato, no querer saber do outro. Não de modo utópico ou pedagógico, mas uma prática cotidiana. Um modo de mostrar aos adolescentes e jovens que a relação com os pais pode ser algo interessante.

Felizmente, esse período de tensão e conflito desconfortáveis entre os jovens e seus pais não dura para sempre. Normalmente, os jovens se aproximaram de seus pais novamente no final da adolescência. Como regra geral, se os jovens e seus pais desfrutaram de um relacionamento próximo, de confiança e amoroso antes da adolescência, essas mesmas qualidades geralmente são restauradas no final da adolescência, quando o conflito diminui.

Acredite.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Um gatilho é algo que dispara uma fita de memória ou flashback transportando você de volta ao evento traumático.

O termo gatilho se popularizou nos últimos anos e ganhou força na web com a tradução literal do inglês TRIGGERS, onde “memes” apresentam personagens expostos a situações emocionais extremas com a reação de raiva, de pânico ou de irritabilidade. Talvez até já tenha se deparado com a frase “apaga, isso me dá gatilho!”, que provavelmente foi utilizada fora de contexto. O meme pode até ser bom, mas fez com que a expressão perdesse sua importância.

Gatilho em psicologia é um estímulo como um cheiro, som ou visão que desencadeia sentimentos de trauma. As pessoas geralmente usam esse termo ao descrever o estresse pós-traumático.

Sentir algum tipo de incômodo por causa de um estímulo e bem diferente de reviver memórias dolorosas, emoções intensas ligadas ao trauma. A pessoa pode sentir como se tivesse vivendo parte desse trauma e essa pode ser uma experiência devastadora.

O QUE É UM GATILHO?

Um gatilho é um lembrete de um trauma passado. Esse lembrete pode fazer com que a pessoa sinta uma grande tristeza, ansiedade ou pânico. Também pode fazer com que alguém tenha flashbacks. Um flashback é uma memória vívida, geralmente negativa, que pode aparecer sem aviso. Pode fazer com que alguém perca o controle do ambiente e “reviva” um evento traumático.

Os gatilhos podem assumir várias formas. Eles podem ser um local físico ou o aniversário do evento traumático. Uma pessoa também pode ser desencadeada por processos internos, como estresse.

Às vezes, os gatilhos são previsíveis. Por exemplo, um policial pode ter flashbacks enquanto assiste a um filme violento. Em outros casos, os gatilhos são menos intuitivos. Uma pessoa que sentiu o cheiro de incenso durante uma agressão sexual pode ter um ataque de pânico ao sentir o cheiro do mesmo incenso em uma loja.

Algumas pessoas usam “gatilho” no contexto de outras questões de saúde mental, como abuso de substâncias ou ansiedade . Nesses casos, um gatilho pode ser uma dica que indica um aumento dos sintomas. Por exemplo, uma pessoa que está se recuperando de anorexia pode ser desencadeada por fotos de celebridades muito magras. Quando a pessoa vê essas fotos, ela pode sentir o desejo de passar fome novamente.

TIPOS DE GATILHOS

Os gatilhos variam amplamente de pessoa para pessoa e podem ser internos ou externos. Abaixo estão alguns exemplos dos diferentes tipos de eventos que podem ser considerados gatilhos em termos de problemas de saúde mental.

Interno:

Vêm de dentro da pessoa. Pode ser uma memória, uma sensação física ou uma emoção. Por exemplo, digamos que você esteja se exercitando e seu coração comece a bater forte. Essa sensação pode lembrá-lo de uma época em que estava fugindo de um parceiro abusivo. Isso seria considerado um gatilho interno. Outros gatilhos internos comuns incluem:

  • Dor
  • Tensão muscular
  • Memórias ligadas a um evento traumático
  • Raiva
  • Tristeza
  • Solidão
  • Ansiedade
  • Sentindo-se oprimido, vulnerável, abandonado ou fora de controle

Externo:

Vêm do ambiente. Eles podem ser uma pessoa, um lugar ou uma situação específica. A quarentena que estamos vivenciando, pode ser um gatilho para transtornos mentais. Abaixo está uma lista de coisas comuns que podem fazer com que uma pessoa se sinta desencadeada:

  • Datas significativas (como feriados ou aniversários)
  • Uma hora específica do dia
  • Indo para um local específico que os lembra da experiência
  • Um filme, programa de televisão ou artigo de notícias que lembra você da experiência
  • Certos sons que lembram você da experiência (um veterano militar pode ser acionado por ruídos altos que soam como tiros)
  • Cheiros associados à experiência, como fumaça
  • Uma pessoa conectada à experiência
  • Mudanças nos relacionamentos ou término de um relacionamento
  • Discutir com um amigo, cônjuge ou parceiro

COMO OS GATILHOS SÃO FORMADOS?

O funcionamento exato do cérebro por trás dos gatilhos não é totalmente compreendido. No entanto, existem várias teorias sobre como os gatilhos funcionam.

Quando uma pessoa está em uma situação ameaçadora, ela pode se envolver em uma resposta de luta ou fuga. O organismo entra em estado de alerta máximo, priorizando todos os seus recursos para reagir à situação. Funções que não são necessárias para a sobrevivência, como a digestão, são colocadas em espera.

Uma das funções negligenciadas durante uma situação de luta ou fuga é a formação da memória de curto prazo. Em alguns casos, o cérebro de uma pessoa pode armazenar mal o evento traumático em seu armazenamento de memória. Em vez de ser armazenada como um evento passado, a situação é rotulada como uma ameaça ainda presente. Quando uma pessoa é lembrada do trauma, seu corpo age como se o evento estivesse acontecendo, retornando ao modo de luta ou fuga.

Outra teoria é que os gatilhos são poderosos porque frequentemente envolvem os sentidos. As informações sensoriais (imagens, sons e, principalmente, cheiros) desempenham um grande papel na memória. Quanto mais informações sensoriais são armazenadas, mais fácil é recuperar a memória.

Durante um evento traumático, o cérebro geralmente insere os estímulos sensoriais na memória. Mesmo quando uma pessoa encontra os mesmos estímulos em outro contexto, ela associa os gatilhos ao trauma. Em alguns casos, um gatilho sensorial pode causar uma reação emocional antes que a pessoa perceba por que está chateada.

A formação de hábitos também desempenha um papel importante no desencadeamento. As pessoas tendem a fazer as mesmas coisas da mesma maneira. Seguir os mesmos padrões evita que o cérebro tenha que tomar decisões.

Por exemplo, digamos que uma pessoa sempre fuma enquanto dirige. Quando uma pessoa entra no carro, seu cérebro espera que ela siga a mesma rotina e acenda um cigarro. Assim, dirigir pode desencadear o desejo de fumar, mesmo que a pessoa deseje parar de fumar. Alguém pode ser acionado mesmo que não faça uma conexão consciente entre seu comportamento e o que o cerca.

OBTENDO AJUDA PARA GATILHOS

Os avisos de gatilho são úteis em alguns casos. Mas evitar os próprios gatilhos não tratará os problemas de saúde mental subjacentes. Se os gatilhos interferirem na vida diária de alguém, é preciso de ajuda profissional!

Na terapia, as pessoas podem processar as emoções relacionadas ao seu passado. Alguns podem aprender técnicas de relaxamento para lidar com ataques de pânico. Outros podem aprender como evitar comportamentos prejudiciais. Com tempo e trabalho, uma pessoa pode enfrentar seus gatilhos com muito menos sofrimento.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

“Uma criança que não brinca não é uma criança, mas o homem que não brinca perdeu para sempre a criança que nele vivia”.
Pablo Neruda

Nessa semana que comemoraremos o Dia das Crianças, parei para refletir sobre o que Freud e Jung dizem: o que a gente vive na infância impacta o resto dos nossos dias.

Não importa quantos anos você tem, a criança que você foi um dia ainda vive e influencia a sua vida.
É muito importante olharmos para isso!

O conceito de “criança interior” é um termo usado pela psicologia para definir essa parte íntima, ligada às crenças e aos afetos que foram construídos na infância. Em maior ou menor grau, essa criança que fomos ainda carrega em nós seus anseios e carências. A necessidade de amor, cuja falta vem da infância, é responsável por muitas tendências autodestrutivas e insatisfações nas relações pessoais. Essa criança precisa ser cuidada para o equilíbrio da nossa vida emocional.

A criança interior é o resultado de experiências vividas desde o momento da concepção até o final da infância. Dependendo do que você recebeu dos pais e do ambiente em que se desenvolveu, sua criança interior pode trazer em seu íntimo criatividade, alegria, intuição, sensibilidade, autenticidade, mas também rancor, medos, culpa, solidão, desamor, obsessões, etc.

A criança interior é tão importante que podemos considerar que ela é a mais fiel representação de quem verdadeiramente somos, pois nossos impulsos são amplamente influenciados pela percepção que a criança interior tem da vida.

Como o dano afeta você como adulto

Traumas menores são comuns na infância, então, mesmo na infância mais saudável. Se você experimentou um trauma grave, no entanto, os resultados provavelmente o acompanharão até a idade adulta. Além disso, se ninguém o ajudar a curar quando você ainda é uma criança, é provável que efeitos graves o afetem até que você faça este trabalho. Os efeitos mais comuns de ter uma criança interior magoada podem ser classificados como comportamentos destrutivos. Eles incluem:

  • Autossabotagem
  • Comportamento autodestrutivo
  • Comportamento de autolesão
  • Comportamento passivo/agressivo
  • Comportamento violento

Não é de admirar que esses efeitos sejam comuns. A criança lesada é impulsiva, narcisista, dependente, carente e tem medo de ser abandonada. Eles não aprenderam como regular suas emoções ou agir com lógica e razão. É provável que essa criança encene, e uma criança interior danificada não é diferente. No entanto, curar a criança interior pode eliminar esses sentimentos e comportamentos, mesmo na idade adulta.

Cuidando de sua criança interior

Uma criança não só precisa ser amada, protegida e ter suas necessidades atendidas, mas também precisa ser ensinada a viver com sucesso no mundo. 

  • descobrindo e liberando emoções reprimidas;
  • ajudando você a reconhecer suas necessidades não atendidas
  • ajudando a resolver padrões inúteis
  • oferecendo uma oportunidade para um maior autocuidado
  • ajudando você a ser criativo e brincalhão
  • elevando o seu autorrespeito.

Dessa maneira, você irá se tornar um adulto emocionalmente saudável, ficar mais relaxado, encontrar mais prazer na vida cotidiana e experimentar a vida com a alegria de uma criança sendo um adulto responsável.

Revisitar as lembranças de infância através da psicoterapia, trabalhos em grupo voltados para o contato com a criança interior e a meditação são formas de nos conectarmos a esse profundo aspecto do nosso ser.

Eu encorajo você a começar essa jornada. Cure suas feridas, recupere sua ternura, criatividade e capacidade de amar. Esse processo é feito aos poucos e com paciência.
Sua criança ainda vive e pede um pouco de atenção.

Sou Joana Santiago – Psicóloga