O transtorno opositor desafiador (TOD) é um distúrbio que ocorre na infância e adolescência e provoca sintomas como comportamento desafiador e impulsivo, dificuldade de lidar com frustrações, teimosia, entre outros. Ele geralmente surge antes dos 8 anos de idade, mas também pode ser diagnosticado em crianças mais velhas ou adolescentes.
É preciso atenção para saber diferenciar os sinais do transtorno de comportamentos comuns nessa faixa etária. Durante o desenvolvimento, é normal observar certos comportamentos desafiadores nas crianças – como as chamadas “birras”, por exemplo. O que, então, indica que a criança pode ter um transtorno?
O comportamento opositor e desafiador é comum em crianças em determinados estágios do desenvolvimento, como na adolescência, e em algumas situações estressantes, como conflitos familiares ou dificuldades escolares; ele também pode ser causado por outros fatores, como transtornos de ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou transtorno de conduta.No entanto, o TOD é caracterizado por um padrão persistente de comportamento desafiador, que é mais severo, frequente e duradouro do que o comportamento observado na maioria das crianças na mesma faixa etária. O diagnóstico é baseado em uma avaliação cuidadosa da história do comportamento da criança, que inclui informações sobre a duração e gravidade do comportamento desafiador, bem como as circunstâncias em que ocorre.
Como lidar com as situações desafiadoras
Na psicologia, o tratamento do TOD foca em ajudar a criança ou adolescente a desenvolver habilidades para regular suas emoções e melhorar sua interação com os outros. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente utilizada para ensinar estratégias de manejo da raiva, resolução de problemas e desenvolvimento da empatia. Além disso, o envolvimento dos pais e cuidadores no processo terapêutico é fundamental, já que eles aprendem técnicas de comunicação eficaz e disciplina positiva para lidar com os comportamentos desafiadores de maneira construtiva.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento do transtorno opositor desafiador
O diagnóstico do Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é realizado por um neurologista infantil, psiquiatra ou psicólogo, após uma avaliação completa da criança, que pode incluir entrevistas e testes de comportamento. O tratamento adequado e precoce pode trazer uma melhora significativa, sendo essencial entender que esses comportamentos não são simples “birras”, mas parte de um transtorno que exige atenção. A terapia comportamental e familiar, junto com o possível uso de medicação, é eficaz no manejo do TOD, e o envolvimento dos pais é crucial para o sucesso do tratamento.
Setembro Amarelo é um mês dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio, um tema que ainda carrega muito estigma e silêncio. A campanha “Se precisar, peça ajuda!” busca quebrar essas barreiras, promovendo o diálogo aberto e incentivando as pessoas a buscarem apoio em momentos de vulnerabilidade. No Brasil, onde milhares de vidas são perdidas anualmente por suicídio, a importância de falar sobre o assunto se torna ainda mais evidente.
A psicologia desempenha um papel crucial nesse processo. Psicólogos e outros profissionais de saúde mental são capacitados para identificar sinais de alerta e oferecer suporte especializado. Através de terapias e intervenções, nós, profissionais, ajudamos as pessoas a enfrentarem suas dores emocionais, promovendo o autoconhecimento e oferecendo ferramentas para lidar com crises. O acompanhamento psicológico pode ser um divisor de águas na prevenção de comportamentos suicidas.
Além disso, a psicologia também atua na promoção de políticas públicas que abordem o suicídio de maneira integral e sem tabu. Campanhas educativas e a implementação de serviços de saúde mental acessíveis são fundamentais para criar uma rede de apoio eficiente. Em um momento onde o estresse e a ansiedade são cada vez mais comuns, o papel da psicologia na promoção da saúde mental e na prevenção do suicídio é essencial para salvar vidas e construir uma sociedade mais acolhedora e solidária.
Durante o Setembro Amarelo, é importante lembrar que nossas atitudes e falas podem ter um impacto profundo na vida de quem passa por momentos desafiadores. Demonstrando empatia e estando abertos a ouvir, podemos contribuir para desfazer o estigma relacionado à saúde mental e, acima de tudo, ajudar a preservar vidas.
A psicologia esportiva desempenha um papel fundamental no desempenho dos atletas olímpicos. Não se trata apenas de treinar o corpo, mas também de preparar a mente para enfrentar os desafios que vêm com a competição de alto nível. Os atletas precisam lidar com a pressão intensa, expectativas elevadas e a ansiedade que acompanha a busca pelo ouro.
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 serão um marco para o Brasil nesse tema, com a delegação brasileira contando com uma equipe de cinco psicólogos e um psiquiatra, que darão suporte aos atletas brasileiros durante as Olimpíadas.
Os psicólogos do esporte trabalham com atletas, treinadores, equipes esportivas e indivíduos envolvidos em atividades físicas, oferecendo suporte psicológico em diversas áreas:
Técnicas Psicológicas Utilizadas pelos Atletas
1. Visualização
Uma das técnicas mais utilizadas é a visualização. Atletas são treinados para imaginar suas performances em detalhes, desde o momento em que entram no estádio até a execução perfeita de suas habilidades. Essa prática ajuda a construir confiança e a preparar a mente para o sucesso.
2. Mindfulness e Meditação
Práticas de mindfulness e meditação são cada vez mais comuns entre os atletas. Essas técnicas ajudam a melhorar a concentração, reduzir a ansiedade e aumentar a resiliência mental. Estar presente no momento pode fazer a diferença entre ganhar e perder.
3. Estabelecimento de Metas
O estabelecimento de metas é uma estratégia psicológica essencial. Atletas trabalham com seus treinadores e psicólogos para definir objetivos claros e alcançáveis, tanto a curto quanto a longo prazo. Isso proporciona uma direção e um propósito, além de ajudar na manutenção da motivação.
Lidando com a Pressão e o Estresse
A pressão para ganhar pode ser esmagadora. A psicologia esportiva oferece ferramentas para ajudar os atletas a gerenciar o estresse e a manter o foco. Técnicas de respiração, exercícios de relaxamento e suporte emocional são componentes vitais do treinamento psicológico.
Casos de Sucesso
Michael Phelps
Michael Phelps, o nadador olímpico mais condecorado de todos os tempos, é um exemplo notável do impacto da psicologia esportiva. Ele trabalhou extensivamente com um psicólogo para desenvolver técnicas de visualização e meditação, o que foi crucial para seu sucesso nas piscinas.
Simone Biles
A ginasta Simone Biles também destacou a importância da saúde mental. Ao se afastar de algumas competições nas Olimpíadas de Tóquio para cuidar de sua saúde mental, ela trouxe à luz a necessidade de uma abordagem equilibrada que valorize tanto o bem-estar psicológico quanto o desempenho físico.
Jade Barbosa
Essa foi a terceira participação de Jade Barbosa em Olimpíadas (disputou Pequim 2008 e Rio 2016) e a primeira medalha. A ginasta entrou para a equipe permanente da ginástica brasileira aos 13 anos e viveu diferentes momentos da equipe que vive seu auge em Paris 2024. A Jade é gigante e conta com a uma grande força psicológica para sempre seguir em frente.
Conclusão
Os Jogos Olímpicos são mais do que uma competição física; são um teste de força mental e resiliência. A psicologia por trás dos atletas olímpicos é um componente vital para seu sucesso, permitindo que eles superem limites e alcancem seus sonhos. Com o apoio psicológico adequado, esses atletas podem enfrentar desafios, lidar com a pressão e alcançar a grandeza no maior palco do esporte mundial.
https://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2024/07/25.08-destaque.png334513Joana Santiagohttps://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2016/04/JOANA-SANTIAGO-LOGO-300x120.jpgJoana Santiago2024-07-31 19:34:152024-07-31 19:34:17Superando Limites: A Psicologia por trás dos Atletas Olímpicos
O Carnaval no Brasil é muito mais do que uma simples festa, é uma experiência cultural única que atua profundamente no psicológico das pessoas.
Desde a antecipação dos preparativos até a energia contagiante dos desfiles e bailes, o Carnaval desperta uma variedade de emoções, desde a excitação até a liberação de tensões acumuladas. É um período em que as barreiras sociais parecem desaparecer, dando lugar a uma sensação de liberdade e pertencimento.
As pessoas se permitem expressar suas identidades de maneira mais intensa, seja através de fantasias coloridas ou simplesmente mergulhando na música e na dança. Essa celebração coletiva não só fortalece os laços comunitários, mas também oferece uma pausa bem-vinda na rotina, para aqueles que não gostam de tumulto, proporcionando um alívio temporário do estresse do dia a dia, simplesmente tirando os dias para relaxar.
Por outro lado, o Carnaval também revela aspectos interessantes do comportamento humano, como a busca pelo prazer imediato e a tendência ao escapismo. Durante esse período, muitos se entregam a excessos, buscando fugir das preocupações cotidianas e se permitindo viver o momento presente de forma intensa. No entanto, é importante lembrar que, assim como qualquer festividade, o Carnaval também pode trazer à tona questões emocionais e sociais mais profundas, como a solidão, a ansiedade e até mesmo conflitos identitários.
Portanto, é essencial abordar essa celebração com uma perspectiva de equilíbrio, aproveitando a alegria e a camaradagem que ela oferece, mas também reconhecendo as necessidades individuais de autocuidado e reflexão.
Não se esqueça: brincar ou relaxar no Carnaval é importante, mas também é fundamental manter a terapia em dia para cuidar da saúde mental e emocional.
https://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2024/02/Carnaval.png10801920Joana Santiagohttps://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2016/04/JOANA-SANTIAGO-LOGO-300x120.jpgJoana Santiago2024-02-07 16:16:502024-02-07 16:16:52Carnaval com a terapia em dia!
A dependência química é uma doença crônica que está presente em diferentes classes ou contextos sociais, direta ou indiretamente. Quando um indivíduo usa uma droga, em geral, está de alguma forma em busca da sensação de prazer. Esta sensação é determinada pelo sistema de recompensa que existe em todos os seres humanos, devido à grande liberação de neurotransmissores, como a dopamina. Para experimentar novamente a sensação, a pessoa usa a droga novamente.
Com base no que foi mencionado acima e no meu post anterior sobre Dependência Química, gostaria de compartilhar uma matéria que saiu em 29/09/23 no O Globo.com, que mostra vídeos de pessoas em estado “zumbi” e o aumento da onda de mortes por overdose nas ruas de São Francisco, Califórnia.
A matéria fala do uso da xilazina, um medicamento de uso veterinário, de baixo custo, usado para sedar animais como cavalos, bois e outros mamíferos. Traficantes têm misturado o fármaco a outras drogas letais, como o fentanil, nos Estados Unidos, visando aumentar os lucros. O governo americano classificou a xilazina como uma “ameaça emergente” à saúde pública, sendo o opioide 50 vezes mais forte que a heroína. O consumo indiscriminado de xilazina é mais difícil de ser tratado do que o de outras drogas, pois nunca foi aprovado para uso humano.
Desafios atuais e reflexões sobre dependência química
Ao contrário do que muitos ainda pensam, drogas não se restringem apenas a substâncias ilegais / ilícitas. Também são consideradas drogas substâncias lícitas, por exemplo: cigarro; álcool; as prescritas por médicos (como remédio para emagrecer, ou até mesmo antidepressivos); ou aquelas que podem ser compradas em mercados ou lojas (como solventes, cola de sapateiro, etc). Cada vez mais, usuários e dependentes descobrem uma nova droga, e a cada descoberta de uma substância que pode causar o prazer esperado, estes divulgam a outros, através do “boca a boca”, esta nova “descoberta”.
Vale muito nossa reflexão sobre o assunto que além de ser considerada uma questão de saúde pública tem o olhar da psicologia para que cada um, a seu modo, possa encontrar maneiras de colaborar na questão da prevenção ou reabilitação do uso de drogas; tendo a consciência, despida de preconceitos, de que a melhor forma de compreender o fenômeno é através de uma perspectiva sistêmica e não linear.
Levando sempre em conta a função dos sintomas, o que estes querem dizer e para onde estão apontando. Lembrando sempre que o indivíduo, no caso o usuário de droga, não é isolado, mas que pertence a vários sistemas; e que o tempo todo afeta e é afetado por estes. Desta forma, o fenômeno do uso de drogas é dinâmico, muito complexo e jamais pode ser visto isoladamente.
Vejo também a importância de adotarmos uma perspectiva social nesta reflexão e nos questionarmos sobre as razões de tantas pessoas buscarem as drogas. O que está ocorrendo no mundo que faz com que tantos precisem de um recurso para sentir prazer? Será que já não é possível lidar com as questões atuais e estamos tentando nos anestesiar? Uma reação de fuga da vida ou uma real busca pelo prazer?
A dependência química é uma doença totalmente passível de tratamento, porém o primeiro passo é reconhecer tal necessidade.
Transtornos alimentares ou distúrbios alimentares são alterações nos hábitos alimentares associados a conflitos emocionais. Embora nem todos os casos sejam graves, essas condições podem afetar o funcionamento físico, psicológico e social na ausência de tratamento adequado.
Junto aos transtornos alimentares, ainda há a associação de pensamentos e emoções de angústia.
Se contabilizarmos todos os tipos de transtornos alimentares, é possível concluir que uma grande parcela da população convive com eles.
Um estudo científico publicado no International Journal of Eating Disorders, constatou que houve um aumento de 48% nas internações por conta dos transtornos alimentares na pandemia.
Existe uma incidência maior em pessoas do sexo feminino, mas isso não quer dizer que homens também não sofrem com essa condição.
Geralmente, os TAs são associados com preocupações acerca da comida, peso e forma do corpo.
Tudo isso pode ser intensificado com o padrão de corpo perfeito que é imposto nos dias atuais. Vale destacar que há algum tipo de preocupação das marcas em desconstruir esse padrão, mas nada ainda é definitivo.
Alguns dos principais sintomas dos transtornos alimentares são:
ansiedade;
baixa autoestima;
compulsão alimentar;
purgação por vômito;
uso de laxantes;
exercícios físicos compulsivos;
comer com restrição.
Tipos de distúrbios alimentares
Entre os principais tipos de distúrbios alimentares podemos encontrar:
Anorexia nervosa;
Bulimia;
Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA);
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP);
Vigorexia.
Causas dos transtornos alimentares
Comer compulsivamente ou perder a fome a ponto desse comportamento comprometer seriamente a saúde pode ter uma série de causas.
A comida é refúgio para aquelas pessoas que apresentam dificuldade de verbalizar seus problemas, seja por medo ou por timidez. Problemas como depressão, ansiedade e situações de violência também podem desencadear quadros de transtorno alimentar.
Fortes impactos emocionais, como falecimento de um ente querido, separação, decepções amorosas ou perda de emprego, também podem desencadear problemas relacionados com transtornos alimentares.
O Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM) incluiu os transtornos alimentares em sua lista em 1994. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 4,7% da população brasileira apresenta algum tipo de transtorno deste tipo, como anorexia, bulimia e compulsão. Este problema atinge mais os jovens com idades entre 14 e 18 anos.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico dos transtornos alimentares é feito pelo psicólogo ou médico psiquiatra.
São analisados os hábitos alimentares, as crenças pessoais e o impacto dos hábitos na saúde física do indivíduo.
No caso de crianças e adolescentes, as observações dos pais são fundamentais para chegar a uma conclusão. Pacientes nessas faixas etárias possuem dificuldade para compreender o significado de seus comportamentos e relatar o que está incomodando ao profissional.
A perda significativa e rápida de peso em crianças e adolescentes pode trazer graves consequências para a saúde. Por essa razão, assim que os pais identificarem algo atípico nos hábitos alimentares e na maneira como os filhos se referem a si mesmos, já podem consultar um profissional.
O diagnóstico precoce favorece o tratamento e reduz os riscos à saúde como um todo.
O tratamento
O tratamento é multidisciplinar, envolve Nutricionista, Endocrinologista, Psicólogo e Psiquiatra. A equipe precisa acompanhar o paciente e sua evolução constantemente.
Embora os sintomas dos transtornos alimentares sejam físicos, muitos deles são causados por problemas psicológicos, a partir de traumas e pensamentos negativos sobre o próprio corpo.
Por esse motivo, além do acompanhamento com médicos e nutricionistas, a psicoterapia é fundamental para a melhora de uma pessoa nessas condições.
O psicólogo é capaz de entender quais são os motivos pelos quais essas pessoas possuem baixa autoestima e, então, busca trabalhar essas questões, a fim de ressignificar esse sentimento e estimular a autoaceitação.
https://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2023/09/25.08-destaque-1.png334513Joana Santiagohttps://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2016/04/JOANA-SANTIAGO-LOGO-300x120.jpgJoana Santiago2023-09-20 16:18:042023-09-20 16:18:06O que é o Transtorno Alimentar
Setembro Amarelo é um mês dedicado à conscientização e prevenção do suicídio. É um período em que a importância de saber ouvir e praticar a empatia com as pessoas ganha destaque. Em um mundo que muitas vezes parece estar cada vez mais isolado e estressante, demonstrar cuidado e compreensão pelos sentimentos e desafios dos outros é fundamental.
Este mês, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, realiza no Brasil a campanha Setembro Amarelo® desde 2014. O lema escolhido para a campanha deste ano é “Se precisar, peça ajuda!”.
A campanha busca disseminar informações e quebrar tabus em torno das questões relacionadas à saúde mental e o estigma direcionado a pessoas que sofrem de transtornos mentais e os profissionais que lidam com estes casos. A campanha visa incentivar o apoio às pessoas e prevenir casos de suicídio.
O Brasil é um dos países com as maiores taxas de diagnósticos de transtornos de ansiedade e depressão. Estes transtornos são os principais fatores de risco associados ao suicídio. Registramos aproximadamente 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
A importância do saber ouvir!
A empatia nos permite entrar no mundo emocional de alguém, compreender suas dores e lutas, e oferecer apoio genuíno. Saber ouvir é uma das formas mais poderosas de expressar empatia. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ter alguém disposto a escutar, sem julgamento, sem soluções prontas, apenas um ombro amigo e um ouvido atento.
Neste Setembro Amarelo, lembro a vocês que nossas ações e palavras podem fazer uma diferença significativa na vida daqueles que estão enfrentando momentos difíceis. Ao praticar a empatia e estar disposto a ouvir, podemos ajudar a quebrar o estigma em torno da saúde mental e, mais importante ainda, salvar vidas.
O Transtorno Dissociativo de Identidade é uma condição psiquiátrica em que um indivíduo apresenta traços de duas ou mais personalidades. As diferentes identidades dessa pessoa podem assumir o controle e reagir de maneiras completamente distintas nas mesmas situações. De forma geral, uma pessoa com esse transtorno tem lapsos profundos de memória, ou seja, momentos que lhe escapam e em que não sabe onde esteve; com quem e nem o que estava fazendo.
O programa do Fantástico entrevistou Giovanna Blasi, que mostrou pelo menos três diferentes identidades, uma delas, a Dandara, foi contra a gravação da entrevista: “Eu fui totalmente contra ela se expor, mas eu entendo o propósito dela”.
Não se tem uma resposta definitiva para a origem do problema, mas acredita-se que as múltiplas personalidades podem ser desencadeadas por situações traumáticas na infância, como abuso físico, sexual ou emocional. O transtorno pode ser uma forma de defesa do indivíduo para lidar com o trauma, separando as experiências e memórias dolorosas em diferentes identidades. Outros fatores, como vulnerabilidade genética, também podem desempenhar um papel na predisposição para o desenvolvimento do transtorno dissociativo de identidade.
O tratamento do transtorno dissociativo de identidade envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de profissionais de saúde mental experientes. O objetivo principal do tratamento é promover a integração e a cooperação entre as diferentes identidades, reduzindo a fragmentação da personalidade e fortalecendo a capacidade do indivíduo de lidar com o trauma subjacente.
É importante ressaltar que o tratamento deve ser individualizado, adaptado às necessidades específicas de cada pessoa. O apoio contínuo da equipe de tratamento, o suporte social e o autocuidado são elementos essenciais para ajudar a pessoa a lidar com os desafios do transtorno dissociativo de identidade ao longo do tempo.
Veja a matéria completa no: https://globoplay.globo.com/v/11880016/
O transtorno de personalidade narcisista é caracterizado por um padrão generalizado de sensação de superioridade (grandiosidade), necessidade de ser admirado e falta de empatia.
Transtorno de personalidade narcisista é um dos vários tipos de transtornos de personalidade. Trata-se de uma condição mental em que as pessoas têm um senso inflado de sua própria importância, uma profunda necessidade de atenção e admiração excessivas, relacionamentos conturbados e falta de empatia pelos outros. Mas por trás dessa máscara de extrema confiança está uma frágilautoestima que é vulnerável à menor crítica.
O transtorno de personalidade narcisista causa problemas em muitas áreas da vida, como relacionamentos, trabalho, escola ou assuntos financeiros. Pessoas narcisistas podem ser geralmente infelizes e desapontadas quando não recebem favores especiais ou admiração que acreditam que merecem. Eles podem achar seus relacionamentos insatisfatórios e outros podem não gostar de estar perto deles.
Não se sabe o que causa o transtorno de personalidade narcisista. Ele é resultado de um conjunto de fatores genéticos e ambientais que moldam as características do indivíduo até a idade adulta.
Sabe-se que é mais frequente em homens e também em pessoas que sofreram abusos na infância ou tiveram relacionamentos problemáticos com pais e familiares.
Os sinais e sintomas do transtorno de personalidade narcisista variam de acordo com a sua gravidade. Veja alguns deles:
Grandiosidade A pessoa superestima suas próprias habilidades e exagera suas realizações (uma característica denominada grandiosidade). Ela acredita que é superior aos outros, original ou especial.
Fantasia de ser especial A pessoa com esse transtorno se preocupa com fantasias de grandes realizações, de ser admirada por sua inteligência ou beleza avassaladora, de ter prestígio e influência ou de vivenciar um grande amor. Ela sente que deve se relacionar apenas com outros tão especiais e talentosos quanto ela mesma, não com pessoas comuns. Ela utiliza esse relacionamento com pessoas extraordinárias para sustentar e melhorar sua autoestima.
Necessidade de ser admirada Uma vez que a pessoa com transtorno de personalidade narcisista precisa ser excessivamente admirada, sua autoestima depende de que os outros tenham uma opinião favorável sobre ela. Assim, sua autoestima é geralmente muito frágil. A pessoa com esse transtorno frequentemente observa para ver o que os outros pensam dela e avalia se está indo bem ou não.
Minimizam os próprios defeitos Uma característica frequentemente encontrada é o hábito de minimizar os próprios defeitos, atitudes ou falhas. Assim, raramente admitem arrependimento ou demonstram qualquer remorso, mesmo reconhecendo o problema.
Falta de empatia ou empatia reduzida A pessoa narcisista tem dificuldade para se colocar no lugar do outro. Consequentemente, não consegue compreender a magnitude do impacto das suas ações em outros indivíduos. Como, então, se desculpar por algo que você acredita não ser tão ruim assim? Essa é outra razão pela qual é difícil fazer com que a pessoa narcisista perceba e aceite os seus erros.
Comportamento de vítima Não acham que estão erradas e se fazem de vítimas quando são confrontadas por suas atitudes. Mesmo que tenham sido o pivô da situação desagradável, elas têm dificuldade para assumir a responsabilidade por suas ações e tomar atitudes para remediar os seus erros. Tentam colocar a culpa em terceiros ou desviar o foco para o comportamento de outra pessoa para reduzir a atenção negativa.
Falta de empatia ou empatia reduzida A pessoa narcisista tem dificuldade para se colocar no lugar do outro. Consequentemente, não consegue compreender a magnitude do impacto das suas ações em outros indivíduos. Como, então, se desculpar por algo que você acredita não ser tão ruim assim? Essa é outra razão pela qual é difícil fazer com que a pessoa narcisista perceba e aceite os seus erros.
Tipos de narcisismo
Nem todo narcisista apresenta os mesmos comportamentos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Nova York, há dois tipos de narcisismo: o grandioso e o vulnerável.
Os narcisistas grandiosos costumam ser extrovertidos, dominantes e arrogantes. Também têm autoestima elevada, são confiantes e geralmente são felizes.
Por outro lado, os vulneráveis são inseguros, tímidos e com baixa autoestima. Geralmente, são ansiosos, mais sensíveis às críticas e podem ter depressão.
De qualquer forma, ambos os tipos são pessoas egoístas, que se sentem especiais e buscam por adulação e admiração dos outros.
Causas do narcisismo
Primeiramente, é preciso ressaltar que é possível ter traços narcisistas e não ser um narcisista clinicamente diagnosticado.
Adolescentes, por exemplo, apresentam características narcisistas em razão do estágio do desenvolvimento cognitivo em que se encontram. Entretanto, isso não quer dizer que tenham ou irão desenvolver este transtorno de personalidade. O mesmo se aplica a pessoas com tendência a ser arrogantes e egocêntricas.
Ele é o resultado de uma combinação de fatores, como ambiente familiar desfavorável, convivência com uma pessoa com o diagnóstico de personalidade narcisista e componentes genéticos.
A necessidade de ser sempre o melhor para conseguir aprovação é mais presente em quem cresceu com pais excessivamente exigentes, podendo ser um gatilho para o desenvolvimento dessa condição. Por outro lado, pais que elogiam e favorecem o filho de maneira exagerada ao longo do seu desenvolvimento também podem contribuir para o surgimento da personalidade narcisista.
Crescer com um pai ou mãe narcisista pode causar problemas emocionais, como ansiedade, medo de errar e perfeccionismo exagerado, ou ser um gatilho para o desenvolvimento da condição. O filho replica os comportamentos dos pais sem ter consciência de quão nocivos eles são.
Quando procurar ajuda profissional
As pessoas com transtorno de personalidade narcisista podem não querer pensar que algo esteja errado. Então, é improvável que procurem tratamento. Se eles procuram tratamento, é mais provável que seja por sintomas de depressão, uso de drogas ou álcool, ou outro problema de saúde mental. Porém, insultos percebidos à autoestima podem dificultar a aceitação e o tratamento.
Se você reconhecer aspectos de sua personalidade que são comuns ao distúrbio da personalidade narcisista ou se estiver se sentindo sobrecarregado pela tristeza, considere entrar em contato com um psiquiatra ou psicólogo. Obter o tratamento certo pode ajudar a tornar sua vida mais gratificante e agradável.
A dependência química é caracterizada pela necessidade e dependência de substâncias psicoativas, que podem incluir álcool, maconha, cocaína, medicamentos e calmantes. Essa condição é considerada um transtorno mental resultante do uso constante dessas drogas. Infelizmente, muitas vezes, os dependentes químicos são estigmatizados pela sociedade, sendo vistos como pessoas sem força de vontade, fracas e incapazes de abandonar o vício.
No entanto, é crucial compreender que a dependência química leva o indivíduo a perder o controle sobre o uso dessas substâncias, resultando em um declínio gradual de sua saúde emocional, física e psicológica. Diante dessa situação, é fundamental buscar ajuda profissional e apoio adequado para iniciar o processo de recuperação.
O que é a dependência química?
A dependência química foi demarcada e catalogada na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) da seguinte forma:
Segundo o DMS-V (Manual Diagnóstico e Estatístico De Transtornos Mentais), a dependência se baseia em um padrão de uso de uma substância que provoca sofrimento ou prejuízo clínico e que impede o usuário de realizar atividades cotidianas e antes prazerosas, em detrimento do seu uso.
Esse padrão passa pelas fases de tolerância e abstinência, caracterizando um ciclo vicioso em que, apesar do malefício evidente da substância, o usuário acaba se tornando escravo de seus efeitos.
O uso das substâncias não é mais uma questão a ser decidida pelo usuário, ele é um mero fantoche de seu vício. Existem fatores bioquímicos envolvidos, que fazem com que a droga seja o principal combustível para a existência do indivíduo.
Prevenir é a melhor escolha
Evitar entrar no ciclo de tentativa de usar drogas é o melhor a ser feito. Se estamos falando sobre uma pessoa que se encontra no quadro de dependência química e quer prevenir novas recaídas, sugere-se que o paciente mantenha o acompanhamento de profissionais especializados e o apoio de pessoas queridas, que podem ser amigos, familiares.
Como conviver com o prognóstico?
A dependência química geralmente representa um impacto profundo em diversos aspectos da vida do indivíduo e também daqueles que estão ao seu redor. Dada a sua complexidade, é interessante que os programas de tratamento sejam realmente múltiplos, para atender às diversas necessidades do paciente (aspectos sociais, psicológicos, profissionais), sendo mais eficaz na alteração dos padrões de comportamentos que o levam ao uso da substância, assim como seus processos cognitivos e seu funcionamento social.
Para manter-se livre das drogas, o indivíduo terá que realizar uma série de mudanças em seu estilo de vida. É recomendado que a pessoa evite locais e situações que sejam associados ao uso da droga, para reaprender sobre outras fontes de prazer (que não as que estejam relacionadas ao consumo).
Geralmente, pessoas com problemas de dependência afastam-se de todas as formas de lazer que tinham antes, hobbies, relacionamentos, etc. É importante retornar à vida anterior ou desenvolver novas formas de lazer. Essa pode ser uma das tarefas mais difíceis no processo de recuperação, mas é possível realizá-la.
Se você é dependente químico ou conhece alguém que está passando pelo processo de superação do vício, convide a pessoa para participar de atividades sociais divertidas e saudáveis, para que ele realmente perceba que pode ser feliz sem o uso da substância!
Qual é a real importância de buscar ajuda de um psicólogo na dependência química?
É importante que o indivíduo com dependência química procure ajuda de psicólogos quando ocorrem situações nas quais a substância está influenciando negativamente a saúde física e/ou rotina, funções acadêmicas e/ou profissionais e as relações interpessoais.
Os critérios do “Manual Estatístico e Mental de Transtornos Mentais”, da Associação Americana de Psiquiatria, e “Classificação Internacional de Doenças”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), são os mais comumente empregados para o diagnóstico dos transtornos relacionados ao uso de substâncias, e esse diagnóstico, primeiramente, só pode ser feito por um conjunto de laudos de profissionais qualificados (médico, psiquiatra, psicólogo).
Vários questionários de autopreenchimento (tais como ASSIST, CAGE, AUDIT) e testes sanguíneos também têm sido empregados, em contexto clínico, com tais fins, mas não podem ser considerados como substitutos de uma cuidadosa entrevista clínica.
Falar sobre o assunto é importante e fazer isso em um ambiente seguro e profissional é de extrema importância.
Tratamento específico para dependência química
O tipo de ajuda mais adequado para cada pessoa depende de suas características pessoais, da quantidade e padrão de uso de substâncias e se o mesmo apresenta problemas de ordem emocional, física ou interpessoal decorrentes desse uso, o que, como mencionado, é muito comum de acontecer.
A avaliação do paciente pode envolver diversos profissionais da saúde, como médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros.
Quando diagnosticada, a dependência química deve contar com acompanhamento a médio-longo prazo para assegurar o sucesso do tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da doença.
Uma das indicações é da Terapia Cognitivo Comportamental, por ser uma abordagem terapêutica estruturada, diretiva, com metas claras e definidas pelo psicólogo e paciente, focada no momento presente e utilizada para tratar diversos comportamentos disfuncionais.
Dependência química tem cura?
Não podemos afirmar que há uma cura para a dependência química. A dependência química é uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão. Porém, essa doença é totalmente passível de tratamento.
Vale ressaltar que além de cessar o consumo, um tratamento eficaz é aquele que consegue auxiliar o indivíduo a retomar o funcionamento produtivo na família, no trabalho, na sociedade e no trabalho.
https://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2023/07/26.04-destaque.png334513Joana Santiagohttps://joanasantiago.com.br/wp-content/uploads/2016/04/JOANA-SANTIAGO-LOGO-300x120.jpgJoana Santiago2023-07-12 21:28:472023-07-12 21:28:49A dependência química sob o olhar da Psicologia
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