Para manter um grande amor ou vivenciar um relacionamento de maneira mais profunda, é preciso compreender,  sem tabus, como as trocas afetivas funcionam.

Dia dos namorados chegando, nossas expectativas no parceiro aumentando, ansiedade para surpresas lá no alto… mas, como a vida real não é como os contos de fadas, em que a história termina antes dos problemas, das brigas e do desgaste do relacionamento a dois. Em contos de fadas, não dá para saber o que acontece depois do famigerado “felizes para sempre”.

Na verdade, não existe apenas uma data ou maneiras de manter um namoro ou casamento feliz, já que cada pessoa é única, com suas características e personalidade, e também espera e cobra coisas diferentes em um relacionamento.

Na vida a dois, existe excesso de trabalho, preocupações domésticas, educação dos filhos e pouco tempo disponível para o diálogo. E manter a saúde do relacionamento a dois, em meio a tantos desafios, é um exercício diário de paciência.

Lidar com a rotina não é fácil. Combater os efeitos da monotonia no relacionamento é um trabalho que exige dedicação e esforço de ambas as partes. No entanto, nada está perdido quando existe amor.

Por isso, separei aqui algumas dicas de como melhorar o relacionamento amoroso, mesmo em meio às turbulências da vida moderna. Confira!

Confie no outro

A confiança é a base de um relacionamento sólido. Se você escolher namorar ou casar com aquela pessoa, precisa confiar em sua conduta.

Quem confia, não precisa ficar tirando provas e conferindo tudo o que o outro diz, pois simplesmente aceita como verdade.

A confiança evita brigas por motivos de ciúmes, que vão desgastando o relacionamento com o passar do tempo.

Não guarde mágoas

Sabe aquela resposta que seu parceiro te deu e você não gostou? Pois então, não feche a cara e fique magoado sem dizer nada. A solução é dialogar! Isso vale para pequenas e grandes insatisfações.

Em um relacionamento, os dois precisam se sentir confortável para conversar abertamente sobre coisas que estão desagradando e precisam melhorar. Guardar um sentimento de tristeza e decepção não fará nada bem para os dois!

Nesse sentido, um psicólogo pode ajudar muito. Às vezes, as pessoas têm dificuldades para falar sobre seus sentimentos e expor suas opiniões dentro de um relacionamento. Se esse é o caso, a Terapia de Casal é uma boa opção.

Por meio dela, o papel do psicólogo é auxiliar o casal a ter um diálogo saudável, resolver seus problemas e estabelecer regras de convivência que melhoram muito o relacionamento.

Mantenham momentos individuais

Ficar junto de quem se ama é muito bom, mas também é preciso manter um tempo para as individualidades. Estabeleça, pelo menos, um momento na semana para cada fazer algo que goste sozinho, sem a companhia do parceiro. Vale sair com os amigos, praticar um esporte, fazer compras ou assistir um filme específico.

Muitas vezes, em relacionamentos, tendemos a deixar de lado nossos prazeres individuais. E isso não é nada bom, pois começamos a cobrar dos nossos parceiros essa satisfação que perdemos por conta própria. Lembre-se: para fazer alguém feliz, é preciso conseguir se fazer feliz!

Não idealize o seu par ou seu relacionamento

Pessoas têm defeitos e isso é um fato com que todos devem aprender a lidar. Muitas vezes, as pessoas idealizam um modelo e querem que seu parceiro, ou até mesmo seu relacionamento, se encaixe perfeitamente nele.

É importante dedicar um tempo para observar as qualidades do outro. Não compare seu relacionamento com o dos outros, pois a grama do vizinho quase sempre parecerá mais verde, exceto para o próprio vizinho.

Em vez de criticar as imperfeições, procure beleza nas ações de seu parceiro. Se ele é um pouco bagunceiro e se atrapalha na cozinha, que tal achar essa inaptidão fofa, em vez de incômoda?

Quanto mais você conhece uma pessoa, mais defeitos serão descobertos, mas também aparecerão mais qualidades. Só depende de você prestar a atenção nas coisas certas e, claro, conversar quando algo realmente não lhe agradar (como falei na primeira dica).

Saia da rotina

Relacionamentos longos costumam entrar em um ciclo de estabilidade, rotina e programas repetidos. Com isso, o namoro ou casamento vai se tornando algo chato e monótono. Saia fora dessa! Invente programas diferentes para fazer em casal e tenha noites ou finais de semanas divertidíssimos.

Boas opções são jantares em restaurantes diferentes, cozinhar algo exótico juntos em casa, sair para um passeio em um lugar que nenhum dois tenham ido, fazer um acampamento, iniciar um curso ou atividade juntos, ou fazer breves viagens.

O importante não é fazer alguma atividade cara e sim o momento diferente que vocês vão passar juntos!

Expresse seus sentimentos

Agrados, carinhos, declarações. As expressões dos sentimentos sempre são bem-vindas e renovam o amor entre o casal. Mesmo depois de muito tempo juntos, reserve um tempinho e escreva um cartão dizendo o porquê você o ama e tudo que admira em seu parceiro.

Pode ser em uma data especial ou, simplesmente, em um dia qualquer.

A pessoa que se sente amada e valorizada é mais feliz. Por isso, demonstre seus sentimentos, fale o quanto você ama, elogie a sua aparência e as suas atitudes. Autoestima dentro de um relacionamento é muito importante para o bem-estar de cada um.

Desejo um Feliz Dia dos Namorados para todos os casais!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Como se manter equilibrada diante dos desafios e superações das mães na quarentena

Ser mãe é essencialmente saber amar. Significa dar afeto, estimar, proteger, cuidar e esta função maternal não se esgota na relação com os filhos, mas pode ser exercida em relação a todas as pessoas com quem assumimos este papel cuidador e afetivo.

É muito comum encontrarmos mulheres que se questionam se estão sendo boas mães, uma dúvida que traz consigo alguma dose de angústia e de sofrimento. O desempenho de vários papéis em simultâneos por parte da mulher, tais como de mãe, esposa, profissional, filha, dona de casa, pode trazer uma pressão psicológica excessiva que acaba por gerar sentimentos de falha e culpa.

Agora acrescente nessa mistura a pandemia, com confinamento há mais de um ano com os filhos, trabalho, rotina da casa… tudo junto e misturado! Desafiador, né?

Tanto para a mãe que tem ajuda como para a que não tem é difícil trabalhar, cuidar da casa, das crianças, dos animais de estimação e fazer diversas outras tarefas, neste período de quarentena, onde todos têm que ficar o máximo possível dentro de casa. Muitas estão esgotadas fisicamente e emocionalmente, e esse esgotamento, junto com o medo e a incerteza do que vai acontecer, podem ocasionar um surto. 

Dicas para reduzir o estresse em casa

Antes desse período, quando uma pessoa estava prestes a ter uma crise, o recomendado era para que ela se afastasse, saísse para caminhar, etc., e só voltasse quando estivesse se sentindo melhor. No atual cenário isso não é recomendado e muitas mães não têm com quem deixar os filhos nem para ir ao mercado, quem dirá para caminhar. Sendo assim, essa mãe terá que se acalmar dentro de casa, procurar um local calmo e avisar para as crianças que precisa se afastar um pouco.

Beba bastante água e respire profundamente por dois minutos, coloque uma música que te deixe relaxada, reflita sobre o que aconteceu e volte para perto das crianças quando estiver mais calma.

Permita-se parar, faça essa “pausa obrigatória”. A vantagem de ter seu filho a poucos passos de distância,  permite abraçá-lo sempre que tiver vontade, ver sua alegria em pequenas coisas e escutar sua risada por toda a casa. Para que esses dias sejam mais leves e você possa aproveitar com as crianças, compartilhe com eles algumas tarefas da casa, ensine e peça ajuda. Eles vão se divertir com uma simples atividade de fazer a cama ou preparar o café da manhã e você vai poder relaxar um pouco. 

E não esqueça, a culpa é um sentimento muito comum entre as mães que, acertando ou errando, permanece nela. Pegue leve com você mesma, não se cobre tanto e aceite que não precisa dar conta de tudo! 

Cuide da sua saúde emocional e se precisar peça apoio profissional, pois só quando estamos bem é que conseguimos cuidar do próximo.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Raiva, decepção e ressentimento não podem ser apagados, mas podem ser controlados.

O desequilíbrio emocional é caracterizado pelas alterações de humor e facilidade em “sair do eixo” diante de acontecimentos negativos e imprevistos. As responsabilidades diárias, a sobrecarga profissional, os relacionamentos amorosos, as frustrações, a pandemia e seus cenários são alguns fatores atuais que podem causar sérios desequilíbrios em nossas emoções.

Algumas pessoas são mais sensíveis e estão mais suscetíveis a esses acontecimentos, mas isso não quer dizer que não pode acontecer com qualquer pessoa. As emoções estão presentes em todas as situações da vida e, quando elas estão em desarmonia, podem fazer com que o indivíduo se porte de maneira inadequada e tenha prejuízos em sua saúde e relacionamentos.

O desequilíbrio emocional pode causar diversos problemas físicos, tais como: fortes dores musculares, dores de cabeça, gastrite e redução de disposição.

Considere o seguinte cenário. Você está chegando ao fim de um dia difícil de trabalho, quando um comentário do seu chefe diminui o que resta de sua paciência. Você se volta, com o rosto vermelho, para a fonte de sua indignação. É então que você para, reflete, engole à seco (rs) e opta por não expressar seu descontentamento. 

Este pode não ser o mundo perfeito, mas mostra como nós, podemos regular nossas emoções.

Nossa regulação das emoções não se limita a interromper uma explosão de raiva, isso significa que podemos controlar as emoções que sentimos e também como e quando são vivenciadas e expressas. Podemos ser positivos diante de situações difíceis ou fingir alegria ao abrir um terrível presente de aniversário. Podemos impedir que a tristeza nos esmague e o medo nos impedir de seguir em frente.

Como nos permite desfrutar mais das emoções positivas e experimentar menos as emoções negativas, a regulação das emoções é extremamente importante para o nosso bem-estar . Por outro lado, a desregulação emocional está associada a condições de saúde mental e psicopatologia. Por exemplo, acredita-se que um colapso nas estratégias de regulação emocional desempenhe um papel em condições como depressão, ansiedade, uso indevido de substâncias, ingestão excessiva de comida e transtornos de personalidade.

O psicólogo da Universidade de Stanford James Gross (2001) propôs um modelo de 4 estágios para capturar a sequência de eventos que ocorre quando nossas emoções são estimuladas. No que ele chama de “modelo modal”, uma situação chama nossa atenção, que por sua vez nos leva a avaliar ou pensar sobre o significado da situação. Nossas respostas emocionais resultam da maneira como avaliamos nossas experiências. 

Algumas respostas emocionais não requerem regulação específica. Se a emoção for adequada à situação e ajudar você a se sentir melhor, não há necessidade de se preocupar em mudar a maneira como você lida com as coisas. Rir quando os outros estão rindo é um exemplo de reação apropriada que o ajuda a se sentir melhor. Expressar a raiva na estrada também pode fazer você se sentir melhor, mas não é apropriado ou particularmente adaptável. Você pode expressar sua raiva de outras maneiras que lhe permitam liberar esse sentimento ou, em vez disso, tentar encontrar uma maneira de se acalmar.

É claro que se acalmar quando você está frustrado pode ser mais fácil dizer do que fazer. Se você tende a perder o controle quando se irrita e expressar sua indignação a todos ao alcance da voz, suas emoções podem estar custando a você relacionamentos importantes, seu trabalho e até sua saúde.

A incapacidade de regular as emoções está, segundo Gross e sua colaboradora Hooria Jazaieri (2014), na raiz de distúrbios psicológicos, como depressão e transtorno de personalidade limítrofe. Embora mais pesquisas sejam necessárias para compreender o papel específico da regulação emocional na psicopatologia, essa parece ser uma área de investigação promissora. Por exemplo, pessoas com transtorno de ansiedade social podem se beneficiar de intervenções que as ajudem a mudar a maneira como avaliam as situações sociais, conforme mostrado por pesquisas sobre terapia cognitivo-comportamental . Muitos outros funcionam em um nível inferior ao ideal de saúde psicológica, afirmam Gross e Jazaieri, poderiam se beneficiar da mesma forma com a educação sobre como gerenciar melhor suas emoções na vida diária.

Felizmente, você pode lidar com a maior parte do trabalho envolvido na regulação de suas emoções bem antes que a situação de provocação ocorra. Ao se preparar com antecedência, você descobrirá que a emoção problemática vai embora antes de interferir em sua vida:

  1. Selecione a situação.
    Evite circunstâncias que desencadeiam emoções indesejadas. Se você sabe que tem maior probabilidade de ficar com raiva quando está com pressa (e fica com raiva quando os outros o forçam a esperar), não deixe as coisas para o último minuto. Saia de casa ou do escritório 10 minutos antes do necessário e não será incomodado tanto por pedestres, carros ou elevadores lentos. Da mesma forma, se houver um conhecido que você acha completamente irritante, descubra uma maneira de evitar esbarrar nessa pessoa.
  2. Modifique a situação.
    Talvez a emoção que você está tentando reduzir seja a decepção . Você está sempre esperando, por exemplo, servir a refeição “perfeita” para amigos e familiares, mas invariavelmente algo dá errado porque você almejou alto demais. Modifique a situação encontrando receitas que estejam ao seu alcance para que você possa saborear a refeição. Você pode não ser capaz de construir o suflê ideal, mas consegue uma fritada muito boa.
  3. Mude seu foco de atenção.
    Digamos que você se sinta constantemente inferior às pessoas ao seu redor, que sempre estão lindas. Você está na academia e não consegue deixar de notar os regulares nas máquinas de musculação que conseguem levantar três vezes mais do que você pode. Atraído por eles como um ímã, você não pode deixar de observar com admiração e inveja o que eles são capazes de realizar. Mudar o foco e concentre-se no que está fazendo e, no processo, acabará ganhando um pouco da força que deseja.
  4. Mude seus pensamentos.
    No âmago de nossas emoções mais profundas estão as crenças que as impulsionam. Você se sente triste quando acredita ter perdido algo, raiva quando decide que uma meta importante foi frustrada e feliz antecipação quando acredita que algo bom está vindo em sua direção. Ao mudar seus pensamentos, você pode não ser capaz de mudar a situação, mas pode pelo menos mudar a maneira como acredita que a situação o está afetando. Na reavaliação cognitiva, você substitui os pensamentos que levam à infelicidade por pensamentos que levam à alegria ou pelo menos ao contentamento. Pessoas com transtorno de ansiedade social podem acreditar que se farão de idiotas na frente dos outros por suas gafes sociais. Eles podem ser ajudados a relaxar por meio de intervenções que os ajudem a reconhecer que as pessoas não os julgam com tanta severidade quanto acreditam.
  5. Mude sua resposta.
    Se tudo mais falhar e você não puder evitar, modificar, mudar seu foco ou mudar seus pensamentos, e essa emoção começar a fluir, a etapa final na regulação da emoção é obter o controle de sua resposta. Seu coração pode estar batendo um tamborilar constante de sensações desagradáveis ​​quando você fica ansioso ou zangado. Respire fundo e talvez feche os olhos para se acalmar. Da mesma forma, se você não consegue parar de rir quando todos parecem sérios ou tristes, reúna seus recursos internos e force-se pelo menos a mudar sua expressão facial, se não seu humor.

Essa abordagem de 5 etapas é aquela que você pode adaptar prontamente às situações mais características que causam problemas. Conhecer seus gatilhos emocionais pode ajudá-lo a evitar os problemas em primeiro lugar. Ser capaz de alterar seus pensamentos e reações aumentará sua confiança em sua própria capacidade de lidar com a situação. Com a prática, você será capaz de transformar aspectos negativos em positivos e, a cada vez, obter satisfação emocional. Mas lembrando que, essas habilidades não substituem o tratamento de distúrbios provenientes do desequilíbrio emocional. Para questões dessa ordem é necessário buscar auxílio junto a profissionais especializados sendo eles, médicos, psiquiatras e psicólogos.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Marque esse um ano de pandemia tomando medidas para gerenciar melhor seu bem-estar mental e emocional. Veja como fazer.

Se passou um ano desde quando tivemos que lidar com os primeiros casos de covid. Se antes a doença parecia distante de você, hoje, infelizmente, todos nós conhecemos alguém que morreu ou que perdeu alguém pelo coronavírus. Por isso, é natural que se até 2020 você tenha conseguido “segurar as pontas” de todos os sentimentos que a pandemia desencadeou, talvez agora esteja mais difícil lidar com a rotina que antes você tinha se adaptado bem.

No entanto, a saúde mental das pessoas foi muito afetada. No ano passado, quase todos os pacientes falaram sobre o estresse e a ansiedade que surgiram com as primeiras ondas de bloqueio.

Algumas pessoas estavam preocupadas com o impacto emocional que a perda de entes queridos teria sobre si e sobre seus amigos e vizinhos. Muitos acharam difícil lidar com a dor e o isolamento, e outros acharam difícil lidar com a perda de emprego e a insegurança financeira.

Infelizmente, nosso país está em uma fase crítica de disseminação do vírus, dessa forma, não é interessante tentar negar ou fugir da realidade em que vivemos. Mesmo antes da pandemia, o ser humano sempre teve dificuldade de lidar com o real, principalmente em comparação com as fantasias que ele cria e que acaba se frustrando ao perceber a discrepância que é a vida. É por isso que o uso de substâncias, legais ou não, que afetam o sistema nervoso central, sempre foi debatido: em última instância existe uma necessidade de fuga da realidade. Mesmo que sem causar aglomerações, muitas pessoas estão percebendo o aumento do consumo de álcool ou outras drogas, e talvez, essa privação da liberdade esteja diretamente ligada a isso.

Outra dificuldade que parece estar aparecendo muito é para dormir. Como muitas pessoas transformaram seu quarto, que antes era espaço de descanso, em espaço de trabalho, é complicado para o cérebro fazer essa transição, ainda mais se você passar a maior parte do tempo em um mesmo cômodo da casa. Por isso, o ideal é ter um outro lugar para trabalhar, pode ser um outro quarto, mas que não seja o seu. 

Os adolescentes também foram muito afetados, mesmo que consigam manter a rotina de estudos online, que já é um desafio, a falta de contato social, e gasto de energia, dificulta uma rotina de sono que funcione. Se for possível criar tarefas dentro de casa, momentos voltados a atividades físicas, mas ainda assim, vale lembrar que o mundo se transformou desde a pandemia, então esse processo de adaptação vai mexer sim com a sua disposição, seu sono e sua energia.

Com as vacinas sendo produzidas aqui e distribuídas com mais regularidade e um novo normal aparentemente se aproximando aos trancos e barrancos ao longo deste ano, aceitando a importância desse momento e todas as transformações que nos foram impostas, nós perguntamos: o que podemos fazer para controlar melhor nosso emocional?

Redefinir a nossa vida

A maioria de nós experimentou algumas revelações sobre nossas vidas durante o curso da pandemia. Talvez percebamos que passamos horas demais no escritório, desnecessariamente. Para o distanciamento social em casa, talvez tenhamos aprendido que realmente nos beneficiamos de muito mais tempo juntos como a família, e que as contas bancárias emocionais que compartilhamos estão desfrutando de saldos maiores do que, talvez, já tiveram antes.

Por meio da união forçada, talvez tenhamos inadvertidamente descoberto que precisamos de mais tempo sozinhos, lendo, ouvindo música, meditando ou apenas sentados em silêncio.

Dedicar alguns minutos para meditar uma ou duas vezes ao dia pode ajudar muito a melhorar a saúde mental.

Recomendo que você avalie as lições que aprendeu ao longo da pandemia e as implemente, na medida do razoável, em sua nova vida normal.

Vá da inércia ao movimento

Todos nós sabemos que o movimento é um componente importante para nosso bem-estar físico, mas também fortalece nossa saúde emocional.

À medida que a pandemia se aproxima do segundo ano, muitos de nós nos tornamos cada vez mais inertes, permitindo que nossa energia ansiosa permaneça em nossos corpos. É crucial para se mover, quer você caminhe, corra, levante ou ande de bicicleta ergométrica. Saia ao ar livre e pegue o ar fresco todos os dias, faça o que estiver ao seu alcance!

Encontre o significado e aja

Muitos de meus clientes me dizem que atingiram uma crise existencial em relação ao significado de suas vidas. A oportunidade aqui é desenvolver vínculos e buscar atividades que façam algum sentido para você, mesmo que temporariamente. Aprimorar o vínculo com pessoas, religião, instituições e/ou colocar em prática algo que se sinta contribuindo para o outro é importante.

Obtenha ajuda

Se você está lutando para lidar com dias sombrios, procure um grupo de apoio online ou sessões de psicoterapia individuais.

Trate a saúde mental como a saúde física e trabalhe para tratar além de doenças emocionais, para manter o bem-estar emocional. Acredito que as pessoas estejam percebendo a importância e, principalmente, a diferença que é tratar a saúde mental, e tenho a esperança de que esse olhar permaneça daqui para frente. 

Você já sentiu solidão, esgotamento, ansiedade ou tristeza por causa da pandemia? Você está preocupado com os efeitos de longo prazo na saúde mental? Que perguntas você tem sobre como cuidar de sua saúde mental após um ano de tantas incertezas?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Alguém que constantemente o deixa confuso e esgotado mentalmente, mas você simplesmente não consegue apontar o porquê, provavelmente, é um manipulador emocional.


Querendo ou não todo início do ano somos bombardeados com as informações do BBB e esse último, o assunto que chamou muito atenção nas redes sociais e em grupos de conversas, foi que entre os participantes uma se destacou bastante – Karol Conká, a cantora e artista se mostrou uma pessoa com comportamentos manipuladores, abusivos e até de terror psicológico. Mas será que esses comportamentos são fáceis de serem percebidos? Será que você consegue perceber quando alguém está tentando te manipular?

A manipulação emocional pode ser difícil de identificar, mas as consequências em nossas vidas são bem visíveis.

Manipuladores emocionais são pessoas que fazem as outras se sentirem mal por não atenderem aos seus desejos, ainda que façam isso inconscientemente. A rigor, uma pessoa não deve ter qualquer poder sobre as atitudes, sobre os pensamentos e sobre a aparência de outra. A mágoa que ela guarda por algum tipo de discordância não é responsabilidade da pessoa que a desagradou, mas dela mesma.

Então todo manipulador emocional é, antes de tudo, uma pessoa que ultrapassa limites. Ela não reconhece que cada pessoa tem um desejo e uma forma de pensar. Tudo deve ser como e quando ela quer, ainda que a questão não diga respeito à vida dela.

A presença de uma pessoa com esse comportamento nas nossas vidas pode tornar a rotina exaustiva e desgastante. Nos esforçamos para fazer o melhor para essa pessoa, mas ela nunca está satisfeita e continua apontando defeitos nos nossos comportamentos. A insegurança, a baixa autoestima e a desilusão são sensações comuns para quem lida com manipuladores emocionais.

As manipulações podem ocorrer de várias formas e, para te ajudar a perceber se você está sendo manipulado, vou explicar alguns sinais que podem indicar isso. Vale ressaltar que nenhum desses sinais podem ser analisados de forma isolada ou fora de contexto.

1. Manipulam por meio de palavras

Um manipulador pode dizer coisas de forma que pareça genuína e honesta. Eles são exímios na arte de esconder suas verdadeiras intenções.

Por exemplo, você pode expressar raiva por perder um aniversário/ocasião especial e eles respondem algo como “nossa, você me deixa muito triste em pensar que eu esqueceria o seu aniversário”. Ou ainda “nossa, eu minto porque você me obriga”.

É muito comum que eles usem as palavras para fazer você se sentir culpado por algo que, na realidade, você não tem culpa. Pode ser de um simples esquecer a data de aniversário e parar até mesmo em agressões mais graves.

2. Distorcem fatos

Outra forma de manipulação é quando eles distorcem o que aconteceu ou o que você falou. Usa frases fora do contexto ou reconta um fato na visão deles. Alguns são capazes de fazer você acreditar nisso. Normalmente justificam o mau comportamento deles e culpam você.

3. São ótimos em fazê-lo sentir culpa

A culpa é uma das grandes armas da manipulação emocional. É sempre você. Você deixou de falar ou falou demais. Você se preocupa demais ou não se preocupa. Você é cuidadoso demais ou desleixado…

Enfim, o manipulador sempre tentará convencê-lo de que a culpa do mau comportamento é sua. E eles são ótimos em se colocarem na posição de vítima.

4. Minimizam seus problemas

Os manipuladores emocionais não se importam com seus problemas pessoais. Sempre que você fala algo como “nossa, estou com enxaqueca” eles vão dar um jeito de convencê-lo que têm um problema muito pior.

5. Passivo-agressivo

O comportamento passivo-agressivo é muito comum na manipulação emocional. Eles costumam dizer coisas boas para você, mas superficiais. Em seguida vão depreciá-lo, inventar algum problema, bagunçando sua saúde psicológica. Ou simplesmente ficarão em silêncio do nada, deixando-o ainda mais culpado, querendo descobrir o que “fez de errado”.

6. Agressão

Manipuladores geralmente usam linguagem e ações agressivas para intimidá-lo. Se percebem que você não os confronta, eles farão com que você se sinta desconfortável e, portanto, eles conseguirão o que querem facilmente.

As agressões tendem a ficar cada vez piores, podendo partir para situações de abuso. Experts em manipulação emocional podem atraí-lo parecendo calorosos e gentis. Mas, com o tempo, suas verdadeiras intenções tornam-se claras com comportamento agressivo, tratamento silencioso e acessos de raiva.

Se você reconhecer esses “sinais”, poderá sentir que é difícil se libertar por culpa e lealdade, mas é vital para sua própria saúde mental. A ajuda de um psicólogo pode ser muito valiosa para reconquistar sua liberdade, felicidade e autoestima por meio da psicoterapia.

Deixa aqui em baixo um comentário, se reconhecer esses sinais em alguém do seu convívio 😉

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A pressão pela realização de multitarefas pode ter grande impacto na saúde mental das mulheres.

A multitarefa tem sido tradicionalmente percebida como uma habilidade feminina. Uma mulher, especialmente uma mulher com filhos, está cotidianamente fazendo um malabarismo entre o emprego e a administração da casa, uma mistura frenética de lanches escolares, tarefas domésticas e organização de compromissos e reuniões sociais.

De acordo com um estudo publicado recentemente na revista Proceedings da National Academy of Sciences, a multitarefa está afetando gravemente nossas células cerebrais.

O estudo testou se mulheres eram melhores em alternar entre tarefas e performar múltiplas atividades ao mesmo tempo. Os resultados mostraram que os cérebros femininos não são mais eficientes em nenhuma dessas atividades do que os masculinos.

Usar evidências robustas para desafiar esse tipo de mito é importante, especialmente considerando que mulheres continuam a ser bombardeadas com obrigações relacionadas a trabalho, família, e tarefas domésticas.

Talvez isso seja resultado da cultura, de costume, educação, já que a sociedade rotula a mulher como multitarefa e crescemos pensando que é um orgulho poder fazer mil coisas ao mesmo tempo. Quantas mulheres não se identificam com a história daquela que, pela manhã, pensou: “vou levar o lixo pra rua”, e no caminho catou as roupas das crianças no chão, atendeu o entregador de gás, respondeu dois e-mails de trabalho, guardou na geladeira o queijo que tinha ficado sobre a mesa e viu que a jarra de água estava vazia; foi encher e aproveitou para preencher a lista de compras, quando viu que tinha que fazer o almoço, cozinhou, serviu o almoço, limpou a mesa, limpou os filhos, conferiu se tinham feito as tarefas… e o lixo continua ali.

Mulheres, substituam a analogia acima pela rotina de vocês e verão que, mesmo que as histórias não sejam semelhantes, a carga de tarefas simultâneas é. E não precisa ser uma rotina de casa, pode ser o seu dia no trabalho, respondendo e-mails, mensagens no WhatsAPP que não têm mais hora para chegar (e exigem resposta imediata!), atendendo uma demanda urgente, e no final do dia aquele UM relatório importante que você precisava entregar continua ali, aberto, preenchido pela metade, pois com todas as tarefas que surgiram, não foi possível finalizá-lo.

Não me orgulho de precisar e tentar multitarefas. Sei que quando me dedico 100% para uma coisa, a tranquilidade disso reflete no resultado final. Aliás, dados de uma pesquisa da Universidade de Utah, nos EUA, mostram que somente 2,5% das pessoas (independente do gênero) conseguem fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo.

Como perder o hábito de ser multitarefas

Tente classificar suas atividades em um quadro entre:

  • Urgente;
  • Importante;
  • Circunstancial

Dividindo as tarefas dessa forma fica mais fácil saber por onde começar, quais tarefas me dedicar primeiro, o que precisa de atenção imediata e o que pode ser deixado para mais tarde, de forma que, ainda assim, sejam executadas com a atenção e o foco merecidos.

Esse quadro pode ser feito para o dia a dia da casa, do trabalho e até das atividades sociais. E não precisa ser impresso, desenhado na parede: vai depender do seu perfil. 

Outra sugestão é desativar a maioria das notificações do seu celular. Deixe só as mensagens individuais ou de grupos importantes de WhatsAPP (e mesmo assim, só como vibração, sem barulho), evitando perder o foco e a linha de raciocínio a cada nova notificação do aparelho.

É um desafio diário, constante (a vontade de checar o e-mail a cada cinco minutos ou conferir a tela do celular é grande), mas a satisfação e tranquilidade de finalizar um trabalho sem tantas interrupções é maior.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Coragem não é ausência de medo. É fazer o que você quer apesar do medo.

Você já se perguntou quantas oportunidades perdeu na vida por ter medo? Já pensou nas situações em que não agiu como gostaria porque não conseguiu superar temores que te impediam de avançar? Apesar de ser absolutamente normal, para ser livre e de fato evoluir na vida pessoal e profissional é fundamental saber como superar os medos e inseguranças.

Pela minha experiência vejo que o ser humano tem a capacidade de criar uma condição de coragem interna fantástica, que o impulsiona a enfrentar esse sentimento que, muitas vezes, pode ser um impedimento para fazer o que realmente precisa ser feito.

Mas como superar os medos?

Medo saudável x Medo incontrolável

“Ter coragem” não é exatamente “não ter medo”. A sensação de temor é importante para que estejamos sempre em estado de alerta e preparados para aquilo que pode não dar certo em nossas vidas.

Dessa forma, o medo é positivo e tem o papel de “protetor”, o que é saudável e faz bem. É o caso, por exemplo, de quando você toma atitudes preventivas, como rever a sua apresentação antes de uma reunião de trabalho para evitar que algo dê errado durante o encontro.

Só que o medo se torna um problema quando, em uma situação profissional como essa, você fica travado e não consegue expor uma ideia. Pode acontecer, inclusive, que outra pessoa se destaque sugerindo o que você tinha pensado, mas que, por receio, você não falou.

Esse medo patológico e incontrolável pode impedir a sua evolução. Se você não apresenta o seu negócio a um possível parceiro ou não tem coragem de sair de um relacionamento que não te faz bem ou simplesmente não consegue falar com aquela pessoa que se interessou por temor de ser rejeitado, você está sendo dominado por ele. E o medo se torna uma espécie de “carcereiro”.

Só depende de você superar seus medos

Quando você não consegue fazer o que é necessário para melhorar a sua vida, é sinal de que precisa agir para superar os medos que se tornaram obstáculos em seu caminho. Para isso, é fundamental entender que o medo é uma criação da sua mente.

Todos sentimos medo de que algo não saia como o planejado e nos cause sofrimento, mas não podemos nos deixar dominar por esse estado. Superar os medos é um grande desafio, mas não é impossível. Veja como começar a enfrentá-los.

Foque no que depende de você

A manifestação do medo é baseada em projeções de cenários criados pela nossa mente. O medo está relacionado, na maioria dos casos, a um futuro cenário negativo criado por você e que não condiz com a realidade.

A superação desse medo exige a distinção entre o que depende de você e aquilo que não está ao seu alcance. As pessoas que conseguem dominar o medo incapacitante se concentram nas coisas que dependem exclusivamente delas. Focar-se nas situações externas é uma forma de alimentá-lo.

Prepare-se minimamente

Preparar-se antes de fazer algo ou de tomar uma decisão é outro modo de superar os medos. Nesse sentido, é útil usar o conceito do “suficientemente bom”.

Isso significa que você não pode ficar a vida inteira se preparando: se você se preparou minimamente, já é suficiente para ir em frente. Caso contrário, vai achar que nunca estará pronto e não sairá do lugar.

Controle o seu discurso interno

A mania de controlar tudo é um fator gerador de medo. As pessoas viciadas em controle agem como se fosse possível garantir que tudo vai dar certo. E essa tentativa de controle é uma grande ilusão.

Existe, contudo, outro tipo de controle que é um grande aliado para superar os medos: o controle do seu discurso interno, que te dá a oportunidade de realizar seus objetivos sem que o medo funcione como um mecanismo de bloqueio em sua vida. É preciso domar os pensamentos, por exemplo, por meio de estratégias da Neurociência que possibilitem a você assumir o domínio sobre sua mente.

A superação dos medos traz benefícios para a saúde, para o convívio familiar e também para a evolução profissional e dos negócios. 

Comece a exercitá-la hoje mesmo!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Os grupos sociais são formados a partir de relações estáveis entre indivíduos que possuem interesses e objetivos em comum.

Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana e, com muitas associações humanas, são formados os verdadeiros grupos sociais. Mas se você tem dificuldades em formar vínculos sociais, não se preocupe, procure apoio profissional e melhore suas relações.

Ao longo de nossas vidas fazemos parte dos mais diferentes grupos de pessoas, família, amigos de infância, amigos do trabalho, pessoas da balada e por aí vai, seja por escolha própria, seja por circunstâncias que independem de nossa vontade. Assim, entramos e saímos de vários grupos sociais, os quais certamente são importantes e influenciam nossa educação, nossos valores e visões de mundo.

Na Sociologia, considera-se que os grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas há relações estáveis, em razão de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal desenvolvidos através do contato contínuo. Estabilidade nas relações interpessoais e sentimentos partilhados de pertencimento a uma mesma unidade social são as condições suficientes. Além disso, é importante observar que o grupo existe mesmo que não esteja próximo dos componentes. Prova disso está no fato de que, ao sairmos da última aula da semana, embora fiquemos longe daqueles que compõem nossa sala, a classe por si só não se desfaz, ainda existindo enquanto grupo. Da mesma forma, podemos pensar isso para nossas famílias, o que corrobora o fato de que o grupo é uma realidade intermental, ou seja, mesmo que os indivíduos estejam longe, permanece o sentimento de pertença dentro da consciência de cada um.

Em psicologia, existe  o viés de favorecimento endogrupal, a tendência das pessoas favorecerem e preferirem seu grupo, por isso de maneira geral tendemos a gostar mais de pessoas que têm a mesma religião, nacionalidade ou preferência política que a nossa.

Os principais grupos sociais são o grupo familial (família), o grupo vicinal (vizinhança), o grupo educativo (escola, faculdade), o grupo religioso (instituição religiosa), o grupo de lazer (clubes, associações), o grupo profissional (escritórios, empresas, loja) e o grupo político (partido ou organização política).

Classificação dos grupos sociais:

  • Grupos Primários: predominam os contatos primários, mais pessoais, diretos, como a família, os vizinhos, etc.
  • Grupos Secundários: são mais complexos, como as igrejas e o estado, em que predominam os contatos secundários, neste caso, realizam-se de forma pessoal e direta, mas sem intimidade, ou de maneira indireta como e-mails, whatsApp, telefonemas, etc.
  • Grupos Intermediários: são aqueles que se alternam e complementam as duas formas de contatos sociais (primários e secundários). Ex: escola.

Características de um grupo social:

  • Pluralidade de indivíduos: há sempre mais de um indivíduo no grupo, coletivismo;
  • Interação social: os indivíduos comunicam-se uns com os outros;
  • Organização: todo o grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem interna;
  • Objetividade e exterioridade: quando uma pessoa entra no grupo ele já existe, quando sai ele permanece existindo;
  • Objetivo comum: união do grupo para atingir os objetivos dos mesmos;
  • Consciência grupal ou sentimento de “nós”: compartilham modos de agir, pensamentos, idéias, etc. Ex: Nós ganhamos.
  • Continuidade: é necessário ter uma certa duração. Não pode aparecer e desaparecer com facilidade.

O viés endogrupal surge do estudo das relações entre diferentes grupos e conflitos. Esse viés é considerado um produto do conflito entre grupos, causado, por sua vez, pelos diferentes interesses entre os grupos ou por terem metas incompatíveis. Dois grupos podem ter o mesmo objetivo, mas o fato de um deles conseguir alcançá-lo significa que o outro não poderá mais conseguir.

Pesquisas encontraram uma explicação para o viés endogrupal. Partindo do fato de que as pessoas estão motivadas a alcançar ou manter um conceito e uma imagem positiva de si mesmas, descobrimos que as pessoas são definidas, em parte, por seus grupos de pertencimento. Portanto, se uma pessoa deseja obter uma boa imagem, ela deve fazer com que as imagens de seus grupos também sejam positivas, para que as pessoas também sejam motivadas a avaliar positivamente os grupos aos quais pertencem.

As avaliações feitas pelos grupos, são feitas por comparação. Não dizemos que nosso grupo é bom, mas que é melhor que o outro ou o melhor de todos. E muitas vezes desumanizamos o outro grupo. O processo de desumanização é uma falha em atribuir qualidades básicas a uma outra pessoa. Esse processo é comum contra membros de outra cultura, ou grupos estigmatizados em determinada cultura, estimulando crenças e condutas intolerantes, radicais e cruéis com os membros dos grupos. Em Antropologia conhecemos o Etnocentrimo, essa é uma tendência quase universal de grupos humanos perceberem os hábitos característicos do seu grupo como mais corretos, naturais e superiores aos de outro grupo, o que leva maior propensão de ocorrer descriminação e hostilidade entre os grupos.

Acredito que um dia, consigamos conviver em harmonia,
percebendo as semelhanças e acabando com os preconceitos.

O que sabemos também, por meio de pesquisas sobre o assunto, é que é possível mudar os estereótipos e preconceitos associados com outros grupos, por meio do contato. Existem estudos indicando que ao participar de atividades que demandam cooperação entre pessoas de grupo diferentes e até mesmo antagônicos, é possível perceber semelhanças nas pessoas do outro grupo e até notarem os dois grupos como uma mesma entidade social, o que pode resultar numa recategorização do grupo e redução do preconceito.

Que tal perceber se existe oportunidade de passar a conhecer grupos diferentes e conviver com pessoas novas?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A vacinação em massa é a materialização da esperança, de que a vida possa voltar parcialmente ao que era antes.

A humanidade já passou no decorrer da história vários períodos em que surtos de novas doenças causaram uma quantidade enorme de vítimas. Desde a primeira grande pandemia que temos registro, a peste negra, que ocorreu no período de 1347 a 1351 e que matou em torno de 75 milhões de pessoas, até a epidemia da AIDS, com outros milhões de mortes. De forma geral, nestes momentos temos um quadro de eventos que normalmente a sociedade e governos não estão preparados para tratar, e normalmente a resposta a estas epidemias são lentas, causando pânico entre a população.

No Brasil todos os municípios já reportaram casos. A grande presença do vírus, aliado às dificuldades logísticas de uma vacinação em massa e até mesmo problemas civilizatórios (como a existência de pessoas contrárias às vacinas), exigirá a manutenção dos cuidados pela população e governo, mesmo após o início da vacinação em massa.

As primeiras semanas de vacinação ficaram marcadas por um misto de emoções. Acompanhar as matérias de  imunização e presenciar a celebração das pessoas com os filhos e netos, encheram meus olhos de lágrimas e coração aliviado. Defino esse momento como sinônimo de liberdade e de esperança por dias melhores. 

Entre os desejos para o fim da pandemia, reunir a família e abraçar sem medo são unânimes. O retorno para as atividades de lazer e ocupações também entraram na lista, além da vontade de viajar para reencontrar amigos  e parentes e conhecer outros países. Tudo isso será colocado em prática com todos devidamente imunizados e quando a crise sanitária estiver contida. Enquanto isso, comemorem a pequena picada de agulha e aguardem mais alegres a segunda dose da vacina. 

Muitos profissionais, governos e empresas em todo mundo vêm buscando uma solução eficaz no combate ao coronavírus, que com um número de perdas lastimável modificou a relação de vivência no planeta. O desenvolvimento tecnológico em saúde também teve que rapidamente se adequar às novas realidades. O mundo não será o mesmo e espera-se na ciência a resposta para amenizar essa dor. Mesmo havendo interesse econômico na produção dos imunobiológicos, hoje, além de medidas de distanciamento social e modificação do comportamento humano, vacinas são a única esperança para que a vida possa voltar parcialmente ao que era antes. Por isso, desejamos que a ciência vença essa batalha e que rapidamente possamos, com segurança, desfrutar do velho e bom contato com as pessoas que amamos.

Daqui por diante começa uma nova fase. Diversos especialistas já confirmaram que, independentemente do percentual de eficácia da vacina, o indivíduo vacinado dificilmente será atingido pelo coronavírus e, se o for, não evoluirá para um quadro grave, que exige internação e intubação e pode levar à morte. Isso já representa um verdadeiro alívio a todos nós e uma injeção de ânimo para continuarmos por mais algum tempo, até que haja a baixa na circulação do vírus, usando máscara, lavando as mãos, mantendo distanciamento pessoal e evitando aglomerações. Importante destacar que, após a aplicação, a vacina leva algumas semanas para fazer o efeito imunizante, sendo imprescindível a aplicação da segunda dose para a imunização completa.

Vamos todos seguir as orientações sanitárias para, com isso, diminuir a possibilidade de infecção e reinfecção nesse período em que o vírus continua circulando. Vamos também esperar que, com o resultado da vacinação, logo diminua a identificação de novos casos, número de internações e, principalmente, de mortes. No dia em que isso for percebido, poderemos começar a festejar o fim de um tempo que todos gostariam de esquecer ou de não ter vivido. 

Tempos melhores se aproximam!!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A primeira instituição que vai receber o seu filho pode até não ser “para o resto da vida”: mas vai sim, marcá-lo para sempre.


Escolher a escola para seus filhos é uma tarefa importante e trabalhosa. Localização, quantidade de horas, infraestrutura, método de ensino e valor da mensalidade, são inúmeros detalhes que devem ser levados em conta na hora de decidir onde colocar a sua criança para estudar, que muitas vezes fica difícil saber o que fazer.

Quando os pais chegam ao importante momento de decidir onde seus filhos estudarão, devem pensar em seus valores pessoais, mas também nas características individuais de cada criança. Os pais sabem que cada criança é única e que todas precisam ser inseridas e ensinadas ao convívio social.

As escolas que se diferenciam não só em relação às instalações, mas, principalmente, em seus alicerces, as chamadas linhas pedagógicas. Para que os responsáveis façam sua escolha é importante conhecer mais sobre elas.

Os diferentes métodos pedagógicos

Os métodos existentes no Brasil são: Tradicional, Comportamental, Construtivista, Montessoriana, Freire e Waldorf.

Para que os pais possam fazer a melhor escolha, aquela que melhor se adapta aos valores e filosofias da família, é importante que conheçam e compreendam a metodologia e as principais linhas educacionais utilizadas nas instituições. Vale lembrar aqui que muitas escolas misturam métodos.

Considerar a personalidade da criança também é muito importante, mesmo que especialistas em educação afirmem que crianças consideradas física e emocionalmente saudáveis se adaptam bem a qualquer escola.

Para crianças que gostam de rotinas, ordenação e são mais metódicas, uma escola Tradicional, por exemplo, pode ser mais fácil para que ela se adapte. No ensino Tradicional o aluno é tido como passivo no processo de aprendizagem. Acredita-se na transmissão de conteúdos dos professores para os alunos.

O método de ensino Comportamental, apesar de bastante similar ao Tradicional, o professor busca trocar com os alunos, estimulando-os a responder perguntas. A cada resposta o professor faz novas questões de forma a conduzir o aprendiz à realidade. A avaliação também é através de provas, com notas mínimas a serem atingidas, podendo levar à reprovação, caso não sejam alcançadas. Foi posta em prática pelo psicólogo norte-americano Abraham H. Maslow.

Por outro lado, o Construtivismo, teoria criada por Jean Piaget, parte do princípio de que as crianças são ativas no processo de aprendizagem, construindo seus conhecimentos a partir das experiências vivenciadas no dia a dia e suas descobertas, feitas pelo contato com o mundo e com os objetos.

A teoria Montessoriana, desenvolvida pela médica Maria Montessori, é fundamentada na estimulação da criança por meio da manipulação de objetos. A própria médica criou o material educativo a partir do qual a criança explora e realiza diversas tarefas pré-organizadas pelos educadores, de forma livre, gerando, assim, suas aprendizagens.

No método Waldorf, desenvolvido pelo austríaco Rudolph Steiner, filósofo, educador, artista e esoterista, a criança tem o mesmo professor e turma ao longo do ensino fundamental. O aprendizado é individualizado considerando o tempo de cada criança para o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual. Além das matérias tradicionais, aulas como jardinagem, música, marcenaria e teatro fazem parte do currículo e os interesses e questionamentos das crianças são muito respeitados.

A Escola Freiriana trabalha com os aspectos culturais, sociais e humanos como base para o desenvolvimento pedagógico. Nesta linha, a felicidade e realização pessoal são os principais objetivos, diferente da ideia de buscar uma formação profissional. Considerando que o conhecimento só tem sentido quando pode ser aplicado de forma a transformar o mundo externo e interno do aluno, a forma de educar deve ser diferente em cada ambiente de inserção social dos alunos. Assim, uma criança do campo deverá ser educada de forma diferente da que vive na cidade, por exemplo. Esse método pedagógico é baseado nas ideias para a alfabetização de Paulo Freire, educador, pedagogo e filósofo brasileiro.

Fiz um breve resumo sobre os métodos pedagógicos para que você tenha uma noção sobre cada um deles, e possa buscar mais informações para encontrar o que mais combina com a sua família.

Desses métodos, qual você mais se identificou? Compartilha com a gente!

Sou Joana Santiago – Psicóloga