A pandemia matou a crença em muitos setores de que home office não funciona. Mas como vamos lidar com os efeitos psicológicos desse isolamento em casa/trabalho.

A maioria das empresas exigiu que os funcionários trabalhassem em casa para impedir a propagação do Covid-19. Embora os benefícios imediatos para a saúde de evitar espaços de trabalho comuns sejam óbvios diante de uma pandemia assustadora, é importante considerar as consequências para a saúde mental que podem advir do trabalho remoto.

De fato, a situação está deixando muitas pessoas se sentindo estressadas, solitárias, exaustas e, a grande maioria, sobrecarregadas.

Síndrome do home office

O home office gera estresse e inquietação significativos devido à confusão de fronteiras entre o trabalho e a vida pessoal. Um funcionário em casa muitas vezes está dividindo o tempo entre a tarefa de trabalho que precisa ser concluída, interrupções freqüentes do cônjuge e dos filhos, um cachorro que precisa passear e o reparo da casa, questão que surge de repente, por exemplo.

Dificuldades no home office:

  • Dificuldade em estabelecer uma estrutura e um horário razoáveis para o trabalho em casa, com períodos diferentes designados para o trabalho, a família e o relaxamento.
  • Falta de rotina, resultando em horas de trabalho prolongadas em casa, que avançam facilmente no tempo pessoal.

Além do estresse da síndrome do escritório em casa, existem os desafios únicos colocados pela atual pandemia viral, incluindo:

  • Incerteza geral sobre o impacto final do COVID-19 na saúde pessoal e familiar, na renda e nos planos de curto prazo.
  • Sentimentos de solidão promovidos pelo confinamento ordenado pelo governo e perda de relações sociais com colegas no escritório ou com amigos e outros membros da família.

Um primeiro passo fundamental para esse bem-estar, a antítese da síndrome do home office, é a atenção às necessidades fisiológicas, ou seja, reservar um tempo para comer nutritivamente (não apenas lanche); dormir o suficiente, de preferência sete a oito horas; e exercitar-se diariamente. Em 1943, o psicólogo Abraham Maslow criou um modelo que define uma hierarquia de necessidades humanas – com comida, água, abrigo, sono e segurança sendo os mais básicos. Até que esses princípios sejam cumpridos, disse Maslow, um indivíduo não pode alcançar a auto-atualização – encontrando verdadeiro significado no trabalho e na vida. 

Comer, dormir e se exercitar também ajudam a estabelecer limites, dividindo o dia em “fases” entre o tempo de trabalho e a vida pessoal. Sem essas “fases”, o trabalhador em casa está mais apto a pular os itens essenciais por causa de expectativas irreais de trabalho, foco excessivo e obsessão pelo desempenho no trabalho. O exercício tem a vantagem de ser um ótimo alívio do estresse e um contrapeso às longas e sedentárias horas de trabalho de uma cadeira em frente ao computador.

Como monitorar a saúde mental em home office

Nesse cenário de isolamento social, algumas empresas criaram programas que mostram a importância de manter uma rotina para seus funcionários. Como mudanças de benefícios e maior flexibilidade de tarefas e horários. Outras optaram por fornecer cadeiras e protetores de tela, por exemplo, para minimizar os impactos do trabalho remoto. Vale-transporte, locação de carros e custeio a cursos presenciais estão sendo substituídos por vale-alimentação, auxílio à internet e terapia online. Muitas dessas iniciativas estão ligadas a prevenção.

É o que aponta um levantamento realizado pelo PageGroup, consultoria em recrutamento executivo especializado. De acordo com dados coletados pelos consultores do grupo, metade das companhias já efetuou a troca no pacote de benefícios dos trabalhadores ou está em processo de substituição.

Após esses dias de home office, os funcionários começam a se preocupar com o retorno ao escritório. E as empresas começam a viver a fase 4, lidar com estresse pós-traumático de alguns funcionários que perderam parentes por Covid-19.

É de extrema importância que as empresas, além de elaborarem um plano estratégico para o retorno, também apresentarem estratégias para acompanhar a saúde mental dos funcionários na pós pandemia. Os líderes têm que estar muito mais próximos de suas equipes nesse momento.

De acordo com a revista Você S/A, pesquisas indicam que “poderemos ter casos de depressão e estresse pós-traumático por três anos”. Diante do fato de que antes mesmo da pandemia, a perda da produtividade nesta década ligada à explosão de casos de depressão no mundo já era apontada por organizações como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Fórum Econômico Mundial, a atenção à saúde mental é cada vez mais importante. “Vivemos num sistema que causa muito sofrimento psíquico, a pandemia disparou uma série de questões que já estavam aí”, diz o psicanalista Francisco Nogueira, membro do Instituto Sedes Sapientiae e fundador da consultoria de desenvolvimento humano Relações Simplificadas.

Uma coisa é certa: neste momento de incerteza, a saúde mental do trabalhador deve ser uma prioridade para os empregadores.

Joana Santiago – Psicóloga

Os tipos de liderança são fundamentais para que um líder possa gerir de acordo com a necessidade de sua empresa.

No texto anterior falamos sobre algumas características pessoais e adquiridas por quem lidera. Hoje vou mostrar quais são os tipos mais frequentes de liderança. É importante saber como influenciam o desenvolvimento de uma equipe.

Vale frisar que, se você está buscando um estilo ou pretende modificar seu modo de atuar como líder, não necessariamente precisa escolher entre um ou outro tipo de liderança. Ao desenvolver suas habilidades de gerenciamento, mesclar as características de um tipo e outro pode ser uma alternativa, já que há circunstâncias e equipes que respondem de maneira diferente a certos estímulos.

Sem contar que, dependendo do objetivo da empresa e das necessidades da equipe, os métodos de diferentes tipos de liderança podem trazer maior ou menor resultado, o que também justifica a importância de reconhecê-los.

Classificação dos tipos de liderança

1. Liderança Delegativa (laissez-faire)

Quando se exerce uma liderança delegativa, falamos do líder mais liberal ou sem intervenções. É uma espécie de gerente cuja tarefa principal é delegar. É especialmente eficaz naqueles grupos formados por pessoas muito capacitadas e motivadas, que estão apenas à espera de alguém que lhes dê a direção para ir em seguida.

O perigo do líder delegativo é gerado por situações nas quais sua atuação é necessária e ele escolhe não intervir. Isso afeta diretamente não só a produtividade, mas a motivação, uma vez que a falta de feedbacks sobre o desempenho e a qualidade do trabalho também acabam prejudicando sua atuação e limitando o seu crescimento.

2. Liderança Autocrática (foco no chefe)

Diferentemente do líder anterior, o líder autocrático é um líder intervencionista. O canal deste líder é unidirecional, já que apenas fala, mas não escuta o grupo que dirige. Por outro lado, costuma ser um líder muito controlador e que funciona especialmente bem naqueles grupos que, estando motivados, têm muitas dúvidas sobre como desenvolver as tarefas que lhes são confiadas.

O perigo deste líder é que pode ser realmente desmotivante para grupos mais experientes. O líder autocrático costuma abrigar um sentimento de superioridade frente às pessoas que lidera, uma contaminação que pode ser muito mais perigosa do que o alerta descrito acima. 

3. Liderança Democrática  (foco no líder e na equipe)

O líder democrático tenta elevar ao máximo a bidirecionalidade comunicativa. Lidera, mas sem esquecer da importância de ser sensível ao feedback que o grupo dá diante de suas decisões. Além disso, o que caracteriza esse tipo de liderança é o elemento consultor permanente.

É um bom líder para grupos preparados, mas que não contam com muita motivação. O fato de se sentirem ouvidos pode ser o melhor remédio para este déficit, aumentando assim substancialmente o interesse dos envolvidos, tanto pelos procedimentos como pelos objetivos.

4. Liderança Transacional

A liderança transacional se encontra focada nos objetivos. O líder adquire o papel de guardião da motivação do grupo. Ele opera concedendo recompensas ou impondo punições em função do desempenho ou do interesse dos membros do grupo.

Este tipo de líder, se for inteligente com sua tarefa, é bom para processos longos e tediosos nos quais o grupo não tem e nem encontra facilmente uma motivação ao que tem que realizar.

O perigo deste tipo de liderança está naquilo que circunda o objetivo, como o ambiente dentro do próprio grupo, que muitas vezes é danificado pela competitividade face a essas recompensas de que falamos (promoções, férias, flexibilidade, etc.). 

5. Liderança Transformacional

Tem o líder centrado na motivação do grupo, mas a partir da tarefa. Sua intenção é sim fazer com que o grupo alcance seus objetivos, mas sem menosprezar outros objetivos.

Grupos liderados dentro desse estilo costumam lidar com expectativas mais altas e desafiadoras e geralmente conseguem entregar ao líder um maior desempenho, devido ao comprometimento e satisfação na realização das tarefas.

Os pontos positivos desse estilo são a autonomia dada à equipe e o estímulo a pensar “fora da caixa”, que criam uma relação de confiança e união em torno de um objetivo. No entanto, em empresas onde haja uma visão mais tradicional e se valorize os processos existentes, a liderança transformacional pode não ser bem aceita.

Como desenvolver um estilo de liderança que leve ao sucesso?

Os tipos de liderança não devem ser taxados como melhores ou piores. Cada estilo de liderar pode ser mais ou menos adequado. Isso depende dos objetivos da empresa, área de atuação do negócio e do perfil da equipe, mas todos possuem seus prós e contras.

É certo que alguns tipos de liderança são mais bem vistos que outros. Porém, ser um bom líder não se limita exclusivamente ao estilo. Em um cenário de pandemia, cheio de incertezas e ambiguidade, executivos e gerentes precisam rapidamente aprimorar seu estilo de gestão, recorrendo ao coaching executivo e a psicoterapia. A natureza do trabalho mudou e a forma como se trabalha está diferente. Os colaboradores estão em home office, obrigados a ficarem em casa com os familiares e a lidar com toda a pressão desse momento, o nível de estresse aumenta, exigindo mais empatia das empresas. Fique ligado, pois vou falar sobre mudanças na forma de liderar na pandemia em um próximo texto.

Conseguiu identificar seu estilo de liderar ou já sabe qual tipo tem mais a ver com seus valores e habilidades? Então compartilhe esse texto nas redes sociais para que mais gente conheça os tipos de liderança!

Joana Santiago – Psicóloga

Inconscientemente algumas pessoas não se permitem conquistar ou realizar coisas que desejam e sonham.

Ao longo da vida, diferentes objetivos, sonhos e vontades fazem parte do dia a dia do ser humano. Porém, motivações variadas podem fazer com que um indivíduo coloque empecilhos para realizá-los. Essa prática também é conhecida como autossabotagem.

Se você tem a impressão que tem algo ou alguém atrapalhando seus objetivos esse pode ser o caso. “Assaltar” a geladeira em momento de reeducação alimentar, desligar o despertador e não acordar para realizar sua atividade física, entre outros, podem ser sinais de autossabotagem. Pode parecer que estamos sempre tentando dar o nosso melhor e evoluir, mas nem sempre permitimos mesmo que isso aconteça. 

A autossabotagem é quando “puxamos o nosso tapete”, colocando obstáculos no que buscamos e criando justificativas para um resultado ruim, antes mesmo de acontecer. 

Se você tiver que estudar para uma prova e, de repente durante a semana, o videogame ou a nova temporada da série que você acompanha podem parecer mais atrativos, a chance de estudar diminui muito. É nesse momento que a autossabotagem acontece, quando nos comportamos de uma forma que praticamente garante que o desempenho será prejudicado, o que não precisa ser uma atitude tão premeditada ou que leva tantos dias para se concretizar.

Na autossabotagem por afirmação a pessoa começa mentalizar o fracasso logo antes de agir, como reclamar que está se sentindo mal, cansada ou algum estado que pode prejudicar seu desempenho antes mesmo de entrar numa competição. Parece estranho, mas não é proposital e existe uma razão para isso: é a proteção. Quando temos medo de falhar e não sabemos lidar com isso, a autossabotagem é o recurso mais utilizado para nos protegermos do fracasso.

Se uma pessoa tem um desempenho ruim em uma prova sem ter estudado, a falha está explicada, agora se a  pessoa estuda bastante antes da prova e mesmo assim, tira uma nota baixa, não dá para justificar da mesma forma e falhar depois de fazer muito esforço pode nos fazer pensar que nós somos o problema ou que não conseguimos fazer aquilo. 

Além de proteger quem se sabota, a autossabotagem pode ser usada para justificar um mau desempenho para os outros.

Se a autossabotagem estiver muito alta, a autoestima normalmente está baixa, o que pode fazer a pessoa se prender num ciclo negativo de sucessivas autossabotagem, evitando que entre em contato com o que realmente está incomodando. 

Agora a propensão à sabotagem varia de pessoa para pessoa, em parte por diferenças de personalidade. Pessoas mais ansiosas e com autoestima mais baixa tendem a se sabotar mais, e o mesmo acontece com pessoas com baixa autoeficácia, que são aquelas que não acreditam que possam ter um bom desempenho. 

As pesquisas neurocientíficas ainda estão recentes sobre as bases neurobiológicas desse tipo de comportamento. Um dos estudos nessa linha mostrou que as pessoas que têm a tendência maior de se autossabotar, têm uma região maior no cérebro que normalmente se ativa quando tentam inibir sentimentos negativos do que em outras pessoas, o que faz todo sentido considerando que a autossabotagem é uma forma de proteção contra esses sentimentos.

A mudança do comportamento e diminuição da autossabotagem ocorre quando uma pessoa tem consciência da importância de estar aberta para vivenciar o processo de autorreflexão proposto pela terapia e se reconhece como o agente responsável pelas mudanças em sua vida. Outro ponto importante é começar a observar os objetivos e planos que estão sendo impactados em sua vida e, se em algum deles, você está contribuindo para isso.

Precisando de ajuda, deixe seu comentário no post que entro em contato.

Joana Santiago – psicóloga


Diante da ameaça do contágio, instabilidade financeira e privação da liberdade, restou uma sensação de perda, que está ligada com o processo de luto.

Com a mesma velocidade que o novo coronavírus se espalhou pelo mundo, o número de infectados e de mortes também acompanha esse crescimento. Infelizmente, o sentimento de vulnerabilidade toma conta de todos nós e mesmo que não seja com uma pessoa próxima, nos perguntamos: como vou encarar a dor pela perda de um ente querido nesse momento de quarentena?

O luto nada mais é do que uma resposta a algum vínculo que se rompe, deixa de existir e gera um estado de desamparo. Independentemente do tipo de perda, cada indivíduo vivencia essa condição dentro de seus próprios recursos e limitações.

A verdade é que podemos nos esforçar para definir o que é luto, mas nenhuma definição será perfeita, porque ele é extremamente particular e individual. Cada um elabora o sofrimento, a desestrutura, a ideia de fim, de modo singular.

A importância do apoio emocional

Sempre insistimos na importância dos rituais de despedida e de estar presente na vida do enlutado. As barreiras que vivemos agora, com o distanciamento físico imposto pela Covid-19, nos fizeram pensar – e agora?

Tudo é absolutamente novo mas, ao mesmo tempo, há coisas que não mudam: os rituais de despedida são essenciais, ainda que tenhamos de criar novos para esse momento de exceção. Estar presente fisicamente na vida do enlutado talvez não seja possível, mas o carinho, a atenção e a presença podem acontecer de outras formas. Mesmo que à distância, manifeste sua presença: ligar, enviar mensagens, mandar e-mails, serviços de entrega de comida (nas duas primeiras semanas é muito importante) e conversar por vídeo podem ser alternativas interessantes.

Na perda de alguém querido os sentimentos recorrentes são: ansiedade, confusão mental, sensação de impotência, altos e baixos de humor e sentir-se perdido. É muito importante nesse processo você acolher os sentimentos, não se culpar por senti-los e dar a atenção que eles precisam, expressar o que sente com pessoas próximas, buscar prazer nas pequenas coisas e procurar focar no presente (praticar meditação, dançar, brincar com as crianças, etc), controlar o que você pode controlar (lavei as mãos? passei álcool? coloquei a máscara?), organizar uma rotina diária que inclua atividades produtivas, de auto-cuidado e de relaxamento e praticar a compaixão.

Ser flexível é importante já que cada um vivencia e lida com esses sentimentos de forma diferente e, com isso, varia o tempo que cada um passa por este processo. Praticar a tolerância com quem compartilha a quarentena com você é essencial. Tenhamos esperança, sabemos que o mundo virou do avesso de repente, mas assim como no luto, acredito que um dia sairemos da tormenta, diferentes do que entramos e inevitavelmente transformados.

Em muitos casos é necessário ajuda profissional para promover a memória saudável – como uma saudade que não encerra o luto, mas o transforma numa compreensão superior – e para acolher a pessoa neste momento difícil. 

Fique bem, fique em casa!

Joana Santiago – psicóloga

Saúde mental e quarentena
O descontrole emocional provoca descargas de hormônios que alteram o funcionamento do corpo e afetam a nossa imunidade.

À medida que a pandemia de coronavírus (COVID-19) varre o mundo, ela causa preocupação, medo e estresse generalizados, reações naturais e normais às mudanças e incertezas em que todos se encontram. A questão é, como cada um de nós enfrenta é como gerenciamos e reagimos à situação estressante que se desenvolve tão rapidamente em nossas vidas e comunidades.

A saúde emocional pede atenção em momentos de crise, principalmente, àqueles que já apresentavam um quadro emocional instável, que podem desencadear ansiedade e depressão. O stress pós-traumático pode acometer com qualquer pessoa, quando submetidos a uma situação como a que vivemos agora, e principalmente os profissionais da saúde que estão diretamente ligados a doença. Quem tem perfil obsessivo-compulsivo pode exacerbar os pensamentos e os rituais característicos. Além disso, agressividade, irritabilidade, insônia, uso abusivo de bebidas alcóolicas, inapetência ou comer compulsivamente são alguns dos quadros que também podem ocorrer.

Infelizmente essas são as respostas de nossa mente para a tão temida pandemia que se desenha no cenário mundial. Como estamos recebendo uma enxurrada de notícias, as pessoas se sentem inseguras e sem ter muita certeza do que pode realmente ser real, a sensação mais comum é a falta de controle, incerteza com os dias futuros e uma instabilidade relativa a tudo e a todos. Pessoas infectadas ou com suspeita podem, pelo desespero, apresentar comportamentos impulsivos e até evidenciar tendências suicidas.

Cuide da sua saúde mental

Divulgar nossos sentimentos nos ajuda a gerenciá-los, pois falar em voz alta diminui seu impacto sobre nós. Essa atitude também nos ajuda a nos conectar a compartilhar com outras pessoas que estão se sentindo da mesma maneira. Isso normaliza nossos sentimentos e nos ajuda a ter mais apoio. Neste momento, precisamos ser autênticos e gerenciar nossas próprias emoções. 

Enquanto pessoas infectadas estão de quarentena, muitos de nós, estamos em distanciamento social e ficaremos sozinhos mais do que estamos acostumados. Esse é um bom momento para conversar com parentes e aquele amigo com quem você não conversa há muito tempo. WhatsApp, ou melhor ainda, ligar e ouvir a voz das pessoas. Isso ajuda a quebrar a sensação de isolamento e de estar sozinho. Outras atividades, como ler um livro, escrever ou aprender um idioma podem ajudar. Além disso, considere a meditação para liberar a tensão. Nosso sistema imunológico agradece.

É certo que, vencemos o medo e a insegurança quando trabalhamos a nossa inteligência emocional a favor da razão. Esta fará com que você ultrapasse os obstáculos. Se estiver consciente dos cuidados e precauções, municiado de informações corretas, com toda certeza, você poderá encarar essa situação da maneira mais tranquila, sem pânico e sem desespero. E, o mais importante: sem contribuir para a disseminação das falsas notícias que só trazem angústia e alimentam os transtornos psíquicos de toda uma população.

Precisando de ajuda, entre em contato.

A importância do brincar

Em um mundo com tantos atrativos tecnológicos, pode parecer que as brincadeiras e as atividades perderam espaço e não são mais tão importantes. Não é verdade. Aliás, muito pelo contrário: essa prática é fundamental para o desenvolvimento e a socialização infantil.

A importância do brincar na infância

Atualmente as crianças são bombardeadas com diferentes formas de distrações tecnológicas cada vez mais cedo. Não que a tecnologia interfira de forma negativa no aprendizado das crianças. Inclusive, existem aplicativos e jogos bastante educativos, que podem (e devem) ser inseridos na educação dos pequenos. Porém, devemos tomar cuidado com o tempo gasto nesses jogos para não serem maiores que o tempo que você pode conversar ou brincar com seus filhos.

Com a correria do dia a dia e o estresse causado pela rotina profissional, encontrar tempo para passar com os filhos não é tarefa fácil. Por meio de atividades lúdicas e até pedagógicas, mais do que desfrutar de bons momentos com as crianças, você fará com que esse tempo seja valioso e educativo. No entanto, o foco deste texto são as atividades que podem ser realizadas em qualquer espaço físico, principalmente ao ar livre, promovendo maior interação entre você e seus filhos.

Desenvolvimento físico

Segundo um estudo da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP, uma em cada três crianças no Brasil está com sobrepeso. Parte da causa desse problema é que mais e mais crianças ficam dentro de suas casas e não praticam o exercício necessário de que precisam.

Como as crianças ainda estão em fase de desenvolvimento, a prática de atividades ao ar livre permite que eles melhorem suas habilidades motoras, coordenação visual, equilíbrio e desempenho geral. Além disso, atividades físicas promovem um sistema muscular, esquelético, imunológico, respiratório e cardiovascular mais forte.

Desenvolvimento emocional

As crianças que praticam esportes são mais desenvolvidas em termos de inteligência emocional. Brincar uns com os outros dá a oportunidade de saber como lidar adequadamente com as vitórias e as derrotas. Pouco a pouco eles crescem em maturidade emocional enquanto enfrentam situações diferentes que lhes permitem expressar emoções controladas. Brincar fora de casa com outras crianças faz com que aprendam a permanecer positivas quando as coisas não acontecem, se envolvem mais na solução de problemas e tentam empatizar com outras crianças.

Desenvolvimento social

Hoje em dia a maioria dos aplicativos e jogos para smartphones não incentivam o jogo em equipe, mas eles permitem que as crianças se recolham à sua zona de conforto e brinquem dentro dos limites da tela do smartphone ou tablet.

As brincadeiras e esportes são diferentes. Permitem que as crianças conheçam outras crianças e desenvolvam uma amizade duradoura. Não só isso, mas jogar em equipe desenvolve a capacidade das crianças de se relacionar com os outros. O esporte coletivo é um caminho perfeito onde as crianças aprendem a trabalhar o sucesso como um grupo. Eles também aprendem habilidades de trabalho em equipe, liderança e comunicação.

Desenvolvimento mental

Quase todos os esportes exigem que as crianças desenvolvam sua autonomia e pratiquem certas habilidades que lhes permitam tornar-se mais inteligentes.

Entre as habilidades mais importantes desenvolvidas nas brincadeiras está o pensamento crítico. Para desenvolver o pensamento crítico a criança deve estar totalmente envolvida, movimentando seu corpo e pensando em como resolver os problemas de maneira oportuna.

Observe por exemplo o jogo de futebol. As crianças rapidamente avaliam cada situação, calculam cada movimento, sabem onde estão seus companheiros de equipe e determinam o melhor movimento com base nessas informações. Todos esses processos mentais têm que acontecer em apenas alguns segundos.

Além disso, permitir que as crianças saiam e brinquem lhes dá a oportunidade de apreciar a natureza, respirar ar fresco e explorar o ar livre, que também contribui para o desenvolvimento mental das crianças.

Você e seu filho (ou filha) vão brincar juntos nesse final de semana? Vale parquinho, jogos em casa e até pular carnaval! Tirem fotos e compartilhem comigo nas redes sociais!

Escreva sua própria história

Existem várias definições sobre proatividade. Todas elas, no fim das contas, nos dizem basicamente a mesma coisa. Na Wikipedia, por exemplo, temos essa: “é o comportamento de antecipação e responsabilização pelas próprias escolhas e ações frente às situações impostas pelo meio”. Gosto muito dessa definição. Ela nos fala da “antecipação”, elemento-chave da ação proativa. Fala também de “responsabilidade”, ou seja, o comportamento de assumir as rédeas da própria vida, e traz a palavra “escolha”, sem ela não existe decisão e livre-arbítrio. A pessoa proativa, no entanto, é aquela que busca deliberadamente por mudanças e melhorias no seu ambiente, seja na vida pessoal ou no trabalho. Ela antecipa os problemas, escolhe o curso a seguir, ao invés de ser levada pela corrente.

Seja responsável pela própria vida

Aqui está a essência da proatividade pessoal. Ser proativo é tomar as próprias decisões, ter coragem e determinação de expor suas ideias; assumir o risco de tentar o que nunca foi feito. Segundo Stephen Covey – renomado escritor de liderança e motivação pessoal – a proatividade é muito mais do que tomar a iniciativa (posso tomar a iniciativa depois que o problema ocorre, por exemplo). Ser proativo é, na visão de Covey, ter a capacidade de subordinar o contexto que nos envolve às nossas decisões. Em outras palavras: não estamos condenados ao meio em que nos inserimos. Podemos proativamente mudar as coisas!

Não há dúvida que todos somos influenciados pelo ambiente externo. Pense em como você se sente em uma segunda-feira chuvosa e em uma quinta-feira de sol, véspera de um feriadão. Ou, preste atenção no ânimo natural de seus colegas de trabalho em momentos de crise econômica e queda nas vendas, ou quando o mercado está “bombando”. A diferença, no entanto, é que a pessoa proativa responde de forma diferente aos estímulos que a cercam; ela literalmente não se deixa influenciar ou abater. É como diz o conhecido ditado: “O que importa não é o que nos acontece; o que importa é o que fazemos com o que nos acontece”. Esse é o pensamento da pessoa proativa.

Não lamente aquilo que passou 

O ator Paul Newman, certa vez disse que um homem só precisa saber uma coisa na vida: “diferenciar o que merece preocupação do que não merece”. É uma verdade bem oportuna. Existem fatos na vida com os quais não adianta nos preocuparmos; nós simplesmente não temos controle sobre eles. Já outros estão sob nosso círculo de influência e podemos modificá-los. Eles não devem tomar nosso tempo e energia. Já sabemos que nada irá modificar o passado. Mas, muitas vezes, nos pegamos remoendo nossos fracassos. O que aconteceu, aconteceu. Está fora de nosso alcance. A atitude proativa em relação ao erro é aprender com ele… e esquecê-lo!

Outros exemplos de preocupações que moram além da nossa influência é a crise econômica, colegas dos quais não gostamos, clientes exigentes além da conta, concorrentes desleais. Seria perda de tempo ficarmos nos lamentando por causa dessas questões. O que devemos fazer, proativamente, é nos concentramos em como podemos desenvolver melhor o nosso trabalho, apesar desses entraves e obstáculos.

“Pois o destino apenas suscita o incidente; a nós é
que cabe determinar a qualidade de seus efeitos”
Michel de Montaigne

Não é o que os outros fazem, o que nos cerca, o nosso passado, que nos atrapalham: é como reagimos a tudo isso. Não somos determinados pelo que nos aconteceu ou acontece: temos a opção de mudar nossa circunstância.

Já que estamos falando de definições, finalizo com uma que também diz muito sobre a proatividade pessoal: “ser proativo é escrever a própria história”. É traçar objetivos e lutar para alcançá-los, não se deixando levar pelo sabor da maré. 

Que neste ano que se inicia você possa escrever sua própria história e, sem dúvida, será uma das maiores conquistas na sua vida. Feliz 2020!

Ainda sobre o Natal

O Natal é tempo de emoção. E todos nós temos essa capacidade maravilhosa de poder sentir uma quantidade imensa de emoções, sejam elas primárias ou mais elaboradas. Do medo à surpresa, da tristeza à alegria, da raiva à compaixão, do desprezo à generosidade, podemos experienciar e sentir de formas que nenhum outro ser vivo consegue.

Dependendo das circunstâncias, podemos experienciar muitas emoções diferentes num período muito curto de tempo. Elas fluem rapidamente num movimento quase infinito de formas mais ou menos manifestas ou sutis. E assim experimentamos o mundo não só pelo que pensamos, mas especialmente através do que sentimos.

A emoção é um fenômeno cerebral muito diferente do pensamento, com processos neuroquímicos e fisiológicos próprios, originados no sistema límbico. É esta a parte do cérebro responsável pelas respostas emocionais de base e que, simultaneamente, dirige muitos dos processos fisiológicos do corpo, o que justifica a influência que a vivência emocional tem na saúde física, no sistema imunológico e na maior parte dos órgãos do corpo.

De fato, o poder das emoções é incrível!

As emoções podem enriquecer as nossas vidas para além do mensurável, mas podem também, quando temos mais dificuldades em lidar com elas, destruir-nos facilmente.

Assim sendo, aproveitemos esta época de festas de fim de ano para usufruir do poder construtivo das nossas emoções, procurando dar-lhes uma atenção nova e diferente e, nesse movimento, imaginar outras vivências que possam melhorar a qualidade das nossas experiências, da nossa saúde e, em última instância, a possibilidade de construir soluções para os nossos problemas pessoais e sociais.

Desejo-lhes muitos dias de emoções renovadas!