Os grupos sociais são formados a partir de relações estáveis entre indivíduos que possuem interesses e objetivos em comum.

Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana e, com muitas associações humanas, são formados os verdadeiros grupos sociais. Mas se você tem dificuldades em formar vínculos sociais, não se preocupe, procure apoio profissional e melhore suas relações.

Ao longo de nossas vidas fazemos parte dos mais diferentes grupos de pessoas, família, amigos de infância, amigos do trabalho, pessoas da balada e por aí vai, seja por escolha própria, seja por circunstâncias que independem de nossa vontade. Assim, entramos e saímos de vários grupos sociais, os quais certamente são importantes e influenciam nossa educação, nossos valores e visões de mundo.

Na Sociologia, considera-se que os grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas há relações estáveis, em razão de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal desenvolvidos através do contato contínuo. Estabilidade nas relações interpessoais e sentimentos partilhados de pertencimento a uma mesma unidade social são as condições suficientes. Além disso, é importante observar que o grupo existe mesmo que não esteja próximo dos componentes. Prova disso está no fato de que, ao sairmos da última aula da semana, embora fiquemos longe daqueles que compõem nossa sala, a classe por si só não se desfaz, ainda existindo enquanto grupo. Da mesma forma, podemos pensar isso para nossas famílias, o que corrobora o fato de que o grupo é uma realidade intermental, ou seja, mesmo que os indivíduos estejam longe, permanece o sentimento de pertença dentro da consciência de cada um.

Em psicologia, existe  o viés de favorecimento endogrupal, a tendência das pessoas favorecerem e preferirem seu grupo, por isso de maneira geral tendemos a gostar mais de pessoas que têm a mesma religião, nacionalidade ou preferência política que a nossa.

Os principais grupos sociais são o grupo familial (família), o grupo vicinal (vizinhança), o grupo educativo (escola, faculdade), o grupo religioso (instituição religiosa), o grupo de lazer (clubes, associações), o grupo profissional (escritórios, empresas, loja) e o grupo político (partido ou organização política).

Classificação dos grupos sociais:

  • Grupos Primários: predominam os contatos primários, mais pessoais, diretos, como a família, os vizinhos, etc.
  • Grupos Secundários: são mais complexos, como as igrejas e o estado, em que predominam os contatos secundários, neste caso, realizam-se de forma pessoal e direta, mas sem intimidade, ou de maneira indireta como e-mails, whatsApp, telefonemas, etc.
  • Grupos Intermediários: são aqueles que se alternam e complementam as duas formas de contatos sociais (primários e secundários). Ex: escola.

Características de um grupo social:

  • Pluralidade de indivíduos: há sempre mais de um indivíduo no grupo, coletivismo;
  • Interação social: os indivíduos comunicam-se uns com os outros;
  • Organização: todo o grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem interna;
  • Objetividade e exterioridade: quando uma pessoa entra no grupo ele já existe, quando sai ele permanece existindo;
  • Objetivo comum: união do grupo para atingir os objetivos dos mesmos;
  • Consciência grupal ou sentimento de “nós”: compartilham modos de agir, pensamentos, idéias, etc. Ex: Nós ganhamos.
  • Continuidade: é necessário ter uma certa duração. Não pode aparecer e desaparecer com facilidade.

O viés endogrupal surge do estudo das relações entre diferentes grupos e conflitos. Esse viés é considerado um produto do conflito entre grupos, causado, por sua vez, pelos diferentes interesses entre os grupos ou por terem metas incompatíveis. Dois grupos podem ter o mesmo objetivo, mas o fato de um deles conseguir alcançá-lo significa que o outro não poderá mais conseguir.

Pesquisas encontraram uma explicação para o viés endogrupal. Partindo do fato de que as pessoas estão motivadas a alcançar ou manter um conceito e uma imagem positiva de si mesmas, descobrimos que as pessoas são definidas, em parte, por seus grupos de pertencimento. Portanto, se uma pessoa deseja obter uma boa imagem, ela deve fazer com que as imagens de seus grupos também sejam positivas, para que as pessoas também sejam motivadas a avaliar positivamente os grupos aos quais pertencem.

As avaliações feitas pelos grupos, são feitas por comparação. Não dizemos que nosso grupo é bom, mas que é melhor que o outro ou o melhor de todos. E muitas vezes desumanizamos o outro grupo. O processo de desumanização é uma falha em atribuir qualidades básicas a uma outra pessoa. Esse processo é comum contra membros de outra cultura, ou grupos estigmatizados em determinada cultura, estimulando crenças e condutas intolerantes, radicais e cruéis com os membros dos grupos. Em Antropologia conhecemos o Etnocentrimo, essa é uma tendência quase universal de grupos humanos perceberem os hábitos característicos do seu grupo como mais corretos, naturais e superiores aos de outro grupo, o que leva maior propensão de ocorrer descriminação e hostilidade entre os grupos.

Acredito que um dia, consigamos conviver em harmonia,
percebendo as semelhanças e acabando com os preconceitos.

O que sabemos também, por meio de pesquisas sobre o assunto, é que é possível mudar os estereótipos e preconceitos associados com outros grupos, por meio do contato. Existem estudos indicando que ao participar de atividades que demandam cooperação entre pessoas de grupo diferentes e até mesmo antagônicos, é possível perceber semelhanças nas pessoas do outro grupo e até notarem os dois grupos como uma mesma entidade social, o que pode resultar numa recategorização do grupo e redução do preconceito.

Que tal perceber se existe oportunidade de passar a conhecer grupos diferentes e conviver com pessoas novas?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Volta às aulas presenciais exigirá cuidado com emocional de alunos e professores.

Ainda que o Brasil, num cenário otimista, supere logo a crise do coronavírus, teremos desafios a serem superados após o encerramento do distanciamento social.

Ansiedade, depressão, medo, angústia sobre a volta às aulas e a ruptura de relacionamentos seja por luto ou desemprego são algumas das cicatrizes que deverão ser superadas no dia a dia.

A incerteza sobre as idas e vindas do risco de contágio pela Covid-19, uma sensação que na H1N1 só foi minimizada com a vacina, e o receio com o colapso no sistema de saúde devem manter parte da população em um estado de quarentena permanente.

Entre as dificuldades no retorno escolar apontadas pela pesquisa do observatório PrEpidemi estão as preocupações com as medidas de proteção; insegurança com o retorno às aulas no atual cenário; desafios em utilizar adequadamente o ensino a distância; conexão adequada à internet como forma de acessar conteúdos; exposição dos estudantes ao vírus no trajeto de casa para a escola; suscetibilidade das famílias que moram na mesma casa ao vírus, entre outras.

A pesquisa foi realizada por meio de enquete pelas redes sociais. As perguntas analisaram o quadro de confiança e incertezas dos pais ou responsáveis pelas crianças e jovens envolvidos no processo. O questionário obteve 40.169 respostas em quatro dias. O momento de enfrentamento da pandemia é um processo delicado por envolver medidas que afetam significativamente a vida da população, aponta a pesquisa.

O estudo revela ainda que, na opinião dos pais, a preocupação das escolas não deve se restringir à aprendizagem do conteúdo específico de cada matéria em si: as instituições de ensino também devem valorizar a adoção adequada de medidas de proteção e atenção às emoções dos alunos desencadeadas pela pandemia. Esse é o momento de acolhimento para alunos, pais e professores!

É preciso trabalhar com calma, resgatando os aprendizados vividos pelo distanciamento físico e priorizando o material humano, para que essa reinauguração do ano letivo possa acontecer de maneira orgânica e plena.

Devido às incertezas sobre a vacina contra o coronavírus e ao medo de uma segunda onda da doença, como tem ocorrido na Europa, as instituições particulares vão manter o ensino híbrido. Ou seja, respeitarão a vontade dos pais. Quem quiser o ensino presencial para o filho, terá essa possibilidade. Os que desejaram a manutenção das aulas remotas, terão o suporte.

Os protocolos de segurança para a volta às aulas, que vem sendo discutido apontam medidas já adotadas em outras instituições e bastante conhecidas de todos, como o uso do álcool gel, a alternância de lugares para os alunos ocuparem nas salas de aula, o revezamento dos alunos que assistirão às aulas presenciais em dias alternados, entre outras medidas.

Segundo dados da Unesco, a primeira onda da pandemia interrompeu as atividades escolares em mais de 190 países, afetando 1,57 bilhão de pessoas, o equivalente a 90% dos estudantes do mundo. Mas, ao contrário do que aconteceu no Brasil, a maioria das nações retomou o ensino presencial até a metade de 2020, ainda que mantendo parte das atividades on-line e adotando protocolos restritivos. A experiência foi repleta de sobressaltos, mas mostrou que, com respeito a medidas de higiene, distanciamento social e controle de casos novos, a escola não produz surtos da doença como se temia. O rigor no cumprimento dos protocolos é essencial.

Em favor da volta às aulas, há a constatação óbvia de que os estudantes estão sofrendo prejuízos no processo de aprendizagem, sem mencionar os efeitos das restrições sociais na saúde mental de crianças e adolescentes. Manter escolas fechadas tem altos custos diretos e indiretos, que afetam tanto alunos e suas famílias quanto a sociedade como um todo, longe das escolas, as crianças e jovens se protegem da doença, mas não estão imunes a riscos associados à violência doméstica e até à falta de alimentação regular.

Embora haja uma divergência de opiniões em relação à retomada das aulas presenciais, uma coisa é certa: é necessário planejar esse retorno, preparar o professor e, também, o incluir como protagonista nesse processo. Portanto, quanto antes as escolas começarem a dialogar e preparar seu corpo docente (e toda a equipe escolar), mais tranquilo e seguro será o retorno para todos, porque é preciso tempo para a reestruturação ser empreendida. E por reestruturação não falo apenas da questão física, dos novos espaços e ambientes, refiro-me, especialmente, ao âmbito emocional, já que todos estiveram diante de uma situação completamente inesperada.

E você, como está se sentindo nessa retomada das aulas presenciais?

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Veja o que fazer quando sua mente tende a perder o foco.


No mundo sempre conectado de hoje, as diversões estão a apenas um clique de distância. Mesmo durante os momentos de silêncio, a distração está literalmente ao seu alcance, várias abas abertas, minutos se passam e de repente, você se dá conta que estava sonhando acordado e nem sabe dizer há quanto tempo estava assim. Ter concentração é uma dificuldade para você? 

A capacidade de se concentrar em algo em seu ambiente e direcionar o esforço mental para isso é fundamental para aprender coisas novas, atingir metas e ter um bom desempenho em uma ampla variedade de situações. 

Esteja tentando terminar um relatório no trabalho ou estudando para uma prova, sua capacidade de foco pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso.

Para quem tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) que gera desatenção e agitação, a capacidade de concentração requer um esforço maior. É importante dizer que o TDAH não é uma doença, portanto, não existe uma cura para solucioná-lo e sim um tratamento para lidar melhor com ele. Se esse for o seu caso, procure ajuda profissional!

Felizmente, o foco é muito parecido com um músculo mental. Quanto mais você trabalha na construção, mais forte fica.

A concentração mental consiste em um processo psíquico capaz de voltar toda a atenção a determinada atividade. É uma característica fundamental, pois nos ajuda na aquisição de conhecimento, nos estudos e na produtividade do trabalho.

Por isso, melhore sua produtividade com essas atividades para concentração!

Trabalhe em um ambiente apropriado

Trabalhar com muito barulho ao redor não é para qualquer um. Nessa situação, a mente tende a se dispersar facilmente, prejudicando nosso fluxo de trabalho. Caso seja impossível sair de um ambiente barulhento, invista em um protetor de ouvido capaz de bloquear o som.

Seguindo o mesmo pensamento, qualquer outra coisa que cause sensações desagradáveis, como frio ou calor em excesso, também costuma nos prejudicar. Para essas adversidades, uma blusa comprida ou um simples ventilador são boas alternativas. A questão é eliminar todas as distrações possíveis, de modo a colaborar com sua atenção.

Mantenha a organização

Querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo não é nada produtivo. Ao tentar isso, nosso cérebro se cansa e a consequência é a mente vaguear. 

Defina a sequência e os horários para cada atividade. Tire um tempo para responder e-mails, depois evite deixar essa aba aberta. Tenha momentos certos para as refeições. Estabeleça pequenos instantes para os bate-papos com os colegas. No momento da produção, realize o trabalho por etapas.

Por falar em organização, a mesa bem arrumada também influencia positivamente a concentração. Jogue fora todos os papéis velhos e deixe sobre ela apenas o essencial.

Crie metas e objetivos realistas

Todos precisamos de metas diárias, pois elas guiam nosso trabalho. Ainda que o trabalho tenha um prazo grande, defina a quantidade de produção para cada dia. Contudo, tais metas precisam ser realistas, pois, do contrário, a tendência é a procrastinação.

Além disso, ao trabalhar com pequenos objetivos e vê-los sendo alcançados, temos mais inclinação à motivação. Com isso, ficamos mais empenhados a continuar.

Resumindo: a palavra-chave aqui é planejamento. Ele torna tudo mais prático e ainda nos ajuda a perceber quando dizer “não” para aquele projeto que chegou em cima da hora e nos deixaria noites sem dormir para dar conta de entregar tudo.

Faça uma pequena pausa

Você já tentou se concentrar na mesma coisa por um longo período de tempo? Depois de um tempo, seu foco começa a falhar e se torna cada vez mais difícil voltar seus recursos mentais à tarefa. Não só isso, mas seu desempenho acaba sofrendo como resultado.

Explicações tradicionais em psicologia sugeriram que isso se deve ao esgotamento dos recursos atencionais, mas alguns pesquisadores acreditam que isso tem mais a ver com a tendência do cérebro de ignorar as fontes de estimulação constante.

Portanto, da próxima vez que você estiver trabalhando em uma tarefa prolongada, como fazer seu orçamento mensal ou estudar para uma prova, certifique-se de dar a si mesmo uma pausa mental ocasional.

Mude sua atenção para algo não relacionado à tarefa em questão, mesmo que seja apenas por alguns momentos. Esses breves momentos de descanso podem significar que você é capaz de manter seu foco mental aguçado e seu desempenho alto quando realmente precisa.

Procure ajuda profissional

Às vezes, passamos por fases da vida em que precisamos de ajuda profissional para lidar com as dificuldades. Casos como ansiedade grave, depressão e TDAH não podem ser tapados com a peneira. Assim, se sentir que precisa, procure por um psicólogo. Com uma saúde mental prejudicada, não há como ter produtividade boa.

Enfim, é normal ter um dia ou outro com dificuldade na concentração. Porém, ao colocar em prática essas dicas dadas e buscar aprimorá-las, é possível desfrutar de momentos mais eficientes.

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Sou Joana Santiago – Psicóloga.

Em tempos de pandemia, o Enem é um desafio ainda maior!


Em um contexto incomum, muitos estudantes tiveram que aprender a conviver com as limitações impostas pela pandemia. Pais que ficaram desempregados, família toda em casa, trabalho remoto, aulas on-line, enfim, mudanças que mexeram drasticamente com a rotina e cabeça das pessoas. Com muitas distrações nesse novo contexto, tem como se preparar para o ENEM? E como fica o ENEM em meio a pandemia? Quais as mudanças para a realização presencial da prova?

Adaptar-se a uma nova rotina não é tão simples para muitos alunos, que relatam problemas com ansiedade e sono desregulado e até a distribuição das tarefas em casa. A situação e o contexto do ensino remoto há um ano fazem com que os estudantes se sintam ligados o tempo todo. Mas, para evitar que pensamentos negativos invadam ainda mais a cabeça neste período de isolamento, é importante que os estudantes cuidem da sua saúde mental, aprendendo a lidar com adversidades e reconhecendo seus limites e potencialidades. A ansiedade e a insegurança ganharam mais força. E o meu conselho é que mantenham o foco, organizem um ambiente favorável, cultivem momentos de descanso e muita calma na hora da prova.

MUDANÇAS NO ENEM

Pelo novo cronograma as provas impressas serão realizadas domingo, dia 17 e 24 de janeiro, para 5,7 milhões de inscritos. A prova digital acontece no dia 31 de janeiro e em 7 de fevereiro, para 96 mil inscritos. A reaplicação da prova ocorre nos dias 24 e 25 de fevereiro, para quem for afetado por eventuais problemas de estrutura. O resultado sai a partir do dia 29 de fevereiro.

A novidade é a prova digital, que será realizada pela primeira vez. O MEC pretende que até 2026 a prova seja somente desse jeito. Se por um lado ela é atrativa, a prova em papel já é tradicional e os estudantes estão acostumados a fazê-la. 

Buscando garantir a segurança, em virtude do coronavírus, serão alugadas mais salas para dar distância maior entre os alunos; os aplicadores irão usar máscaras e materiais de segurança, haverá álcool em gel disponível a todos e serão utilizados novos protocolos de segurança e identificação para os participantes.

A edição 2020 do Enem não traz nenhuma alteração de conteúdo ou formato em relação a anos anteriores, mas certamente será uma experiência diferente para os estudantes. Além da mudança na data, o uso da máscara é obrigatório e a quantidade de alunos por sala será menor para evitar a aglomeração. Espera-se que sejam usadas 205 salas em 14 mil pontos de aplicação. Em 2019, segundo o Ministério da Educação, foram 145 mil salas em 10 mil pontos. 

DESAFIOS

A maior dificuldade foi manter o foco nas aulas remotas em 2020, mas a retomada do ensino presencial intensificado, é uma oportunidade de tentar recuperar o que não foi aprendido da forma mais eficaz nos encontros on-line.

O uso de máscara é obrigatório e o não cumprimento implica na desclassificação do candidato. Além de precisar apresentar um documento oficial original com foto e de ter uma caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

Muitos candidatos vão fazer a prova distantes de casa, devido aos cuidados adotados para conter a propagação do vírus, o número de candidatos por sala foi reduzido, então a dica é, fiquem atentos ao tempo de chegada até o local da prova.

Os candidatos que forem diagnosticados com Covid-19 ou alguma outra doença infectocontagiosa e, portanto, não puderem comparecer ao teste, terão uma nova chance.

O ENEM é porta de entrada para as universidades públicas, e com isso a ansiedade e o estresse aumentam. Você precisa estar descansado para conseguir combater melhor o nervosismo na hora da prova. Por isso, na véspera, durma mais cedo!

Minha sugestão no dia, é uma técnica de respiração que pode ser utilizada nos minutos que antecedem a prova, ou até durante a prova, caso necessite recuperar a concentração e se tranquilizar:

Feche os olhos e respire fundo. Inspire pelo nariz e expire pela boca lentamente contando até 10. Repita isso de 3 a 5 vezes.

Confie nos seus conhecimentos, mantenha a calma e comece pelo assunto que você tenha mais facilidade. 

Respire e boa prova 😉

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A situação atual de pandemia mais home office tem chamado a atenção pela complexidade no equilíbrio da rotina e na saúde mental.

Nesses últimos meses tenho ouvido muitos relatos sobre uma sensação de estresse extremo, que se reflete em não ter paciência com filhos, cônjuges, colegas, prestadores de serviço etc.  Além disso, posso me atrever a dizer que, cada vez mais, tem sido difícil ser produtivo e que dormir bem se tornou um desafio… pode até ser que você consiga pegar no sono, mas a sensação de cansaço continua.

Faço um alerta: se esses sintomas persistem, algo está errado e pode ser que você esteja próximo de uma situação de estresse crônico, e é preciso investigar uma possível Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional.

Essa é uma das enfermidades que vem chamando a minha atenção neste momento, devido ao seu crescimento a partir da mudança abrupta do novo estilo de trabalho que, inicialmente, foi romantizado. Da noite para o dia, passamos ao home office ou teletrabalho, com expediente em casa, tarefas domésticas e família disputando espaço com as responsabilidades profissionais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que oficializou o burnout como doença crônica ano passado, o define como uma síndrome que resulta de um estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso.

A síndrome pode ser identificada a partir de três dimensões: 

  • Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia
  • Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho
  • Redução da eficácia profissional

Detectar o burnout é mais complexo do que parece. Não existem exames de sangue e de imagem ou testes de resistência física para flagrá-lo. O diagnóstico vem de uma escuta atenta do paciente e de uma avaliação minuciosa de suas condições de trabalho. Isso é determinante para não confundi-lo com outras desordens mentais.

Prevenção passa por cuidados simples e pelo respeito de limites

A prevenção pode se dar por práticas simples e prazerosas, desde que você também assuma esse compromisso com o seu autocuidado. E lembre-se: organização, planejamento, engajamento, disciplina e regularidade são fundamentais para você garantir longevidade e sustentabilidade com sua saúde como um todo.

Procurar atividades fora do trabalho, cuidar da alimentação e praticar exercícios para evitar o problema. Ao mesmo tempo, as empresas devem adotar estratégias de respeito aos limites dos seus colaboradores e precisam ter cuidado para não criar um ambiente onde impera pressão e as ameaças de demissões. 

Os líderes devem fomentar uma cultura corporativa sadia e se manterem atentos para qualquer sinal de adoecimento dentro das suas equipes, criando condições para que seus funcionários tenham prazer em sua rotina.

Vivemos um tempo de confusão entre o que é casa e o que é trabalho. A insegurança quanto à continuidade do emprego também pode favorecer relacionamentos abusivos. Esse é um momento em que as empresas devem ficar ainda mais atentas para evitar que seus talentos adoeçam e futuros problemas na justiça.

Sou Joana Santiago -Psicóloga

O cérebro não consegue mais raciocinar, solucionar problemas e visualizar coisas boas. Ele precisa, de fato, descansar!

Talvez uma das maiores dificuldades atuais seja aliar saúde e alto desempenho profissional. Afinal, com o ritmo frenético de atividades realizadas, a sobrecarga passa a fazer parte da rotina e é aí que os problemas começam.

As horas de expediente nunca parecem dar conta de todos os problemas que precisam ser resolvidos. Fora do trabalho, você procura ser o marido ou a esposa modelo, o pai ou a mãe do ano, o amigo ou a amiga de todas as horas.

Ah! E ainda tem que resolver todas as suas questões pessoais….ufa, não há ser humano que consiga dar conta disso tudo sem, ao final do dia, estar com aquela sensação de que precisa de férias imediatas para hibernar!

Mente cansada

O cansaço mental é um processo de desgaste, que ocorre, principalmente, em função do estresse e do excesso de informações que o nosso cérebro recebe. Em tempos de redes sociais, notificações e multi-telas, o ser humano vive soterrado de informações que invadem os sentidos diariamente e, nem sempre, são informações imprescindíveis.

Mesmo que não sejam importantes, essas informações desgastam a nossa atenção por termos que lidar com vários estímulos diários. Então, é notório o aumento de casos de estresse e transtornos de ansiedade em função do modo de vida que o ser humano está tendo, sempre sobrecarregado.

Uma hipótese é a de que esse processo de desgaste está ligado, sobretudo, ao nosso estoque de energia mental. Ao longo do dia, nos baseamos em um limite de recursos que nos fazem ter o que chamamos de “força de vontade” e “autocontrole”. Ou seja, disponibilizamos determinada energia para realizar nossas tarefas e metas. Quando esgotamos esse recurso, nos sentimos cansados.

Se temos energia disponível para realizarmos as tarefas, qual o motivo de nos sentimos tão exaustos no fim do dia? A resposta pode estar na tensão que é criada quando, sobrecarregados, perdemos o interesse em realizar as atividades.

Mas você sabe a diferença entre cansaço mental, fadiga e Burnout?

Esses termos estão aparecendo regularmente e, às vezes, indistintamente. No entanto, eles não significam a mesma coisa. Pensamos em aproveitar a oportunidade para definir cada um em relação ao local de trabalho, pois eles impactam nossa saúde mental de maneiras diferentes. Pode ser difícil diferenciar cansaço, fadiga e esgotamento, mas um bom indicador é a rapidez com que a recuperação leva. 

Uma boa noite de sono, uma refeição nutritiva e um banho quente costumam aliviar o cansaço. Férias de uma a duas semanas ou licença do trabalho com foco em desligar, desestressar e recarregar podem aliviar o cansaço. A fadiga requer um esforço mais consistente para lidar com o estilo de vida subjacente, os fatores de bem-estar e pode levar vários meses para ser superada. 

O Burnout é mais difícil de tratar, pois depende da intensidade e da duração do burnout, da qualidade da recuperação e da situação geral da pessoa que o vivencia. Para alguns, um plano conjunto elaborado entre eles e seu gerente pode ser o suficiente para começar a se sentir no topo das coisas novamente. Outros podem precisar mudar completamente de empresa ou carreira e começar do zero. Alguns podem precisar de aconselhamento adicional ou para desenvolver novos mecanismos de enfrentamento, como uma prática regular de meditação, uma rotina de relaxamento e até mesmo novos hobbies. 

Respeite os sinais do seu corpo

Tanto a fadiga quanto o esgotamento podem terminar em uma sensação de exaustão física e mental; a fadiga pode ser causada por uma variedade de fatores, desde o estilo de vida até o ambiente, enquanto o esgotamento é causado por períodos prolongados de estresse emocional e frustração. Já no caso de Burnout, você precisa de ajuda terapêutica psicológica. Só ela apresenta muitos benefícios e proporciona ferramentas eficazes para compreender a natureza destes males.

Entender sobre o que acaba com a nossa energia mental importa, pois quando estamos mentalmente exaustos, tendemos a estar mais dispersos e descuidados. Ainda, quanto mais aprendermos sobre a fadiga, mais chances temos de construir uma rotina equilibrada e prazerosa, inclusive no trabalho.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A meditação pode ser usada para desenvolver a regulação da atenção, das emoções e para o crescimento pessoal.

Durante as últimas duas décadas, mais e mais cientistas estudam a atenção plena, um conjunto de práticas que nos ajuda a cultivar a consciência de nós mesmos e de nosso meio ambiente a cada momento. Suas primeiras descobertas desencadearam um enorme entusiasmo pela meditação. A prática pode ser usada para desenvolver a regulação da atenção, das emoções e para o crescimento pessoal. Ela pode ser relacionada com diferentes processos cognitivos, tais como a memória e a imaginação, e pode estar focada no próprio corpo, em outras pessoas ou conceitos abstratos.

Surgiu como uma prática de cunho religioso há cerca de 3 mil anos antes de Cristo. Porém, com o passar dos anos, foi se popularizando até chegar ao ocidente e ser alvo de diversos estudos sobre seus benefícios tanto para a saúde, o envelhecimento e até a produtividade.

Um dos estudos foi conduzido pelo Dr. Hebert Benson, que em 1967 descobriu que pessoas em estado meditativo usavam cerca de 17% menos oxigênio. Além disso, apresentavam menor pressão sanguínea e aumento na produção de ondas cerebrais. Ao invés de focar apenas no desenvolvimento espiritual, a meditação passou a ser utilizada como ferramenta para promover o relaxamento, obter mais saúde e afiar a mente.

O que realmente é meditação?

A meditação é um exercício de foco e concentração que promove relaxamento físico e equilíbrio mental de quem pratica.

Algumas linhas de meditação usam mantras como instrumento para entrar no estado de flow, enquanto outras focam em apenas observar a respiração.

Existem alguns tipos de meditação e um dos mais estudados atualmente é o da atenção plena, conhecido como mindfulness. Este tipo separou a parte mística e religiosa da prática vinda do Oriente, focando somente nas descobertas científicas sobre os benefícios da meditação. O foco está em prestar atenção às sensações do corpo, em especial à respiração para, assim, interromper a bagunça de pensamentos desordenados.

Existem vários tipos de meditação, mas, principalmente para quem está começando, somente alguns minutos, lugar tranquilo e silencioso e concentração na respiração serão necessários.

E principalmente: esqueça o conceito de meditação pelo esvaziamento da mente, simplesmente porque é impossível, pois não conseguimos interromper 100% o fluxo de pensamentos, mas sim direcioná-los.

Benefícios da meditação

Manter a mente concentrada e focada é pré-requisito para quem deseja atingir o máximo de resultados. A mente desfocada pula de um pensamento para outro. Além disso, mistura lembranças do passado com idealizações de futuro e, principalmente, nos tira do momento presente.

Você vive o ontem e o amanhã, mas o hoje fica esquecido, dando espaço para procrastinação. E se você sofre com esse problema, sabe o quanto pode ser frustrante viver deixando planos importantes para amanhã.

A meditação centraliza o nosso ser em um único ponto. Com isso, deixamos de nos preocupar com o que vem amanhã e focamos no agora. A prática se torna vital ao controle da ansiedade, condensando nossa consciência em momentos reais

Além de proporcionar uma mente atenta, um dos benefícios da meditação é a estimulação da criatividade e da capacidade de inovar.

A melhor coisa da prática é que ela é acessível a todos. Por isso, convido você a fazer um teste. Durante uma semana, separe 10 minutos de sua manhã para entrar em contato com sua respiração, observar o movimento desta no seu corpo e relaxar profundamente.

Faça o teste. Não tomará muito do seu tempo e os benefícios poderão ser sentidos logo nos primeiros dias. Vale a pena usar um pouquinho da sua paciência e força de vontade para começar. Você não irá se arrepender!

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Entender o comportamento dos jovens e respeitar o momento que eles vivem é fundamental para uma relação saudável e feliz.

Fase muito temida pela maioria dos pais, a adolescência é um período de muitas descobertas, mudanças no corpo, nos pensamentos e principalmente no comportamento. Os conflitos com os pais aumentam nesse período, e por isso o apelidamos de – aborrecência. Esse neologismo atribui o aspecto negativo desse período. Mas será que só tem aspectos ruins mesmo?

Cheios de energia, convicções e uma avidez de conhecer o mundo e tudo o que nele há, os adolescentes costumam testar toda a base educacional que receberam, exigindo paciência e, principalmente, muita sabedoria.

Por diversas razões, é difícil definir a adolescência em termos precisos. O início da puberdade, que pode ser considerada uma linha de demarcação entre a infância e a tal fase, não resolve a dificuldade de definição. Termos científicos não são práticos e pesquisas não são 100% assertivas, já que cada indivíduo vivencia esse período de modo diferente e único. Então, o que resta? Como entender os adolescentes e essa fase tão singular?

A resposta é simples e direta: ouvindo-os

Através do diálogo é possível obter bons resultados. Quando o pai e a mãe se tornam “amigos” do adolescente e tentam entender o momento em que estes estão vivenciando, a relação começa a se tornar muito mais harmoniosa e o filho começa a perceber que a companhia da família é agradável.

Outra chave para uma boa convivência é aprender com as diferenças e lidar com os temperamentos. Os conflitos entre pais e filhos adolescentes não precisam ser vividos de forma violenta, mas podem ser vistos como uma oportunidade de lidar com percepções diferentes, respeitando e solidificando uma base de interações harmônicas.

A adolescência é uma fase em que os filhos saem do seio familiar para descobrir o mundo e a si mesmos. É comum que haja um afastamento, já que eles se interessam mais por estar com amigos da mesma idade, dividindo interesses e visões de mundo. E isso é completamente normal.

O problema, cada vez mais presente, é quando o adolescente se afasta demais dos pais e passa a ignorá-los. Nessa hora, é necessário voltar ao ponto de partida e entender o que ocasionou tal afastamento e, principalmente, o que tem fomentado essa atitude.

A dificuldade na convivência pode partir das duas partes. Hoje vivemos um tempo em que a paternidade e a maternidade estão em questão. O comportamento dos pais na atualidade também sofreu e sofre uma série de impactos. A superficialidade está tanto nos filhos quanto nos pais. Os motivos de um distanciamento podem ser vários, entre eles o trabalho, os estudos, o consumo, o modelo de relacionamento, o não acompanhamento dos filhos, a terceirização da educação e do cuidado… São vários os fatores que podem resultar em um problema.

Outra causa pode ser o uso excessivo da internet, um drama que atinge mais e mais famílias com o passar do tempo. O contato com a tecnologia é inevitável, e pode ser muito benéfico para todas as partes. Proibir não é o caminho, mas o uso deve ser muito bem observado, principalmente na infância. Uma criança que fica tempo demais na internet pode se transformar em um adolescente fechado, com dificuldade para interagir socialmente. “Não existe uma medida-padrão, mas é importante verificar se as crianças conseguem estabelecer relações e práticas no campo não virtual. Se conseguem brincar, dialogar e interagir. Por vezes, os pais oferecerem acesso ao mundo virtual como uma forma de docilizar as crianças. Não estabelecer limites ou deixá-las entregues à internet apenas para que elas fiquem quietas, é um erro.

Quando o problema já é uma realidade na adolescência e os filhos já estão distantes demais, minha dica é evitar discussões e arbitrariedades. É fundamental não estabelecer uma concorrência ou polarização, como por exemplo: ‘Ou nós, ou o mundo virtual’. É importante investir nas relações, no contato, no querer saber do outro. Não de modo utópico ou pedagógico, mas uma prática cotidiana. Um modo de mostrar aos adolescentes e jovens que a relação com os pais pode ser algo interessante.

Felizmente, esse período de tensão e conflito desconfortáveis entre os jovens e seus pais não dura para sempre. Normalmente, os jovens se aproximaram de seus pais novamente no final da adolescência. Como regra geral, se os jovens e seus pais desfrutaram de um relacionamento próximo, de confiança e amoroso antes da adolescência, essas mesmas qualidades geralmente são restauradas no final da adolescência, quando o conflito diminui.

Acredite.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Um gatilho é algo que dispara uma fita de memória ou flashback transportando você de volta ao evento traumático.

O termo gatilho se popularizou nos últimos anos e ganhou força na web com a tradução literal do inglês TRIGGERS, onde “memes” apresentam personagens expostos a situações emocionais extremas com a reação de raiva, de pânico ou de irritabilidade. Talvez até já tenha se deparado com a frase “apaga, isso me dá gatilho!”, que provavelmente foi utilizada fora de contexto. O meme pode até ser bom, mas fez com que a expressão perdesse sua importância.

Gatilho em psicologia é um estímulo como um cheiro, som ou visão que desencadeia sentimentos de trauma. As pessoas geralmente usam esse termo ao descrever o estresse pós-traumático.

Sentir algum tipo de incômodo por causa de um estímulo e bem diferente de reviver memórias dolorosas, emoções intensas ligadas ao trauma. A pessoa pode sentir como se tivesse vivendo parte desse trauma e essa pode ser uma experiência devastadora.

O QUE É UM GATILHO?

Um gatilho é um lembrete de um trauma passado. Esse lembrete pode fazer com que a pessoa sinta uma grande tristeza, ansiedade ou pânico. Também pode fazer com que alguém tenha flashbacks. Um flashback é uma memória vívida, geralmente negativa, que pode aparecer sem aviso. Pode fazer com que alguém perca o controle do ambiente e “reviva” um evento traumático.

Os gatilhos podem assumir várias formas. Eles podem ser um local físico ou o aniversário do evento traumático. Uma pessoa também pode ser desencadeada por processos internos, como estresse.

Às vezes, os gatilhos são previsíveis. Por exemplo, um policial pode ter flashbacks enquanto assiste a um filme violento. Em outros casos, os gatilhos são menos intuitivos. Uma pessoa que sentiu o cheiro de incenso durante uma agressão sexual pode ter um ataque de pânico ao sentir o cheiro do mesmo incenso em uma loja.

Algumas pessoas usam “gatilho” no contexto de outras questões de saúde mental, como abuso de substâncias ou ansiedade . Nesses casos, um gatilho pode ser uma dica que indica um aumento dos sintomas. Por exemplo, uma pessoa que está se recuperando de anorexia pode ser desencadeada por fotos de celebridades muito magras. Quando a pessoa vê essas fotos, ela pode sentir o desejo de passar fome novamente.

TIPOS DE GATILHOS

Os gatilhos variam amplamente de pessoa para pessoa e podem ser internos ou externos. Abaixo estão alguns exemplos dos diferentes tipos de eventos que podem ser considerados gatilhos em termos de problemas de saúde mental.

Interno:

Vêm de dentro da pessoa. Pode ser uma memória, uma sensação física ou uma emoção. Por exemplo, digamos que você esteja se exercitando e seu coração comece a bater forte. Essa sensação pode lembrá-lo de uma época em que estava fugindo de um parceiro abusivo. Isso seria considerado um gatilho interno. Outros gatilhos internos comuns incluem:

  • Dor
  • Tensão muscular
  • Memórias ligadas a um evento traumático
  • Raiva
  • Tristeza
  • Solidão
  • Ansiedade
  • Sentindo-se oprimido, vulnerável, abandonado ou fora de controle

Externo:

Vêm do ambiente. Eles podem ser uma pessoa, um lugar ou uma situação específica. A quarentena que estamos vivenciando, pode ser um gatilho para transtornos mentais. Abaixo está uma lista de coisas comuns que podem fazer com que uma pessoa se sinta desencadeada:

  • Datas significativas (como feriados ou aniversários)
  • Uma hora específica do dia
  • Indo para um local específico que os lembra da experiência
  • Um filme, programa de televisão ou artigo de notícias que lembra você da experiência
  • Certos sons que lembram você da experiência (um veterano militar pode ser acionado por ruídos altos que soam como tiros)
  • Cheiros associados à experiência, como fumaça
  • Uma pessoa conectada à experiência
  • Mudanças nos relacionamentos ou término de um relacionamento
  • Discutir com um amigo, cônjuge ou parceiro

COMO OS GATILHOS SÃO FORMADOS?

O funcionamento exato do cérebro por trás dos gatilhos não é totalmente compreendido. No entanto, existem várias teorias sobre como os gatilhos funcionam.

Quando uma pessoa está em uma situação ameaçadora, ela pode se envolver em uma resposta de luta ou fuga. O organismo entra em estado de alerta máximo, priorizando todos os seus recursos para reagir à situação. Funções que não são necessárias para a sobrevivência, como a digestão, são colocadas em espera.

Uma das funções negligenciadas durante uma situação de luta ou fuga é a formação da memória de curto prazo. Em alguns casos, o cérebro de uma pessoa pode armazenar mal o evento traumático em seu armazenamento de memória. Em vez de ser armazenada como um evento passado, a situação é rotulada como uma ameaça ainda presente. Quando uma pessoa é lembrada do trauma, seu corpo age como se o evento estivesse acontecendo, retornando ao modo de luta ou fuga.

Outra teoria é que os gatilhos são poderosos porque frequentemente envolvem os sentidos. As informações sensoriais (imagens, sons e, principalmente, cheiros) desempenham um grande papel na memória. Quanto mais informações sensoriais são armazenadas, mais fácil é recuperar a memória.

Durante um evento traumático, o cérebro geralmente insere os estímulos sensoriais na memória. Mesmo quando uma pessoa encontra os mesmos estímulos em outro contexto, ela associa os gatilhos ao trauma. Em alguns casos, um gatilho sensorial pode causar uma reação emocional antes que a pessoa perceba por que está chateada.

A formação de hábitos também desempenha um papel importante no desencadeamento. As pessoas tendem a fazer as mesmas coisas da mesma maneira. Seguir os mesmos padrões evita que o cérebro tenha que tomar decisões.

Por exemplo, digamos que uma pessoa sempre fuma enquanto dirige. Quando uma pessoa entra no carro, seu cérebro espera que ela siga a mesma rotina e acenda um cigarro. Assim, dirigir pode desencadear o desejo de fumar, mesmo que a pessoa deseje parar de fumar. Alguém pode ser acionado mesmo que não faça uma conexão consciente entre seu comportamento e o que o cerca.

OBTENDO AJUDA PARA GATILHOS

Os avisos de gatilho são úteis em alguns casos. Mas evitar os próprios gatilhos não tratará os problemas de saúde mental subjacentes. Se os gatilhos interferirem na vida diária de alguém, é preciso de ajuda profissional!

Na terapia, as pessoas podem processar as emoções relacionadas ao seu passado. Alguns podem aprender técnicas de relaxamento para lidar com ataques de pânico. Outros podem aprender como evitar comportamentos prejudiciais. Com tempo e trabalho, uma pessoa pode enfrentar seus gatilhos com muito menos sofrimento.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

“Uma criança que não brinca não é uma criança, mas o homem que não brinca perdeu para sempre a criança que nele vivia”.
Pablo Neruda

Nessa semana que comemoraremos o Dia das Crianças, parei para refletir sobre o que Freud e Jung dizem: o que a gente vive na infância impacta o resto dos nossos dias.

Não importa quantos anos você tem, a criança que você foi um dia ainda vive e influencia a sua vida.
É muito importante olharmos para isso!

O conceito de “criança interior” é um termo usado pela psicologia para definir essa parte íntima, ligada às crenças e aos afetos que foram construídos na infância. Em maior ou menor grau, essa criança que fomos ainda carrega em nós seus anseios e carências. A necessidade de amor, cuja falta vem da infância, é responsável por muitas tendências autodestrutivas e insatisfações nas relações pessoais. Essa criança precisa ser cuidada para o equilíbrio da nossa vida emocional.

A criança interior é o resultado de experiências vividas desde o momento da concepção até o final da infância. Dependendo do que você recebeu dos pais e do ambiente em que se desenvolveu, sua criança interior pode trazer em seu íntimo criatividade, alegria, intuição, sensibilidade, autenticidade, mas também rancor, medos, culpa, solidão, desamor, obsessões, etc.

A criança interior é tão importante que podemos considerar que ela é a mais fiel representação de quem verdadeiramente somos, pois nossos impulsos são amplamente influenciados pela percepção que a criança interior tem da vida.

Como o dano afeta você como adulto

Traumas menores são comuns na infância, então, mesmo na infância mais saudável. Se você experimentou um trauma grave, no entanto, os resultados provavelmente o acompanharão até a idade adulta. Além disso, se ninguém o ajudar a curar quando você ainda é uma criança, é provável que efeitos graves o afetem até que você faça este trabalho. Os efeitos mais comuns de ter uma criança interior magoada podem ser classificados como comportamentos destrutivos. Eles incluem:

  • Autossabotagem
  • Comportamento autodestrutivo
  • Comportamento de autolesão
  • Comportamento passivo/agressivo
  • Comportamento violento

Não é de admirar que esses efeitos sejam comuns. A criança lesada é impulsiva, narcisista, dependente, carente e tem medo de ser abandonada. Eles não aprenderam como regular suas emoções ou agir com lógica e razão. É provável que essa criança encene, e uma criança interior danificada não é diferente. No entanto, curar a criança interior pode eliminar esses sentimentos e comportamentos, mesmo na idade adulta.

Cuidando de sua criança interior

Uma criança não só precisa ser amada, protegida e ter suas necessidades atendidas, mas também precisa ser ensinada a viver com sucesso no mundo. 

  • descobrindo e liberando emoções reprimidas;
  • ajudando você a reconhecer suas necessidades não atendidas
  • ajudando a resolver padrões inúteis
  • oferecendo uma oportunidade para um maior autocuidado
  • ajudando você a ser criativo e brincalhão
  • elevando o seu autorrespeito.

Dessa maneira, você irá se tornar um adulto emocionalmente saudável, ficar mais relaxado, encontrar mais prazer na vida cotidiana e experimentar a vida com a alegria de uma criança sendo um adulto responsável.

Revisitar as lembranças de infância através da psicoterapia, trabalhos em grupo voltados para o contato com a criança interior e a meditação são formas de nos conectarmos a esse profundo aspecto do nosso ser.

Eu encorajo você a começar essa jornada. Cure suas feridas, recupere sua ternura, criatividade e capacidade de amar. Esse processo é feito aos poucos e com paciência.
Sua criança ainda vive e pede um pouco de atenção.

Sou Joana Santiago – Psicóloga