“Uma criança que não brinca não é uma criança, mas o homem que não brinca perdeu para sempre a criança que nele vivia”.
Pablo Neruda

Nessa semana que comemoraremos o Dia das Crianças, parei para refletir sobre o que Freud e Jung dizem: o que a gente vive na infância impacta o resto dos nossos dias.

Não importa quantos anos você tem, a criança que você foi um dia ainda vive e influencia a sua vida.
É muito importante olharmos para isso!

O conceito de “criança interior” é um termo usado pela psicologia para definir essa parte íntima, ligada às crenças e aos afetos que foram construídos na infância. Em maior ou menor grau, essa criança que fomos ainda carrega em nós seus anseios e carências. A necessidade de amor, cuja falta vem da infância, é responsável por muitas tendências autodestrutivas e insatisfações nas relações pessoais. Essa criança precisa ser cuidada para o equilíbrio da nossa vida emocional.

A criança interior é o resultado de experiências vividas desde o momento da concepção até o final da infância. Dependendo do que você recebeu dos pais e do ambiente em que se desenvolveu, sua criança interior pode trazer em seu íntimo criatividade, alegria, intuição, sensibilidade, autenticidade, mas também rancor, medos, culpa, solidão, desamor, obsessões, etc.

A criança interior é tão importante que podemos considerar que ela é a mais fiel representação de quem verdadeiramente somos, pois nossos impulsos são amplamente influenciados pela percepção que a criança interior tem da vida.

Como o dano afeta você como adulto

Traumas menores são comuns na infância, então, mesmo na infância mais saudável. Se você experimentou um trauma grave, no entanto, os resultados provavelmente o acompanharão até a idade adulta. Além disso, se ninguém o ajudar a curar quando você ainda é uma criança, é provável que efeitos graves o afetem até que você faça este trabalho. Os efeitos mais comuns de ter uma criança interior magoada podem ser classificados como comportamentos destrutivos. Eles incluem:

  • Autossabotagem
  • Comportamento autodestrutivo
  • Comportamento de autolesão
  • Comportamento passivo/agressivo
  • Comportamento violento

Não é de admirar que esses efeitos sejam comuns. A criança lesada é impulsiva, narcisista, dependente, carente e tem medo de ser abandonada. Eles não aprenderam como regular suas emoções ou agir com lógica e razão. É provável que essa criança encene, e uma criança interior danificada não é diferente. No entanto, curar a criança interior pode eliminar esses sentimentos e comportamentos, mesmo na idade adulta.

Cuidando de sua criança interior

Uma criança não só precisa ser amada, protegida e ter suas necessidades atendidas, mas também precisa ser ensinada a viver com sucesso no mundo. 

  • descobrindo e liberando emoções reprimidas;
  • ajudando você a reconhecer suas necessidades não atendidas
  • ajudando a resolver padrões inúteis
  • oferecendo uma oportunidade para um maior autocuidado
  • ajudando você a ser criativo e brincalhão
  • elevando o seu autorrespeito.

Dessa maneira, você irá se tornar um adulto emocionalmente saudável, ficar mais relaxado, encontrar mais prazer na vida cotidiana e experimentar a vida com a alegria de uma criança sendo um adulto responsável.

Revisitar as lembranças de infância através da psicoterapia, trabalhos em grupo voltados para o contato com a criança interior e a meditação são formas de nos conectarmos a esse profundo aspecto do nosso ser.

Eu encorajo você a começar essa jornada. Cure suas feridas, recupere sua ternura, criatividade e capacidade de amar. Esse processo é feito aos poucos e com paciência.
Sua criança ainda vive e pede um pouco de atenção.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Os pensamentos intrusivos são pensamentos involuntários perturbadores, que parecem ficar presos na mente.

Pensamentos intrusivos são aqueles que causam ansiedade, destroem a autoconfiança e fazem o indivíduo pensar em coisas e fatos ruins, podendo, com isso, tornarem-se obsessivos. Quem tem pensamentos intrusivos costuma sempre esperar que coisas ruins aconteçam, desconfia das pessoas (até mesmo, daquelas que são próximas e queridas) e tende a ser inquieto e impaciente.

Uma das causas mais comuns para o surgimento dos pensamentos intrusivos é a ansiedade. Nesse contexto, eles acabam aumentando os medos e potencializando os demais sintomas do transtorno. 

Por mais que sejam realmente e verdadeiramente assustadores em diversos aspectos, os pensamentos intrusivos são tidos como um mecanismo normal, que passa pela cabeça de todo e qualquer tipo de pessoa, sendo algo que faz parte da forma como a mente humana funciona. 

Entretanto, é na constância e frequência que está o perigo dos pensamentos intrusivos, já que, uma vez instalados, eles têm a tendência de se retroalimentar, gerando, assim, um grande círculo de pensamentos negativos, catastróficos, preocupações excessivas e, na maioria dos casos, irreais, sendo que é exatamente nestes pontos que mora a enorme dificuldade de superá-los quando surgem. 

Quando isso acontece, os pensamentos intrusivos podem aumentar os sintomas da ansiedade, prejudicar a vida social do indivíduo e levar ao desenvolvimento de transtornos emocionais ainda mais intensos, como transtorno bipolar, depressão, estresse pós-traumático, entre outros. 

Como lidar?

O primeiro passo para lidar com os pensamentos intrusivos é descobrir a sua causa. Isso porque, na maioria das vezes, eles são apenas sintomas de outros transtornos mentais, dos quais o indivíduo pode ainda não ter consciência. Entre os principais transtornos que causam pensamentos intrusivos estão o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), a Fobia Social, a Síndrome do Pânico e o Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT). Ao descobrir a causa e tratá-la, os pensamentos tendem a desaparecer gradativamente.

Existem diversas estratégias de enfrentamento que podem ajudar quem sofre com pensamentos intrusivos a lidar melhor com eles e a diminuir o impacto em suas vidas. A principal delas é justamente não tentar tirar os intrusos da mente. Ao invés disso, o recomendado é aceitá-los e procurar perceber que eles são apenas o que são: pensamentos. Ou seja, não é porque você pensou em jogar alguém pela janela que você de fato jogou ou vai jogar. Além de aceitar os pensamentos intrusivos, você também pode enfrentá-los. Ao se imaginar empurrando alguém da plataforma do trem, por exemplo, questione-se: isso realmente vai acontecer? Eu seria capaz de fazer tal coisa? Agindo assim, você vai começar a perceber que estes pensamentos não refletem a realidade e passará a se preocupar menos com eles. Por fim, você também pode enfrentar o problema mudando seu estilo de vida ou usando a meditação. Essa prática envolve a observação da mente e dos pensamentos e vai te ajudar a entender melhor como a sua cabeça funciona e como lidar com ela da melhor maneira possível.

Saiba que você não está sozinho e que é possível lutar contra o problema e conseguir vencê-lo. 

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Nosso cérebro não está voando sozinho; nossas emoções também entram em ação quando estamos interagindo com o mundo.

Falei anteriormente sobre como o corpo reage às nossas emoções e como desenvolver autoconhecimento e inteligência emocional ajudam a lidar com situações do dia a dia.
Hoje vou falar sobre a parte fisiológica da emoção, como ela se estabelece no cérebro e desencadeia em nosso corpo.

Podemos perceber as emoções no corpo começando pela face, que tende a empalidecer de medo ou avermelhar de vergonha. Além disso, na mudança da face pode ser observada a expressão facial ao refletir diferentes emoções como raiva, tristeza, repugnância, surpresa. Nos olhos, a pupila se dilata para captar o máximo de estímulos para enfrentar o perigo iminente. A boca fica seca. A respiração acelera para levar oxigênio aos músculos das extremidades do corpo. O coração dispara a fim de transportar o oxigênio o mais rapidamente possível. Essas ocorrências são mais facilmente sentidas por nós, porque são perceptíveis. 

Mas também, existem ocorrências operando no corpo sem que o indivíduo esteja percebendo. Onde e como a emoção começa é o problema. Há muitas perguntas e poucas respostas. As conclusões a respeito da operação das emoções sobre o cérebro mudaram muito no último século e são bastantes complexas. É exatamente por essa razão que os sentimentos ou emoções são automáticos.

A mente influencia diretamente no nosso sistema imunológico, na produção das enzimas, anticorpos, hormônios e neurotransmissores. Toda essa química determina nosso bem-estar. Pressões psicológicas podem agir em algo muito simples como um resfriado ou influenciar as doenças crônicas.

A Neurociência

Quimicamente falando, os neurotransmissores são substâncias capazes de conduzir e transmitir informações entre os neurônios, atuando no cérebro como mensageiros que estimulam impulsos e reações no indivíduo.

Na prática, os neurotransmissores podem ser considerados como os nossos mensageiros químicos relacionados ao humor, sono, atração, atenção, sensações de prazer, entre outros. Com função vital do nosso corpo e para a nossa dinâmica de SER humano, ou seja, sentir e reagir aos impulsos, devemos considerá-los como uma das maiores descobertas no campo de como funciona o nosso corpo.

Hormônios e neurotransmissores

Com função semelhante, os dois tipos de mensageiros químicos se diferenciam pelo órgão onde ocorre sua liberação e pela distribuição de seus efeitos.

Os hormônios são geralmente liberados por glândulas e lançados na circulação sanguínea, podendo se ligar a receptores de células de qualquer parte do corpo. Isso significa que seu efeito é mais difuso. Alguns exemplos são a adrenalina, a insulina e a grelina. 

Já os neurotransmissores são liberados por neurônios na fenda sináptica e se ligam a receptores de uma outra célula muito próxima. Sua distribuição é mais localizada. Aqui temos a dopamina, serotonina, glutamato, entre outros.

Neurotransmissores que controlam nossas emoções

• OCITOCINA: Neurotransmissor do amor

Hormônio transmitido no leite no momento da amamentação, devido à sucção do bebê, e na contração do útero no momento do parto, também é conhecido como hormônio do amor em função do seu papel social e emocional: melhora o humor, diminui a ansiedade, auxilia na percepção das expressões emocionais e da sensibilidade, diminui a sensação de estresse, melhora a o prazer e o interesse no momento do contato íntimo, deixa as pessoas mais generosas e amáveis, sendo liberado no momento de um abraço ou na prática de boas ações.

• SEROTONINA: Neurotransmissor do bem-estar

Neurotransmissor responsável em nosso cérebro por regular o sono, humor, temperatura do corpo, ritmo cardíaco, apetite, entre outros. Se encontrado em pequena quantidade no organismo pode ocasionar em mal humor, sonolência diurna, distúrbios de memória e concentração, irritabilidade, inibição do desejo sexual e compulsão por comidas e doces, principalmente. Uma forma de aumentar a serotonina, além da prática de esportes, é consumindo alimentos ricos em triptofano: castanhas do Pará, vinho tinto, chocolate preto, banana, abacaxi, carnes magras, leites e derivados, cereais integrais e tomate.

• DOPAMINA: Neurotransmissor do prazer e do vício

A vilã do consumo desenfreado é liberada após cada nova compra e dura até 10 minutos em nosso organismo estimulando nosso circuito de recompensa de prazer do cérebro. Gera a mesma sensação em viciados por jogos de azar, prática de esportes físicos ou usuários de cocaína. Produzida no hipotálamo, é extremamente benéfica se liberada sem excessos, pois é o neurotransmissor fundamental para a motivação, foco e produtividade. Pode ser gratuitamente liberada em ações como gratidão, cumprimento de metas ou de listas de afazeres diários e alimentos ricos em tirosina: cacau, feijão, amêndoas, sementes de abóbora, ameixas, mirtilo, chá verde, melancia, maçãs, beterrabas, etc. Distúrbios em sua produção podem ocasionar Mal de Parkinson, esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

• ENDORFINA:

É um neuro-hormônio que tem uma potente ação analgésica estimulando a sensação de bem-estar, conforto, alegria e melhora do estado de humor. Liberada durante e depois da prática do exercício físico.

• ADRENALINA: Neurotransmissor das emoções intensas

Hormônio liberado no sangue quando nosso cérebro percebe que estamos numa situação de perigo ou tensão que demande determinado esforço físico. Normalmente são reflexos desse hormônio a sudorese, dilatação das pupilas e brônquios, aumento dos batimentos cardíacos e vasoconstrição. Este último acontece para que o sangue chegue mais rápido aos órgãos principais (coração e cérebro) e dessa forma, melhora nossa atenção e auxilia no aprimoramento de habilidades físicas e cognitivas. No entanto, se produzido em excesso, esse hormônio pode gerar estresse, transtornos de ansiedade, diabetes e hipertensão.

• MELATONINA:

Hormônio ligado ao ciclo circadiano, produzido pelo corpo para a indução ao sono e do metabolismo ao longo do dia. Responsável pela fixação das memórias de curta duração no hipocampo, para que virem memórias de longa duração, durante o sono. Acredita-se que ela tenha contribuição nas funções de regeneração celular e auxilie o corpo a combater inflamações no organismo.

• CORTISOL:

Não tem “INA” no nome mas não poderia finalizar sem falar dele, afinal, é o excesso dele no organismo que gera o estresses, lapsos de memória, aumento de peso, diminuição da libido, perda de massa muscular e doenças ocasionadas pelo excesso de estresse. Produzido na quantidade adequada, ajuda o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuindo para o correto funcionamento do sistema imune. Também é responsável por manter os níveis de açúcar no sangue e pressão arterial constantes.

Para finalizar, a maneira como sua vida está hoje é resultado direto das suas ações e pensamentos, não é necessário uma mudança radical na sua forma de ser, apenas o comprometimento consigo mesmo de lidar com o momento presente de uma forma mais tranquila, desenvolvendo o amor próprio e sua paciência.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Apesar de não entendermos bem as emoções e, por vezes, parecerem misteriosas, elas exercem grande efeito sobre a vida.

As emoções fazem parte do nosso dia a dia e de quem somos. Convivemos com elas o tempo todo e são desencadeadas tão rapidamente em nosso cérebro que acabamos não entendendo o que acontece e por que reagimos de determinada maneira.

Uma reação rápida e impulsiva diante de uma emoção pode tanto salvar, quanto arruinar uma situação. Daí a importância do autoconhecimento, de saber como agir identificando suas emoções.

Mas antes de entendermos um pouco mais sobre o assunto, é importante ter clareza de que sentimentos e emoções são coisas diferentes. É muito comum as pessoas considerarem sinônimos, mas na realidade não são.

Basicamente, a emoção é um conjunto de respostas químicas e neurais que surgem quando o cérebro sofre um estímulo ambiental. Já o sentimento é uma resposta à emoção, ou seja, se trata de como a pessoa se sente diante de tal emoção. Portanto, apesar de distintos, emoção e sentimento estão intimamente conectados.

Para ficar um pouco mais claro, entenda que quando você é exposto a algum tipo de situação, o cérebro libera hormônios que alteram o seu estado emocional. Podem até ocorrer algumas reações físicas, como choro ou suor, por exemplo, ou o medo pode parecer um nó no estômago ou um aperto na garganta; o embaraço pode fazer com que você sinta o rosto quente. Vale ressaltar que diante de algum acontecimento, cada pessoa tem uma emoção diferente e ela costuma ser mais passageira.

Por outro lado, o sentimento pode durar muito tempo. Os sentimentos negativos persistentes podem ocasionar doenças como depressão. Alguns exemplos de sentimentos são o ódio, a compaixão, o amor, a decepção e a inveja.

Identificando suas emoções

Podemos apontar sete emoções básicas: felicidade, tristeza, ansiedade, raiva, medo, nojo e desprezo. Para identificar suas emoções, você precisa conhecer aquilo que está sentindo.
Veja o texto no blog, que falo das sete emoções básicas e seu efeito no comportamento humano.

Para isso, o primeiro passo é se perguntar, com sinceridade, o que está realmente se passando contigo.

  • Ansiedade – Caracterizada por sentimentos de medo em relação ao futuro, o que traz, inclusive, reações físicas como batimentos cardíacos acelerados e contração da face.
  • TristezaCansaço, sensação de peso nos ombros, vontade de chorar e dificuldade de concentração são sentimentos que denotam a tristeza.
  • Raiva – Pensamentos de que foi atacado de alguma maneira, também com reações físicas como aceleração do coração e aumento da pressão, relacionam-se à emoção de raiva.
  • Felicidade – Calma, alegria, euforia e confiança são sentimentos ligados à felicidade.

Quando soubermos a resposta para nossos sentimentos, poderemos identificar e separar as emoções para enfrentar as situações que surgem diariamente.

Gerenciando Emoção

Compreender suas emoções torna possível gerenciá-las de modo que trabalhem a seu favor e não contra você. Por exemplo, se a sua tristeza (ou raiva, ou ansiedade, etc.) normalmente o influenciaria a agir de uma forma que poderia prejudicar a si mesmo ou a outra pessoa, tornar-se consciente dessa emoção pode permitir que você tome medidas para não agir de forma destrutiva.

Gerenciando ativamente suas emoções, você está dando passos para se tornar uma pessoa com maior inteligência emocional. Isso porque ao desenvolvê-la, você aprenderá a reconhecer as suas emoções e ser capaz de lidar com elas; entenderá como se manter motivado diante de frustrações; desenvolverá a empatia e habilidades interpessoais.

Às vezes, não conseguimos nos conhecer ao ponto de controlarmos as emoções. Quando essas emoções passam a “ter o controle sobre nós” é o momento de procurar a ajuda de um psicólogo.

Na próxima semana, vou explicar e exemplificar melhor como o cérebro influencia em nossas sensações físicas.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Devemos levar a iniciativa do Setembro Amarelo para todos os dias da nossa vida e as atitudes nas redes-sociais para a vida real.

A saúde mental, que já era um dos principais temas debatidos na sociedade moderna, se tornou um tópico ainda mais destacado em meio à pandemia do novo coronavírus e ganha mais força neste mês de prevenção ao suicídio.

Problemas decorrentes da Covid-19, como mortes causadas pela doença, afastamento social, desemprego e incertezas, potencializam sensações de medo, pânico, tristeza, insegurança, ansiedade e depressão.

Quem luta contra os vários fatores que podem levar ao suicídio precisa, antes de tudo, riscar do dicionário verbos como “julgar”, “moralizar” e “reprimir”. A compreensão, o diálogo e a capacidade de ouvir, principalmente ao jovem e ao idoso, podem representar um divisor de águas, não só na relação entre quem tenta ajudar e quem precisa de ajuda, mas também no autoconhecimento daquele que vivencia transtornos, como ansiedade, depressão, síndrome do pânico, entre outros.

É possível prevenir

Suicídio é o ato de tirar a própria vida intencionalmente. Também fazem parte deste comportamento os pensamentos suicidas, planos e tentativas de morte, assim como os transtornos relacionados ao problema.

O suicídio pode ser evitado em mais de 90% dos casos. O Setembro Amarelo é uma campanha criada com o intuito de informar as pessoas sobre o suicídio, uma prática normalmente motivada pela depressão e que deve ter destaque nas mídias durante o ano todo. 

É preciso falar sempre!

É comum que os pais evitem falar sobre suicídio com os filhos, na tentativa de minimizar a importância percebida pelo adolescente de um determinado problema que observam, ou mesmo pelo fato de os filhos não darem abertura suficiente para que o assunto seja discutido.

E não são só as crianças e adolescentes que não conversam sobre o assunto: pessoas de qualquer idade podem ter um bloqueio de falar sobre algo tão importante, como se abordar o assunto fosse deixá-lo em evidência na cabeça de quem está depressivo.

Porém, a conversa pode abrir novas perspectivas e até alertar a outra pessoa para tomar medidas mais drásticas para solucionar a situação.

Por isso é tão fundamental que a sociedade como um todo, mantenha as relações e conexões, ainda que virtuais. Perceber nas conversas com outras pessoas, se alguém ao seu redor pode estar sofrendo e/ou em risco para tentativas de suicídio. Esteja atenta aos menores sinais, disposta e preparada para discutir o tema e encaminhar a pessoa para um tratamento que trará um novo olhar sobre a vida e a vontade de prosseguir.

Somente compreendendo a magnitude da campanha, conseguiremos, de fato, mudar vidas todos os dias.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Pesquisa mostra que ansiedade e pensamentos suicidas são comuns durante a pandemia.

Uma pesquisa realizada e publicada pelo Pine Rest Christian Mental Health Services, um hospital psiquiátrico e de saúde comportamental, localizado em Michigan, nos Estados Unidos, revelou que o número de suicídios aumentou em 32% durante a quarentena pela pandemia de coronavírus.

Segundo Organização Mundial da Saúde, cerca de 800 mil pessoas anualmente em todo o mundo cometem suicídio. Porém, durante o ano de 2020, provavelmente esse número será maior nas estatísticas. Esse provável aumento é explicado pela insegurança e sentimento de vulnerabilidade vividos durante a pandemia, somados a instabilidade econômica, que aumentou o número de casos de depressão no mundo.

No Brasil, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a partir de um estudo com 1.460 pessoas em 23 estados do país, apontou um crescimento de 90,5% de casos de depressão, além de um crescimento em casos de ansiedade, de 8,7% para 14,9% e estresse de 6,9% para 9,7%.

Vários fatores podem predispor à depressão e, em última instância, ao suicídio. A começar pelo medo disseminado, tanto nas mídias quanto nas conversas casuais do dia-a-dia. É normal do ser humano sentir medo, principalmente diante de uma situação jamais vivida antes. Soma-se a isso o fato de não existir um tratamento preconizado ou uma vacina, sendo a única forma de prevenção o isolamento social. Além disso, podem surgir estigmas sociais, de vizinhos, amigos ou até mesmo familiares. Por isso, é esperado que ocorram maiores taxas de suicídio durante esse período em que vivemos agora.

Procure ajuda

É preciso buscar ajuda psicológica logo no início de algum transtorno, ao invés de esperar chegar a uma situação crítica. Porém, normalmente o paciente por estar fragilizado, muitas vezes não se dá conta da gravidade do que está sentindo e isso pode requerer a atenção e ajuda dos familiares que estão ao redor.

Estamos apenas começando a ver esses danos psicológicos se desenvolverem na pandemia, mas a necessidade de cuidados de saúde mental provavelmente se estenderá por muito tempo no futuro.  Isso reflete a importância de conversarmos sobre o tema não somente no mês de setembro, mas em todos os momentos do ano. 

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Definir metas de desenvolvimento de carreira específicas e mensuráveis pode ajudá-lo a chegar ao próximo nível em sua carreira.

Embora muitas vezes esperemos que as coisas corram automaticamente da maneira que desejamos, quando se trata de objetivo de carreira, não podemos contar com isso. E percebemos como é importante planejar o futuro com eficácia, quer você ainda esteja estudando ou já esteja trabalhando.

O que é um plano de carreira?

Um plano de carreira é uma estratégia prática que permite determinar suas habilidades e interesses, definir metas de carreira e implementar ações que o ajudarão a alcançá-las.

É um processo contínuo e inclui uma visão geral de:

  • Habilidades e experiência 
  • Ambição por desenvolver a carreira
  • Interesses pessoais
  • Prioridades

Por que o planejamento de carreira é importante?

O planejamento de carreira é uma ótima maneira de garantir que sua carreira esteja na direção certa.

Não apenas o ajuda a realizar sua paixão, mas também facilita seus objetivos de carreira com ações e objetivos tangíveis. No mínimo, isso o ajudará a responder a perguntas sobre metas de carreira em sua próxima entrevista.

Ao avaliar sua situação, você também poderá determinar e preencher quaisquer lacunas em seu conhecimento ou experiência que possam estar impedindo você de conquistar o emprego dos sonhos.

Quem deve fazer um plano de carreira?

Todos podem se beneficiar com a criação de um plano de carreira.

Se você ainda está estudando, acabou de se formar, deseja mudar de carreira ou está ansioso por uma promoção, um plano de carreira garantirá que suas ações estejam alinhadas com seus objetivos.

E não são apenas grandes mudanças que um plano de carreira ajuda a implementar. Você também pode usá-lo para aprender novas habilidades e ampliar seu conhecimento em uma área específica.

Como fazer um plano de carreira

  • Avalie as opções. Em primeiro lugar, você precisa descobrir qual o melhor caminho para você.
    Priorize sua escolha com base em seus interesses e pontos fortes, considerando a importância de fatores como salário, cultura da empresa, horário de trabalho e tempo de deslocamento.
  • Liste suas habilidades atuais. Listar suas habilidades, aptidões e experiência o ajudará a entender qual plano de carreira se adapta a você, mas também a descobrir se está qualificado o suficiente para seguir seu caminho preferido. As áreas nas quais você não tem conhecimento informam as ações que você planeja realizar em termos de treinamento e desenvolvimento.
  • Estabeleça metas e ações. Depois de decidir qual é sua carreira ideal, é hora de definir algumas metas, que o ajudarão a decidir quais ações você precisa realizar.
  • Dê a si mesmo prazos. Definir prazos para cada uma de suas metas o motivará a fazer as coisas. Quer você trabalhe com datas exatas ou escolha uma escala de tempo mais ampla (por exemplo, um determinado mês) – adicionar isso ao seu plano de carreira dará aos seus objetivos um contexto realista, sem mencionar que o manterá motivado para continuar.
  • Continue checando. Um plano de carreira não é uma solução completa. Para ter certeza de que suas metas estão atualizadas, é importante verificá-lo constantemente. Além de permitir que você acompanhe seu progresso, também significa que você pode fazer alterações se as circunstâncias mudarem.

Como faço para seguir meu plano de carreira?

O planejamento de carreira não é algo que você faz uma vez e depois esquece. 

Embora formar um plano seja o primeiro passo, ele não funcionará sem um esforço contínuo. Isso significa usar o seu plano de carreira para informar o seu dia-a-dia, enquanto faz mudanças constantes.

Em um papel escreva o que pretende fazer, logo em seguida, diga o por que isso deve ser feito, depois como e quando você pretende fazer (se dê prazos, curtos, médios ou longos) e por último quem irá fazer: você? Será preciso buscar ajuda de outras pessoa? Coloque em mente que aqui a necessidade é ser objetivo e direito para em seguida agir de forma assertiva.

Ter sucesso em um local de trabalho em constante mudança requer um plano de gerenciamento de carreira. Os empregadores sempre desejam atrair, contratar e reter funcionários que ofereçam o melhor valor. Pense em você como uma empresa com um produto para vender e crie uma estratégia para comercializar seu valor no local de trabalho.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

O PDCA é uma ferramenta da área de Qualidade utilizada no controle de processos, que tem como foco
a solução de problemas.

Todo gestor deve buscar constantemente técnicas de aperfeiçoamento para sua gestão. Em um mundo empresarial tão competitivo ganha destaque quem é capaz de gerir com excelência, minimizando custos, aumentando a lucratividade e a satisfação de seus clientes.

Nesse sentido, o planejamento estratégico se torna essencial e, para executá-lo de forma eficaz, é quase uma obrigação de todo gestor conhecer o ciclo PDCA, uma ferramenta muito utilizada no mundo todo.

O que é o ciclo PDCA?

Criado em 1930 pelo físico norte-americano, Walter A. Shewhart, o ciclo PDCA foi popularizado no mundo todo a partir da década de 50, pelo professor americano William Edwards Deming, reconhecido por sua importância para a melhoria dos processos produtivos dos Estados Unidos durante a segunda Guerra Mundial.

O PDCA é uma sigla em inglês para PLAN-DO-CHECK-ACT, que tem como significado PLANEJAR-FAZER-VERIFICAR-AGIR. Isto é, trata-se de uma metodologia, uma ferramenta de gestão que segue as quatro etapas com o intuito de melhorar os processos e os produtos, sempre de forma contínua, sem intervalos ou interrupções.

A repetição é a base dessa ferramenta que tem o objetivo de tornar todo processo de gestão de uma empresa mais claro, ágil e assertivo. Ele pode e deve ser utilizado em qualquer segmento empresarial como uma maneira de alcançar altos níveis de gestão.

Como funciona?

Sempre que um problema é identificado e solucionado, o sistema produtivo passa para um patamar superior de qualidade, pois os problemas são, na verdade, oportunidades para melhorar os processos. Assim, o ciclo PDCA também pode ser usado para induzir melhorias ou seja, melhorar as diretrizes de controle.

Neste caso, na etapa inicial, planeja-se uma meta a ser alcançada e um plano de ação para atingi-la. A ação é executada segundo a nova diretriz e é feita a verificação da efetividade, ou seja, se a meta foi alcançada. Se os objetivos foram alcançados, esta nova sistemática de ação é padronizada; em caso de não atendimento da meta, volta-se a etapa inicial e um novo método e plano de ação devem ser planejados.

Como aplicar o ciclo PDCA em uma empresa?

Companhias que desejam atuar em um modelo enxuto podem inserir o conceito do PDCA em sua própria cultura. Afinal, a ferramenta serve para tomar decisões de modo rápido e assertivo, mantendo a organização competitiva em qualquer mercado.

Veja aqui, dicas para aplicar o PDCA na sua empresa, separadas nas quatro etapas do ciclo.

  • Planejamento (Plan)

Se a intenção é uma mudança cultural é necessário partir de um diagnóstico amplo sobre os atuais problemas da companhia.

Reúna, então, os últimos relatórios de desempenho, feedbacks de lideranças, funcionários, clientes e parceiros para diagnosticar as demandas mais críticas. Se possível, conte com a ajuda de todos os gestores desde esta fase, pois eles conhecem detalhes sobre seus departamentos.

  • Implementação (Do)

Organize campanhas e eventos para divulgar o PDCA e quais os motivos que levaram a empresa a adotar essa ferramenta. Em seguida, ofereça treinamento e responda às questões dos funcionários sobre a metodologia, enfatizando os ganhos para eles e para a organização.

  • Checagem (Check)

Faça pesquisas internas e ouça o feedback de líderes e colaboradores.

Proponha brainstorms para a solução dos principais problemas. Mais tarde, eles vão servir para iniciar o próximo PDCA.

  • Ação (Act)

Use as principais falhas como alvos dos próximos ciclos PDCA.

Como aplicar o ciclo PDCA em um projeto?

Porque utilizar o PDCA

O PDCA é uma das ferramentas mais consagradas do mundo para resolução de problemas, seu escopo de utilização é tão amplo que até mesmo a ISO 9001:2015 recomenda a utilização da metodologia. Segundo a norma, pode-se aplicar o ciclo PDCA em qualquer processo do Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ). É possível, por exemplo, organizar a tratativa de não conformidades tendo como base um ciclo PDCA, tornando o processo muito mais eficiente.

Quer saber como aplicar isso na sua organização? Entre em contato comigo e saiba como posso te ajudar nesse processo.

Joana Santiago – Psicóloga

Uma das razões do sucesso de uma empresa geralmente é a forma como as pessoas que nela trabalham se relacionam.

A comunicação é essencial em todas as atividades da vida. No universo corporativo é ainda mais necessária: afinal, dela depende o bom andamento da maioria das atividades nas empresas. Por isso, os profissionais devem desenvolver essa habilidade e o gestor deve se valer dela para realizar a gestão de desempenho e produtividade da empresa.

Em um ambiente de trabalho em equipe, ser capaz de interagir com os colegas e com o gestor é o que faz as operações da companhia serem bem-sucedidas. Nesse cenário, o gestor tem mais elementos para fazer uma boa gestão da equipe em qualquer contexto.

Por isso, cada vez mais, a habilidade de comunicação é um forte impulsionador na carreira de qualquer profissional. Assim, quando todos os integrantes da equipe são capazes de se comunicar bem, o gestor pode atuar de forma mais positiva.

Os custos de uma cultura negativa

Os dias dos ambientes de alta pressão no escritório estão contados: as empresas começaram a perceber que esses fatores de estresse não são tão motivadores quanto pareciam. Embora a pressão possa levar a equipe a trabalhar mais a curto prazo, a saúde e a satisfação são afetadas de forma drástica no longo prazo.

De acordo com a revista Harvard Business Review, as empresas americanas com ambientes de alta pressão gastavam 50% mais com despesas de saúde. O valor anual gasto em doenças e ausências relacionadas ao estresse alcançou os 500 milhões de dólares. Os funcionários desmotivados têm uma probabilidade 60% maior de cometer erros, o que pode levar ao pagamento de indenizações caras relacionadas a seguros de responsabilidade civil.

O que é a gestão de desempenho e produtividade?

A gestão tem relação direta com a participação, a autonomia e a responsabilidade dos profissionais da empresa, ou seja, com seu capital humano. Para que seus objetivos sejam atingidos de forma eficaz, o gestor deve ser capaz de levar o grupo a atuar de forma harmônica. Para isso, deve considerar o conhecimento e as competências de todos.

Nesse contexto, é a gestão de desempenho e produtividade que permite alinhar os objetivos empresariais e os de cada profissional envolvido no processo. E isso acontece a partir da valorização e da motivação dos trabalhadores. Ou seja, o gestor deve avaliar, monitorar, controlar, planejar e melhorar a atuação dos colaboradores.

Quando se faz uma análise do desempenho de um profissional de acordo com as atividades que ele deve executar, agrega-se valor, excelência e qualidade aos processos da companhia. E mais: ajuda na otimização de custos, no mapeamento de competências, na mensuração da produtividade e assim por diante.

Quais as vantagens de aplicá-la na empresa?

Um de seus principais benefícios é a otimização de custos. Isso é possível uma vez que a gestão de desempenho e produtividade permite ter mais controle sobre suas necessidades internas e, assim, saber quais setores precisam receber investimentos e de quanto eles devem ser, o que evita desperdícios.

Como ela pode ser aplicada de forma eficiente?

Para obter os benefícios que uma gestão de desempenho e produtividade eficiente é capaz de trazer para a companhia, é preciso saber aplicá-la. Veja, cinco formas de colocá-la em prática:

1. Melhore a comunicação

As melhores práticas em gestão de desempenho e produtividade indicam que é preciso dar prioridade à comunicação. Se a comunicação entre os setores for adequada, por exemplo, há menos chances de desentendimentos. E o mesmo vale para a comunicação externa: em uma empresa transparente todos estão sempre bem informados sobre os processos, o que diminui as chances de atritos com fornecedores e clientes fidelizados.

2. Engaje a equipe

Engajar os profissionais também passa pela comunicação. Ouvir e estar atento aos funcionários é necessário. Entender as queixas, ouvir as contribuições e permitir a participação dos funcionários com suas opiniões, no que for possível, contribui para equipes mais produtivas e engajadas. Além disso, a comunicação permite que os funcionários criem relacionamentos saudáveis – o que afeta positivamente o clima organizacional. 

3. Escolha indicadores de desempenho adequados

Os indicadores-chave de desempenho (Key Performance Indicators – KPI’s) são os critérios definidos para acompanhar a evolução operacional do esforço dos colaboradores. A partir deles, a equipe pode manter o foco em relação às metas, bem como identificar necessidades e avaliar o alinhamento dos colaboradores.

4. Invista em capacitação

Além de estarem engajados, os profissionais devem ser capacitados. Cada um deles deve entender seu papel no processo produtivo e avaliativo. Educá-los sobre como dar e receber feedbacks vai ajudá-los a melhorar seu desempenho e, consequentemente, trazer resultados mais satisfatórios para a companhia.

5. Tenha um sistema de gestão integrado

Um software de gestão é essencial para reunir os dados sobre a gestão de desempenho. A ideia é que as diferentes áreas saibam como contribuem para o resultado da companhia e em que podem melhorar. Assim, todos têm um controle maior sobre as tarefas a serem executadas e qual a relação entre os departamentos.

Quer saber como aplicar isso na sua organização? Entre em contato comigo e saiba como posso te ajudar nesse processo.

Joana Santiago – Psicóloga

A pandemia matou a crença em muitos setores de que home office não funciona. Mas como vamos lidar com os efeitos psicológicos desse isolamento em casa/trabalho.

A maioria das empresas exigiu que os funcionários trabalhassem em casa para impedir a propagação do Covid-19. Embora os benefícios imediatos para a saúde de evitar espaços de trabalho comuns sejam óbvios diante de uma pandemia assustadora, é importante considerar as consequências para a saúde mental que podem advir do trabalho remoto.

De fato, a situação está deixando muitas pessoas se sentindo estressadas, solitárias, exaustas e, a grande maioria, sobrecarregadas.

Síndrome do home office

O home office gera estresse e inquietação significativos devido à confusão de fronteiras entre o trabalho e a vida pessoal. Um funcionário em casa muitas vezes está dividindo o tempo entre a tarefa de trabalho que precisa ser concluída, interrupções freqüentes do cônjuge e dos filhos, um cachorro que precisa passear e o reparo da casa, questão que surge de repente, por exemplo.

Dificuldades no home office:

  • Dificuldade em estabelecer uma estrutura e um horário razoáveis para o trabalho em casa, com períodos diferentes designados para o trabalho, a família e o relaxamento.
  • Falta de rotina, resultando em horas de trabalho prolongadas em casa, que avançam facilmente no tempo pessoal.

Além do estresse da síndrome do escritório em casa, existem os desafios únicos colocados pela atual pandemia viral, incluindo:

  • Incerteza geral sobre o impacto final do COVID-19 na saúde pessoal e familiar, na renda e nos planos de curto prazo.
  • Sentimentos de solidão promovidos pelo confinamento ordenado pelo governo e perda de relações sociais com colegas no escritório ou com amigos e outros membros da família.

Um primeiro passo fundamental para esse bem-estar, a antítese da síndrome do home office, é a atenção às necessidades fisiológicas, ou seja, reservar um tempo para comer nutritivamente (não apenas lanche); dormir o suficiente, de preferência sete a oito horas; e exercitar-se diariamente. Em 1943, o psicólogo Abraham Maslow criou um modelo que define uma hierarquia de necessidades humanas – com comida, água, abrigo, sono e segurança sendo os mais básicos. Até que esses princípios sejam cumpridos, disse Maslow, um indivíduo não pode alcançar a auto-atualização – encontrando verdadeiro significado no trabalho e na vida. 

Comer, dormir e se exercitar também ajudam a estabelecer limites, dividindo o dia em “fases” entre o tempo de trabalho e a vida pessoal. Sem essas “fases”, o trabalhador em casa está mais apto a pular os itens essenciais por causa de expectativas irreais de trabalho, foco excessivo e obsessão pelo desempenho no trabalho. O exercício tem a vantagem de ser um ótimo alívio do estresse e um contrapeso às longas e sedentárias horas de trabalho de uma cadeira em frente ao computador.

Como monitorar a saúde mental em home office

Nesse cenário de isolamento social, algumas empresas criaram programas que mostram a importância de manter uma rotina para seus funcionários. Como mudanças de benefícios e maior flexibilidade de tarefas e horários. Outras optaram por fornecer cadeiras e protetores de tela, por exemplo, para minimizar os impactos do trabalho remoto. Vale-transporte, locação de carros e custeio a cursos presenciais estão sendo substituídos por vale-alimentação, auxílio à internet e terapia online. Muitas dessas iniciativas estão ligadas a prevenção.

É o que aponta um levantamento realizado pelo PageGroup, consultoria em recrutamento executivo especializado. De acordo com dados coletados pelos consultores do grupo, metade das companhias já efetuou a troca no pacote de benefícios dos trabalhadores ou está em processo de substituição.

Após esses dias de home office, os funcionários começam a se preocupar com o retorno ao escritório. E as empresas começam a viver a fase 4, lidar com estresse pós-traumático de alguns funcionários que perderam parentes por Covid-19.

É de extrema importância que as empresas, além de elaborarem um plano estratégico para o retorno, também apresentarem estratégias para acompanhar a saúde mental dos funcionários na pós pandemia. Os líderes têm que estar muito mais próximos de suas equipes nesse momento.

De acordo com a revista Você S/A, pesquisas indicam que “poderemos ter casos de depressão e estresse pós-traumático por três anos”. Diante do fato de que antes mesmo da pandemia, a perda da produtividade nesta década ligada à explosão de casos de depressão no mundo já era apontada por organizações como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Fórum Econômico Mundial, a atenção à saúde mental é cada vez mais importante. “Vivemos num sistema que causa muito sofrimento psíquico, a pandemia disparou uma série de questões que já estavam aí”, diz o psicanalista Francisco Nogueira, membro do Instituto Sedes Sapientiae e fundador da consultoria de desenvolvimento humano Relações Simplificadas.

Uma coisa é certa: neste momento de incerteza, a saúde mental do trabalhador deve ser uma prioridade para os empregadores.

Joana Santiago – Psicóloga