Uma das razões do sucesso de uma empresa geralmente é a forma como as pessoas que nela trabalham se relacionam.

A comunicação é essencial em todas as atividades da vida. No universo corporativo é ainda mais necessária: afinal, dela depende o bom andamento da maioria das atividades nas empresas. Por isso, os profissionais devem desenvolver essa habilidade e o gestor deve se valer dela para realizar a gestão de desempenho e produtividade da empresa.

Em um ambiente de trabalho em equipe, ser capaz de interagir com os colegas e com o gestor é o que faz as operações da companhia serem bem-sucedidas. Nesse cenário, o gestor tem mais elementos para fazer uma boa gestão da equipe em qualquer contexto.

Por isso, cada vez mais, a habilidade de comunicação é um forte impulsionador na carreira de qualquer profissional. Assim, quando todos os integrantes da equipe são capazes de se comunicar bem, o gestor pode atuar de forma mais positiva.

Os custos de uma cultura negativa

Os dias dos ambientes de alta pressão no escritório estão contados: as empresas começaram a perceber que esses fatores de estresse não são tão motivadores quanto pareciam. Embora a pressão possa levar a equipe a trabalhar mais a curto prazo, a saúde e a satisfação são afetadas de forma drástica no longo prazo.

De acordo com a revista Harvard Business Review, as empresas americanas com ambientes de alta pressão gastavam 50% mais com despesas de saúde. O valor anual gasto em doenças e ausências relacionadas ao estresse alcançou os 500 milhões de dólares. Os funcionários desmotivados têm uma probabilidade 60% maior de cometer erros, o que pode levar ao pagamento de indenizações caras relacionadas a seguros de responsabilidade civil.

O que é a gestão de desempenho e produtividade?

A gestão tem relação direta com a participação, a autonomia e a responsabilidade dos profissionais da empresa, ou seja, com seu capital humano. Para que seus objetivos sejam atingidos de forma eficaz, o gestor deve ser capaz de levar o grupo a atuar de forma harmônica. Para isso, deve considerar o conhecimento e as competências de todos.

Nesse contexto, é a gestão de desempenho e produtividade que permite alinhar os objetivos empresariais e os de cada profissional envolvido no processo. E isso acontece a partir da valorização e da motivação dos trabalhadores. Ou seja, o gestor deve avaliar, monitorar, controlar, planejar e melhorar a atuação dos colaboradores.

Quando se faz uma análise do desempenho de um profissional de acordo com as atividades que ele deve executar, agrega-se valor, excelência e qualidade aos processos da companhia. E mais: ajuda na otimização de custos, no mapeamento de competências, na mensuração da produtividade e assim por diante.

Quais as vantagens de aplicá-la na empresa?

Um de seus principais benefícios é a otimização de custos. Isso é possível uma vez que a gestão de desempenho e produtividade permite ter mais controle sobre suas necessidades internas e, assim, saber quais setores precisam receber investimentos e de quanto eles devem ser, o que evita desperdícios.

Como ela pode ser aplicada de forma eficiente?

Para obter os benefícios que uma gestão de desempenho e produtividade eficiente é capaz de trazer para a companhia, é preciso saber aplicá-la. Veja, cinco formas de colocá-la em prática:

1. Melhore a comunicação

As melhores práticas em gestão de desempenho e produtividade indicam que é preciso dar prioridade à comunicação. Se a comunicação entre os setores for adequada, por exemplo, há menos chances de desentendimentos. E o mesmo vale para a comunicação externa: em uma empresa transparente todos estão sempre bem informados sobre os processos, o que diminui as chances de atritos com fornecedores e clientes fidelizados.

2. Engaje a equipe

Engajar os profissionais também passa pela comunicação. Ouvir e estar atento aos funcionários é necessário. Entender as queixas, ouvir as contribuições e permitir a participação dos funcionários com suas opiniões, no que for possível, contribui para equipes mais produtivas e engajadas. Além disso, a comunicação permite que os funcionários criem relacionamentos saudáveis – o que afeta positivamente o clima organizacional. 

3. Escolha indicadores de desempenho adequados

Os indicadores-chave de desempenho (Key Performance Indicators – KPI’s) são os critérios definidos para acompanhar a evolução operacional do esforço dos colaboradores. A partir deles, a equipe pode manter o foco em relação às metas, bem como identificar necessidades e avaliar o alinhamento dos colaboradores.

4. Invista em capacitação

Além de estarem engajados, os profissionais devem ser capacitados. Cada um deles deve entender seu papel no processo produtivo e avaliativo. Educá-los sobre como dar e receber feedbacks vai ajudá-los a melhorar seu desempenho e, consequentemente, trazer resultados mais satisfatórios para a companhia.

5. Tenha um sistema de gestão integrado

Um software de gestão é essencial para reunir os dados sobre a gestão de desempenho. A ideia é que as diferentes áreas saibam como contribuem para o resultado da companhia e em que podem melhorar. Assim, todos têm um controle maior sobre as tarefas a serem executadas e qual a relação entre os departamentos.

Quer saber como aplicar isso na sua organização? Entre em contato comigo e saiba como posso te ajudar nesse processo.

Joana Santiago – Psicóloga

A pandemia matou a crença em muitos setores de que home office não funciona. Mas como vamos lidar com os efeitos psicológicos desse isolamento em casa/trabalho.

A maioria das empresas exigiu que os funcionários trabalhassem em casa para impedir a propagação do Covid-19. Embora os benefícios imediatos para a saúde de evitar espaços de trabalho comuns sejam óbvios diante de uma pandemia assustadora, é importante considerar as consequências para a saúde mental que podem advir do trabalho remoto.

De fato, a situação está deixando muitas pessoas se sentindo estressadas, solitárias, exaustas e, a grande maioria, sobrecarregadas.

Síndrome do home office

O home office gera estresse e inquietação significativos devido à confusão de fronteiras entre o trabalho e a vida pessoal. Um funcionário em casa muitas vezes está dividindo o tempo entre a tarefa de trabalho que precisa ser concluída, interrupções freqüentes do cônjuge e dos filhos, um cachorro que precisa passear e o reparo da casa, questão que surge de repente, por exemplo.

Dificuldades no home office:

  • Dificuldade em estabelecer uma estrutura e um horário razoáveis para o trabalho em casa, com períodos diferentes designados para o trabalho, a família e o relaxamento.
  • Falta de rotina, resultando em horas de trabalho prolongadas em casa, que avançam facilmente no tempo pessoal.

Além do estresse da síndrome do escritório em casa, existem os desafios únicos colocados pela atual pandemia viral, incluindo:

  • Incerteza geral sobre o impacto final do COVID-19 na saúde pessoal e familiar, na renda e nos planos de curto prazo.
  • Sentimentos de solidão promovidos pelo confinamento ordenado pelo governo e perda de relações sociais com colegas no escritório ou com amigos e outros membros da família.

Um primeiro passo fundamental para esse bem-estar, a antítese da síndrome do home office, é a atenção às necessidades fisiológicas, ou seja, reservar um tempo para comer nutritivamente (não apenas lanche); dormir o suficiente, de preferência sete a oito horas; e exercitar-se diariamente. Em 1943, o psicólogo Abraham Maslow criou um modelo que define uma hierarquia de necessidades humanas – com comida, água, abrigo, sono e segurança sendo os mais básicos. Até que esses princípios sejam cumpridos, disse Maslow, um indivíduo não pode alcançar a auto-atualização – encontrando verdadeiro significado no trabalho e na vida. 

Comer, dormir e se exercitar também ajudam a estabelecer limites, dividindo o dia em “fases” entre o tempo de trabalho e a vida pessoal. Sem essas “fases”, o trabalhador em casa está mais apto a pular os itens essenciais por causa de expectativas irreais de trabalho, foco excessivo e obsessão pelo desempenho no trabalho. O exercício tem a vantagem de ser um ótimo alívio do estresse e um contrapeso às longas e sedentárias horas de trabalho de uma cadeira em frente ao computador.

Como monitorar a saúde mental em home office

Nesse cenário de isolamento social, algumas empresas criaram programas que mostram a importância de manter uma rotina para seus funcionários. Como mudanças de benefícios e maior flexibilidade de tarefas e horários. Outras optaram por fornecer cadeiras e protetores de tela, por exemplo, para minimizar os impactos do trabalho remoto. Vale-transporte, locação de carros e custeio a cursos presenciais estão sendo substituídos por vale-alimentação, auxílio à internet e terapia online. Muitas dessas iniciativas estão ligadas a prevenção.

É o que aponta um levantamento realizado pelo PageGroup, consultoria em recrutamento executivo especializado. De acordo com dados coletados pelos consultores do grupo, metade das companhias já efetuou a troca no pacote de benefícios dos trabalhadores ou está em processo de substituição.

Após esses dias de home office, os funcionários começam a se preocupar com o retorno ao escritório. E as empresas começam a viver a fase 4, lidar com estresse pós-traumático de alguns funcionários que perderam parentes por Covid-19.

É de extrema importância que as empresas, além de elaborarem um plano estratégico para o retorno, também apresentarem estratégias para acompanhar a saúde mental dos funcionários na pós pandemia. Os líderes têm que estar muito mais próximos de suas equipes nesse momento.

De acordo com a revista Você S/A, pesquisas indicam que “poderemos ter casos de depressão e estresse pós-traumático por três anos”. Diante do fato de que antes mesmo da pandemia, a perda da produtividade nesta década ligada à explosão de casos de depressão no mundo já era apontada por organizações como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Fórum Econômico Mundial, a atenção à saúde mental é cada vez mais importante. “Vivemos num sistema que causa muito sofrimento psíquico, a pandemia disparou uma série de questões que já estavam aí”, diz o psicanalista Francisco Nogueira, membro do Instituto Sedes Sapientiae e fundador da consultoria de desenvolvimento humano Relações Simplificadas.

Uma coisa é certa: neste momento de incerteza, a saúde mental do trabalhador deve ser uma prioridade para os empregadores.

Joana Santiago – Psicóloga

Os tipos de liderança são fundamentais para que um líder possa gerir de acordo com a necessidade de sua empresa.

No texto anterior falamos sobre algumas características pessoais e adquiridas por quem lidera. Hoje vou mostrar quais são os tipos mais frequentes de liderança. É importante saber como influenciam o desenvolvimento de uma equipe.

Vale frisar que, se você está buscando um estilo ou pretende modificar seu modo de atuar como líder, não necessariamente precisa escolher entre um ou outro tipo de liderança. Ao desenvolver suas habilidades de gerenciamento, mesclar as características de um tipo e outro pode ser uma alternativa, já que há circunstâncias e equipes que respondem de maneira diferente a certos estímulos.

Sem contar que, dependendo do objetivo da empresa e das necessidades da equipe, os métodos de diferentes tipos de liderança podem trazer maior ou menor resultado, o que também justifica a importância de reconhecê-los.

Classificação dos tipos de liderança

1. Liderança Delegativa (laissez-faire)

Quando se exerce uma liderança delegativa, falamos do líder mais liberal ou sem intervenções. É uma espécie de gerente cuja tarefa principal é delegar. É especialmente eficaz naqueles grupos formados por pessoas muito capacitadas e motivadas, que estão apenas à espera de alguém que lhes dê a direção para ir em seguida.

O perigo do líder delegativo é gerado por situações nas quais sua atuação é necessária e ele escolhe não intervir. Isso afeta diretamente não só a produtividade, mas a motivação, uma vez que a falta de feedbacks sobre o desempenho e a qualidade do trabalho também acabam prejudicando sua atuação e limitando o seu crescimento.

2. Liderança Autocrática (foco no chefe)

Diferentemente do líder anterior, o líder autocrático é um líder intervencionista. O canal deste líder é unidirecional, já que apenas fala, mas não escuta o grupo que dirige. Por outro lado, costuma ser um líder muito controlador e que funciona especialmente bem naqueles grupos que, estando motivados, têm muitas dúvidas sobre como desenvolver as tarefas que lhes são confiadas.

O perigo deste líder é que pode ser realmente desmotivante para grupos mais experientes. O líder autocrático costuma abrigar um sentimento de superioridade frente às pessoas que lidera, uma contaminação que pode ser muito mais perigosa do que o alerta descrito acima. 

3. Liderança Democrática  (foco no líder e na equipe)

O líder democrático tenta elevar ao máximo a bidirecionalidade comunicativa. Lidera, mas sem esquecer da importância de ser sensível ao feedback que o grupo dá diante de suas decisões. Além disso, o que caracteriza esse tipo de liderança é o elemento consultor permanente.

É um bom líder para grupos preparados, mas que não contam com muita motivação. O fato de se sentirem ouvidos pode ser o melhor remédio para este déficit, aumentando assim substancialmente o interesse dos envolvidos, tanto pelos procedimentos como pelos objetivos.

4. Liderança Transacional

A liderança transacional se encontra focada nos objetivos. O líder adquire o papel de guardião da motivação do grupo. Ele opera concedendo recompensas ou impondo punições em função do desempenho ou do interesse dos membros do grupo.

Este tipo de líder, se for inteligente com sua tarefa, é bom para processos longos e tediosos nos quais o grupo não tem e nem encontra facilmente uma motivação ao que tem que realizar.

O perigo deste tipo de liderança está naquilo que circunda o objetivo, como o ambiente dentro do próprio grupo, que muitas vezes é danificado pela competitividade face a essas recompensas de que falamos (promoções, férias, flexibilidade, etc.). 

5. Liderança Transformacional

Tem o líder centrado na motivação do grupo, mas a partir da tarefa. Sua intenção é sim fazer com que o grupo alcance seus objetivos, mas sem menosprezar outros objetivos.

Grupos liderados dentro desse estilo costumam lidar com expectativas mais altas e desafiadoras e geralmente conseguem entregar ao líder um maior desempenho, devido ao comprometimento e satisfação na realização das tarefas.

Os pontos positivos desse estilo são a autonomia dada à equipe e o estímulo a pensar “fora da caixa”, que criam uma relação de confiança e união em torno de um objetivo. No entanto, em empresas onde haja uma visão mais tradicional e se valorize os processos existentes, a liderança transformacional pode não ser bem aceita.

Como desenvolver um estilo de liderança que leve ao sucesso?

Os tipos de liderança não devem ser taxados como melhores ou piores. Cada estilo de liderar pode ser mais ou menos adequado. Isso depende dos objetivos da empresa, área de atuação do negócio e do perfil da equipe, mas todos possuem seus prós e contras.

É certo que alguns tipos de liderança são mais bem vistos que outros. Porém, ser um bom líder não se limita exclusivamente ao estilo. Em um cenário de pandemia, cheio de incertezas e ambiguidade, executivos e gerentes precisam rapidamente aprimorar seu estilo de gestão, recorrendo ao coaching executivo e a psicoterapia. A natureza do trabalho mudou e a forma como se trabalha está diferente. Os colaboradores estão em home office, obrigados a ficarem em casa com os familiares e a lidar com toda a pressão desse momento, o nível de estresse aumenta, exigindo mais empatia das empresas. Fique ligado, pois vou falar sobre mudanças na forma de liderar na pandemia em um próximo texto.

Conseguiu identificar seu estilo de liderar ou já sabe qual tipo tem mais a ver com seus valores e habilidades? Então compartilhe esse texto nas redes sociais para que mais gente conheça os tipos de liderança!

Joana Santiago – Psicóloga

“Liderança é a capacidade de traduzir a visão em realidade ”
(Warren Bennis, estudioso no campo contemporâneo em Liderança)

Sabemos que a Psicologia estuda o comportamento humano e, por esta razão, falar em liderança é falar de desenvolvimento de comportamento, para que se aprenda a ser líder de verdade.

Os líderes de sucesso são frequentemente creditados com alta inteligência social, capacidade de abraçar mudanças, recursos internos como autoconsciência e autodomínio e, acima de tudo, capacidade de se concentrar nas coisas que realmente merecem atenção. Essas são habilidades desejáveis para todos os outros também.

As teorias de liderança dentro da psicologia geralmente enfocam as características dos líderes, mas algumas tentam identificar os comportamentos que as pessoas podem adotar para melhorar suas próprias habilidades de liderança em diferentes situações.

Os primeiros debates sobre a psicologia da liderança frequentemente sugeriam que tais habilidades eram simplesmente habilidades com as quais as pessoas nasceram. Algumas teorias mais recentes propõem que possuir certas características pode ajudar a tornar as pessoas líderes, mas que a experiência e as variáveis situacionais também desempenham um papel crítico.

Teorias comportamentais de liderança são baseadas na crença de que grandes líderes são feitos, não nascem. Enraizada no behaviorismo, essa teoria da liderança se concentra nas ações dos líderes, não nas qualidades mentais ou nos estados internos. De acordo com essa teoria, as pessoas podem aprender a se tornar líderes por meio do ensino e da observação.

As qualidades dos grandes líderes

Os líderes eficazes provavelmente compartilham alguns traços-chave de personalidade, incluindo sociabilidade, ambição e curiosidade – e esses traços podem ser mais relevantes para o papel do que a inteligência em si. Fatores ambientais, como educação e oportunidade, também desempenham um papel significativo.

Bons líderes nascem ou são criados?

Os pesquisadores estimam que a liderança compreende algumas características inatas, como extroversão, assertividade, empatia e inteligência social, mas também outras aprendidas através de treinamento, educação, autodesenvolvimento e experiência.

Como os bons líderes inspiram os outros?

Os líderes não podem se concentrar apenas em tarefas e estratégias; eles também devem prestar atenção aos relacionamentos e moral. Uma das melhores maneiras de fazer isso é promover uma cultura de gratidão, elogiando e agradecendo aos colegas pelo trabalho que fazem e pelas ideias que contribuem. Pesquisas constatam que os funcionários nesses ambientes são mais produtivos e tratam os clientes com mais cortesia.

Liderança durante a pandemia

Com a chegada do COVID-19, começamos a viver um momento diferente, incomum e cheio de incertezas. Do dia para a noite tivemos que nos adaptar a uma nova realidade de convívio social. A adaptação também se estende para nossa forma de trabalhar, administrar o tempo e nossos lares. Muitos gestores e líderes têm agora o desafio de gerenciar suas equipes à distância e se reinventar à partir desta nova realidade.

Liderar sem saber como será o dia de amanhã exige coragem para expor vulnerabilidade e ousadia para envolver todos. Cabe ao RH da empresa promover um ambiente flexível, com diretores dispostos a romper barreiras hierárquicas e a descentralizar a tomada de decisão, permitindo que os funcionários falem o que pensam.

Escuta e diálogo são ferramentas fundamentais nesse período e praticar diariamente é essencial, não só para os negócios, mas para acolher angústias e gerar empatia. E para a ter fala é necessário transparência e direcionamento dos gestores. 

Compartilho aqui uma frase do autor Simon Sinek que traz um grande estudo sobre liderança em seu livro “Líderes se servem por último”: 

“A liderança não é a licença para fazer menos; é a responsabilidade de fazer mais. Liderar dá trabalho. Consome tempo e energia. Os efeitos nem sempre são medidos facilmente, e nem sempre são imediatos. A liderança é um compromisso com seres humanos.”

Joana Santiago – Psicóloga

Sonhos
Aprenda sobre os aspectos psicológicos dos sonhos.

Um sonho pode ser explicado como uma sucessão de sensações, emoções, ideias e imagens que ocorrem involuntariamente na mente de uma pessoa durante certos estágios do sono. Não se entende realmente qual é o objetivo e o conteúdo dos sonhos, mas eles certamente foram objeto de interesse religioso e filosófico, sendo um tópico de especulação científica ao longo da história registrada. Curiosamente, o estudo científico dos sonhos é conhecido como Oneirologia .

Sonhos são as histórias que o cérebro conta durante o estágio REM (movimento rápido dos olhos) do sono – porque é quando a atividade cerebral é alta e mais se assemelha à de estar acordado. As pessoas normalmente têm vários sonhos a cada noite, que crescem mais à medida que o sono chega ao fim. Ao longo da vida, uma pessoa pode sonhar por cinco ou seis anos completos. No entanto, os sonhos podem ocorrer durante outros estágios do sono, mas esses sonhos tendem a ser menos memoráveis e muito menos vívidos.

A duração dos sonhos

Nossos sonhos variam em duração: eles podem durar apenas alguns segundos ou até 30 minutos. A razão pela qual alguns sonhadores são capazes de recordar seus sonhos é porque foram acordados na fase REM do sono. Em média, as pessoas têm entre três e cinco sonhos por noite, sendo que alguns têm até sete; no entanto, a maioria dos nossos sonhos é rapidamente esquecida. Parece que nossos sonhos tendem a durar mais à medida que a noite avança e, quando temos um sono completo de oito horas, a maioria dos nossos sonhos ocorre nas duas horas típicas do REM.

Explicação dos sonhos de hoje

Hoje muitas pessoas veem os sonhos como uma conexão com a mente inconsciente. Existem naturezas variadas de sonhos, como emocionantes, assustadoras, melancólicas, mágicas, aventureiras e até sexuais; e nossos sonhos parecem variar do normal e do comum ao bizarro e completamente surreal. Com exceção do sonho lúcido, os eventos que ocorrem em nossos sonhos normalmente estão fora do controle do sonhador. O sonhador é autoconsciente durante o sonho lúcido. Às vezes, os sonhos podem implantar um pensamento criativo, dando ao sonhador uma sensação de inspiração.

Ao longo das culturas e do tempo, as opiniões variaram e mudaram sobre o significado dos sonhos. Parece que as pessoas geralmente apóiam a teoria freudiana dos sonhos, e é que os sonhos revelam emoções e desejos ocultos. Outras teorias são que os sonhos nos ajudam na resolução de problemas, na formação da memória ou que ocorrem simplesmente devido à ativação cerebral aleatória.

Algumas pessoas têm um distúrbio do sono no qual realizam fisicamente seus sonhos durante o sono, chamado transtorno do comportamento REM (RBD). Nesse caso, representar sonhos pode ser perigoso para o indivíduo e o parceiro de cama.

Abordagens psicológicas dos sonhos

Existem muitas abordagens sobre por que as pessoas sonham. As diferentes teorias estão diretamente relacionadas às cinco principais abordagens da psicologia. Psicodinâmica, humanística, cognitiva comportamental e a mais recente, neurociência, ofereceram cada uma sua própria contribuição para a explicação do sonho. Algumas abordagens se sobrepõem e outras oferecem novas idéias sobre o porquê de nós sonharmos.

• Abordagem Psicodinâmica

Os psicólogos que adotam a abordagem psicodinâmica apoiam a ideia de que o comportamento é resultado de forças inconscientes nas quais há pouco controle (Feldman, R. p. 19). Com essa visão, surge a ideia de que sonhos e lapsos de língua são o resultado de sentimentos reais dentro de um indivíduo. Através dos sonhos, esses desejos inconscientes são expostos.

Sigmund Freud foi um dos primeiros psicólogos a realmente estudar sonhos. Sua abordagem psicodinâmica do sonho levou à sua teoria da realização inconsciente de desejos. A idéia por trás dessa teoria é que os sonhos representam desejos que o sonhador deseja inconscientemente ser realizado (Feldman, R., p. 146). Segundo Freud, os sonhos de uma pessoa contêm um significado latente e manifesto. O significado manifesto é o significado óbvio por trás de um sonho, e o significado latente é o significado oculto. Freud acreditava que, para realmente entender um sonho, o significado manifesto precisa ser analisado e separado.

• Abordagem humanística

A abordagem humanística é muito semelhante à abordagem psicodinâmica. Ambas as abordagens se concentram no processo de pensamento interno da mente para explicar o sonho. De acordo com as duas abordagens, sonhar é sobre o eu e sempre tem a ver com o indivíduo que o possui. O indivíduo estará presente no sonho de alguma forma (Alperin, focusR., 2004). No entanto, onde na abordagem psicodinâmica se concentra no desejo inconsciente, a abordagem humanística está inclinada para como “o eu” lida com ambientes e estímulos externos, sendo uma maneira de a mente recuperar um senso de auto-equilíbrio.

• Abordagem cognitiva comportamental

A abordagem cognitiva se concentra em como os indivíduos pensam, entendem e sabem sobre as coisas que acontecem ao seu redor (Feldman, R. p. 20). Eles enfatizam o fato de que os processos mentais internos afetam a maneira como as pessoas se comportam em seus ambientes. Os psicólogos que adotam a abordagem cognitiva da psicologia usam seus conhecimentos para explicar o processo cognitivo e a função dos sonhos.

Houve muitos experimentos que mostram o quão importante é o sono e o sonho quando se considera aprendizado e memória. Em um experimento específico, três laboratórios solicitaram que os voluntários realizassem três tarefas diferentes. As tarefas foram um teste de textura visual, um teste de sequência motora e um teste de adaptação motora. Os testes foram explicados a cada voluntário e depois foram dormir. Algumas pessoas foram acordadas durante a noite e outras não. Os voluntários que não foram acordados durante a noite e que foram capazes de completar ciclos completos de sono, incluindo sono REM e sonhos, tiveram um desempenho melhor do que as pessoas que foram acordadas de vez em quando durante a noite (Stickgold, R., 2005). Os pesquisadores acreditam que essa evidência mostra uma ótima conexão entre aprendizado, memória, sono e sonho.

• Abordagem da Neurociência

A abordagem neurocientífica trata do processo biológico dos seres humanos (Feldman, R. p. 19). O foco está em como os neurônios disparam dentro do corpo e do cérebro. Alguns especialistas acreditam que a abordagem psicodinâmica do sonho de Freud se baseou nas informações disponíveis sobre o cérebro durante seu tempo.

A teoria é a ideia da síntese de ativação. Essa teoria sustenta a idéia de que o sono REM desencadeia memórias que estão alojadas em algum lugar do cérebro. Impulsos elétricos aleatórios e disparos durante o sono fazem com que o cérebro se lembre de certas memórias (Feldman, p. 147). Essa teoria foi desenvolvida pelo psiquiatra J. Allan Hobson, e ele teorizou que o cérebro humano precisa entender o mundo, mesmo durante o sono, e usa memórias aleatórias para criar um enredo lógico.

De acordo com Hobson e seu modelo original, os sonhos não são desejos inconscientes, mas uma parte da biologia e dos neurônios que disparam no tronco cerebral durante o sono (van den Daele, L., 1996). Na visão de Hobson, os sonhos não têm sentido e só estão presentes porque o cérebro e o corpo ainda estão funcionando enquanto a pessoa está dormindo. Muitos outros pesquisadores e psicólogos construíram e expandiram a teoria original de Hobson. No entanto, ainda é a base para a explicação neurológica dos sonhos.

O papel do psicólogo

Os sonhos são difíceis de interpretar e, às vezes, acabamos não dando a atenção e “passamos por cima” dos conteúdos que podem dizer sobre coisas desagradáveis, por exemplo. Sempre temos muito a descobrir sobre nós. Marie Louise Von Fraz disse: “A dificuldade de interpretar nossos próprios sonhos é que não podemos ver nossas próprias costas. Se as mostrarmos para outra pessoa, esta poderá vê-las; nós não…”

Dar atenção aos sonhos é uma forma de dar atenção a si mesmo e, a medida que isso acontece, vamos nos conhecendo, aprendendo sobre nós. Isso pode melhorar a vida nos tornando mais despertos, mais observadores e menos “vítimas” de nós mesmos.

Um bom exercício para quem quer dar mais atenção aos sonhos é anotá-los logo após acordar de manhã, nos primeiros minutos. A anotação facilita e organiza a lembrança. Ler os as anotações recorrentes e observar os elementos ou dinâmicas que se repetem ou transformam é uma atividade bastante interessante.

Sou Joana Santiago – Psicóloga 


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Uma boa noite de sono pode implicar em uma vida mais saudável e alguns anos vividos a mais.

O sono e a saúde mental estão intimamente ligados. A privação do sono afeta seu estado psicológico e saúde mental. Aqueles com problemas de saúde mental são mais propensos a ter insônia ou outros distúrbios do sono.

Dedicamos uma grande parte do tempo a dormir – um terço de nossas vidas, e nosso cérebro possui sistemas complexos que controlam vários aspectos do sono. Vários hormônios importantes para o crescimento físico e a maturação são secretados durante o sono. Dormir é necessário!

Nesses tempos de pandemia com muitas incertezas muitas pessoas  não conseguem ter uma boa noite de sono, o que gera maior probabilidade de bocejar ou ficar grogue durante o dia. Os problemas crônicos do sono afetam 50% a 80% dos pacientes em uma prática psiquiátrica típica, em comparação com 10% a 18% dos adultos na população geral. As consequências da privação do sono poderão manifestar-se em sonolência diurna, alterações do humor, dificuldades na memória, concentração, fadiga acentuada, tonturas, entre outras consequências que podem aumentar risco de acidentes, para além da diminuição de bem-estar associado. As alterações do ciclo sono podem pois também impossibilitar a pessoa de cumprir horários, ter uma atividade profissional, ajustar-se às rotinas sociais, etc. Os problemas do sono são particularmente comuns em pacientes com ansiedade, depressão, transtorno bipolar e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Tradicionalmente, os profissionais que tratam pacientes com distúrbios psiquiátricos vêem a insônia e outros distúrbios do sono como sintomas. Porém, estudos em adultos e crianças sugerem que os problemas do sono podem aumentar o risco e até contribuir diretamente para o desenvolvimento de alguns distúrbios psiquiátricos. Esta pesquisa tem aplicação clínica, porque o tratamento de um distúrbio do sono também pode ajudar a aliviar os sintomas de um problema de saúde mental comórbido.

A base cerebral de um relacionamento mútuo entre sono e saúde mental ainda não está completamente esclarecida. Porém, estudos de neuroimagem e neuroquímica sugerem que uma boa noite de sono ajuda a promover a resiliência mental e emocional, enquanto a privação crônica do sono prepara o terreno para o pensamento negativo e a vulnerabilidade emocional.

Como o sono afeta a saúde mental

Durante o sono “silencioso”, uma pessoa progride através de quatro estágios de sono cada vez mais profundo. A temperatura corporal diminui, os músculos relaxam, os batimentos cardíacos e a respiração lenta. O estágio mais profundo do sono silencioso produz alterações fisiológicas que ajudam a aumentar o funcionamento do sistema imunológico.

A outra categoria de sono, o sono REM (movimento rápido dos olhos), é o período em que as pessoas sonham. A temperatura corporal, pressão arterial, freqüência cardíaca e respiração aumentam para os níveis medidos quando as pessoas estão acordadas. Estudos relatam que o sono REM melhora o aprendizado e a memória e contribui para a saúde emocional – de maneiras complexas.

Embora os cientistas ainda estejam tentando separar todos os mecanismos, eles descobriram que a interrupção do sono – que afeta níveis de neurotransmissores e hormônios do estresse, entre outras coisas – causa estragos no cérebro, prejudicando o pensamento e a regulação emocional. Dessa maneira, a insônia pode amplificar os efeitos de distúrbios psiquiátricos e vice-versa.

Quanto sono eu preciso?

Observe que adormecer assim que a cabeça bate no travesseiro não é prova de que alguém tenha um bom sono. É mais provável uma indicação de que um indivíduo está privado de sono. Em geral, leva cerca de 10 a 20 minutos para uma pessoa se afastar. Mas, se leva 20 minutos ou 45, se alguém percebe que está demorando muito, isso se torna realidade, pois gera ansiedade sobre o sono. A National Sleep Foundation fornece essas diretrizes diárias para o sono:

  • Bebês (4-11 meses): 12-15 horas
  • Crianças em idade escolar (6-13): 9-11 horas
  • Adolescentes (14-17): 8-10 horas
  • Adultos jovens (18-25): 7-9 horas
  • Adultos (26-64): 7-9 horas
  • Adultos mais velhos (65+): 7-8 horas

Como você pode dormir melhor?

A maioria das pessoas já ouviu os conselhos padrão de higiene do sono:
Manter horários regulares de sono (deitar e acordar). Verifique se o seu quarto está fresco e escuro. Evite cafeína a partir do meio da tarde. E evite todas as telas por pelo menos uma hora antes; a luz branca dessas tela inibe a melatonina e atrasa a latência do sono em uma média de 10 minutos. Adormecer na frente de uma TV, como 61% dos adultos confessam ter feito, também é um problema: a luz da tela penetra nas pálpebras, de modo que o cérebro ainda processa que está sendo exposto à luz. Esse fenômeno impede as etapas mais refrescantes do sono profundo.

As dificuldades mais comuns do sono são exacerbadas por fatores como doença ou estresse. Além de abordar essas preocupações, outros ajustes práticos às vezes podem ajudar a restaurar um descanso mais saudável e consistente. Controlar a luz no quarto, natural e artificial, para manter a escuridão durante a noite, é um passo importante.

Você pode seguir algumas dicas que falo no texto, mas isso não substitui o acompanhamento profissional.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Geralmente a timidez é uma característica bastante comum em nossa personalidade,
mas se sair do seu controle gerando uma ansiedade social, procure ajuda.

A timidez em si não representa necessariamente um problema na vida das pessoas, trata-se de uma característica. Todo mundo tem algum nível de timidez que pode variar dependendo da situação. O maior problema é que vivemos em uma cultura que valoriza características como ser sociável e extrovertido e isso nos faz sentir desconforto.

Timidez é uma característica de personalidade e não é a mesma coisa que introversão. A introversão se relaciona com menor necessidade de interação social, enquanto a timidez envolve um desconforto e receio com essa interação. Uma pessoa muito tímida pode evitar o contato, mesmo que queira muito interagir, bem diferente de uma pessoa só muito introvertida, que geralmente tem menos vontade de se relacionar com os outros, mas não vai ficar necessariamente tão nervosa ao interagir.

A timidez tem suas vantagens, sabia?

Pessoas mais tímidas tendem a ser mais atentas, sensíveis e melhores ouvintes em relação às outras pessoas. Elas também podem ser mais criativas. Por exemplo, grandes cientistas como Charles Darwin e Albert Einstein eram conhecidos como pessoas pouco sociáveis e mais introvertidas, e foi a partir de longas horas de estudo e isolamento social, que ambos conseguiram revolucionar a visão que temos hoje da vida e do universo.

Existem evidências de que predisposições genéticas tornam as pessoas mais propensas a desenvolverem a timidez, mas as experiências de vida também podem impactar muito nesse aspectos da personalidade.

Algumas pesquisas em neurociência sobre pessoas mais tímidas indicam que talvez essas pessoas sintam tanto as emoções positivas quanto as negativas de maneira mais intensa do que os outros. Essa maior sensibilidade emocional pode ser uma das razões pelas quais as pessoas mais tímidas sentem maior desconforto em interagir com um estranho e, por isso, evitam esse tipo de situação. Em níveis extremos, a timidez pode tomar a forma da condição conhecida como ansiedade social. Já falamos sobre ansiedade social aqui no blog, mas essa é uma condição na qual o medo de viver certas situações sociais restringe a pessoa.

Uma condição mais grave é a que chamamos de Transtorno de Personalidade Esquiva, que se apresenta no início da fase adulta e faz com que a pessoa se sinta extremamente inibida em interagir com os outros, tenha a autoestima baixa e medo de ser vista de forma negativa nas mais diversas situações. Apesar da semelhança com a ansiedade social, a maior diferença é que ele se refere a um padrão mais rígido, difuso e duradouro de evitação social. Alguns cientistas criticam a divisão dessas condições por acharem que as diferenças entre elas são pequenas.

Embora não incomode alguns, a timidez representa sim um grande incômodo na vida de muitos que gostariam de ser relacionar melhor com os outros.

Uma maneira de reduzir a timidez é através da psicoterapia ou do treinamento de habilidade sociais, algo que pode ocorrer dentro da própria psicoterapia. Habilidades sociais são comportamentos e atitudes que precisamos aplicar para interagir com os outros, como conseguir começar, manter e terminar conversas; expressar sentimentos; saber dar e receber elogios e críticas, além de várias outras coisas.
Na psicoterapia tanto o treinamento em habilidades sociais como a exposição gradativa, além de outras ferramentas, podem ser usadas para a pessoa se sentir mais satisfeita com suas interações sociais.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Esquizofrenia, estigmas e preconceitos.
Isolamento é um dos sintomas. Conheça algumas informações sobre a doença que afeta quase um milhão de brasileiros.

Semana passada falamos sobre transtornos psicóticos e algumas pessoas me perguntaram sobre a Esquizofrenia.
Acho que nenhuma outra doença está envolta em uma aura tão misteriosa e mística quanto a esquizofrenia. As dúvidas mais comuns são: pessoas com esquizofrenia ouvem vozes? pensam em coisas peculiares? são mais perigosas? Infelizmente, essas perguntas dão lugar a uma quantidade incrível de conceitos absurdamente errôneos.

Neste texto me proponho tentar desmistificar algumas informações incorretas que circulam por aí sobre a questão.

1. É possível identificar sinais que podem indicar o surgimento da esquizofrenia?

Sim. Em geral, 80% das esquizofrenias começam por um certo alheamento em relação às circunstâncias que rodeiam o paciente. São sintomas que causam menos impacto nos outros – isolamento, olhar perdido, indiferença. É uma fase caracterizada por muita tensão e ansiedade. A pessoa sente que algo está acontecendo, mas não sabe dizer o que é. O quadro de alucinações e de delírios, que chama mais atenção, surge mais tarde.

2. O consumo de drogas pode estar associado ao surgimento da doença?

Sim. Sabe-se que alguns agentes são gatilhos importantes para o início das alterações cerebrais e para o posterior aparecimento dos sintomas da doença. O uso de drogas e o tabagismo estão entre esses fatores de risco.

3. Pessoas com o transtorno perdem a capacidade de ter emoções?

Não. Os pacientes com esquizofrenia seguramente sentem, mas têm dificuldades de expressar seus sentimentos. Por isso as pessoas tendem a interpretar que eles não possuem mais a capacidade de ter emoções. No seu íntimo, no entanto, sofrem com essa limitação.

4. A esquizofrenia impacta a vida sexual do paciente?

Sim. Neste aspecto, o paciente com esquizofrenia é impactado pelo mesmo estado de outros que não sofrem com a esquizofrenia e apresentam um humor deprimido e desmotivação, que causa a perda da libido, a vontade e o interesse pelo prazer. Mesmo que as condições fisiológicas, hormonais e vasculares estejam em perfeito funcionamento, o desejo sexual fica comprometido e deixa de ser acionado quando há um problema no psiquismo.

5. O interesse por temas exóticos é uma característica da doença?

Sim. Alguns pacientes com o transtorno podem apresentar interesse por temas exóticos, místicos e religiosos, assim como qualquer outra pessoa. A diferença, neste caso, é que o assunto passa a dominar o dia a dia do paciente. A ocorrência de dúvidas sobre sua existência também é comum no início dos sintomas.

6. Pacientes com esquizofrenia são desatentos e têm dificuldades de memória?

Sim. As pessoas com tendência de desenvolver o transtorno podem apresentar problemas de concentração, memória e de aprendizado, que levam a uma diminuição da capacidade de raciocínio lógico. Apresentam também sintomas de ansiedade, como palpitações, taquicardia, falta de ar e inquietação. Por esse motivo, muitas vezes a esquizofrenia é confundida inicialmente com depressão ou outras desordens como pânico e transtorno obsessivo-compulsivo.

7. Mudanças na aparência e nos cuidados com a higiene são comuns na esquizofrenia?

Sim. É possível que o paciente seja negligente com a higiene básica por apresentar um quadro de desmotivação, passando a vestir roupas inapropriadas ou sujas. Além disso, o paciente também descuida da alimentação.

8. A violência é um comportamento constante do transtorno?

Não. Pessoas com esquizofrenia podem ter momentos de agressividade, quando em crise, mas em 93% dos casos, não são violentas. Geralmente, quando ocorre, um episódio violento está relacionado a alucinações que induzem o paciente a agir de modo agressivo. O que ocorre mais frequentemente é que pacientes com esquizofrenia, principalmente aqueles que vivem como habitantes das ruas, sejam vítimas da violência urbana.

9. O objetivo do tratamento é acalmar o paciente?

Não. A cessão dos sintomas é um dos aspectos relacionados ao tratamento da esquizofrenia, mas a abordagem deve visar a retomada da funcionalidade do paciente para o restabelecimento da sua vida social. Por isso, quanto mais precocemente a esquizofrenia for tratada, menos danos trará ao paciente. 

10. A esquizofrenia é uma condição de difícil tratamento?

Não. Nas últimas décadas houve grande avanço no tratamento da esquizofrenia. A psicoterapia aliada a medicação é a base do tratamento. Tanto para controlar uma crise na fase aguda da doença, como ajudar a prevenir recaídas, com o uso de medição por um longo prazo. Apesar desta necessidade de tratamento prolongado ser bem reconhecida pelo médico, frequentemente não é sempre bem aceita pelos pacientes, que acabam interrompendo a medicação, já que se sentem bem e não veem motivo para continuar tomando o remédio.

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Sou Joana Santiago – Psicóloga

Uma reação psicótica pode ser provocada por uma grande quantidade de agressores do sistema nervoso.

Um transtorno psicótico é caracterizado por uma relação prejudicada com a realidade, entre outros sintomas de distúrbios mentais graves. Pessoas que sofrem com algum transtorno psicótico podem ter alucinações e/ou delírios.

Alucinações são experiências sensoriais que ocorrem na ausência de um estímulo real. Por exemplo, uma pessoa com alucinação auditiva pode ouvir a mãe gritando quando a mãe não está por perto. Ou alguém com uma alucinação visual pode ver algo, como uma pessoa na frente deles, que não está realmente lá.

A pessoa também pode ter pensamentos contrários às evidências reais. Esses pensamentos são conhecidos como delírios. Outros sintomas conhecidos são a perda de motivação e retraimento social.

Essas experiências podem ser assustadoras e fazer com que as pessoas se machuquem ou a outras pessoas. É importante consultar um profissional da saúde imediatamente, caso você ou alguém que você conhece apresentar sintomas psicóticos.

Sinais e Sintomas Psicóticos

Um transtorno não começa de repente. Geralmente segue este padrão:

  • Sinais de alerta para o possível desenvolvimento de um transtorno psicótico:
    Mudanças graduais na maneira como a pessoa pensa e entende o mundo. O próprio ou seus familiares podem perceber:
    • Uma queda nas notas ou no desempenho no trabalho
    • Problemas para pensar claramente ou concentrar-se
    • Suspeita ou desconforto com os outros
    • Falta de autocuidado ou higiene
    • Passar mais tempo sozinho do que o habitual, incluindo afastamento da família e dos amigos
    • Emoções mais fortes do que as situações exigem ou ausência de emoções
  • Crenças ou pensamentos incomuns, não importa o que os outros digam
  • Sintomas de um episódio psicótico:
    Normalmente será possível notar a maior parte das opções acima, além de:
    • Alucinações:
      • Alucinações Auditivas: ouvir vozes quando ninguém está por perto
      • Alucinações táteis: sensações ou sentimentos estranhos que você não consegue explicar
      • Alucinações visuais : você vê pessoas ou coisas que não existem, ou acha que o formato das coisas parece errado
    • Delírios: crenças que não estão alinhadas com a sua cultura e que não fazem sentido para os outros, como:
      • Forças externas estão no controle de seus sentimentos e ações
      • Pequenos eventos ou comentários têm um significado enorme
      • Você tem poderes especiais, está em uma missão especial ou, na verdade, é um deus

É importante ressaltar que não necessariamente os dois estarão presentes concomitantemente.

Causas da psicose

Os médicos não sabem exatamente o que causa a psicose, mas alguns fatores de risco conhecidos incluem:

  • Genética: você pode ter uma predisposição genética, o que não significa que você terá psicose, é uma possibilidade.
  • Drogas: os gatilhos incluem alguns medicamentos prescritos e abuso de álcool ou drogas como maconha, LSD e anfetaminas.
  • Trauma: a morte de um ente querido, um abuso sexual ou guerra pode levar à psicose. O tipo de trauma e a idade que você tinha quando aconteceu também desempenham um papel importante.
  • Lesões e doenças: Lesões cerebrais traumáticas, tumores cerebrais, derrames, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, demência e HIV podem causar psicose.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado por médicos que avaliam as condições gerais da pessoa e excluem fatores bioquímicos e fisiológicos que podem desenvolver um transtorno psicótico. O psicólogo tem o papel de relacionar seus sintomas a fatores de vida que podem ter contribuído para tal, fornecendo mais dados para o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento mais indicado para transtornos psicóticos é a psicoterapia, juntamente com medicação. Além disso, grupos de apoio multidisciplinar e suporte de familiares auxiliam na evolução do paciente.

Especificamente a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar a reconhecer quando a pessoa tem episódios psicóticos, bem como a prevenir a ocorrência de novos episódios. Esse tipo de terapia também enfatiza a importância dos medicamentos antipsicóticos e a aderência ao seu tratamento.

Tem dúvidas? Quer saber mais? Precisando de ajuda, entre em contato.
Sou Joana Santiago – Psicóloga

Inconscientemente algumas pessoas não se permitem conquistar ou realizar coisas que desejam e sonham.

Ao longo da vida, diferentes objetivos, sonhos e vontades fazem parte do dia a dia do ser humano. Porém, motivações variadas podem fazer com que um indivíduo coloque empecilhos para realizá-los. Essa prática também é conhecida como autossabotagem.

Se você tem a impressão que tem algo ou alguém atrapalhando seus objetivos esse pode ser o caso. “Assaltar” a geladeira em momento de reeducação alimentar, desligar o despertador e não acordar para realizar sua atividade física, entre outros, podem ser sinais de autossabotagem. Pode parecer que estamos sempre tentando dar o nosso melhor e evoluir, mas nem sempre permitimos mesmo que isso aconteça. 

A autossabotagem é quando “puxamos o nosso tapete”, colocando obstáculos no que buscamos e criando justificativas para um resultado ruim, antes mesmo de acontecer. 

Se você tiver que estudar para uma prova e, de repente durante a semana, o videogame ou a nova temporada da série que você acompanha podem parecer mais atrativos, a chance de estudar diminui muito. É nesse momento que a autossabotagem acontece, quando nos comportamos de uma forma que praticamente garante que o desempenho será prejudicado, o que não precisa ser uma atitude tão premeditada ou que leva tantos dias para se concretizar.

Na autossabotagem por afirmação a pessoa começa mentalizar o fracasso logo antes de agir, como reclamar que está se sentindo mal, cansada ou algum estado que pode prejudicar seu desempenho antes mesmo de entrar numa competição. Parece estranho, mas não é proposital e existe uma razão para isso: é a proteção. Quando temos medo de falhar e não sabemos lidar com isso, a autossabotagem é o recurso mais utilizado para nos protegermos do fracasso.

Se uma pessoa tem um desempenho ruim em uma prova sem ter estudado, a falha está explicada, agora se a  pessoa estuda bastante antes da prova e mesmo assim, tira uma nota baixa, não dá para justificar da mesma forma e falhar depois de fazer muito esforço pode nos fazer pensar que nós somos o problema ou que não conseguimos fazer aquilo. 

Além de proteger quem se sabota, a autossabotagem pode ser usada para justificar um mau desempenho para os outros.

Se a autossabotagem estiver muito alta, a autoestima normalmente está baixa, o que pode fazer a pessoa se prender num ciclo negativo de sucessivas autossabotagem, evitando que entre em contato com o que realmente está incomodando. 

Agora a propensão à sabotagem varia de pessoa para pessoa, em parte por diferenças de personalidade. Pessoas mais ansiosas e com autoestima mais baixa tendem a se sabotar mais, e o mesmo acontece com pessoas com baixa autoeficácia, que são aquelas que não acreditam que possam ter um bom desempenho. 

As pesquisas neurocientíficas ainda estão recentes sobre as bases neurobiológicas desse tipo de comportamento. Um dos estudos nessa linha mostrou que as pessoas que têm a tendência maior de se autossabotar, têm uma região maior no cérebro que normalmente se ativa quando tentam inibir sentimentos negativos do que em outras pessoas, o que faz todo sentido considerando que a autossabotagem é uma forma de proteção contra esses sentimentos.

A mudança do comportamento e diminuição da autossabotagem ocorre quando uma pessoa tem consciência da importância de estar aberta para vivenciar o processo de autorreflexão proposto pela terapia e se reconhece como o agente responsável pelas mudanças em sua vida. Outro ponto importante é começar a observar os objetivos e planos que estão sendo impactados em sua vida e, se em algum deles, você está contribuindo para isso.

Precisando de ajuda, deixe seu comentário no post que entro em contato.

Joana Santiago – psicóloga