Nosso cérebro não está voando sozinho; nossas emoções também entram em ação quando estamos interagindo com o mundo.

Falei anteriormente sobre como o corpo reage às nossas emoções e como desenvolver autoconhecimento e inteligência emocional ajudam a lidar com situações do dia a dia.
Hoje vou falar sobre a parte fisiológica da emoção, como ela se estabelece no cérebro e desencadeia em nosso corpo.

Podemos perceber as emoções no corpo começando pela face, que tende a empalidecer de medo ou avermelhar de vergonha. Além disso, na mudança da face pode ser observada a expressão facial ao refletir diferentes emoções como raiva, tristeza, repugnância, surpresa. Nos olhos, a pupila se dilata para captar o máximo de estímulos para enfrentar o perigo iminente. A boca fica seca. A respiração acelera para levar oxigênio aos músculos das extremidades do corpo. O coração dispara a fim de transportar o oxigênio o mais rapidamente possível. Essas ocorrências são mais facilmente sentidas por nós, porque são perceptíveis. 

Mas também, existem ocorrências operando no corpo sem que o indivíduo esteja percebendo. Onde e como a emoção começa é o problema. Há muitas perguntas e poucas respostas. As conclusões a respeito da operação das emoções sobre o cérebro mudaram muito no último século e são bastantes complexas. É exatamente por essa razão que os sentimentos ou emoções são automáticos.

A mente influencia diretamente no nosso sistema imunológico, na produção das enzimas, anticorpos, hormônios e neurotransmissores. Toda essa química determina nosso bem-estar. Pressões psicológicas podem agir em algo muito simples como um resfriado ou influenciar as doenças crônicas.

A Neurociência

Quimicamente falando, os neurotransmissores são substâncias capazes de conduzir e transmitir informações entre os neurônios, atuando no cérebro como mensageiros que estimulam impulsos e reações no indivíduo.

Na prática, os neurotransmissores podem ser considerados como os nossos mensageiros químicos relacionados ao humor, sono, atração, atenção, sensações de prazer, entre outros. Com função vital do nosso corpo e para a nossa dinâmica de SER humano, ou seja, sentir e reagir aos impulsos, devemos considerá-los como uma das maiores descobertas no campo de como funciona o nosso corpo.

Hormônios e neurotransmissores

Com função semelhante, os dois tipos de mensageiros químicos se diferenciam pelo órgão onde ocorre sua liberação e pela distribuição de seus efeitos.

Os hormônios são geralmente liberados por glândulas e lançados na circulação sanguínea, podendo se ligar a receptores de células de qualquer parte do corpo. Isso significa que seu efeito é mais difuso. Alguns exemplos são a adrenalina, a insulina e a grelina. 

Já os neurotransmissores são liberados por neurônios na fenda sináptica e se ligam a receptores de uma outra célula muito próxima. Sua distribuição é mais localizada. Aqui temos a dopamina, serotonina, glutamato, entre outros.

Neurotransmissores que controlam nossas emoções

• OCITOCINA: Neurotransmissor do amor

Hormônio transmitido no leite no momento da amamentação, devido à sucção do bebê, e na contração do útero no momento do parto, também é conhecido como hormônio do amor em função do seu papel social e emocional: melhora o humor, diminui a ansiedade, auxilia na percepção das expressões emocionais e da sensibilidade, diminui a sensação de estresse, melhora a o prazer e o interesse no momento do contato íntimo, deixa as pessoas mais generosas e amáveis, sendo liberado no momento de um abraço ou na prática de boas ações.

• SEROTONINA: Neurotransmissor do bem-estar

Neurotransmissor responsável em nosso cérebro por regular o sono, humor, temperatura do corpo, ritmo cardíaco, apetite, entre outros. Se encontrado em pequena quantidade no organismo pode ocasionar em mal humor, sonolência diurna, distúrbios de memória e concentração, irritabilidade, inibição do desejo sexual e compulsão por comidas e doces, principalmente. Uma forma de aumentar a serotonina, além da prática de esportes, é consumindo alimentos ricos em triptofano: castanhas do Pará, vinho tinto, chocolate preto, banana, abacaxi, carnes magras, leites e derivados, cereais integrais e tomate.

• DOPAMINA: Neurotransmissor do prazer e do vício

A vilã do consumo desenfreado é liberada após cada nova compra e dura até 10 minutos em nosso organismo estimulando nosso circuito de recompensa de prazer do cérebro. Gera a mesma sensação em viciados por jogos de azar, prática de esportes físicos ou usuários de cocaína. Produzida no hipotálamo, é extremamente benéfica se liberada sem excessos, pois é o neurotransmissor fundamental para a motivação, foco e produtividade. Pode ser gratuitamente liberada em ações como gratidão, cumprimento de metas ou de listas de afazeres diários e alimentos ricos em tirosina: cacau, feijão, amêndoas, sementes de abóbora, ameixas, mirtilo, chá verde, melancia, maçãs, beterrabas, etc. Distúrbios em sua produção podem ocasionar Mal de Parkinson, esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

• ENDORFINA:

É um neuro-hormônio que tem uma potente ação analgésica estimulando a sensação de bem-estar, conforto, alegria e melhora do estado de humor. Liberada durante e depois da prática do exercício físico.

• ADRENALINA: Neurotransmissor das emoções intensas

Hormônio liberado no sangue quando nosso cérebro percebe que estamos numa situação de perigo ou tensão que demande determinado esforço físico. Normalmente são reflexos desse hormônio a sudorese, dilatação das pupilas e brônquios, aumento dos batimentos cardíacos e vasoconstrição. Este último acontece para que o sangue chegue mais rápido aos órgãos principais (coração e cérebro) e dessa forma, melhora nossa atenção e auxilia no aprimoramento de habilidades físicas e cognitivas. No entanto, se produzido em excesso, esse hormônio pode gerar estresse, transtornos de ansiedade, diabetes e hipertensão.

• MELATONINA:

Hormônio ligado ao ciclo circadiano, produzido pelo corpo para a indução ao sono e do metabolismo ao longo do dia. Responsável pela fixação das memórias de curta duração no hipocampo, para que virem memórias de longa duração, durante o sono. Acredita-se que ela tenha contribuição nas funções de regeneração celular e auxilie o corpo a combater inflamações no organismo.

• CORTISOL:

Não tem “INA” no nome mas não poderia finalizar sem falar dele, afinal, é o excesso dele no organismo que gera o estresses, lapsos de memória, aumento de peso, diminuição da libido, perda de massa muscular e doenças ocasionadas pelo excesso de estresse. Produzido na quantidade adequada, ajuda o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuindo para o correto funcionamento do sistema imune. Também é responsável por manter os níveis de açúcar no sangue e pressão arterial constantes.

Para finalizar, a maneira como sua vida está hoje é resultado direto das suas ações e pensamentos, não é necessário uma mudança radical na sua forma de ser, apenas o comprometimento consigo mesmo de lidar com o momento presente de uma forma mais tranquila, desenvolvendo o amor próprio e sua paciência.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Apesar de não entendermos bem as emoções e, por vezes, parecerem misteriosas, elas exercem grande efeito sobre a vida.

As emoções fazem parte do nosso dia a dia e de quem somos. Convivemos com elas o tempo todo e são desencadeadas tão rapidamente em nosso cérebro que acabamos não entendendo o que acontece e por que reagimos de determinada maneira.

Uma reação rápida e impulsiva diante de uma emoção pode tanto salvar, quanto arruinar uma situação. Daí a importância do autoconhecimento, de saber como agir identificando suas emoções.

Mas antes de entendermos um pouco mais sobre o assunto, é importante ter clareza de que sentimentos e emoções são coisas diferentes. É muito comum as pessoas considerarem sinônimos, mas na realidade não são.

Basicamente, a emoção é um conjunto de respostas químicas e neurais que surgem quando o cérebro sofre um estímulo ambiental. Já o sentimento é uma resposta à emoção, ou seja, se trata de como a pessoa se sente diante de tal emoção. Portanto, apesar de distintos, emoção e sentimento estão intimamente conectados.

Para ficar um pouco mais claro, entenda que quando você é exposto a algum tipo de situação, o cérebro libera hormônios que alteram o seu estado emocional. Podem até ocorrer algumas reações físicas, como choro ou suor, por exemplo, ou o medo pode parecer um nó no estômago ou um aperto na garganta; o embaraço pode fazer com que você sinta o rosto quente. Vale ressaltar que diante de algum acontecimento, cada pessoa tem uma emoção diferente e ela costuma ser mais passageira.

Por outro lado, o sentimento pode durar muito tempo. Os sentimentos negativos persistentes podem ocasionar doenças como depressão. Alguns exemplos de sentimentos são o ódio, a compaixão, o amor, a decepção e a inveja.

Identificando suas emoções

Podemos apontar sete emoções básicas: felicidade, tristeza, ansiedade, raiva, medo, nojo e desprezo. Para identificar suas emoções, você precisa conhecer aquilo que está sentindo.
Veja o texto no blog, que falo das sete emoções básicas e seu efeito no comportamento humano.

Para isso, o primeiro passo é se perguntar, com sinceridade, o que está realmente se passando contigo.

  • Ansiedade – Caracterizada por sentimentos de medo em relação ao futuro, o que traz, inclusive, reações físicas como batimentos cardíacos acelerados e contração da face.
  • TristezaCansaço, sensação de peso nos ombros, vontade de chorar e dificuldade de concentração são sentimentos que denotam a tristeza.
  • Raiva – Pensamentos de que foi atacado de alguma maneira, também com reações físicas como aceleração do coração e aumento da pressão, relacionam-se à emoção de raiva.
  • Felicidade – Calma, alegria, euforia e confiança são sentimentos ligados à felicidade.

Quando soubermos a resposta para nossos sentimentos, poderemos identificar e separar as emoções para enfrentar as situações que surgem diariamente.

Gerenciando Emoção

Compreender suas emoções torna possível gerenciá-las de modo que trabalhem a seu favor e não contra você. Por exemplo, se a sua tristeza (ou raiva, ou ansiedade, etc.) normalmente o influenciaria a agir de uma forma que poderia prejudicar a si mesmo ou a outra pessoa, tornar-se consciente dessa emoção pode permitir que você tome medidas para não agir de forma destrutiva.

Gerenciando ativamente suas emoções, você está dando passos para se tornar uma pessoa com maior inteligência emocional. Isso porque ao desenvolvê-la, você aprenderá a reconhecer as suas emoções e ser capaz de lidar com elas; entenderá como se manter motivado diante de frustrações; desenvolverá a empatia e habilidades interpessoais.

Às vezes, não conseguimos nos conhecer ao ponto de controlarmos as emoções. Quando essas emoções passam a “ter o controle sobre nós” é o momento de procurar a ajuda de um psicólogo.

Na próxima semana, vou explicar e exemplificar melhor como o cérebro influencia em nossas sensações físicas.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

A pandemia matou a crença em muitos setores de que home office não funciona. Mas como vamos lidar com os efeitos psicológicos desse isolamento em casa/trabalho.

A maioria das empresas exigiu que os funcionários trabalhassem em casa para impedir a propagação do Covid-19. Embora os benefícios imediatos para a saúde de evitar espaços de trabalho comuns sejam óbvios diante de uma pandemia assustadora, é importante considerar as consequências para a saúde mental que podem advir do trabalho remoto.

De fato, a situação está deixando muitas pessoas se sentindo estressadas, solitárias, exaustas e, a grande maioria, sobrecarregadas.

Síndrome do home office

O home office gera estresse e inquietação significativos devido à confusão de fronteiras entre o trabalho e a vida pessoal. Um funcionário em casa muitas vezes está dividindo o tempo entre a tarefa de trabalho que precisa ser concluída, interrupções freqüentes do cônjuge e dos filhos, um cachorro que precisa passear e o reparo da casa, questão que surge de repente, por exemplo.

Dificuldades no home office:

  • Dificuldade em estabelecer uma estrutura e um horário razoáveis para o trabalho em casa, com períodos diferentes designados para o trabalho, a família e o relaxamento.
  • Falta de rotina, resultando em horas de trabalho prolongadas em casa, que avançam facilmente no tempo pessoal.

Além do estresse da síndrome do escritório em casa, existem os desafios únicos colocados pela atual pandemia viral, incluindo:

  • Incerteza geral sobre o impacto final do COVID-19 na saúde pessoal e familiar, na renda e nos planos de curto prazo.
  • Sentimentos de solidão promovidos pelo confinamento ordenado pelo governo e perda de relações sociais com colegas no escritório ou com amigos e outros membros da família.

Um primeiro passo fundamental para esse bem-estar, a antítese da síndrome do home office, é a atenção às necessidades fisiológicas, ou seja, reservar um tempo para comer nutritivamente (não apenas lanche); dormir o suficiente, de preferência sete a oito horas; e exercitar-se diariamente. Em 1943, o psicólogo Abraham Maslow criou um modelo que define uma hierarquia de necessidades humanas – com comida, água, abrigo, sono e segurança sendo os mais básicos. Até que esses princípios sejam cumpridos, disse Maslow, um indivíduo não pode alcançar a auto-atualização – encontrando verdadeiro significado no trabalho e na vida. 

Comer, dormir e se exercitar também ajudam a estabelecer limites, dividindo o dia em “fases” entre o tempo de trabalho e a vida pessoal. Sem essas “fases”, o trabalhador em casa está mais apto a pular os itens essenciais por causa de expectativas irreais de trabalho, foco excessivo e obsessão pelo desempenho no trabalho. O exercício tem a vantagem de ser um ótimo alívio do estresse e um contrapeso às longas e sedentárias horas de trabalho de uma cadeira em frente ao computador.

Como monitorar a saúde mental em home office

Nesse cenário de isolamento social, algumas empresas criaram programas que mostram a importância de manter uma rotina para seus funcionários. Como mudanças de benefícios e maior flexibilidade de tarefas e horários. Outras optaram por fornecer cadeiras e protetores de tela, por exemplo, para minimizar os impactos do trabalho remoto. Vale-transporte, locação de carros e custeio a cursos presenciais estão sendo substituídos por vale-alimentação, auxílio à internet e terapia online. Muitas dessas iniciativas estão ligadas a prevenção.

É o que aponta um levantamento realizado pelo PageGroup, consultoria em recrutamento executivo especializado. De acordo com dados coletados pelos consultores do grupo, metade das companhias já efetuou a troca no pacote de benefícios dos trabalhadores ou está em processo de substituição.

Após esses dias de home office, os funcionários começam a se preocupar com o retorno ao escritório. E as empresas começam a viver a fase 4, lidar com estresse pós-traumático de alguns funcionários que perderam parentes por Covid-19.

É de extrema importância que as empresas, além de elaborarem um plano estratégico para o retorno, também apresentarem estratégias para acompanhar a saúde mental dos funcionários na pós pandemia. Os líderes têm que estar muito mais próximos de suas equipes nesse momento.

De acordo com a revista Você S/A, pesquisas indicam que “poderemos ter casos de depressão e estresse pós-traumático por três anos”. Diante do fato de que antes mesmo da pandemia, a perda da produtividade nesta década ligada à explosão de casos de depressão no mundo já era apontada por organizações como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Fórum Econômico Mundial, a atenção à saúde mental é cada vez mais importante. “Vivemos num sistema que causa muito sofrimento psíquico, a pandemia disparou uma série de questões que já estavam aí”, diz o psicanalista Francisco Nogueira, membro do Instituto Sedes Sapientiae e fundador da consultoria de desenvolvimento humano Relações Simplificadas.

Uma coisa é certa: neste momento de incerteza, a saúde mental do trabalhador deve ser uma prioridade para os empregadores.

Joana Santiago – Psicóloga

Sonhos
Aprenda sobre os aspectos psicológicos dos sonhos.

Um sonho pode ser explicado como uma sucessão de sensações, emoções, ideias e imagens que ocorrem involuntariamente na mente de uma pessoa durante certos estágios do sono. Não se entende realmente qual é o objetivo e o conteúdo dos sonhos, mas eles certamente foram objeto de interesse religioso e filosófico, sendo um tópico de especulação científica ao longo da história registrada. Curiosamente, o estudo científico dos sonhos é conhecido como Oneirologia .

Sonhos são as histórias que o cérebro conta durante o estágio REM (movimento rápido dos olhos) do sono – porque é quando a atividade cerebral é alta e mais se assemelha à de estar acordado. As pessoas normalmente têm vários sonhos a cada noite, que crescem mais à medida que o sono chega ao fim. Ao longo da vida, uma pessoa pode sonhar por cinco ou seis anos completos. No entanto, os sonhos podem ocorrer durante outros estágios do sono, mas esses sonhos tendem a ser menos memoráveis e muito menos vívidos.

A duração dos sonhos

Nossos sonhos variam em duração: eles podem durar apenas alguns segundos ou até 30 minutos. A razão pela qual alguns sonhadores são capazes de recordar seus sonhos é porque foram acordados na fase REM do sono. Em média, as pessoas têm entre três e cinco sonhos por noite, sendo que alguns têm até sete; no entanto, a maioria dos nossos sonhos é rapidamente esquecida. Parece que nossos sonhos tendem a durar mais à medida que a noite avança e, quando temos um sono completo de oito horas, a maioria dos nossos sonhos ocorre nas duas horas típicas do REM.

Explicação dos sonhos de hoje

Hoje muitas pessoas veem os sonhos como uma conexão com a mente inconsciente. Existem naturezas variadas de sonhos, como emocionantes, assustadoras, melancólicas, mágicas, aventureiras e até sexuais; e nossos sonhos parecem variar do normal e do comum ao bizarro e completamente surreal. Com exceção do sonho lúcido, os eventos que ocorrem em nossos sonhos normalmente estão fora do controle do sonhador. O sonhador é autoconsciente durante o sonho lúcido. Às vezes, os sonhos podem implantar um pensamento criativo, dando ao sonhador uma sensação de inspiração.

Ao longo das culturas e do tempo, as opiniões variaram e mudaram sobre o significado dos sonhos. Parece que as pessoas geralmente apóiam a teoria freudiana dos sonhos, e é que os sonhos revelam emoções e desejos ocultos. Outras teorias são que os sonhos nos ajudam na resolução de problemas, na formação da memória ou que ocorrem simplesmente devido à ativação cerebral aleatória.

Algumas pessoas têm um distúrbio do sono no qual realizam fisicamente seus sonhos durante o sono, chamado transtorno do comportamento REM (RBD). Nesse caso, representar sonhos pode ser perigoso para o indivíduo e o parceiro de cama.

Abordagens psicológicas dos sonhos

Existem muitas abordagens sobre por que as pessoas sonham. As diferentes teorias estão diretamente relacionadas às cinco principais abordagens da psicologia. Psicodinâmica, humanística, cognitiva comportamental e a mais recente, neurociência, ofereceram cada uma sua própria contribuição para a explicação do sonho. Algumas abordagens se sobrepõem e outras oferecem novas idéias sobre o porquê de nós sonharmos.

• Abordagem Psicodinâmica

Os psicólogos que adotam a abordagem psicodinâmica apoiam a ideia de que o comportamento é resultado de forças inconscientes nas quais há pouco controle (Feldman, R. p. 19). Com essa visão, surge a ideia de que sonhos e lapsos de língua são o resultado de sentimentos reais dentro de um indivíduo. Através dos sonhos, esses desejos inconscientes são expostos.

Sigmund Freud foi um dos primeiros psicólogos a realmente estudar sonhos. Sua abordagem psicodinâmica do sonho levou à sua teoria da realização inconsciente de desejos. A idéia por trás dessa teoria é que os sonhos representam desejos que o sonhador deseja inconscientemente ser realizado (Feldman, R., p. 146). Segundo Freud, os sonhos de uma pessoa contêm um significado latente e manifesto. O significado manifesto é o significado óbvio por trás de um sonho, e o significado latente é o significado oculto. Freud acreditava que, para realmente entender um sonho, o significado manifesto precisa ser analisado e separado.

• Abordagem humanística

A abordagem humanística é muito semelhante à abordagem psicodinâmica. Ambas as abordagens se concentram no processo de pensamento interno da mente para explicar o sonho. De acordo com as duas abordagens, sonhar é sobre o eu e sempre tem a ver com o indivíduo que o possui. O indivíduo estará presente no sonho de alguma forma (Alperin, focusR., 2004). No entanto, onde na abordagem psicodinâmica se concentra no desejo inconsciente, a abordagem humanística está inclinada para como “o eu” lida com ambientes e estímulos externos, sendo uma maneira de a mente recuperar um senso de auto-equilíbrio.

• Abordagem cognitiva comportamental

A abordagem cognitiva se concentra em como os indivíduos pensam, entendem e sabem sobre as coisas que acontecem ao seu redor (Feldman, R. p. 20). Eles enfatizam o fato de que os processos mentais internos afetam a maneira como as pessoas se comportam em seus ambientes. Os psicólogos que adotam a abordagem cognitiva da psicologia usam seus conhecimentos para explicar o processo cognitivo e a função dos sonhos.

Houve muitos experimentos que mostram o quão importante é o sono e o sonho quando se considera aprendizado e memória. Em um experimento específico, três laboratórios solicitaram que os voluntários realizassem três tarefas diferentes. As tarefas foram um teste de textura visual, um teste de sequência motora e um teste de adaptação motora. Os testes foram explicados a cada voluntário e depois foram dormir. Algumas pessoas foram acordadas durante a noite e outras não. Os voluntários que não foram acordados durante a noite e que foram capazes de completar ciclos completos de sono, incluindo sono REM e sonhos, tiveram um desempenho melhor do que as pessoas que foram acordadas de vez em quando durante a noite (Stickgold, R., 2005). Os pesquisadores acreditam que essa evidência mostra uma ótima conexão entre aprendizado, memória, sono e sonho.

• Abordagem da Neurociência

A abordagem neurocientífica trata do processo biológico dos seres humanos (Feldman, R. p. 19). O foco está em como os neurônios disparam dentro do corpo e do cérebro. Alguns especialistas acreditam que a abordagem psicodinâmica do sonho de Freud se baseou nas informações disponíveis sobre o cérebro durante seu tempo.

A teoria é a ideia da síntese de ativação. Essa teoria sustenta a idéia de que o sono REM desencadeia memórias que estão alojadas em algum lugar do cérebro. Impulsos elétricos aleatórios e disparos durante o sono fazem com que o cérebro se lembre de certas memórias (Feldman, p. 147). Essa teoria foi desenvolvida pelo psiquiatra J. Allan Hobson, e ele teorizou que o cérebro humano precisa entender o mundo, mesmo durante o sono, e usa memórias aleatórias para criar um enredo lógico.

De acordo com Hobson e seu modelo original, os sonhos não são desejos inconscientes, mas uma parte da biologia e dos neurônios que disparam no tronco cerebral durante o sono (van den Daele, L., 1996). Na visão de Hobson, os sonhos não têm sentido e só estão presentes porque o cérebro e o corpo ainda estão funcionando enquanto a pessoa está dormindo. Muitos outros pesquisadores e psicólogos construíram e expandiram a teoria original de Hobson. No entanto, ainda é a base para a explicação neurológica dos sonhos.

O papel do psicólogo

Os sonhos são difíceis de interpretar e, às vezes, acabamos não dando a atenção e “passamos por cima” dos conteúdos que podem dizer sobre coisas desagradáveis, por exemplo. Sempre temos muito a descobrir sobre nós. Marie Louise Von Fraz disse: “A dificuldade de interpretar nossos próprios sonhos é que não podemos ver nossas próprias costas. Se as mostrarmos para outra pessoa, esta poderá vê-las; nós não…”

Dar atenção aos sonhos é uma forma de dar atenção a si mesmo e, a medida que isso acontece, vamos nos conhecendo, aprendendo sobre nós. Isso pode melhorar a vida nos tornando mais despertos, mais observadores e menos “vítimas” de nós mesmos.

Um bom exercício para quem quer dar mais atenção aos sonhos é anotá-los logo após acordar de manhã, nos primeiros minutos. A anotação facilita e organiza a lembrança. Ler os as anotações recorrentes e observar os elementos ou dinâmicas que se repetem ou transformam é uma atividade bastante interessante.

Sou Joana Santiago – Psicóloga 


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Uma boa noite de sono pode implicar em uma vida mais saudável e alguns anos vividos a mais.

O sono e a saúde mental estão intimamente ligados. A privação do sono afeta seu estado psicológico e saúde mental. Aqueles com problemas de saúde mental são mais propensos a ter insônia ou outros distúrbios do sono.

Dedicamos uma grande parte do tempo a dormir – um terço de nossas vidas, e nosso cérebro possui sistemas complexos que controlam vários aspectos do sono. Vários hormônios importantes para o crescimento físico e a maturação são secretados durante o sono. Dormir é necessário!

Nesses tempos de pandemia com muitas incertezas muitas pessoas  não conseguem ter uma boa noite de sono, o que gera maior probabilidade de bocejar ou ficar grogue durante o dia. Os problemas crônicos do sono afetam 50% a 80% dos pacientes em uma prática psiquiátrica típica, em comparação com 10% a 18% dos adultos na população geral. As consequências da privação do sono poderão manifestar-se em sonolência diurna, alterações do humor, dificuldades na memória, concentração, fadiga acentuada, tonturas, entre outras consequências que podem aumentar risco de acidentes, para além da diminuição de bem-estar associado. As alterações do ciclo sono podem pois também impossibilitar a pessoa de cumprir horários, ter uma atividade profissional, ajustar-se às rotinas sociais, etc. Os problemas do sono são particularmente comuns em pacientes com ansiedade, depressão, transtorno bipolar e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Tradicionalmente, os profissionais que tratam pacientes com distúrbios psiquiátricos vêem a insônia e outros distúrbios do sono como sintomas. Porém, estudos em adultos e crianças sugerem que os problemas do sono podem aumentar o risco e até contribuir diretamente para o desenvolvimento de alguns distúrbios psiquiátricos. Esta pesquisa tem aplicação clínica, porque o tratamento de um distúrbio do sono também pode ajudar a aliviar os sintomas de um problema de saúde mental comórbido.

A base cerebral de um relacionamento mútuo entre sono e saúde mental ainda não está completamente esclarecida. Porém, estudos de neuroimagem e neuroquímica sugerem que uma boa noite de sono ajuda a promover a resiliência mental e emocional, enquanto a privação crônica do sono prepara o terreno para o pensamento negativo e a vulnerabilidade emocional.

Como o sono afeta a saúde mental

Durante o sono “silencioso”, uma pessoa progride através de quatro estágios de sono cada vez mais profundo. A temperatura corporal diminui, os músculos relaxam, os batimentos cardíacos e a respiração lenta. O estágio mais profundo do sono silencioso produz alterações fisiológicas que ajudam a aumentar o funcionamento do sistema imunológico.

A outra categoria de sono, o sono REM (movimento rápido dos olhos), é o período em que as pessoas sonham. A temperatura corporal, pressão arterial, freqüência cardíaca e respiração aumentam para os níveis medidos quando as pessoas estão acordadas. Estudos relatam que o sono REM melhora o aprendizado e a memória e contribui para a saúde emocional – de maneiras complexas.

Embora os cientistas ainda estejam tentando separar todos os mecanismos, eles descobriram que a interrupção do sono – que afeta níveis de neurotransmissores e hormônios do estresse, entre outras coisas – causa estragos no cérebro, prejudicando o pensamento e a regulação emocional. Dessa maneira, a insônia pode amplificar os efeitos de distúrbios psiquiátricos e vice-versa.

Quanto sono eu preciso?

Observe que adormecer assim que a cabeça bate no travesseiro não é prova de que alguém tenha um bom sono. É mais provável uma indicação de que um indivíduo está privado de sono. Em geral, leva cerca de 10 a 20 minutos para uma pessoa se afastar. Mas, se leva 20 minutos ou 45, se alguém percebe que está demorando muito, isso se torna realidade, pois gera ansiedade sobre o sono. A National Sleep Foundation fornece essas diretrizes diárias para o sono:

  • Bebês (4-11 meses): 12-15 horas
  • Crianças em idade escolar (6-13): 9-11 horas
  • Adolescentes (14-17): 8-10 horas
  • Adultos jovens (18-25): 7-9 horas
  • Adultos (26-64): 7-9 horas
  • Adultos mais velhos (65+): 7-8 horas

Como você pode dormir melhor?

A maioria das pessoas já ouviu os conselhos padrão de higiene do sono:
Manter horários regulares de sono (deitar e acordar). Verifique se o seu quarto está fresco e escuro. Evite cafeína a partir do meio da tarde. E evite todas as telas por pelo menos uma hora antes; a luz branca dessas tela inibe a melatonina e atrasa a latência do sono em uma média de 10 minutos. Adormecer na frente de uma TV, como 61% dos adultos confessam ter feito, também é um problema: a luz da tela penetra nas pálpebras, de modo que o cérebro ainda processa que está sendo exposto à luz. Esse fenômeno impede as etapas mais refrescantes do sono profundo.

As dificuldades mais comuns do sono são exacerbadas por fatores como doença ou estresse. Além de abordar essas preocupações, outros ajustes práticos às vezes podem ajudar a restaurar um descanso mais saudável e consistente. Controlar a luz no quarto, natural e artificial, para manter a escuridão durante a noite, é um passo importante.

Você pode seguir algumas dicas que falo no texto, mas isso não substitui o acompanhamento profissional.

Sou Joana Santiago – Psicóloga

Esquizofrenia, estigmas e preconceitos.
Isolamento é um dos sintomas. Conheça algumas informações sobre a doença que afeta quase um milhão de brasileiros.

Semana passada falamos sobre transtornos psicóticos e algumas pessoas me perguntaram sobre a Esquizofrenia.
Acho que nenhuma outra doença está envolta em uma aura tão misteriosa e mística quanto a esquizofrenia. As dúvidas mais comuns são: pessoas com esquizofrenia ouvem vozes? pensam em coisas peculiares? são mais perigosas? Infelizmente, essas perguntas dão lugar a uma quantidade incrível de conceitos absurdamente errôneos.

Neste texto me proponho tentar desmistificar algumas informações incorretas que circulam por aí sobre a questão.

1. É possível identificar sinais que podem indicar o surgimento da esquizofrenia?

Sim. Em geral, 80% das esquizofrenias começam por um certo alheamento em relação às circunstâncias que rodeiam o paciente. São sintomas que causam menos impacto nos outros – isolamento, olhar perdido, indiferença. É uma fase caracterizada por muita tensão e ansiedade. A pessoa sente que algo está acontecendo, mas não sabe dizer o que é. O quadro de alucinações e de delírios, que chama mais atenção, surge mais tarde.

2. O consumo de drogas pode estar associado ao surgimento da doença?

Sim. Sabe-se que alguns agentes são gatilhos importantes para o início das alterações cerebrais e para o posterior aparecimento dos sintomas da doença. O uso de drogas e o tabagismo estão entre esses fatores de risco.

3. Pessoas com o transtorno perdem a capacidade de ter emoções?

Não. Os pacientes com esquizofrenia seguramente sentem, mas têm dificuldades de expressar seus sentimentos. Por isso as pessoas tendem a interpretar que eles não possuem mais a capacidade de ter emoções. No seu íntimo, no entanto, sofrem com essa limitação.

4. A esquizofrenia impacta a vida sexual do paciente?

Sim. Neste aspecto, o paciente com esquizofrenia é impactado pelo mesmo estado de outros que não sofrem com a esquizofrenia e apresentam um humor deprimido e desmotivação, que causa a perda da libido, a vontade e o interesse pelo prazer. Mesmo que as condições fisiológicas, hormonais e vasculares estejam em perfeito funcionamento, o desejo sexual fica comprometido e deixa de ser acionado quando há um problema no psiquismo.

5. O interesse por temas exóticos é uma característica da doença?

Sim. Alguns pacientes com o transtorno podem apresentar interesse por temas exóticos, místicos e religiosos, assim como qualquer outra pessoa. A diferença, neste caso, é que o assunto passa a dominar o dia a dia do paciente. A ocorrência de dúvidas sobre sua existência também é comum no início dos sintomas.

6. Pacientes com esquizofrenia são desatentos e têm dificuldades de memória?

Sim. As pessoas com tendência de desenvolver o transtorno podem apresentar problemas de concentração, memória e de aprendizado, que levam a uma diminuição da capacidade de raciocínio lógico. Apresentam também sintomas de ansiedade, como palpitações, taquicardia, falta de ar e inquietação. Por esse motivo, muitas vezes a esquizofrenia é confundida inicialmente com depressão ou outras desordens como pânico e transtorno obsessivo-compulsivo.

7. Mudanças na aparência e nos cuidados com a higiene são comuns na esquizofrenia?

Sim. É possível que o paciente seja negligente com a higiene básica por apresentar um quadro de desmotivação, passando a vestir roupas inapropriadas ou sujas. Além disso, o paciente também descuida da alimentação.

8. A violência é um comportamento constante do transtorno?

Não. Pessoas com esquizofrenia podem ter momentos de agressividade, quando em crise, mas em 93% dos casos, não são violentas. Geralmente, quando ocorre, um episódio violento está relacionado a alucinações que induzem o paciente a agir de modo agressivo. O que ocorre mais frequentemente é que pacientes com esquizofrenia, principalmente aqueles que vivem como habitantes das ruas, sejam vítimas da violência urbana.

9. O objetivo do tratamento é acalmar o paciente?

Não. A cessão dos sintomas é um dos aspectos relacionados ao tratamento da esquizofrenia, mas a abordagem deve visar a retomada da funcionalidade do paciente para o restabelecimento da sua vida social. Por isso, quanto mais precocemente a esquizofrenia for tratada, menos danos trará ao paciente. 

10. A esquizofrenia é uma condição de difícil tratamento?

Não. Nas últimas décadas houve grande avanço no tratamento da esquizofrenia. A psicoterapia aliada a medicação é a base do tratamento. Tanto para controlar uma crise na fase aguda da doença, como ajudar a prevenir recaídas, com o uso de medição por um longo prazo. Apesar desta necessidade de tratamento prolongado ser bem reconhecida pelo médico, frequentemente não é sempre bem aceita pelos pacientes, que acabam interrompendo a medicação, já que se sentem bem e não veem motivo para continuar tomando o remédio.

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Sou Joana Santiago – Psicóloga

Uma reação psicótica pode ser provocada por uma grande quantidade de agressores do sistema nervoso.

Um transtorno psicótico é caracterizado por uma relação prejudicada com a realidade, entre outros sintomas de distúrbios mentais graves. Pessoas que sofrem com algum transtorno psicótico podem ter alucinações e/ou delírios.

Alucinações são experiências sensoriais que ocorrem na ausência de um estímulo real. Por exemplo, uma pessoa com alucinação auditiva pode ouvir a mãe gritando quando a mãe não está por perto. Ou alguém com uma alucinação visual pode ver algo, como uma pessoa na frente deles, que não está realmente lá.

A pessoa também pode ter pensamentos contrários às evidências reais. Esses pensamentos são conhecidos como delírios. Outros sintomas conhecidos são a perda de motivação e retraimento social.

Essas experiências podem ser assustadoras e fazer com que as pessoas se machuquem ou a outras pessoas. É importante consultar um profissional da saúde imediatamente, caso você ou alguém que você conhece apresentar sintomas psicóticos.

Sinais e Sintomas Psicóticos

Um transtorno não começa de repente. Geralmente segue este padrão:

  • Sinais de alerta para o possível desenvolvimento de um transtorno psicótico:
    Mudanças graduais na maneira como a pessoa pensa e entende o mundo. O próprio ou seus familiares podem perceber:
    • Uma queda nas notas ou no desempenho no trabalho
    • Problemas para pensar claramente ou concentrar-se
    • Suspeita ou desconforto com os outros
    • Falta de autocuidado ou higiene
    • Passar mais tempo sozinho do que o habitual, incluindo afastamento da família e dos amigos
    • Emoções mais fortes do que as situações exigem ou ausência de emoções
  • Crenças ou pensamentos incomuns, não importa o que os outros digam
  • Sintomas de um episódio psicótico:
    Normalmente será possível notar a maior parte das opções acima, além de:
    • Alucinações:
      • Alucinações Auditivas: ouvir vozes quando ninguém está por perto
      • Alucinações táteis: sensações ou sentimentos estranhos que você não consegue explicar
      • Alucinações visuais : você vê pessoas ou coisas que não existem, ou acha que o formato das coisas parece errado
    • Delírios: crenças que não estão alinhadas com a sua cultura e que não fazem sentido para os outros, como:
      • Forças externas estão no controle de seus sentimentos e ações
      • Pequenos eventos ou comentários têm um significado enorme
      • Você tem poderes especiais, está em uma missão especial ou, na verdade, é um deus

É importante ressaltar que não necessariamente os dois estarão presentes concomitantemente.

Causas da psicose

Os médicos não sabem exatamente o que causa a psicose, mas alguns fatores de risco conhecidos incluem:

  • Genética: você pode ter uma predisposição genética, o que não significa que você terá psicose, é uma possibilidade.
  • Drogas: os gatilhos incluem alguns medicamentos prescritos e abuso de álcool ou drogas como maconha, LSD e anfetaminas.
  • Trauma: a morte de um ente querido, um abuso sexual ou guerra pode levar à psicose. O tipo de trauma e a idade que você tinha quando aconteceu também desempenham um papel importante.
  • Lesões e doenças: Lesões cerebrais traumáticas, tumores cerebrais, derrames, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, demência e HIV podem causar psicose.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado por médicos que avaliam as condições gerais da pessoa e excluem fatores bioquímicos e fisiológicos que podem desenvolver um transtorno psicótico. O psicólogo tem o papel de relacionar seus sintomas a fatores de vida que podem ter contribuído para tal, fornecendo mais dados para o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento mais indicado para transtornos psicóticos é a psicoterapia, juntamente com medicação. Além disso, grupos de apoio multidisciplinar e suporte de familiares auxiliam na evolução do paciente.

Especificamente a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar a reconhecer quando a pessoa tem episódios psicóticos, bem como a prevenir a ocorrência de novos episódios. Esse tipo de terapia também enfatiza a importância dos medicamentos antipsicóticos e a aderência ao seu tratamento.

Tem dúvidas? Quer saber mais? Precisando de ajuda, entre em contato.
Sou Joana Santiago – Psicóloga

A importância do brincar

Em um mundo com tantos atrativos tecnológicos, pode parecer que as brincadeiras e as atividades perderam espaço e não são mais tão importantes. Não é verdade. Aliás, muito pelo contrário: essa prática é fundamental para o desenvolvimento e a socialização infantil.

A importância do brincar na infância

Atualmente as crianças são bombardeadas com diferentes formas de distrações tecnológicas cada vez mais cedo. Não que a tecnologia interfira de forma negativa no aprendizado das crianças. Inclusive, existem aplicativos e jogos bastante educativos, que podem (e devem) ser inseridos na educação dos pequenos. Porém, devemos tomar cuidado com o tempo gasto nesses jogos para não serem maiores que o tempo que você pode conversar ou brincar com seus filhos.

Com a correria do dia a dia e o estresse causado pela rotina profissional, encontrar tempo para passar com os filhos não é tarefa fácil. Por meio de atividades lúdicas e até pedagógicas, mais do que desfrutar de bons momentos com as crianças, você fará com que esse tempo seja valioso e educativo. No entanto, o foco deste texto são as atividades que podem ser realizadas em qualquer espaço físico, principalmente ao ar livre, promovendo maior interação entre você e seus filhos.

Desenvolvimento físico

Segundo um estudo da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP, uma em cada três crianças no Brasil está com sobrepeso. Parte da causa desse problema é que mais e mais crianças ficam dentro de suas casas e não praticam o exercício necessário de que precisam.

Como as crianças ainda estão em fase de desenvolvimento, a prática de atividades ao ar livre permite que eles melhorem suas habilidades motoras, coordenação visual, equilíbrio e desempenho geral. Além disso, atividades físicas promovem um sistema muscular, esquelético, imunológico, respiratório e cardiovascular mais forte.

Desenvolvimento emocional

As crianças que praticam esportes são mais desenvolvidas em termos de inteligência emocional. Brincar uns com os outros dá a oportunidade de saber como lidar adequadamente com as vitórias e as derrotas. Pouco a pouco eles crescem em maturidade emocional enquanto enfrentam situações diferentes que lhes permitem expressar emoções controladas. Brincar fora de casa com outras crianças faz com que aprendam a permanecer positivas quando as coisas não acontecem, se envolvem mais na solução de problemas e tentam empatizar com outras crianças.

Desenvolvimento social

Hoje em dia a maioria dos aplicativos e jogos para smartphones não incentivam o jogo em equipe, mas eles permitem que as crianças se recolham à sua zona de conforto e brinquem dentro dos limites da tela do smartphone ou tablet.

As brincadeiras e esportes são diferentes. Permitem que as crianças conheçam outras crianças e desenvolvam uma amizade duradoura. Não só isso, mas jogar em equipe desenvolve a capacidade das crianças de se relacionar com os outros. O esporte coletivo é um caminho perfeito onde as crianças aprendem a trabalhar o sucesso como um grupo. Eles também aprendem habilidades de trabalho em equipe, liderança e comunicação.

Desenvolvimento mental

Quase todos os esportes exigem que as crianças desenvolvam sua autonomia e pratiquem certas habilidades que lhes permitam tornar-se mais inteligentes.

Entre as habilidades mais importantes desenvolvidas nas brincadeiras está o pensamento crítico. Para desenvolver o pensamento crítico a criança deve estar totalmente envolvida, movimentando seu corpo e pensando em como resolver os problemas de maneira oportuna.

Observe por exemplo o jogo de futebol. As crianças rapidamente avaliam cada situação, calculam cada movimento, sabem onde estão seus companheiros de equipe e determinam o melhor movimento com base nessas informações. Todos esses processos mentais têm que acontecer em apenas alguns segundos.

Além disso, permitir que as crianças saiam e brinquem lhes dá a oportunidade de apreciar a natureza, respirar ar fresco e explorar o ar livre, que também contribui para o desenvolvimento mental das crianças.

Você e seu filho (ou filha) vão brincar juntos nesse final de semana? Vale parquinho, jogos em casa e até pular carnaval! Tirem fotos e compartilhem comigo nas redes sociais!

Angústia da separação no 1o dia de aula
Não é fácil levar o seu filho à escola no primeiro dia de aula. Quando chega este momento fica a pergunta: quem sofrerá mais?

A angústia da separação no primeiro dia de aula

Quem não gostaria de ter o filho sempre pequenino no colo? Levá-lo consigo para todo lugar? As mães (e pais também) compreendem que chega uma fase na vida dos pequenos em que eles precisam ser inseridos no ambiente escolar. A maioria que trabalha fora de casa tem a necessidade de introduzir a criança desde recém-nascida nas conhecidas creches.

Mas o coração sempre fica apertado. O fato de não ter certeza se ele ficará bem ou se acontecerá algo com a criança é o que nos deixa com sentimento de culpa. Então, a grande dica é procurar uma escola da confiança de vocês e que possam estabelecer um bom vínculo. Quanto mais certos estiverem sobre a decisão, mais seguros se sentirão e esse sentimento de confiança será transmitido aos filhos, tornando a adaptação mais fácil.

“Procure uma escola de sua confiança e estabeleça um bom vínculo.”

Não é fácil para nenhuma mãe levar o seu filho à escola no primeiro dia de aula. Quando chega este momento fica a pergunta: quem sofrerá mais, o filho ou a mãe? Sabemos que para a criança pode ser um período de insegurança, medo, receio, mas trata-se de algo natural, pois está acostumado a ficar grande parte do tempo com pessoas conhecidas.

Um mundo de descobertas

Juntamente com o medo surge também o interesse por algo desconhecido. Tanto os pais quanto a própria escola estimulam as crianças incitando a curiosidade, para que tenham interesse em descobrir o que há de novidade, embora a maior novidade é ter que lidar com a dor da separação. Um momento difícil e doloroso que tanto a criança como os pais vivenciam, ainda mais para quem é mãe ou pai de primeira viagem.

São lágrimas, choros, birras e uma mistura de sentimentos que envolvem estes dois corações, mas que com o passar dos dias vão diminuindo por conta da adaptação que ambos irão desenvolvendo.

Portanto, é muito importante a explicar que terá que ir, mas que depois se reencontrarão. Outro ponto pertinente é ser firme, mesmo que o seu filho esteja fazendo a maior birra. Não se culpe, assim que ele entrar na escola, encontrar os coleguinhas e começar as atividades, ele esquece. A criança utiliza o seu poder de persuasão junto aos pais, pois existem aqueles que fortalecem esse tipo de comportamento do filho, permitindo que a criança domine a situação.

Não deixe a culpa te dominar

Por se sentirem culpados ao deixarem os filhos na escola desde muito cedo e terem que trabalhar, alguns pais acabam sendo coniventes com as birras e, com isso, permitem que os filhos façam o que quiserem como forma de compensação, quando na realidade a criança precisa de firmeza, amor e atenção.

Algumas vezes, a dor da separação acaba sendo muito mais por parte da mãe, pois não aceita que o filho está crescendo e que daqui a um tempo já estará fazendo as coisas sozinho. Isso causa angústia. Existem algumas mães que não se adequam ao que estou mencionando e, na verdade, não veem a hora de ver o filho crescer e se tornar mais autônomo. Tudo isso tem a ver com a história de vida que cada mãe carrega consigo.

Gostou desse texto? Como estamos no período de volta às aulas, semana que vem, vou dar dicas de como ajudar a controlar a ansiedade do seu filho no novo ano letivo. Até lá 😉

Na velhice, alguns sintomas podem não ser expressos de forma clara, sendo, inclusive, confundidos com sinais de outros problemas

Com o avançar da idade, as dificuldades podem se acumular ou se apresentar em intervalos curtos de tempo. Imagine uma pessoa que acabou de se aposentar e tem de lidar com uma queda substancial nos rendimentos e o excesso de tempo ocioso a ser preenchido. Ao mesmo tempo, ela descobre um problema crônico de saúde, em média, um idoso apresenta quatro enfermidades simultâneas e, de repente, recebe a notícia da perda de um amigo de longa data.

Muita coisa acontecendo e a pessoa sem saber o que fazer, mostra-se desinteressada por tudo aquilo que fazia antes. A família encontra explicações para a mudança de atitude no afastamento do trabalho.

No entanto, é preciso observar se estão ocorrendo distúrbios na capacidade de formar novas memórias, ou seja, de memorizar fatos novos, uma vez que o sintoma inicial mais comum da doença de Alzheimer é a dificuldade de memorização: o paciente não retém recado, repete várias vezes a mesma pergunta e não consegue fixar informações.

Casos assim merecem atenção especial e o paciente deve ser levado ao médico quando perde o interesse por tudo, mesmo que a memória não esteja falhando, porque as síndromes depressivas podem se confundir com as síndromes demenciais. O idoso deprimido manifesta fundamentalmente um distúrbio de atenção, de concentração e de memória. Como esses também são sintomas das demências, é bom procurar atendimento para que sejam interpretados adequadamente, pois, como já foi dito, depressão tem tratamento e a pessoa pode voltar à atividade plena.

Falta de memória pode ser uma pista

Problemas de memória, como a dificuldade para se lembrar de nomes e procedimentos simples ou dos lugares onde objetos foram deixados, podem ser sinal de depressão, e não das temíveis demências. Quadros com queixa de esquecimento na terceira idade são desafiadores para os médicos: uma demência pode começar a se manifestar com um estado depressivo, enquanto a depressão também pode provocar dificuldades de memorização.

Em geral, quando se trata de depressão com distúrbios de memória, o paciente é medicado, melhora e, consequentemente, atenuam-se os sintomas relativos ao esquecimento. Mas os episódios depressivos, principalmente se estiverem ocorrendo pela primeira vez na vida, podem indicar uma demência.

Uma pessoa com doença neurodegenerativa apresenta perda das suas capacidades cognitivas, com repercussões inclusive na parte emocional, e uma primeira manifestação pode ser a depressão.

Ainda que demande muitos cuidados, o diagnóstico de depressão é uma notícia “melhor” do que a de uma demência como a de Alzheimer, por exemplo. Com os recursos atuais da medicina, a depressão é potencialmente tratável e tem cura, mas o Alzheimer ainda não.

Benefícios de uma vida mais regrada

A terceira idade é também reflexo dos hábitos mantidos durante décadas, a boa ou a má alimentação, a prática de exercícios ou o sedentarismo, a exposição cuidadosa ou exagerada e desprotegida ao sol. Para os que foram relapsos, um aviso: há como se ter algum benefício mesmo depois de uma vida inteira desregrada. Praticar exercícios físicos é sempre bom, funcionando também como medida preventiva e de combate à depressão, a liberação de endorfina proporciona a sensação de bem-estar e melhora o humor. Integrar-se a grupos sociais é uma ótima iniciativa.

Diante da constatação de problemas de memória, o idoso deve procurar um especialista para que se possa fazer uma investigação do caso.

Dependendo da natureza da atividade, trabalham-se duas habilidades ao mesmo tempo: um grupo de caminhada propicia, além do exercício, a interação, enquanto a turma que se reúne para um jogo de cartas está trabalhando também a cognição, importante no combate às demências. Adotar um animal de estimação é outra boa iniciativa. A família pode ajudar orientando o idoso na integração e na escolha dos passatempos. No caso do paciente diagnosticado com depressão, é imprescindível se submeter a tratamento.